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A IGREJA EXISTE PARA QUÊ?

por Zulmiro Sarmento, em 22.07.15
 
 

É natural que cada um tenha uma ideia do que é a Igreja.

É admissível que cada possua um catálogo de desejos que gostaria de ver realizados pela Igreja.

Tudo isto é respeitável. Mas será que tudo isto é possível?

O cardeal Carlo Maria Martini, sempre acutilante na sua magna sapiência, notou que «a Igreja não satisfaz expectativas, celebra mistérios».

Os mistérios não devem variar conforme as nossas expectativas, as nossas expectativas é que se devem conformar ao mistério.

É por isso que Chesterton sonhava com uma Igreja que não mudasse com o mundo, mas que contribuísse para mudar o mundo.

A Igreja não existe para que façamos a nossa vontade.

A Igreja existe para que a nossa vontade coincida com a vontade de Deus!

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publicado às 02:06

CRISTÃO SEM CONVERSÃO?

por Zulmiro Sarmento, em 07.07.15
 

 

  1. A Igreja é uma casa sem portas.

Porque, se as tivesse, teriam de estar sempre abertas.

 

  1. Todos são bem-vindos à Igreja.

Ela inclui até os que o mundo exclui.

 

  1. À frente da Igreja, Jesus não colocou o mais sábio, o mais capaz ou o mais fiel dos Seus discípulos.

Optou por alguém que tinha dado sinais de ser incoerente, inconstante e até medroso.

 

  1. A força da Igreja também assenta sobre a fraqueza de Pedro.

Segundo Chesterton, «todos os impérios se desfizeram devido à intrínseca fraqueza de terem sido fundados por homens fortes sobre homens fortes. Só esta coisa única, que é a Igreja de Cristo, foi fundada sobre um homem fraco, e por isso é indestrutível».

 

  1. De facto, é próprio do fraco socorrer-se do forte, deixando que o forte o fortaleça.

A força de Pedro consistiu em não se resignar à sua fraqueza. A força de Pedro era a força de Cristo nele.

 

  1. Os frágeis deste mundo foram encontrando na Igreja o seu lar.

É por isso que, como notou Henri de Lubac, «a Igreja não é uma academia de sábios, nem um cenáculo de intelectuais sublimes, nem uma assembleia de super-homens. É precisamente o oposto. Os coxos, os aleijados e os miseráveis de toda a espécie têm cabimento na Igreja, e a legião dos medíocres são os que lhe dão o seu tom».

 

  1. É bom não esquecer que o primeiro cristão a entrar no paraíso foi um ladrão (cf. Lc 23, 43).

Como lembra Timothy Radcliffe, o Salvador não deixou ninguém de lado, muito menos «aqueles cujas vidas são um caos».

 

  1. Não espanta, por conseguinte, que Jan Patocka descreva a Igreja como uma espécie de «comunidade de abalados».

É nela que os marginalizados nunca serão postos à margem. É nela que os feridos jamais continuarão a ser magoados.

 

  1. Em grego, o verbo que significa curar («sozo») também significa salvar. E, no latim, a palavra que se traduz por saúde («salus») também se traduz por salvação.

Alguém nega que a salvação é a grande — e definitiva — cura?

 

  1. Preocupante é quando um paciente não reconhece a sua fragilidade. Pior é quando não quer vencer a sua enfermidade.

Afinal, quando perceberemos que um cristão sem conversão é como um doente sem cura?

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publicado às 17:40

FUGA OU ALTERNATIVA?

por Zulmiro Sarmento, em 30.06.15
 

 

  1. O Cristianismo nasceu peregrino e foi crescendo inconformado.

Os primeiros cristãos viam-se não como residentes em qualquer lugar, mas como cidadãos de toda a terra.

 

  1. Não se sentindo distantes dos mais próximos, cedo aprenderam a sentir-se próximos dos mais distantes.

Não foram as dificuldades que travaram o seu sonho de levar Cristo ao mundo e de trazer o mundo a Cristo.

 

  1. Não procuravam apresentar Cristo segundo os critérios do mundo. Procuravam, antes, construir um mundo segundo os critérios de Cristo.

Tentaram, em suma, evangelizar o mundo sem «mundanizar» o Evangelho.

 

  1. Esta ânsia de anunciar o Evangelho ao mundo não impediu, porém, que encontrassem focos de incompreensão no mundo.

Um escrito do século II — «A Carta a Diogneto» — assinala que os cristãos «amam a todos e são perseguidos por todos»; «fazem o bem e são punidos como maus». Enfim, «o mundo odeia os cristãos, que não lhe fazem nenhum mal». É por isso que nem «os que os odeiam sabem dizer a causa do ódio».

 

  1. Nenhum obstáculo, porém, os desviou do seu propósito ou amoleceu o seu discurso.

Propunham-se mudar o mundo em nome do Evangelho e não mudar o Evangelho por causa do mundo.

 

  1. Quando as perseguições terminaram, o inconformismo manteve-se.

O desafio já não era dar a vida num momento, mas dar a vida a cada instante. No fundo, dar a vida é dar-se na vida. E não só no fim da vida.

 

  1. O Cristianismo amava o mundo, não se revia no mundo. Pelo que não lhe bastava a integração no mundo nem a aceitação domundo.

Foi por isso que não desistiu de corporizar uma verdadeira alternativa ao mundo.

 

  1. Aparentemente, os cristãos estavam a afastar-se do mundo.

Não se tratava, contudo, de uma fuga, mas de uma nova presença.

 

  1. A opção pelo deserto e a proliferação de mosteiros mostram que houve quem percebesse que o Cristianismo transporta consigo o gérmen da insatisfação.

Só que essa insatisfação não está ausente do mundo. Afinal, o deserto e os mosteiros não estão fora do mundo.

 

  1. Eles são a prova de que é possível centrar a vida em Deus e não apenas por alguns dias. Deus é o centro da vida em cada dia.

Daí o encanto. Daí a surpresa. Daí a contínua (pro)vocação!

 

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publicado às 15:07

Sirva a quem servir...

por Zulmiro Sarmento, em 12.05.15

Um prefeito nem sempre é perfeito, Frei Bento Domingues, O. P

1. A vontade de fixar certas interpretações, declarações, doutrinas e instituições religiosas como sendo absolutas, irreformáveis e definitivas - marcadas por tradições, contextos históricos e culturais muito circunscritos – roça a idolatria. Substitui o Absoluto transcendente pelo que há de mais relativo e banal, numa linguagem inacessível. Os textos do Novo Testamento (NT) mostram um constante empenhamento de Jesus em dessacralizar tempos, lugares e instituições divinizadas, pois tornavam o acesso a Deus privilégio de alguns e a condenação de quase todos. O próprio Jesus, ao andar em más companhias, ao comer com os classificados como pecadores, não só se desautorizava como homem de Deus, como se expunha a ser considerado um agente do diabo:[1] Ele não expulsa demónios, a não ser por Beelezebu, príncipe dos demónios. Jesus não era da tribo sacerdotal, não andou em nenhuma escola rabínica, não era um teólogo profissional e, no entanto, pôs tudo em causa. [2] Segundo os textos disponíveis, Jesus foi educado na religião da sua família, mas levou muito tempo encontrar o seu próprio caminho e, quando o encontrou, os antigos companheiros não o entenderam, a família julgava que ele estava doido [3] e os Doze que escolheu nunca conseguiram compreender o seu desígnio. [4] Como não deixou nada escrito, e muito menos um catecismo bem arrumado, surgiram várias teologias cristãs. Os escritos do NT são irredutíveis a uma só teologia ou a uma só cristologia. Ler esses textos de estilos, épocas, lugares e propósitos tão diferentes, pelo olhar formatado de um Catecismo, é uma cegueira provocada pelo instinto de segurança e necessidade de controlar. São textos simbólicos, alusivos ao mistério inabarcável de Deus, que só com recurso à teologia negativa, apofática, é possível não cair na idolatria teológica. De Deus, tanto mais sabemos quanto mais nos dermos conta que ele excede todo o conhecimento. Nunca será prisioneiro dos nossos conceitos. 2. A falta de profissionalismo teológico está a agitar o Vaticano. Numa entrevista concedida ao jornal francês La Croix, o próprio Cardeal Müller – Prefeito da Congregação para Doutrina da Fé (CDF), ex-Santo Ofício, Presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e Presidente da Comissão Teológica Internacional - declarou algo de muito inédito: “A chegada à Cátedra de Pedro de um teólogo como Bento XVI foi, provavelmente, uma excepção. João XXIII não era um teólogo de ofício. O Papa Francisco também é mais pastor e a Congregação para a Doutrina da Fé, tem uma missão de estruturação teológica do Pontificado”. Assim, pois, segundo a declaração deste cardeal, a CDF deve “estruturar teologicamente” o Pontificado do Papa Francisco. É provável que este seja um dos motivos pelos quais o Prefeito intervém tão frequentemente em público, algo sem precedentes na história. Até agora, ninguém havia teorizado, a partir do próprio centro da Cúria Romana, uma exigência de normalização do pontificado, como se depreende das palavras citadas por Müller. Acredito que aqui se deva constatar, com preocupação, que esse parece ser, até agora, o mal-entendido mais substancial dos pontificados de João XXIII e de Francisco, curiosamente unificados pela característica de terem “pouca estrutura teológica”. 3. Estamos numa situação delicada. Como vimos, Jesus não tinha nada de teólogo profissional, a sua profissão era outra. S. Francisco, ainda menos. João XXIII, convocando o Concílio e neutralizando a vigilância do cardeal Octaviano, do Santo Ofício, deixou o debate teológico à solta, decisão que nunca mais lhe será perdoada pelos vigilantes da ortodoxia. O pós-Concílio foi de uma grande efervescência e criatividade teológicas, tanto na Europa como na América latina, na África e na Ásia. Com o cardeal Ratzinger procurou-se a normalização pela condenação de tudo que não reproduzisse a teologia deste Prefeito da CDF. Chegou o Papa Francisco e soltou, de novo, a palavra na Igreja e manifestou, numa carta à Faculdade de Teologia de Buenos Aires, a vontade de que os teólogos profissionais cheirassem a povo, não ficassem isolados numa redoma. Há atrevimentos que se pagam caro. A ambição do poder de dominar – também há poder de servir – é presunçosa e ridícula. Quem se julga o centro da Igreja, perde-se do Espírito de Cristo e pensa que só ele tem a chave da salvação. Público, 10.05.2015

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publicado às 14:50

Se não fossem as Cruzadas não estávamos por estes lados e em lado nenhum. Dizimados simplesmente. Chegámos primeiro. Vieram eles a seguir. E mandá-mo-los embora. Querem vir outra vez como desforra. E ainda há pseudointelectuais a falar mal...

por Zulmiro Sarmento, em 21.04.15

OS FANÁTICOS DO ISLÃO VÃO TOMANDO CONTA DE TUDO… Esta é, de longe, a melhor explicação para a situação terrorista muçulmana que eu já li. Suas referências ao passado histórico são precisas e claras. Não é longa, fácil de entender, e vale a pena ler. O autor deste e-mail é o Dr. Emanuel Tanya, um psiquiatra conhecido e muito respeitado. Um homem, cuja família era da aristocracia alemã antes da II Guerra Mundial, era dono de um grande número de indústrias e propriedades. Quando questionado sobre quantos alemães eram nazistas verdadeiros, a resposta que ele deu pode orientar a nossa atitude em relação ao fanatismo: ---"Muito poucas pessoas eram nazistas verdadeiros ", disse ele, "mas muitos apreciavam o retorno do orgulho alemão, e muitos mais estavam ocupados demais para se importar. Eu era um daqueles que só pensava que os nazistas eram um bando de tolos. Assim, a maioria apenas sentou-se e deixou tudo acontecer. Então, antes que soubéssemos, pertencíamos a eles, nós tínhamos perdido o controle, e o fim do mundo havia chegado. Minha família perdeu tudo. Eu terminei em um campo de concentração e os aliados destruíram minhas fábricas". Somos repetidamente informados por "especialistas" e "cabeças falantes" que o Islão é a religião de paz e que a grande maioria dos muçulmanos só quer viver em paz. Embora esta afirmação não qualificada possa ser verdadeira, ela é totalmente irrelevante. É sem sentido, tem a intenção de nos fazer sentir melhor, e destina-se a diminuir de alguma forma, o espectro de fanáticos furiosos em todo o mundo em nome do Islão. O fato é que os fanáticos governam o Islão neste momento da história. São os fanáticos que marcham. São os fanáticos que travam qualquer uma das 50 guerras de tiro em todo o mundo. São os fanáticos que sistematicamente abatem grupos cristãos ou tribais por toda a África e estão tomando gradualmente todo o continente em uma onda islâmica. São os fanáticos que bombardeiam, degolam, assassinam, ou matam em nome da honra. São os fanáticos que assumem mesquita após mesquita. São os fanáticos que zelosamente espalham o apedrejamento e enforcamento de vítimas de estupro e homossexuais. São os fanáticos que ensinam seus filhos a matarem e a se tornarem homens-bomba. O fato duro e quantificável é que a maioria pacífica, a "maioria silenciosa", é e está intimidada e alheia. A Rússia comunista foi composta por russos que só queriam viver em paz, mas os comunistas russos foram responsáveis pelo assassinato de cerca de 20 milhões de pessoas. A maioria pacífica era irrelevante. A enorme população da China também foi pacífica, mas comunistas chineses conseguiram matar estonteantes 70 milhões de pessoas. As lições da História são muitas vezes incrivelmente simples e contundentes, ainda que para todos os nossos poderes da razão, muitas vezes falte o mais básico e simples dos pontos: os muçulmanos pacíficos se tornaram irrelevantes pelo seu silêncio. Muçulmanos amantes da paz se tornarão nossos inimigos se não falarem, porque como o meu amigo da Alemanha, vão despertar um dia e descobrir que são propriedade dos fanáticos, e que o final de seu mundo terá começado. Amantes da paz alemães, japoneses, chineses, russos, ruandeses, sérvios, afegãos, iraquianos, palestinos, somalis, nigerianos, argelinos, e muitos outros morreram porque a maioria pacífica não falou até que fosse tarde demais. Agora, orações islâmicas foram introduzidas em Toronto e outras escolas públicas em Ontário, e, sim, em Ottawa também,enquanto a oração do Senhor foi removida (devido a ser tão ofensiva?). A maneira islâmica pode ser pacífica no momento em nosso país, até os fanáticos se mudarem para cá. Na Austrália, e de fato, em muitos países ao redor do mundo, muitos dos alimentos mais comumente consumidos têm o emblema “halal” sobre eles. Basta olhar para a parte de trás de algumas das barras de chocolate mais populares, e em outros alimentos em seu supermercado local. No Reino Unido, as comunidades muçulmanas recusam-se a integrar-se e agora há dezenas de zonas "no-go" dentro de grandes cidades de todo o país em que a força policial não ousa intrometer-se. A Lei Sharia prevalece lá, porque a comunidade muçulmana naquelas áreas se recusa a reconhecer a lei britânica. Quanto a nós que assistimos a isto tudo, devemos prestar atenção para o único grupo que conta - os fanáticos que ameaçam o nosso modo de vida. E NÓS, ESTAMOS EM SILÊNCIO. Joaquim Correia Duarte, Historiador, in facebook

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publicado às 12:39

15 DOENÇAS (CRÓNICAS, DE DIFÍCIL CURA). MAS FALTA A 16: TODAS AS 15 SÃO PARA O PADRE DA PARÓQUIA VIZINHA PORQUE NÃO SOFRO DELAS...

por Zulmiro Sarmento, em 07.01.15

No encontro de Natal com a Cúria Romana, o Papa Francisco elencou as 15 doenças que enfraquecem a Igreja e os homens que a formam. Um texto riquíssimo que se assume como verdadeiro exame de consciência.

1. Sentir-se imortal ou indispensável
“Uma cúria que não se autocritica nem se actualiza, que não procura melhorar é um corpo doente. O Papa recorda que uma visita aos cemitérios poderia ajudar-nos a ver o nome de tantas pessoas que “talvez pensassem ser imortais, imunes às responsabilidades”. É uma doença daqueles que “se sentem superiores a todos e não ao serviço de todos. Deriva muitas vezes a patologia do poder, do “complexo dos Eleitos”, do narcisismo.

2. Excesso de activismo
A doença daqueles que, como Marta na passagem do Evangelho “se afundam no trabalho, negligenciando, a ‘parte melhor’; o sentar-se aos pés de Jesus. O Papa recorda que Jesus “chamou os seus discípulos a ‘descansar um pouco’ porque negligenciar o descanso conduz ao stress e à agitação.”

3. Petrificação mental e espiritual
Daqueles que “perdem a serenidade interior, a vivacidade e a audácia e se escondem debaixo da correspondência transformando-se em ‘máquinas rotineiras’ e não em homens de Deus”, incapazes de “chorar com os que choram e rir com os que riem!”

4. Excessiva planificação
“Quando o apóstolo planifica tudo minunciosamente e acredita que assim as “coisas efectivamente progridem, transformando-se num contabilista. Preparar bem é necessário mas sem cair na tentação de querer controlar a liberdade do Espírito Santo… É sempre mais fácil e cómodo reclinar-se nas suas posições estáticas e imutáveis."

5. Falta de coordenação
É daqueles que “perdem o sentido da comunhão e o corpo perde a sua harmoniosa funcionalidade”, tornando-se “uma orquestra que produz ruído porque os seus membros não cooperam e não vivem o espírito de comunhão e equipa."

6. Alzheimer espiritual
Isto é, a “perda progressiva das faculdades espirituais” que “causa graves limitações às pessoas”, fazendo-as viver num “estado de absoluta dependência dos seus pontos de vista muitas vezes imaginários”. Esta doença identifica-se em quem “perdeu a memória” do seu encontro com o Senhor, em quem depende das suas “próprias paixões, caprichos e manias”, em quem “constrói à sua volta muros e hábitos.”

7. Rivalidade e vanglória
“Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias se tornam o objectivo prioritário da vida… É a doença que nos leva a ser homens e mulheres falsos e a viver um falso ‘misticismo’ e um falso ‘quietismo’. ”

8. Esquizofrenia espiritual
É a doença daqueles que vivem “uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica da mediocridade e do progressivo vazio espiritual que os títulos académicos não conseguem preencher”. Atinge com frequência aqueles que “abandonam o serviço pastoral, limitando-se às papeladas burocráticas, perdendo deste modo o contacto com a realidade, com as pessoas concretas. Criam desta forma um mundo paralelo, onde metem de lado tudo aquilo que ensinam aos outros” e conduzem a uma vida “escondida” e ”frouxa.”

9. Murmuração e intriga
[a doença] Aproveita-se da pessoa e transforma-a numa “semeadora de discórdia” (como Satanás) e, em tantos casos “mata a sangue frio” a fama dos colegas e irmãos. É a doença das pessoas covardes que, não tendo a coragem de falar directamente, falam nas costas. Estejamos atentos ao terrorismo dos boatos!.”

10. Divinização dos chefes
A doença dos que “cortejam os superiores”, vitimas do “carreirismo” e do “oportunismo” e que “vivem ao serviço pensando unicamente naquilo que devem obter e não no que devem dar. São “pessoas mesquinhas”, inspiradas apenas no seu “egoísmo fatal”. Também pode contagiar os superiores hierárquicos “quando cortejam alguns dos seus colaboradores para obter a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas cujo resultado final é uma verdadeira cumplicidade.”

11. Indiferença
“Quando se pensa apenas em si mesmo perde-se a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais experiente não coloca o seu saber ao serviço dos colegas. Quando por ciúme ou má fé se experimenta gozo por ver cair o outro, em vez de o animar e encorajar. 

12. Cara de enterro
É a enfermidade das pessoas “anti-sociais e desagradáveis, que entendem que, para serem respeitadas é necessário pintar a cara de tristeza, gravidade e tratar os outros – sobretudo os que são considerados inferiores – com rigidez, dureza e arrogância.”
“A severidade encenada e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e insegurança em si mesmo. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa cortês, serena, entusiasta e portadora de alegria.” O papa Francisco convida a que sejamos cheios de humor e com capacidade de nos rirmos de nós mesmos: “O bem que nos faz uma boa dose de humor!”.

13. Acumulação

Verifica-se "Quando o apóstolo procura colmatar o vazio existencial no seu coração acumulando bens materiais, não por necessidade mas apenas para se sentir seguro.

14. Grupinhos
Quando “a pertença ao grupinho se torna mais forte do que a pertença ao Corpo e, em algumas situações, a Cristo. Também esta doença tem na sua génese boas intenções mas, com o passar do tempo, escraviza os membros transformando-se ‘num cancro’ “.

15. Exibicionismo
Verifica-se "Quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder, e o seu poder em bens para obter mais-valias ou ainda mais poder. É a doenças das pessoas que procuram, sem cessar, multiplicar poderes e, tendo em conta esse fim, são capazes de caluniar, de difamar e de descridibilizar os outros, mesmo nos jornais ou nas revistas. Naturalmente, o que pretendem é exibir-se e demonstrar que são mais capazes do que os outros.” Uma doença que “faz muito mal ao corpo porque conduz as pessoas a justificar o uso de qualquer meio para atingir determinado fim, muitas vezes em nome da justiça e da transperência.”

O Papa Francisco concluiu recordando que leu uma vez que os "sacerdotes são como os aviões, só fazem notícia quando caem, no entanto são muitos mais os que voam. Muitso são os que os criticam, mas são poucos os que oram por eles." Uma frase que Francisco considera "verdadeira porque mostra a importância e delicadeza do nosso serviço sacerdotal e o mal que poderia causar ao corpo da Igreja a queda de um só sacerdote."

 

 

Tradução e adaptação por Claudine Pinheiro a partir do texto publicado no Vatican Insider

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publicado às 12:56

E assim se vai queimando...

por Zulmiro Sarmento, em 16.11.14

Incitamento à violência contra os católicos

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«A única igreja que ilumina é a que arde. Contribua!», esta é a frase estampada na obra  «Cajita de fósforos». Além dessa bárbara incitação à queima de igrejas católicas, ofensas ao Papa, blasfémias e a defesa do aborto também fazem parte da mostra do grupo feminista argentino «Mulheres públicas», que participam na exposição «Um saber realmente útil», recém-inaugurada no Museu Rainha Sofia, em Madrid. Porém, há um importante pormenor, o museu é sustentado com verba pública.

Não serviram de nada os protestos de muitos católicos espanhóis. A direcção do Museu publicou no seu site uma nota cínica, dizendo que «as obras de arte que estão presentes nesta exposição reflectem unicamente as opiniões dos seus autores» e que, em nome da liberdade de expressão, o museu «não pode censurar a obra de um artista».

Assim fica legitimado que o dinheiro dos católicos tanto em Espanha e como em todo o mundo pode ser utilizado para os insultar e incitar à violência contra o seu património e as suas crenças. Eis um mundo louco. Ou antes uma maravilha onde alguns podem expressar os seus insultos em eufemismo chamado de arte e dessa forma usarem o dinheiro público contra uma porção do povo.

O cintilante «Estado laico» que deve servir os interesses do povo, usa o dinheiro dos impostos para impor a sua ideologia anti cristã e põem em causa as crenças de uma grande parte do seu povo. Assim andamos por todo o lado a alimentar tudo o que sejam elementos que provoquem guerra religiosa. Não basta o que está ser feito pelos jihadistas na Síria e no Iraque contra os cristãos?

Esperemos serenidade e que os Estados mantenham a sua laicizada, mas que não usam o dinheiro dos impostos dos cidadãos para incendiar sensibilidades sociais umas contra as outras. Devem os Estados promoverem e protegerem a liberdade de expressão, mas que em nenhum momento tal liberdade de expressão seja insultuosa, incite à destruição de património e muito menos uma mensagem que sugira violência contra quem quer que seja.

Entre nós, continua a perseguição pela calúnia e pela difamação desenfreada... Tudo normal se lermos com olhos de ler o Evangelho.

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publicado às 20:49

PENSEMOS NISTO. QUANTIDADE VERSUS QUALIDADE

por Zulmiro Sarmento, em 29.10.14

Quatro características dos católicos que escandalizam os não católicos (e com toda a razão)

 
Sim, nós, católicos, somos pecadores como todos os outros, e a “fé só de nome” assola todas as religiões. Mas podemos ser bem melhores! Nós temos a plenitude do Evangelho de Jesus Cristo e o pleno acesso à sua graça infinita. Não deveríamos manter um padrão bem mais elevado?
 
É muito importante notar que nenhum dos problemas que eu listo a seguir são inerentes ao catolicismo como tal: esses problemas vêm de indivíduos católicos que não vivem a própria fé. Além disso, nenhum desses problemas se aplica à totalidade dos católicos, pelo menos não de forma significativa. Mas se aplicam a um número de católicos suficientemente relevante para causar escândalo entre os não católicos, dando a eles fáceis motivos para não levar o catolicismo a sério.
 
Eu não tenho a pretensão de achar que não faço parte do problema. Eu faço. Mas gostaria também de fazer parte da solução.
 
Por isso, gostaria de mencionar quatro aspectos em que nós, católicos, escandalizamos os não católicos. Precisamos melhorar nesses quatro pontos para transmitirmos de verdade o Evangelho ao mundo.
 
1) Nós, católicos, não falamos o suficiente sobre Jesus
 
Jesus Cristo aparece no centro e na frente de cada cruz na maioria das igrejas católicas. É o Evangelho de Jesus Cristo o que nós temos que levar até os confins da terra. É Jesus Cristo quem, misteriosamente, se faz presente no altar em cada santa missa. Jesus é o centro absoluto da fé católica, o princípio e o fim de tudo.
Ou deveria ser.
A nossa pouca vivência real desta verdade é um problema tão sério que nem há como exagerá-lo. Mesmo entre os católicos mais fiéis, parece que há uma dedicação de tempo bem maior para falar da Igreja, do clero, do papa, da missa, dos ensinamentos morais, dos sacramentos, de Maria e dos santos, todos muito importantes, é claro, mas bem menos dedicação para mencionar Jesus.
Sim: os evangélicos, às vezes, estão certos ao dizer que todos aqueles outros aspectos podem acabar virando uma distração. E eles têm o direito de se escandalizar com isso.
É claro que a solução não é o outro extremo, de deixar de lado todos esses aspectos da nossa fé. Mas precisamos enxergar a ordem correta das coisas. Os católicos devem seguir o ensinamento da sua Igreja e colocar Jesus em primeiro lugar, pois Ele é o Deus encarnado e o único que pode nos salvar. Todo o mais é uma ajuda para nos aproximarmos de Jesus.
 
2) Nós, católicos, não conhecemos a Bíblia
 
“A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”. Esta frase não foi dita por um pregador fundamentalista, mas por um santo católico doutor da Igreja: São Jerônimo. A frase é citada na “Dei Verbum”, a constituição dogmática sobre a Revelação Divina promulgada pelo Concílio Vaticano II, em 1965.
Parece, portanto, que uma grande quantidade de católicos é ignorante de Cristo.
A Igreja católica concorda com os irmãos e irmãs protestantes quando eles afirmam que a bíblia é a Palavra inspirada por Deus. A bíblia é fonte fundamental para aprendermos sobre Cristo e sobre o caminho da salvação. Como católicos, somos incentivados a conhecer a bíblia, mas a maioria de nós não se empenha nesse conhecimento.
 
3) Nós, católicos, dissentimos dos ensinamentos da Igreja
Por que os outros cristãos e os não cristãos levariam a sério os ensinamentos católicos se parece que nem sequer os católicos levam a sério a própria doutrina?
Muitos protestantes chegaram a dizer-me o seguinte: é difícil levar a sério a suposta autoridade dos bispos (um aspecto essencial do catolicismo) quando a impressão que se tem é a de que eles mesmos permitem muita dissidência. Quando eu falo com meus amigos evangélicos sobre a fé, aponto a confusão e a desunião que a “sola scriptura” provoca entre os protestantes e mostro que o magistério católico oferece uma solução, pelo menos em princípio. Mas é exatamente por isso que parece tão chocante o fato de que os nossos bispos permitam, em torno a questões importantes, a mesma dissidência, confusão e desunião que existe entre os protestantes no tocante à “sola scriptura”. De que adianta ter um bispo, perguntam eles, que não conserva a fé nem mantém a ordem? Qual é então, questionam eles, a necessidade do magistério?
 
4) Nós, católicos, não vivemos na prática os ensinamentos da Igreja
 
Este problema é parecido com o anterior e se resume ao seguinte: a hipocrisia não atrai ninguém.
Sim, todos nós temos pecados e ninguém é perfeito, independentemente da sua religião. Mas será que estamos mesmo tentando ser melhores? A nossa fé faz mesmo alguma diferença em nossa vida real?
É um reducionismo dizer que a Igreja tem posições morais contrárias à cultura dominante. Mas o testemunho da Igreja acaba ficando ainda mais reduzido quando nós, católicos, não demonstramos viver essas posições. Não inspiramos os não católicos a praticar a virtude heroica solicitada pelos ensinamentos da Igreja quando nem nós damos o exemplo do esforço para praticá-la.
 
Precisamos de uma reforma.
A Igreja é a Igreja de Cristo, independentemente da fidelidade ou não dos seus membros. Além disso, há muitos fiéis católicos fazendo muitas coisas excelentes.
Mas precisamos de uma reforma.
Não se trata de um cisma, e sim de uma verdadeira reforma de vida, do tipo modelado pelos santos católicos. É com essa reforma que poderemos cumprir mais efetivamente o mandamento de Cristo e o primeiro propósito da existência da Igreja: testemunhar o Evangelho da salvação para o mundo inteiro.

BRANTLY MILLEGAN | aleteia.org

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publicado às 11:01

A IGREJA EM TEMPOS DE OUTONO

por Zulmiro Sarmento, em 08.10.14
 

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Na Igreja, como na natureza em tempo de Outono, assistimos a um cair das folhas e a um consequente desnudamento das árvores.

É uma espécie de certificado de dever cumprido e de trabalho concluído.

O caminho não passará apenas pela introdução do novo, mas, acima de tudo, pela renovação — e pelo rejuvenescimento — do que já cumpriu uma extensa trajectória e que, não obstante, pode encerrar surpresas  e virtualidades.

À semelhança da natureza, a Igreja é chamada, pelo seu Senhor, a renovar-se instante a instante.

É a reforma perene de que falava o Concílio Vaticano II e cujas implicações jamais poderão ser subestimadas.

O tronco mantém-se, mas a folhagem tem de ser nova.

O conteúdo do anúncio será sempre o mesmo, os modos é que hão-de ser diferentes, já que as linguagens e os métodos terão de se submeter a um contínuo processo de revisão.

Precisamos, por conseguinte, de edificar umaIgreja autenticamente outonal, que se vá desapossando de tudo o que, tendo cumprido a sua função, já não é capaz de se adequar ao que, hoje em dia, se exige. E que muitos esperam.

Urge, de facto, deixar o que é relativo, datado, desajustado e acessório. Para que possa sobressair o… essencial.

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publicado às 11:24

Que tanto o terrorismo externo como o interno não consigam calar nem travar o Papa Francisco

por Zulmiro Sarmento, em 03.09.14

 

Com a devida vénia, apresentamos aqui este texto do Padre Fernando Calado Rodrigues, publicado no Correio da Manhã de 29-08-2014. Faço minhas esta palavras.
O Papa Francisco retomou, esta semana, as audiências na Praça de São Pedro com críticas contundentes para o interior da Igreja.
Regressou à temática das divisões entre os cristãos, que já abordou noutras circunstâncias, nomeadamente no encontro com os pentecostais. Agora aplica-a ao interior das comunidades católicas e não tanto no âmbito do diálogo ecuménico. A proposta do Papa foi uma reflexão sobre a "Igreja Una e Santa". Recordou que "há tantos pecados contra a unidade; e não pensemos apenas nas heresias ou nos cismas, mas em faltas muito mais comuns, nos pecados ‘paroquiais’: com efeito, as nossas paróquias, chamadas a ser lugares de partilha e comunhão, infelizmente parecem marcadas por invejas, ciúmes, antipatias. Como se coscuvilha nas paróquias! Isto não é Igreja, não se faz! É verdade que isso é humano, mas não é cristão!" São estas e outras críticas, acompanhadas por uma atitude de compreensão para com os que andam afastados, que entusiasmam muitos e incomodam alguns. Estes, aliás, têm promovido uma oposição silenciosa e sub-reptícia ao Papa muito mais perigosa do que um atentado terrorista.
Um atentado terrorista faria dele um mártir das suas convicções e da renovação que propõe à Igreja e ao Mundo. Mas este terrorismo eclesiástico é muito mais perigoso, porque procura descredibilizar e esvaziar a dinâmica reformadora por ele introduzida. "No início, criticaram-no pela simplicidade das suas roupas, depois pela sua liberdade litúrgica, mais tarde por causa da sua crítica ao sistema económico. Agora ficam incomodados com as visitas que faz aos seus amigos – é mau que tenha amigos, pior ainda se são judeus, muçulmanos ou pentecostais. Não gostam que ria, brinque, surpreenda, improvise, converse, telefone, em resumo, que aja humanamente", escreveu Marco Velásquez Uribe, no sítio chileno ‘Reflexión y Liberación’. Prossegue este autor: "A um nível mais elevado, e de maneira mais orgânica, estrutura-se uma oposição dogmática. Silenciosamente, vai ganhando força uma corrente teológica que, sem pudor, vai corrigindo os desejos reformistas do Papa." O que se deseja é que tanto o terrorismo externo como o interno não consigam calar nem travar o Papa Francisco.
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