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Decálogo sobre o que não se deve dizer às crianças

por Zulmiro Sarmento, em 24.11.14

 

Um pediatra listou 10 coisas que não devemos dizer as crianças. Vale a pena ler, já que isto pode influenciar (e muito!) na personalidade delas.

 

1 – Não rotule o seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjectivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.

3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma actividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.

4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.

5 – Não diga que a injecção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que sejam gotas, diga que será rápido ou apenas uma picadela, mas não engane.

6 – Não diga palavrões. O seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.

7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.

8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.

9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho mau, pesadelo, acalme o seu filho e leve-o para a cama, fazendo-lhe companhia até dormir.

10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

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publicado às 10:58

NO INÍCIO DE MAIS UM ANO LECTIVO

por Zulmiro Sarmento, em 15.09.14

 

 
Agora, que o novo ano lectivo está a dar os primeiros passos, é hora de desejar as maiores felicidades a quem ensina e a quem aprende. Aliás, nunca deixamos de aprender. O segredo da aprendizagem está na atenção. Estudar não é só ler. É, acima de tudo, escutar. É escutar sempre, até ao fundo, até à profundidade. O Padre António Vieira avisa: «Para aprender, não basta ouvir por fora; é necessário e...ntender por dentro». Só quando se chega dentro se entra no essencial. Inteligente é o que lê por dentro. Deixem, por isso, respirar a escola. Não pressionem a escola. Dêem espaço para que a escola se possa concentrar na sua missão. Tão nobre. Tão bela. Tão difícil e tão dificultada. Eu acredito na escola. Nos professores. E nos alunos. Em todos! Muita paz e muita esperança! Especialmente para si!

Senhor Jesus, ajuda-me no meu trabalho.
Sê o meu Mestre e a minha Luz.

Eu dou o meu esforço,
dá-me a Tua inspiração.... 
Ajuda-me a estar atento e a ser concentrado.

Não Te peço para ser o melhor,
 só Te peço que me ajudes a dar o meu melhor,
a trabalhar todos os dias.

Que eu não queira competir com ninguém
 e que esteja disponível para ajudar os que mais precisam. 
Que eu seja humilde, que nunca me envaideça,
 que nunca me deslumbre no êxito,
 nem me deixe abater na adversidade.

Que eu nunca desista.
 Que eu acredite sempre.

Que eu aprenda a ciência e a técnica,
mas que não esqueça que o mais importante é a bondade, a solidariedade e o amor.
Que eu seja sempre uma pessoa de bem.

Ilumina, Senhor, o meu entendimento
 e transforma o meu coração.

Dá-me um entendimento para compreender o mundo
 e um coração capaz de amar os que nele vivem!
João António Teixeira

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publicado às 12:14

“Investimento” em filhos. Há outra solução?

por Zulmiro Sarmento, em 26.01.12

Economista de grande competência, directora de uma das melhores escolas de negócios, recomendava aos pais que investissem nos estudos dos filhos porque era a melhor colocação das poupanças que podiam fazer. Investir em casas era um mau negócio e isso está à vista com tanta casa vazia.

Outra notícia dizia que a Andaluzia estava a ficar ocupada como os filhos dos emigrantes do norte da África e vazia de filhos de espanhóis. Muitos comentaristas vão dizendo que o Estado Social não é sustentável simplesmente porque os idosos suplantam os novos. Vai-se repetindo ainda o facto que após fecharem centenas de escolas primárias e secundárias, agora será inevitável fechar ou fundir muitas universidades. E a razão primeira não é a falta de verbas. A razão primeira é que faltam alunos para as escolas, os colégios e as universidades porque a demografia desceu este ano em Portugal aos níveis mais baixos de sempre.
E os pais a teimar investir em casas para ficarem vazias, em carros e artigos de luxo, roupas, alimentação cara e nociva; depois eles, os pais, ficam cada vez mais sós, mais entregues a uma casa em que vivem sós, adoecem sozinhos e morrem sozinhos. Podem estar rodeados de “coisas”, muitas coisas, mas estas não aquecem o coração, não dão vida humana. Abandonados? Não, eles é que têm vindo a abandonar a sua missão e a centrar-se no seu umbigo, a cuidar só de si mesmos. Esqueceram-se ou enganaram-nos de que uma vida melhor poderia ser só para eles e para poucos mais, um filho , dois ou nenhum. Esqueceram que a vida melhor é vivida em partilha com os humanos do passado, os do presente e os do futuro, os que vão nascer e os que vão morrer. Economia de armazenar coisas leva as pessoas a ficar rodeadas de coisas, afogadas em coisas, no desamparo, no vazio, no suicídio antecipado. A vida de pessoa circula entre pessoas, é troca, é energia, é amor, é luz que as põe em comunhão.
Os últimos cem anos criaram o individualismo como se a vida fosse só de indivíduos, ilhas, como se cada individuo não tivesse nada a ver com todos os da sua espécie, com os outros que nos vão suceder. A vida humana só adquire o seu sentido quando os indivíduos se assumem como pessoas que são, seres de relação que têm dimensões da sua vida nos outros, a recebem doutros; e podem ter a felicidade de dar muitas dimensões da própria vida a outros.
O começo da solução de muitos males da doença pós-moderna do individualismo suicida e desta crise está em “investir” em vidas dos outros, em filhos, em seres humanos, em pessoas e na sua igual dignidade. Haverá outra solução? Quanto mais se dá mais e melhor se vive e se vai viver. Investir demasiado em animais e em coisas não preenche o vazio actual. Ao contrário, quanto mais se investe em vidas de pessoas, mais se respeita a sua dignidade, mais se fica rico, mais cresce a vida. Assim faz a “família trinitária” das três pessoas divinas. Foi para isto que Cristo, uma dessas pessoas, veio para o pé de nós, e se “faz” nós para que tenhamos vida e vida em abundância e nos tornemos Ele.

Aires Gameiro
ECCLESIA

 

 

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publicado às 12:31

180: um filme extraordinário! A ver absolutamente...!

por Zulmiro Sarmento, em 11.01.12

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publicado às 05:51

Uma desmotivação perigosa

por Zulmiro Sarmento, em 03.12.11

Refiro-me à educação e à escola. Uma desmotivação que pode afectar alunos, pais, professores, governantes e a própria sociedade.

A escola, espaço-tempo cada vez mais indispensável, no presente e no futuro, necessita do amor, da paixão e da competência de todos os que a ela estão ligados e, muito justamente, integram uma desejável comunidade educativa. É uma instituição diferente de uma máquina de produzir coisas. A máquina só precisa de ser alimentada e orientada em função do que produz. A escola é, por sua vez, um espaço humano de relações pessoais e institucionais, com objectivos definidos. Se estas relações perdem o equilíbrio ou deixam empobrecer os laços comuns necessários, todo o processo se desvirtua e entra em perigosa derrapagem. Então, nem se ensina, nem se educa.
Um preocupante abandono da escola e o insucesso escolar, ainda verificado em grau elevado, as reacções violentas dos alunos e dos pais de “filhos sem defeitos”, para com os professores, a escola e quem a dirige, um desprezo alargado, por parte dos alunos, do esforço necessário e da disciplina indispensável, um número elevado de professores, com frequência enrodilhados nos seus problemas profissionais, a comunidade envolvente que só se queixa do que sopra dos lados da escola, o Estado, sempre distante das pessoas e dos problemas, a baralhada de ordens e contra ordens dos últimos anos, sem que se consiga ver o porquê, tudo isto são ingredientes perigosos, que podem fazer explodir um sistema, já de si frágil e melindroso.

Há escolas que funcionam bem, professores exemplares, alunos brilhantes e cumpridores, pais abertos e próximos, comunidades colaborantes, gente do governo, atenta, que sofre e não desiste. Porém, a escola será sempre o ponto de encontro e o eco inevitável das famílias desestruturadas, dos filhos não amados, das crises sociais, dos professores sem segurança, das metodologias de ocasião, de uma sociedade sem rumo, de acontecimentos inesperados. Todos os ventos borrascosos que se levantam na sociedade açoitam duramente as famílias e entram, na escola, por portas e janelas. Não os impedem os seguranças contratados, nem lhes muda o rumo a simples boa vontade de esforços isolados.

A educação e a escola são uma causa nacional premente, a pedir urgência de reflexão e decisão. De quando em quando, surgem por aí, vindos de longe e com prestígio garantido, sociólogos e filósofos, educadores e políticos, com reflexões sobre a escola, no contexto de um projecto educativo realista. Ainda há pouco, em Lisboa, um sociólogo americano trouxe ao Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, propostas concretas e avaliadas para se ir ao encontro das dificuldades de comunicação entre a escola e a família, entre a escola e a sociedade local. Li, com interesse, o relato alargado dos jornais, e fiquei a pensar se o que se reflectiu parou nos que participaram, ou chegou a quem tem de experimentar, avaliar e decidir.
Família e escola não podem ser realidades em tensão permanente a acusarem-se mutuamente e a defenderem-se como indiferentes ou mesmo inimigas. Custe o que custar, têm de comunicar entre si, fazer rede, ir além dos preconceitos e das desconfianças. A escola, por meios adequados, pode educar a família, e a família pode, ao mesmo tempo, a ajudar a escola a ser melhor escola. Quem está em causa sãos os filhos, preocupação primeira e permanente, dos pais, e os alunos, razão de ser dos professores e da escola. Não há pais sem filhos, nem professores sem alunos.

A educação escolar, como a educação em geral, tornou-se uma actividade social cada vez mais complexa e difícil, qualquer que seja o espaço onde se realiza e os agentes que a assumem, como encargo ou tarefa de vida. Não pode, por isso, realizar-se no meio de escaramuças ou de indiferenças. Se o objectivo é formar pessoas para uma vida responsável, a colaboração vai mais longe que a procura de bons resultados escolares. Se fora apenas isto, os professores e a escola dirão que não recebem lições de quem não competência para as dar. Já se perdeu demasiado tempo com horizontes tão limitados. Pouco mais se tem procurado nos encontros com os pais, provocados pela escola, e com as reivindicações dos pais que raramente franqueiam as portas da mesma por outros motivos que não sejam as classificações escolares dos filhos.

Só rompendo um círculo tão pobre, se podem encontrar caminhos novos. Este só se romperá com pessoas motivadas, abertas a novos horizontes educativos e dispostas a colaborar. E tudo isto, só se faz, fazendo-se.

D. António Marcelino

AGÊNCIA ECCLESIA

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publicado às 11:35

Papá porque não posso ter uma playstation este Natal?

por Zulmiro Sarmento, em 28.11.11

A difícil arte de se explicar aos filhos que o país está em crise, logo não há dinheiro para grandes voos



Especialistas são unânimes: pais devem falar com os filhos sobre a crise numa linguagem simples, mas direta, o mais cedo possível.

A partir dos três anos, a criança começa a ter capacidade para perceber que não pode ter um brinquedo novo, embora não se lhe possa exigir que compreenda as razões que estão por trás dessa negação.

Rui Gomes, pai do João de cinco e formado em psicologia, adota uma postura de simplificação do problema: “Desde cedo que lhe digo “não” de uma forma muito firme para que entenda: primeiro não pode ter tudo o que quer, tem de saber conquistado. Os valores ensinam-se agora e não mais tarde. Se não houver esta atitude desde cedo, mais tarde tornar-se muito complicado explicar estas situações a um adolescente”.

Catarina Serafim, mãe de Carla de 17 anos, sentiu na pele o problema: “ Perdi o meu emprego e não era um emprego qualquer. Tinha funções de direção e o meu ordenado sempre foi muito acima da média. Como trabalhava muito acabei por compensar as minhas ausências com presentes para a Carla e foi muito complicado explicar-lhe toda a situação. Numa altura em que eu mais precisava de apoio, a minha filha virou-se contra mim, culpabilizando-me pelo fato de agora não poder comprar roupas novas, presentes para amigas, viagens…”

 

Mas afinal o que é uma linguagem direta? Não há segredos nem uma fórmula ideal para o fazer. Cada pai tem de encontrar a melhor linguagem para falar com o seu filho. Diana Lourenço, mãe de quatro entre os 7 e os 16 anos, por exemplo, adotou diferentes estratégias para todos eles: “ Hoje não posso falar da mesma forma como o fiz com o meu primogénito. Passaram-se 16 anos…muita coisa mudou. Por exemplo, hoje recorro à internet para explicar esta situação ao meu mais novo, porque sei que assim ele ouve-me melhor. Para o mais velho, ainda me lembro de estar a fazer desenhos com um porquinho mealheiro e a explicar que a mãe não tinha moedas para pôr no cofrezinho dele e ao mesmo tempo comprar um brinquedo novo. A vida é feita de opções!”.

Estando o Natal mesmo à porta, urge esta conversa entre miúdos e graúdos. A recente notícia veiculada pelo governo em que muitas famílias vão ficar sem subsídios de natal tem repercussões inevitáveis no sapatinho dos mais novos. Clara de 8 anos anuncia em voz alta: ”Este ano quem vai fazer o meu presente é o próprio Pai Natal. Ele não vai comprar nada feito, porque está mais pobre e nós temos de o ajudar, senão ele morre”. O cenário parece demasiado dramático para uma criança de tão tenra idade, mas não é para os seus pais que usufruem de pouco mais do que o ordenado mínimo e, quiçá, um deles pode ficar sem emprego no ano que vem.

Mentir não é alternativa e dizer que agora não é a melhor altura para se falar também não resolve, só adia um problema. Pior. Pode haver sentimentos de culpa por parte da criança e mesmo levar a situações de depressão. Mas vale enfrentar o problema e falar com abertura de conceitos como o significado do dinheiro e a importância da poupança.

Envolver a criança nos problemas da família e deixá-la ajudar nas poupanças é uma excelente solução, principalmente se lhe oferecer um mealheiro e começar a incutir-lhe responsabilidades, tal qual gente grande”.

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publicado às 03:25

Verdades para falaciosos

por Zulmiro Sarmento, em 26.11.11

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publicado às 04:02

Homilia de Encerramento da Semana Nacional da Educação Cristã

por Zulmiro Sarmento, em 14.10.11

Encerra-se neste Domingo a Semana Nacional de Educação Cristã, que este ano tem como  tema : “Família, transmissão e educação da fé”. Estamos em Fátima, lugar e santuário a que o Papa chamou “ Escola da fé”. Aqui se manifesta a fé dos milhares de peregrinos; se alimenta a fé de tanta gente que reza, ouve a Palavra de Deus, se aproxima do sacramento da Reconciliação e procura na Eucaristia a força espiritual; se testemunha a fé no acolhimento dado a todos por igual; se comunica a fé de mil maneiras a tantos que dela andam afastados Aqui podem também, os pais e os avós avivar a sua responsabilidade de transmitirem e fazerem crescer a fé dos seus filhos e dos seus netos.

Convida-nos o Santuário durante este ano a ”adorar a Santíssima Trindade. No mistério da Trindade tem a família a sua mais rica referência: Deus uno, Três Pessoas Divinas, o amor que faz a unidade, o mesmo projecto de salvação universal. A família, “comunidade de vida e de amor” poderá acaso beber em melhor fonte?

2. As famílias vivem hoje dificuldades grandes no seu dia a dia, mas todos sabemos que, numa família onde o amor é lei, os filhos são sempre a maior riqueza dos pais e dos avós, e a atenção a eles e ao seu maior bem é a maior preocupação dos pais. Deus encarregou os pais e os outros familiares que, a partir do Baptismo, sejam os primeiros responsáveis para que os seus filhos sejam de Deus, cresçam e andem sempre nos caminhos de Deus, que são os do bem. Assim serão felizes e farão os outros felizes.

Por vezes, as dificuldades e os problemas, mas também o descuido de muitos pais em se manterem fiéis à sua fé e, também, nesse ponto, serem modelo para os seus filhos, impede que a fé seja transmitida no primeiro e mais importante lugar, que é a casa dos pais, a casa de uma família cristã. Muitos de nós que aqui nos encontramos hoje, tivemos como primeiro lugar de catequese o colo das nossas mães ou das nossas avós. Aí aprendemos a olhar para o céu, a dizer o nome de Jesus, a benzer-nos, a rezar o Pai Nosso, a Avé Maria, a oração pequenina ao Anjo da Guarda. Era a primeira transmissão da fé, do sentido de Deus, como um grande valor educativo. Quando os pais entregavam os filhos à catequese paroquial, eles já iam de coração aberto para receber mais, já iam iniciados nos valores humanos e cristãos traduzidos em atitudes de vida. Não se manda aos pais que sejam educadores dos seus filhos, apenas se lhes pede que sejam pais.

3.Acontece que hoje já não é assim em muitas famílias que se dizem cristãs. Em Portugal inteiro chegam à catequese muitas crianças, talvez a maioria, que não sabem rezar nada, e nada sabem de Deus. Mais parecem filhos de pais não crentes e de famílias não cristãs.

Os pais não podem esquecer-se que quando pediram livremente o Baptismo para os filhos, assumiram o dever de os educar na fé, e que o Baptismo só tem sentido no desejo de que os filhos sejam de Deus, sejam santos. Se os filhos não forem de Deus, podem um não ser dos próprios pais. O baptismo não é apenas um rito religioso que recebe por força de uma tradição. É o maior dom que nos vem generosamente de Deus ao querer como seus filhos em Jesus Cristo. É o nascimento de uma vida nova que os pais não podiam , por isso a pediram à Igreja.

Certamente que a Igreja que tem como missão permanente, até ao fim dos tempos e em todos os lugares, dar a conhecer Deus e o seu desígnio de salvação para todos, sem excepção, vai ao encontro dos pais, não para os dispensar do seu dever, mas para os ajudar no seu dever de educadores da fé e da vida cristã. A catequese é esta tarefa da Igreja Mãe que se adapta às idades das crianças, dos adolescentes e dos jovens, pois que também ela é mãe, para ajudar a crer em Deus e a ser-lhe fiel.

Propõe-se a Igreja em Portugal sempre, mas muito especialmente este ano, dar aos pais uma formação mais adequada para que possam ser educadores da fé dos seus filhos, quer directamente, quer colaborando com os seus catequistas., ao longo dos dez anos de catequese. Deste modo também se pode ajudar a fé dos pais e de toda  a família, através da caminhada dos filhos.

4. Esta colaboração a pede ainda a Igreja aos pais em relação à formação cristã nas escolas, através da aula de Educação Moral e Religiosa Católica. Para os mais jovens compete aos pais pedir a sua matrícula. Aos mais velhos a motiva e a aconselhar a que o façam, como uma grande ajuda para a sua formação presente e futura.

Transmitir a fé e educar na fé não é apenas ensinar doutrina, nem levar aos sacramentos, mas é, sobretudo, ensinar vida e preparar para a vida, com a luz da verdade evangélica e o testemunho. Os valores humanos da verdade, da liberdade, do respeito pelos outros, da justiça, da honestidade, da solidariedade, da paz, do sentido da responsabilidade e do amor ao trabalho, são fundamentais na formação da gente nova. E tudo isto se aprende, antes de mais, no seio da família pelo testemunho dos pais, mas, também, na paróquia e na escola, através dos que desta tarefa fazem missão.

Neste dia, faço daqui, em nome dos bispos portugueses, dos bispos das vossas dioceses, dos vossos bispos, um apelo a todos vós, pais e mães, e avós, para que não descuideis a transmissão e educação da fé cristã dos vossos filhos e netos. Deus não se discute. Somos dele e a Ele pertencemos. E, como diz o povo crente, como dizeis vós mesmos: “Quem tem Deus tem tudo, quem não tem Deus, não tem nada”.

5. Pensemos como Maria e José se empenharam na educação de Jesus. Numa oração da família rezamos assim “Senhor, nosso Pai, Tu quiseste que  o Teu Filho nascesse e crescesse no seio de uma família como as outras. Assim, ao longo de uma vida simples, Ele aprendeu, a pouco e pouco, de José e de Maria, a tornar-se adulto e a descobrir a sua missão.” Sim, também Jesus de seus pais.

É isto que se pede aos pais: ajudar, por todos os meios ao seu alcance, os seus filhos a tornarem-se adultos e a descobrirem a sua missão, na Igreja e no mundo. Pais e mães, não saiais de Fátima sem pedirdes à Mãe de Jesus que vos ajude a ser verdadeiros educadores dos vossos filhos, de testemunhardes nas vossas comunidades esta preocupação e aqui, em Fátima, de  pedirdes, também, a mesma graça para todos os pais e mães, que andam, porventura, distraídos desta missão de pais cristãos.

6. A Palavra de Deus que há momentos foi proclamada, vem ao encontro da nossa vida, da vossa vida concreta. Na primeira leitura, ouvimos o Profeta Isaías dizer-nos, e dizer a todos os pais em sofrimento, que o “Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos, pois é no Senhor, que pomos toda a nossa confiança”. E quantos pais e mães, muitos dos quais bem conheceis, choram os seus filhos transviados!

 Na segunda leitura S. Paulo, conta-nos a sua experiência de vida, por força da sua fé em Jesus Cristo, Ele que ó melhor modelo da vida de um crente que “sabe viver na pobreza e na abundância, em todo o tempo e em todas as circunstâncias… porque pode tudo em Jesus Cristo, Senhor,  Aquele que lhe dá força, e o conforta todos os dias”.  Que mais podemos nós querer?

O Evangelho ao narrar para o qual todos são convidados pelo Senhor, que não nos podemos dispensar de fazer o que nos compete, para podermos entrar na sala da festa preparada para todos. E, se a grande festa é de Deus, dela não podem estar ausentes os seus filhos.

7. Agradeçamos ao Senhor, por intercessão da Sua Mãe, que Ele quis que fosse também nossa Mãe, a graça de termos vindo hoje aqui, a esta “escola de fé” que é Fátima, para vivermos o nosso Domingo e para regressarmos mais fortes e mais conscientes dos nossos deveres e responsabilidades de cristãos na família, na sociedade, na Igreja. Agradeçamos, também, o trabalho generoso e dedicação gratuita dos muitos milhares de catequistas de Portugal, mais de setecentos participaram nesta Jornadas, e peçamos à Mãe do Céu os cumule de bênçãos para que possam dar às crianças e aos jovens um testemunho sério de vida cristã, colaborem com as famílias e encontrem nestas a melhor colaboração nas suas tarefas apostólicas.

 

António Marcelino, bispo coordenador da Comissão Episcopal da Educação Cristã

 

 
 

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publicado às 03:42

Para Angélico, seus pais e amigos

por Zulmiro Sarmento, em 01.07.11
 

 

Angélico Vieira era uma estrela, sobretudo para milhares de adolescentes e jovens em Portugal. Cantor e actor, membro de um grupo musical de sucesso. Morreu dias depois de um trágico acidente de automóvel. Hoje, dia 30 de Junho, o seu corpo será cremado, no cemitério do Feijó, aqui na nossa Diocese.

 


Infelizmente, são muitos os jovens (e não só) que morrem em acidentes de viação; mas também de doenças incuráveis e de outros “acidentes” que não deviam acontecer.

 

 

 

Toda a morte parece prematura. Nascemos para viver, não para morrer. No entanto, quando ocorre em plena juventude, parece não haver resposta à inevitável pergunta: porquê? Não é previsível que os filhos partam antes dos pais. E são tantos os que partem e deixam sem resposta a dor dos pais, dos irmãos, dos amigos.

 

 

 

Angélico não é, para os seus, mais um. Ele é único, como todos são únicos para os seus.

 

 

 

Esta dor tem de ser chorada, apertada num coração que parece despedaçar-se. Uma dor que parece não ter fim.

 

 

 

E, no entanto, a morte, mesmo quando nos parece mais inesperada, como acontece nas crianças e jovens, não é o fim da vida. Na imensidão do mar, o que fazem duas ou três gotas a mais? Assim, a vida humana. Não nascemos para viver uns tantos anos. Mesmo cem ou mais anos de vida terrena são as tais duas ou três gotas a mais no oceano. O que conta é o oceano. E esse ninguém nos tira, nem a morte por mais prematura ou violenta que ela seja.

 

 

 

Deus criou-nos para a vida e não para a morte. Se esta põe termo ao prelúdio da nossa existência, para uns mais longo, para outros muito breve, a meta da nossa vinda a este mundo, a eternidade, não está em causa. Nascemos para sermos eternos. Deus ama-nos com um amor a sério, infinito, a toda a prova. Foi assim com Cristo: foi gerado no seio da sua mãe, Maria. Nasceu, cresceu, morreu tragicamente, violentamente, mas ressuscitou. Está vivo! Na sua morte, a nossa morte transforma-se em vida. Com Ele morremos, com Ele ressuscitamos. O Angélico, o teu filho, o teu irmão, o teu amigo. Eu. Talvez amanhã. Talvez daqui a uns anos. Mais ou menos umas gotas e mergulharemos, quando Deus quiser, no grande oceano da vida plena, onde hão há dor nem morte. Choramos, contorcermo-nos de dor, mas não desesperamos. Angélico, Hélio e tantos outros, amanhã ou depois voltaremos a encontrar-nos.

 

 

 

Pe. José Lobato

 

30 de Junho de 2011
 
Página da Diocese de Setúbal

 

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publicado às 02:13

Um artigo infeliz eivado de preconceitos

por Zulmiro Sarmento, em 07.06.11

Vital Moreira, professor de Direito na Universidade de Coimbra, antigo militante do PCP e, até ver, deputado pelo PS no Parlamento Europeu, escreveu, no diário “Público” de 10 de Maio, um artigo titulado “O casamento da ideologia com os interesses”. Um artigo que, a meu ver, no que diz respeito à educação e liberdade de ensino, é infeliz porque ideologicamente redutor e prenhe de um pendor estatizante. No campo educativo escolar, Vital não admite nada que não seja estatal, venha de onde vier, e, pelos seus velhos preconceitos, menos ainda se vier do lado da Igreja Católica.

Em apoio do chefe, de quem se tornou a “voz inteligente” que tenta transformar em teses as intervenções políticas mais incríveis, Vital ataca, logo de início, o programa do maior partido da oposição, que classifica, pelas suas opções como “um manifesto ideológico contra o Estado”. Quando a leitura do que quer que seja é enviesada, o raciocínio não pode ser direito. Não entro nessa discussão. Chamo apenas a atenção para as tendências que, a pretexto de uma interpretação socialista do Estado social, se tornam estatizantes e ditatoriais, porque não respeitam as pessoas e os direitos humanos, os postulados elementares da democracia, o bem dos portugueses, e nem sequer as capacidades de um país que gasta o que não tem e despreza o que tem.

Fixo-me em afirmações de Vital Moreira, referentes à liberdade de ensino e à legítima opção dos pais e dos próprios alunos por uma escola concreta e seu projecto educativo. Não se trata, como diz, de os pais terem liberdade de escolha. Essa é uma liberdade que eles têm de pagar duas vezes. Trata-se, antes, de terem liberdade em pé de igualdade com os demais cidadãos e de entender o Estado Social como garante de serviços públicos qualificados naqueles campos em que todos cidadãos têm direito a beneficiar. O que se pretende, a nível governamental e partidário, é simplesmente, como Vital defende, um Estado social providente e totalitário que afirma que os serviços só são bons para os cidadãos e a seu favor, se for o próprio Estado a realizá-los só e directamente. Assim, na educação, na saúde e já a assomar, como projecto próximo, se isto continuar na mesma, também na segurança social. Só se admitem os privados enquanto o governo não tiver condições para estatizar tudo, à boa maneira colectivista dos ditadores. Os privados são agentes supletivos, nada mais. Admite-os o Estado enquanto ele não puder fazer tudo sozinho. Admiti-los como subsidiários, como é próprio de um Estado democrático, que sabe e respeita, aceita e promove a capacidade da iniciativa privada, em campos sociais fulcrais, isso nunca, porque é contra o Estado social entendido à maneira socialista marxista. Uma acção governamental, se não for ideologicamente viciada e redutora, encontra sempre maneira séria de os cidadãos e o país serem beneficiados com o contributo de todos. Os governantes não podem usar óculos que os impeçam de ver ao longe e ao largo. Quem não confia na iniciativa privada, a única sempre aberta à vigilância e ao confronto, acaba sempre por ir entregando os seus serviços aos menos competentes e por se deixar manobrar por interesses corporativos, que gostam muito de um Estado sem rosto como seu patrão.
No caso da educação, as escolas privadas, com provas dadas e, em muitos casos, pioneiras do ensino onde só muito tarde houve escolas estatais, então desnecessárias porque o campo estava coberto, vão sendo asfixiadas. O governo, colaboradores e ideólogos oficiais, continuam a dizer, sem qualquer pudor, que ficam mais caras ao país, que são apenas para os ricos, e que só as estatais são para todos, ricos e pobres.
Está mais que provada falsidade e a injustiça desta afirmação. Há casos em que os pais, que já pagam impostos, como todos os cidadãos, pagam ainda, como se fosse um castigo, a legítima opção educativa em favor dos filhos. São essas as escolas que os governantes socialistas chamam escolas de ricos. As escolas privadas, com contrato de associação, agora atacadas de morte pelo governo socialista, a pretexto da crise, sempre foram de todos e para todos, e constituem uma maneira de propiciar aos pais opções por projectos educativos concretos e com valores próprios. E são mais económicas que as estatais: administram o que recebem com discernimento, funcionam todo o ano e com o mesmo quadro de professores, do primeiro ao último dia; não são lugares de violência, nem de escândalos; apresentam, em muitos casos, iniciativas educativas diversas sem qualquer prejuízo dos programas oficiais de ensino; estão mais enquadradas no espaço local; apresentam, no seu conjunto, mesmo nas zonas mais desfavorecidas, bons resultados escolares, melhores, por vezes, que as escolas do Estado. O governo sabe isto, mas não gosta. Honestamente, porém, não o pode negar.

Privatização escandalosa e com privilegiados à vista é a que faz o governo de muitas escolas estatais com a criação da “Parque Escolar”, uma empresa público-privada, que se vai tornando dona e senhora irreversível das escolas do país e à qual o Estado fica para sempre a pagar rendas chorudas de aluguer do que é seu. Trata-se de um grande negócio para bancos e entidades privadas que construíram e remodelaram escolas em com dinheiros do país, da Europa e seus. Hoje, felizmente, vai-se sabendo tudo: erros cometidos na construção e equipamentos, os encargos assumidos na conservação e no uso diário, já visíveis em edifícios, novos ou remodelados; milhões pagos a gabinetes de arquitectos; gastos astronómicos em aquecimento e ventilação mal programados, segundo o parecer dos técnicos. E até acontece pelo país interior e também na sede de concelho de Vital Moreira, onde existindo um equipamento escolar qualificado, mas privado, o famigerado Parque Escolar vai construir um mega escola – as mega escolas já foram postas de parte nos países que querem educar e ensinar a sério - que vai custar, para já, quase vinte milhões de euros… Será que Vital Moreira sabe disto? Ou sabe, mas não lhe convém falar porque o chefe irrita-se? E porque se cala a Fenprof, em relação à Parque Escolar, ela sempre tão atenta ao que o Ministério diz e faz? Que interesses, para além dos ideológicos, se escondem nisto tudo, com prejuízo das pedagogias educativas mais modernas, dos cidadãos e do erário público? O governo, perito em simulações, diz apenas o que lhe convém e justifica tudo. Assim o exige o Estado Social!
Vital Moreira insiste, ora vejam, nos privilégios que os cidadãos, em geral, teriam de pagar com o alargamento do ensino privado. Que privilégios? Depois, lá vem a picada contra a Igreja, alimentada com desprimor, pelos preconceitos estafados conhecidos, ao dizer: “O interesse pelo ensino privado, boa parte dele ligado à Igreja, o qual ambiciona aumentar a clientela, o negócio e a influência, parasitando financeiramente o Orçamento do Estado…” Antes dissera ele: “…A liberdade individual do ensino (liberdade de ensinar e de aprender) é mais assegurada na escola pública, justamente por esta não ter, nem poder ter, um programa ideológico ou doutrinário, como frequentemente sucede nas escolas privadas, constrangendo a liberdade de docentes e de alunos no altar do proselitismo, religioso e ideológico”. Lamentável, é o mínimo que pode dizer. Não sabe Vital Moreira que o desastre da escola estatal é, a pretexto de não ter ideologia, estar dependente da ideologia do partido e, a seu gosto, da ideologia de cada docente? Não sabe que não há educação neutra e que falar de liberdade, sem referências abertas e concretas, é expropriar e matar a própria liberdade? Não sabe que o fundamental da educação são os valores que nelas se propõem e transmitem para a vida? Já esqueceu que nos estados comunistas – sabia isso quando por lá andou –, os governos retiravam os filhos aos pais e mandavam-nos para Cuba ou para a Rússia, para aí serem domesticados e ensinados pela cartilha marxista? Quando se quer uma democracia a sério não se pode querer unicidade de ensino, mas sim uma escola plural, que respeite a todos, e proponha o que é válido e sério, tenha projectos educativos conhecidos e abertos. Vital Moreira se gritou, em tempos idos, pela unicidade sindical e pelas práticas marxistas do Leste, como é de prever, ainda não limpou a ferrugem que se armazenou na inteligência e na memória…

Assim não é possível dialogar. Nem o governo e seus mentores, orgulhosos das suas verdades, o desejam. O unidimensional ideológico e político que não admite nem críticas, nem opiniões diversas, impossibilita o diálogo, não reconhece aos outros cidadãos a sua dignidade e capacidades. É esta a denegação e a falsificação da democracia. É também a estagnação e a morte do país e do progresso. É a instauração do desrespeito pela pessoa e pelos seus direitos. É o transformar os deveres normais em fardos insuportáveis. É a destruição da comunidade e dos seus valores morais e culturais. É a total inversão da verdade e da realidade. É isto mesmo o que estamos vendo e sentindo, não obstante as muitas coisas boas e válidas que o tempo nos foi ropiciando, e agora o país está ameaçado de perder se não abrir os olhos e não raciocinar para saber o que finalmente quer e precisa.

D. António Marcelino

ECCLESIA

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