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Jejua...

por Zulmiro Sarmento, em 23.03.15

 

Como todos os jejuns, deve servir para mudar a nossa vida.

 

Jejua de julgar os outros e descobre Cristo que vive neles

Jejua de palavras que ferem e enche-te de frases que curam.

Jejua de descontentamento e enche-te de gratidão.

Jejua de zangas e enche-te de paciência.

Jejua de pessimismo e enche-te de esperança cristã.

Jejua de preocupações e enche-te de confiança e Deus.

Jejua de te lamentares  e enche-te de apreço pela maravilha que é a vida.

Jejua de pressões que não cessem e enche-te de uma oração que não acabe.

Jejua de amargura e enche-te de perdão.

Jejua de dar-te importância a ti mesmo e enche-te de compaixão pelos outros

Jejua de ansiedade sobre as tuas coisas e compromete-te com a propagação do Reino.

Jejua de desânimo e enche-te do entusiasmo da fé.

Jejua de pensamentos mundanos e enche-te das verdades que fundamentam a santidade.

 

Jejua de tudo o que te separa de Jesus e enche-te de tudo o que te aproxima d’Ele.

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publicado às 12:21

Quaresma... É o tempo de abrir as portas do coração.

por Zulmiro Sarmento, em 20.03.15

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O Papa Francisco já evidenciou algumas vezes este conflito entre Jesus, que abre as portas a quem quer que o procure – mesmo que seja distante dele – e os cristãos, que muitas vezes fecham as portas da Igreja na cara de quem bate à sua porta. É um conflito entre a misericórdia total de Cristo e a escassez demonstrada muitas vezes por aqueles que creem Nele.

«Um homem - uma mulher - que se sente doente na alma, triste, que cometeu muitos erros na vida, em algum momento sente que as águas estão se movendo, é o Espírito Santo que move algo, ou ouve uma palavra ou ...“Ah, eu quero ir!”... E toma coragem e vai. E quantas vezes hoje nas comunidades cristãs encontram as portas fechadas: «Mas você não pode, não, você não pode. Você errou aqui e não pode. “Se você quiser vir, venha à missa no domingo, mas fique ali, mas não faça mais nada”. Aquilo que o Espírito Santo faz nos corações das pessoas, os cristãos com psicologia de doutores da lei destrói».

«Faz-me mal isso», afirma em seguida Francisco. Que sublinha: a Igreja tem sempre as portas abertas: «É a casa de Jesus e Jesus acolhe. Mas não só acolhe, vai encontrar as pessoas. E se as pessoas estão feridas, o que Jesus faz? A repreende porque está ferida? Não, vai e a carrega sobre os ombros. E isso se chama misericórdia. E quando Deus repreende o seu povo – “Desejo misericórdia, não sacrifício!” – fala exatamente disto».

«Quem é você – reafirma o Papa – que fecha a porta do seu coração a um homem, a uma mulher que tem vontade de melhorar, de voltar a ser parte do povo de Deus após o Espírito Santo ter movimentado seu coração?».

Tudo isto são pregos contra a teimosia do oceano enorme de conservadorismo que albergam movimentos e grupos organizados no interior da Igreja, muito dados à verdade absoluta. Coisa que manifestamente não está no discurso do Papa e as suas atitudes demonstram que devemos antes estar todos à procura da verdade. Não surpreende que alguns já tenham desabafado que os últimos dois anos de Francisco tenham sido «dois anos de terror» na Igreja Católica. É caso para perguntar-se, esta gente que Jesus Cristo segue? E que Evangelho anda a ler? 

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publicado às 13:23

Os Joaquins que comem peixe às sextas-feiras

por Zulmiro Sarmento, em 18.03.15

Li no blogue 'Confessionário dum Padre' um interessante post que retrata muito do que se vai passando por aí a respeito do sentido e da vivência quaresmal. Vivência!? Hummmmm... Tradições cujo sentido muitos desconhecem... Com a devida vénia, aqui fica a transcrição do artigo. "Estava no super-mercado quando surgiu à porta o Joaquim, nome fictício de um pai de família com os seus trinta e poucos anos. Foi uma destas sextas-feiras de quaresma, próximo da hora de almoço. Uma das sextas-feiras do ano em que a Igreja nos convida a fazer alguma abstinência. Bom dia a todos os presentes, cumprimentou o Joaquim. Bom dia para aqui e para ali. Bom dia, senhor padre. Cá venho comprar um peixinho que hoje não se come carne, e sorria como se procurasse a minha aprovação. Convém referir que o Joaquim não vai à missa e não creio que vá à missa do Domingo de Páscoa como também não foi na quarta-feira de cinzas. O Joaquim não é má pessoa. Conheço-o do café, onde nos encontramos quando eu saio da missa e ele está lá a beber uns copos. Ainda há dias o convidara a confessar-se, pois deslocara-me lá à terra para as confissões quaresmais. Disse na altura, com ar de gozo, que essas coisas não eram para ele. Mas comprou o peixinho porque nestes dias não se pode comer carne, não é senhor padre! É, Joaquim, nestes dias não se pode comer carne porque os bons cristãos devem fazer abstinência! Não é preciso contar-vos o que falámos depois. Nem falar-vos destas coisa das carnes e dos peixes nas sextas-feiras da quaresma. Deixem-me rezar pelos Joaquins cumpridores da abstinência, mesmo sem saber porquê. Ou deixem-me rezar apenas por mim, que também não sei o porquê destas coisas." 

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publicado às 11:36

ARREPENDEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15

 

ARREPENDEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO-22 de Fevereiro e 2015

1. Durante séculos, no início da Quaresma, em Quarta-Feira de Cinzas, o rito da imposição das cinzas tinha esta fórmula: “Lembra-te ó homem que és pó e que em pó te hás-de tornar”. Era o convite a que cada cristão pensasse na morte e através desse tempo de reflexão ensaiasse fórmulas de mudança de vida. Com o Concílio Vaticano II, a renovação litúrgica propôs uma fórmula diferente, não centrada no pensamento da morte mas no desafio missionário que é a marca dos cristãos. A fórmula da imposição das cinzas é agora assim: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”. De facto, não basta pensar nos erros cometidos e na urgência de uma conversão: é fundamental viver os valores do Evangelho e depois anunciá-lo em toda a parte pelo testemunho de vida e pela acção missionária. Não pode esquecer-se “que o sonho missionário é para todos”. O Papa Francisco, na sua mensagem para a Quaresma de 2015, refere quatro atitudes no caminho que percorremos para a Páscoa:

 O arrependimento pessoal e comunitário vencendo todas as formas de egoísmo constitui o primeiro passo para vencer a globalização da indiferença. É o mesmo Papa que diz que “a caridade fraterna é uma ilha de esperança no oceano da indiferença generalizada”.

 A consciência de que quando alguém sofre os cristãos sofrem com ele. Esta certeza nasce do facto de sermos Igreja, corpo místico de Cristo, em que todos somos membros uns dos outros, e que com os outros estamos nas alegrias e nos sofrimentos. É esta a essência da Igreja de Jesus.

 A preocupação pelos outros leva a perguntar onde está o meu irmão? Esta é responsabilidade das comunidades cristãs, não ficarem à espera daqueles que sofrem, mas ir em busca deles para os ajudar no concreto das suas vidas.

 Para tudo isto é fundamental a fortaleza do coração. Só com um coração novo, atento aos outros, se pode exercer a caridade verdadeira, aquela em que os problemas dos outros são assumidos com generosidade. Com razão o profeta Ezequiel dizia “Senhor, tira do meu peito o coração de pedra, põe nele um coração de carne, capaz de amar”.

A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2015 tem então duas linhas de acção: a da conversão pessoal e comunitária com total mudança de vida; e a do serviço aos irmãos, sobretudo os mais pobres e os que mais sofrem.

2. O itinerário quaresmal convida os cristãos a percorrerem ao longo de seis semanas um caminho de autêntica renovação de vida. Começa-se por procurar vencer as tentações no difícil mundo que nos rodeia. Aponta-se depois um projecto, a transfiguração completa da vida. Exige-se, logo a seguir, a purificação do templo que cada um é, uma vez que “Somos templo de Deus que habita em nós”. Continua-se, depois, com a afirmação da fé, seguindo o exemplo de Nicodemos, que não teve medo de procurar Jesus. Aceita-se, então, dar a vida pelos grandes valores do Evangelho, porque “se o grão de trigo não morrer, não pode dar fruto”. Termina-se com a consagração da vida significada na entrada na Nova Jerusalém e na entrega da vida na cruz de cada dia. É um itinerário de grande beleza.

 O ponto de partida – Jesus, antes de começar a vida pública, esteve 40 dias no deserto e ali foi tentado pelo demónio. Os cristãos têm um sonho missionário, uma missão para realizar, mas, envolvidos nas inúmeras tentações do mundo actual, devem aprender com Jesus a vencê-las. Só assim serão melhores. – 1º Domingo.

 O projecto indispensável – Na transfiguração, no Monte Tabor, Jesus faz a síntese do Antigo Testamento, convidando os discípulos a descerem para o mundo recriando a Lei e os Profetas. Os cristãos têm hoje um sonho, transfigurar o mundo com os valores do Evangelho. Só com responsabilidade missionária o poderão fazer. – 2º Domingo.

 A purificação necessária – Foi violenta a entrada de Jesus no Templo deitando abaixo as bancas dos cambistas e dizendo que aquela casa não era lugar de negócios. Os cristãos deverão libertar-se de todas as “cangas” que os impedem de ser fiéis a Jesus Cristo e de transformarem os ambientes em que vivem. – 3º Domingo.

 Reafirmar a fé – Jesus escutou Nicodemos, um homem preocupado e que queria conhecê-l’O. Foi uma conversa fundamental para aquele sinedrita que acabou amigo de Jesus. Os cristãos têm de encontrar-se muitas vezes com Jesus, conversar com Ele, aceitar as suas sugestões para assim crescerem na fé e afirmá-la sem medo. – 4º Domingo.

 A conversão também pede sofrimento – A palavra é de Jesus “se o grão de trigo não morrer, nunca poderá dar fruto”. Os cristãos terão de aperceber-se que viver a sua fé não é nada fácil, sofrerão incompreensões e por vezes até um certo martírio. Mas é este sacrifício no ser cristão que gera novas vidas para a prática do Evangelho. Em pleno terceiro milénio continua a haver muita gente a morrer por Cristo, e o sangue dos mártires é semente de novos cristãos (cf Tertuliano). – 5º Domingo.

 A alegria e a dor na vida cristã – Jesus é aclamado na entrada de Jerusalém pela mesma multidão que cinco dias depois pedirá para Ele a morte e a morte de cruz. O cristão não pode deixar de saber que a vida na fé, sendo fonte de alegria, traz consigo muitas vezes incompreensão, marginalização e até perseguições. – 6º Domingo.

É este o itinerário litúrgico da Quaresma, segundo S. Marcos. Seria maravilhoso que cada cristão aproveitasse estas seis semanas para rever-se à luz do Evangelho e assim encetar uma vida nova que o afirme melhor como cristão na cidade dos homens. Se todos os cristãos afirmarem a sua fé com coragem, generosidade e alegria, a cidade dos homens poderá voltar a ser cristã.

3. Toda a Quaresma está dominada por três grandes coordenadas que acompanham este tempo privilegiado de conversão. Foi o desafio de Quarta-Feira de Cinzas com o lindíssimo texto de S. Mateus no seu capítulo 6. Neste tempo de oração e penitência ninguém pode ser hipócrita, não pode fazer nada para ser visto pelos homens, caso contrário não recebe de Deus qualquer recompensa. Se o mundo está marcado por três falsos absolutos, o ter, o poder e o prazer, os cristãos têm que lhes contrapor a esmola, a oração e o jejum.

 A esmola contraria o ter, uma vez que convida à partilha generosa com os mais pobres, com os que mais sofrem, com os desempregados, com os idosos, com todos os que não têm recursos.

 A oração contraria o poder, uma vez que só em Deus se encontra quem tem a maior autoridade sobre o ser humano. Ele é Pai, ama todos os humanos, garante-lhes o pão, afirma-lhes o perdão e dá a todos a liberdade. São estes os bens que se pedem no Pai-Nosso.

 O jejum contraria o prazer, uma vez que há muitas coisas a que se pode renunciar a fim de se estar disponível para quantos precisam de ajuda.

Que cada cristão saiba inventar as formas de partilha, de oração e de renúncia neste tempo santo da Quaresma.

4. A conversão não é só pessoal, é também comunitária. Por isso se propõem formas diversas de vivermos na vida da comunidade paroquial o sonho missionário, de conversão, que é para todos.
Pe. Vítor Feytor Pinto

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publicado às 12:20

TEMPO DE PENITÊNCIA, MAS NÃO DE TRISTEZA

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15
 

Eis-nos chegados, uma vez mais,

ao tempo da conversão,

ao tempo da mudança,

ao tempo da transformação.



Quaresma é tempo de penitência,

mas não é tempo de tristeza.



É oportunidade de sermos diferentes,

de nos abrirmos a Deus

e de pensarmos mais nos outros.



É convite a vencermos o egoísmo

e a partilharmos o que somos e o que temos

com os que mais sofrem.



É sermos o sorriso de Deus na penumbra triste do mundo.

É sermos o ombro onde repousam as mágoas de tantos corações.

É sermos o rosto onde desagua o pranto de tantas vidas.



A Quaresma não nos rouba a alegria

e até nos pode acrescentar felicidade.



Vamos fazer jejum e abstinência da comida e da bebida,

mas também das palavras agressivas e dos sentimos violentos.



Vamo-nos abster da superficialidade e do egoísmo,

dos juízos apressados e dos julgamentos implacáveis.



Vamos acompanhar Jesus pelo deserto e pelas ruas de Jerusalém.

Ele acompanha-nos em cada instante da nossa vida.



Vamos acolher o dom.

Vamos ser dom.

Vamos ser a ressonância do grande dom, do único dom:

JESUS!

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publicado às 11:36

Jejum e abstinência

por Zulmiro Sarmento, em 20.02.15

 

 
O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia.
A abstinência consiste em não comer carne.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e de jejum.
Cada Sexta-Feira da Quaresma  é dia de abstinência.
A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinquenta e nove anos de idade.

Jejum. Qual o motivo?
É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem de Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumista".
Tal atitude veio a tornar-se nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito frequentemente abusa deles. A civilização  mede-se então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede segundo a  medida adequada ao homem.
Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam o homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.
O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.
Não é uma renúncia pela renúncia, mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

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publicado às 11:50

Quarta-Feira de Cinzas

por Zulmiro Sarmento, em 18.02.15

 

 
Qual o significado das Cinzas?
Na missa de Quarta-Feira de Cinzas, com que inicia a período de preparação da Páscoa, chamado Quaresma, o sacerdote impõe cinzas na cabeça dos fiéis cristãos. Com este rito, expressam-se duas ideias: somos criaturas mortais, frágeis, que «viemos do pó e ao pó voltaremos» (ler Génesis 3, 19); e somos chamados a converter-nos ao Evangelho de Jesus, mudando o que na nossa maneira de pensar e de agir não está de acordo com Ele.
O uso das cinzas no contexto de ritos religiosos é referido na Bíblia em vários livros que compõem o Antigo Testamento. Por exemplo, o autor do Livro de Ester narra que Mardoqueu – primo de Ester, judeu piedoso – se veste com um saco e cobre-se com cinzas quando soube do decreto do rei Asuer I da Pérsia (ano 485 a 464 a. C.) que condenou à morte todos os judeus de seu império (lê Ester 4,1). Aqui as cinzas simbolizam dor, morte e penitência. Mardoqueu entende que Deus permite o decreto do rei porque o povo pecou e confia que Ele mudará de atitude se o povo se emendar.
No Livro de Job – cujo enredo foi escrito entre os anos 7 e 5 a. C., diz-se que este mostrou o seu arrependimento cobrindo-se com cinzas (Job 42, 6). Também o profeta Daniel, por volta do ano 550 antes de Cristo, ao profetizar a conquista de Jerusalém pela Babilónia, escreveu: «Voltei-me para Deus a fim de lhe dirigir uma oração de súplica, jejuando e impondo-me o cilício e a cinza» (Daniel 9, 1-27). A intenção do profeta é conquistar o perdão divino para todo o povo. E, no século v antes de Cristo, logo depois da pregação do profeta Jonas, o povo de Nínive jejuou e vestiu-se com sacos, inclusive o rei, que além disso, deixou o trono e foi sentar-se sobre cinzas (Jonas 3, 1-10). Todos estes exemplos sublinham o uso das cinzas como símbolo – algo que todos compreendem – de arrependimento.

O ENSINAMENTO DE JESUS
Jesus Cristo fez referência ao uso das cinzas. Uma vez, quando falava às multidões, referiu-se aos povos que recusavam arrepender-se dos seus pecados, apesar de terem escutado a Boa-Nova, avisando: «Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós tivessem sido feitos em Tiro e em Sidón, há muito elas se teriam arrependido, vestindo-se com sacos e impondo-se as cinzas» (Mt 11,21).
A Igreja Católica, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das cinzas com o mesmo simbolismo de arrependimento. O pensador Tertuliano (ano 160 a 220) prescreveu que um penitente deveria «viver sem alegria, vestido com um tecido de saco rude e coberto de cinzas». Eusébio, historiador dos primeiros anos da Igreja, (ano 260 a 340), relata na sua obra «A História da Igreja», como um renegado, chamado Natalis, se apresentou vestido de saco e coberto de cinzas diante do Papa Zeferino para lhe suplicar perdão.
Até ao século XI, todos aqueles que queriam receber o sacramento da reconciliação deviam tornar-se penitentes públicos. Depois da confissão em privado dos pecados, perante o bispo ou um sacerdote, deviam cumprir a penitência que lhes era imposta. Esta consistia em jejuar, vestir-se com roupas de luto e não ter qualquer cuidado com a beleza do corpo. Os pecadores, homens ou mulheres, começavam oficialmente o tempo de penitência pública com a imposição das cinzas no decorrer de uma celebração. Este tempo acabava na Quinta-Feira Santa, e o bispo reintegrava-os na comunidade cristã mediante um rito de reconciliação.
Depois do século xi, começou-se a impor as cinzas a todos os fiéis e a penitência pública foi sendo substituída pela confissão particular.
O saco e as cinzas eram símbolos que representavam os sentimentos de aflição e de arrependimento, bem como a intenção de fazer penitência pelos pecados cometidos contra Deus. Com o passar do tempo, restou apenas o uso das cinzas, adoptou-se a confissão individual e instituíram-se três práticas como prova de adesão às virtudes cristãs: a oração mais intensa, o jejum alegre e a esmola generosa. Actualmente, usam-se na imposição as cinzas dos ramos de palmeiras distribuídos no Domingo de Ramos do ano anterior. O sacerdote abençoa as cinzas. Depois, traça com elas uma cruz na fronte de cada fiel. E pronuncia uma das fórmulas: «Lembra-te que és pó e em pó te hás-de voltar» ou «Arrepende-te e crê no Evangelho».
Com este rito penitencial, os fiéis confessam exteriormente a sua culpa diante de Deus e assumem o propósito de conversão interior. Os olhos fixam-se em Jesus Cristo, que sofreu, morreu e ressuscitou pela nossa salvação.
Fonte: aqui

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publicado às 11:47

Santarém: Adultos foram à catedral pedir publicamente para serem membros da Igreja Católica

por Zulmiro Sarmento, em 27.02.12

«O maligno conduz à adoração do dinheiro, à ganância, ambição e avareza», bem como à «degradação da sexualidade», afirmou bispo diocesano

Santarém, 27 fev 2012 (Ecclesia) – A catedral de Santarém recebeu este domingo um conjunto de adultos da diocese que manifestaram publicamente a vontade de receberem os primeiros três sacramentos cristãos e serem admitidos na Igreja Católica.

Os catecúmenos, termo que designa os candidatos aos sacramentos da iniciação cristã, Batismo, Confirmação (Crisma) e Eucaristia, passaram por “um tempo longo de preparação” em que receberam as primeiras noções de espiritualidade e doutrina cristãs, refere o site diocesano.

O bispo de Santarém afirmou na missa que “o maligno conduz à adoração do dinheiro, à ganância, ambição e avareza”, à “degradação da sexualidade”, ao “sucesso na vida a qualquer custo”, a uma “vida de fachada, conduzida pela vaidade, pela aparência e ânsia de poder e de domínio”, bem como à “maledicência”, “mentira” e “traição”.

D. Manuel Pelino sublinhou na homilia do primeiro domingo da Quaresma a necessidade de “encontrar espaços para uma escuta mais atenta e frequente da Palavra de Deus, no silêncio e na oração” e frisou que “é preciso aprender a escutar” e a “dar mais atenção aos outros”.

O objetivo da “penitência”, que marca o tempo quaresmal, “é a liberdade interior”, assinalou o bispo da diocese sediada 80 km a norte de Lisboa, acrescentando que “livre dos ídolos a vida tem mais alegria, mais luz e encanto, uma paz interior mais profunda”.

No fim da celebração D. Manuel Pelino iniciou uma corrente de oração pelas vocações, que segundo o blogue do Secretariado Diocesano da Catequese decorre até 7 de junho, festa do Corpo de Deus, passando por todas as paróquias.

A Quaresma é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

RJM

ECCLESIA

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publicado às 14:54

SEM COMENTÁRIOS

por Zulmiro Sarmento, em 22.02.12

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publicado às 14:44

CINZAS

por Zulmiro Sarmento, em 22.02.12

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publicado às 00:22


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