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EU FICO SEM FALA COM A DESFAÇATEZ DOS ULTRA TRADICIONALISTAS DA IGREJA COM ESPÍRITO DE SEITA

por Zulmiro Sarmento, em 07.04.15

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Pobre Igreja, pobre cardeal.

Por Fratres in Unum.com: Dom João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Religiosos, faz cada católico brasileiro participar de sua púrpura. O vermelho de seu cardinalato, que representa a prontidão em dar o próprio sangue por amor a Cristo, para nós chega como rubor pela pobreza, intelectual e de espírito, do cardeal. Em Dom João Braz de Aviz temos uma Igreja pobre, paupérrima! Entrevista de Dom João Braz de Avis à Veja. Entrevista de Dom João Braz de Avis à Veja. Em entrevista à revista Veja desta semana (edição 2420), o ex-arcebispo de Brasília revela escancaradamente o que há muito já sabíamos, mas que, por caridade, esforçávamo-nos em não crer. Em suma: um ódio visceral ao que a Igreja construiu ao longo dos séculos e a defesa ardorosa de tudo o que há de revolucionário, reservando seu pobre veneno apenas a Bento XVI e aos “tradicionalistas na Igreja”. No testemunho de Dom João, estas seriam palavras de Francisco: “Peço a Deus a graça de viver o suficiente para que as reformas na Igreja sejam irreversíveis”. Reformas não só cosméticas, mas de fundo: “Existe, no entanto, uma reforma muito mais profunda já em curso. Trata-se de uma mudança de base — simples e complexa ao mesmo tempo. A de fazer com que a Igreja seja mais fraterna, que se abra para valores autênticos — amor, justiça e paz. Nós, católicos, fomos sempre muito fechados. Convivemos por séculos com a ideia de que é preciso converter as pessoas para trazê-las para perto. Não podemos agir como se fôssemos donos da moral”. É exatamente a tese Kasperiana, “teologia de joelhos” elogiada publicamente pelo Papa Francisco, que dissocia doutrina e pastoral. Assim, para o cardeal: “Há duas maneiras de ler o Evangelho. Uma, de forma puramente doutrinal, racional. A outra é ver a mensagem de Jesus nas palavras do Evangelho. A mensagem de amor e de acolhimento de Jesus […] O Papa se justifica para essas pessoas. Pessoas que veem o Evangelho de forma restrita, puramente doutrinal. São os tradicionalitas da Igreja. Aos eclesiásticos e aos fiéis não tradicionalistas, ele certamente não precisa se explicar”. Duas leituras: uma, que leva a sério o que disse Nosso Senhor. Outra, que ignora suas palavras para procurar, como filha legítima do protestantismo, ler nas entrelinhas e encontrar um “espírito” adaptável, de modo absolutamente subjetivista, às idéias do momento, às modas, à pobreza humana. Pois, de acordo com o purpurado, “o Papa não pode jamais mudar o ensinamento de Jesus. Mas pode mudar a interpretação”. Para Dom João, “nós, católicos, fomos sempre muito fechados”. De fato, Sua Eminência nunca pôde abrir-se a Bento XVI, que, tristemente, fê-lo cardeal: “Digamos que eu passei por uma crise pessoal muito grande. Em 2012, o então secretário da congregação que eu coordeno, o arcebispo Joseph Robin, foi destituído por Bento XVI sob acusação de ter tomado o partido das freiras americanas responsabilizadas por desvios de disciplina e doutrina. A acusação era injusta. Posso dizer isso porque ele era meu braço-direito. Eu sempre achei que fazer a vontade de Deus por meio do caminho da Igreja é essencial. Mas, no momento em que passo a pensar que a vontade de Deus pode ser mentirosa, como eu fico? Simplesmente, calei-me diante daquela injustiça”. É que Dom João esperava um Papa à sua medida, moldado à sua ideologia. Até a agenda é motivo para contrapor os pontífices, exaltando a um e execrando publicamente a outro: “Vejo o Papa Francisco pelo menos a cada duas semanas […] Quanto a Bento XVI, na última vez que pedi para falar com ele, o encontro foi marcado para dali a quatro meses. Ele é extremamente tímido, e essa timidez causou uma dificuldade de comunicação muito grande”. Pobre época, pobre Igreja, pobre cardeal!

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publicado às 12:56

Diz-se cada coisa sobre Francisco por parte dos ultraconservadores saudosistas e restauracionistas ...

por Zulmiro Sarmento, em 28.01.15

Papa em estado de graça.

O crédito de Francisco continua crescendo fora do Vaticano enquanto aumenta a perplexidade interna com sua forma personalista de exercer o poder.

Por Pablo Ordaz – El País: A chave está no poder. Os moralistas do século XVII afirmam que o poder é um hábito que se perde apenas com a morte. Joseph Ratzinger, no entanto, sentiu que a sua incapacidade de exercê-lo o estava asfixiando e, em um gesto desesperado – o único grito de um homem que jamais havia levantado a voz -, decidiu encerrá-lo. Jorge Mario Bergoglio não tem esse problema. É encantado pelo poder. Ama exercê-lo. E, se não fosse o suficiente, de Buenos Aires teve uma boa perspectiva para contemplar o que acontece com o Vaticano quando dois papas consecutivos – João Paulo II, durante sua longa doença, e Bento XVI, pela sua incapacidade para dar ordens – deixaram o destino da Igreja nas mãos de uma Cúria omissa, rachada e à mercê dos instintos mundanos. De forma que, à parte de isso estar mais ou menos de acordo com seus planos, já não há dúvidas no Vaticano que o hóspede de 78 anos, que cada madrugada acorda às quatro e meia, acende a luz do quarto 201 da residência de Santa Marta, reza durante duas horas, diz a missa às sete e toma café da manhã logo depois com grande apetite, está disposto a usar todo o seu poder para mudar a Igreja.

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publicado às 11:28

FRANCISCO, UM PAPA QUE SURPREENDE

por Zulmiro Sarmento, em 28.01.15

 

FRANCISCO, UM PAPA QUE SURPREENDE – 25 de Janeiro de 2015

1. Quem acompanha a vida do Papa Francisco quer em Roma, quer nas suas viagens pastorais, nos grandes discursos na ala Paulo VI ou nas conversas simples na Capela de Santa Marta, dá-se conta de que Francisco é sempre um pastor com extraordinária proximidade e a surpreender todos com os mais pequenos gestos. Os últimos dias trouxeram-nos episódios da sua vida verdadeiramente cativantes.

• Em Manila, deixou-se rodear por milhares de crianças que se sentaram ao seu colo. Uma alegria esfusiante. Só o “protocolo” estava preocupado.

• Em Leiria, uma senhora argentina, doente há sete anos, com um cancro gravíssimo, escreveu ao Papa. Francisco pegou no telefone e ligou-lhe, falando pessoalmente com ela, dando-lhe a certeza da sua oração e do seu carinho.

• De Lisboa, uma senhora escreve ao Papa contando-lhe uma história interessantíssima: com 12 anos, no colégio de freiras, tinham-lhe pedido para dizer quem era Jesus; ela respondera que era o Filho de Deus, mas também um revolucionário: ficou de castigo; agora, que tem 60 anos, viu em Buenos Aires uma homilia do Cardeal Bergoglio que chamava a Cristo um revolucionário; ficou contente pelo facto de o Papa também pensar como ela. Francisco respondeu-lhe na volta do correio e pelo próprio punho, convidando-a a ir visitá-lo para conversarem.

• No avião, ao regressar das viagens à Ásia, questionado sobre o planeamento familiar, não hesitou em dizer que os cristãos devem viver uma paternidade responsável, comentando mesmo que “os católicos não podem ser como os coelhos”. Com isto abria uma porta à reflexão sobre a família que o Sínodo dos Bispos vai aprofundar.

Muitas outras histórias se poderiam contar porque o Papa surpreende com a sua linguagem, com a sua preocupação pelos problemas humanos, pelo sofrimento dos pobres, pelo desejo da renovação profunda da Igreja. Na Evangelii Gaudium, ele diz mesmo que a renovação da Igreja é inadiável.

2. O Papa Francisco acompanhou uma iniciativa do Cardeal de Barcelona sobre a Pastoral das Grandes Cidades. De facto, a Igreja pode estar presente em ambientes rurais, mas quando chega à cidade o seu processo de evangelizar tem características próprias que urge promover para a eficácia do anúncio do Evangelho. O Senhor D. Manuel Clemente participou neste Congresso Internacional da Pastoral Urbana que se realizou em Barcelona e em Roma. As conclusões do Congresso prefiguram o tipo de evangelização que o Papa Francisco propõe:

• O olhar contemplativo sobre o Mundo com dupla incidência: o olhar de Jesus sobre a cidade e, por outro lado, ver o próprio Jesus nos outros, quem quer que sejam.

• O modelo missionário de Jesus bem expresso na forma de uma Igreja em saída que não se limita a manter o que já existe, mas que quer ir às periferias anunciar o Evangelho da misericórdia.

• Uma pastoral de portas abertas que se realiza pelo contacto pessoal, a capilaridade e o testemunho; trata-se de pastoral personalizada na conversa pessoa a pessoa, na pregação informal.

• Uma grande cidade com famílias cristãs que sejam “Igreja doméstica” e paróquias, comunidades de comunidades, centros de atenção pastoral, permanente e criativa.

• Uma cultura cristãmente inspirada que dialogue com as outras culturas com formas de aproximação e de partilha também nas redes de comunicação social.

Não se trata apenas de ser “Igreja na cidade” mas “Igreja da cidade” compreendendo e assumindo a unidade urbana e a particularidade dos lugares centrais ou periféricos. É interessante referir que há muitos movimentos cristãos em Lisboa que querem escutar a cidade para responder-lhe com os valores cristãos, os valores do Evangelho.

3. Para esta presença da Igreja na cidade são necessárias várias exigências que darão maior qualidade a toda a acção pastoral que se deseja realizar. Sem estas preocupações pastorais dificilmente se é eficaz. Foi por isso que o Congresso Internacional sobre a Pastoral nas Grandes Cidades referiu alguns elementos fundamentais à presença da Igreja nos grandes centros urbanos.

• A formação e responsabilização do laicado é essencial, sabendo que a missão dos leigos na Igreja consiste em tratar da ordem temporal e orientá-la segundo Deus para que progrida e assim glorifique o Criador e Redentor (LG 31).

• A exigência de ser pobre e humilde é fundamental para que se concretize o sonho missionário que empolga pastores na cidade actual pela credibilidade que adquirem.

• Uma liturgia de alegria e comunhão permite compreender a todos os que mesmo excepcionalmente passam pelo templo, que a vida cristã tem o sentido da festa antecipando a alegria da Jerusalém celeste.

• A proximidade de todos e a disponibilidade para todos serão reveladoras de comunidades de portas abertas a quem passa e procura.

Comentando tudo isto, o Papa Francisco afirmou que é urgente mudar a nossa mentalidade pastoral para que se consiga uma acção audaz e anunciadora da Boa Nova; uma atitude contemplativa permitirá ver tudo com o olhar de Jesus; ficar-se-á sensível ao clamor dos pobres, dos excluídos e dos descartados; vivendo todos os cristãos em missão pelo seu testemunho cheio de misericórdia e de ternura.

4. A Comunidade Paroquial do Campo Grande está plantada no coração da cidade, com universidades, grandes hospitais, vários colégios, bairros residenciais, incluindo também algumas periferias sociais. A mensagem do Papa Francisco e os desafios do Congresso Internacional da Pastoral Urbana exige-nos criatividade para vivermos em “Igreja em saída” que acolhe, escuta, compreende e tenta responder a todos aqueles que nos procuram considerando a nossa comunidade como uma âncora de esperança.

Pe. Vítor Feytor Pinto

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publicado às 10:30


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