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Aprender a educar em tempos de crise... rumo ao Natal

por Zulmiro Sarmento, em 22.11.11

É gratificante ver o desenvolvimento de uma criança, sobretudo, se ela manifesta alguma ‘diferença’ no seu comportamento: como se torna importante ajudar a fazer crescer alguém na sua fragilidade -- muito mais do que em mera debilidade! -- assumindo a sua autonomia e identidade. Tendo em conta a personalidade de cada pessoa -- muito mais a de cada criança -- todos somos poucos para fazermos crescer a sua maturidade. Com efeito, cada gesto, cada palavra (mais ou menos serena ou até agressiva), cada sinal... tudo concorre para o crescimento de uma criança, sobretudo, em certas idades e circunstâncias.

Se atendermos às lições da psicologia poderemos considerar que os primeiros cinco anos de vida de uma pessoa -- logo na idade da primeira infância -- são marcantes para o seu desenvolvimento equilibrado. Sabemos que nem sempre é fácil nem se colhem resultados imediatos, mas é fundamental saber que, nas nossas mãos e, sobretudo, no nosso coração, estão depositados muitos desígnios de futuro e de nobre condição.
Todos -- pais (mãe e pai), educadores, Igreja e comunidade social -- somos poucos para esta tarefa, mas temos de estar coordenados, para conseguirmos construir nos nossos mais pequenos homens e mulheres de amanhã com sentido de amor e com consciência de bem-fazer.

= Nas dificuldades (até) nos podemos transcender
Os tempos históricos e económicos, em Portugal, na Europa e no mundo, não são fáceis. Por isso, também na educação dos filhos algo está (ou pode estar) em crise.
- Como se pode educar, quando se aperta o cerco ao ter tudo e do melhor?
- Como se pode educar um filho/a a não ter, se antes, tudo era mais abundante?
- Como se poderá ensinar o não esbanjamento – desde a comida até ao custo da eletricidade -- quando os ordenados encolhem e os impostos apertam cada vez mais?
Somos, de fato, devedores de uma geração (ou até já duas!) que não teve de conviver com guerras e conflitos bélicos. Com efeito, quem tiver, hoje, pelo menos, cinquenta anos, não passou fome, não teve de sofrer perseguição política e habituou-se a receber muito mais do que a dar.
Diante deste panorama muitos dos filhos -- e até netos -- foram criados sem as restrições que muitos dos avós sofreram. Por vezes, até os brinquedos perderam o fascínio da novidade, pois podem ter sido dados sem custo e oferecido sem serem recompensa por algo conseguido na escola ou na vida de esforço.
- Agora que muito se aperta o cerco ao esbanjamento de outrora, como poderão pais e avós educar na dificuldade e talvez na contenção do menos mau?
- Estaremos capazes de apresentar às nossas crianças sugestões de boa conduta sem pretendermos disfarçar que está tudo a correr sem dificuldade?
- Será possível gerar, para o futuro, uma educação sincera e onde se fale verdade, sem ter medo das consequências?
Antes de mais é preciso:
- responsabilizar os mais novos nas pequenas renúncias do dia a dia: antes podíamos, agora estamos sem certos meios de luxo;
- fazer participar na contenção de gastos, com pequenos gestos de poupança, desde a eletricidade até à conversa ao telefone, passando mesmo pelas guloseimas e brinquedos;
- tentar promover a dignificação do trabalho e não favorecendo a preguiça ou a reclamação constante;
- apresentar o esforço sincero dos mais velhos na recuperação de Portugal como cidadãos que amam o seu país e não como pessoas que dizem mal de tudo e de todos;
- fazer crer que já houve tempos de carência e que foi possível vencer essas dificuldades com trabalho, com unidade de todos e com harmonia social.

= Pelo testemunho se ganha... o filho/educando
Agora que se aproxima um tempo de exaltação do consumismo, pelo Natal, talvez seja importante apresentar às crianças algo mais do que um mal-estar por não ter ou ainda por desejar ter, ficando azedo e com raiva de quem tem ou possa comprar.
Pode ter chegado a ocasião:
- de ir gerando nas nossas crianças uma abertura ao essencial, que é mais do que coisas;
- de ir aprendendo a valorizar aquilo que é simples e não aquilo que é de moda;
- de ir ajudando a conhecer o esforço de quem nos presenteia e não quem nos tenta comprar com prendas de fachada;
- de ir tentando olhar as pessoas mais pelo que elas valem (e são de verdade) e menos por aquilo que nos oferecem.

Temos de sacudir, já neste Natal, o papel de embrulho com que nos temos andado a enganar e, talvez, a querer ludibriar as nossas crianças. Tentemos dar-lhes mais amor, carinho e atenção e Jesus nascerá em nós e à nossa volta.

António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)
AGÊNCIA ECCLESIA

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publicado às 04:57

Se o adultos fizessem assim...

por Zulmiro Sarmento, em 09.11.11

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publicado às 04:19

O potencial educativo das férias

por Zulmiro Sarmento, em 09.07.11

Cristina Sá Carvalho, Secretariado Nacional da Educação Cristã

O facto de este ser um verão que se adivinha carregado pela tempestade do nosso descontentamento e preocupação não deve ser motivo para o desperdiçar, mesmo que seja necessário passá-lo em casa. As férias têm o maior potencial educativo e as famílias devem usufruí-las como um tempo de aprender a ser e de aprofundar a intimidade.

Todas as grandes mudanças nos processos educativos familiares, ou a preparação para as novas etapas escolares devem ficar guardados para as férias, quando os pais estão mais descontraídos e disponíveis, quer se trate de alterar a alimentação do bebé, tirar as fraldas, antecipar a entrada na escola, festejar o ingresso na universidade ou no mercado de trabalho. Tudo pode, e deve, ser vivido com esperança, com interesse, com sentido de festa pois não há nada de mais promissor para a pessoa, as famílias e a sociedade, do que bem orientar as crianças e os jovens para os ver crescer com saúde e motivação para aprender e assumir novas responsabilidades. Numa época de crise e dificuldade isso ainda tem um valor mais insubstituível. Não percamos, pois, por falta de empenho ou imaginação, essa oportunidade fantástica.

A crise de valores que acabaria por nos arrastar para a crise económica e social que, agora, vivemos, teve sempre como bandeira e promessa de grande liberdade e modernidade, o enfraquecimento da família e o esvaziamento da sua capacidade educativa. Mas, não se adivinha milagre que nos devolva o sossego e a estabilidade económica se não mudarmos a nossa maneira de ser e de agir. Parece este esforço mais exigente para as famílias com filhos pequenos, e é-o, sobretudo se não podem contar com a rede de apoio de uma família alargada. Sozinhos, estamos muito desprotegidos mas as férias são, também, uma oportunidade de descobrir que somos capazes de reinventar uma rede comunitária de solidariedade e comunhão e tudo pode começar no prédio, no lugar, no bairro, se os pais de várias famílias se unirem para viver umas boas férias com os seus filhos e, de caminho, quiserem aprender uma vida mais equilibrada e mais feliz.

Em primeiro lugar, é preciso algum bom senso e evitar alterar em demasia as rotinas e os horários das crianças: convém manter as refeições e as horas de ir para a cama e adicionar uma bela sesta, deixando aos pais algum tempo livre. Depois, é importante que esse tempo livre possa ser, pelo menos uma vez, integralmente oferecido aos pais, pelo que é fundamental que as famílias estejam dispostas a receber – um dia, uma noite – as crianças de outra família e proporcionar aos seus pais um tempo sossegado e de adultos, para passear, ir ao cinema, para não fazer nada…

Depois, as férias são importantes para aprender a comer melhor e a fazer exercício. No nosso país há sempre a praia, fluvial ou marítima, respeitando os horários do sol benigno, e em quase todas as cidades também há piscinas, equipamentos desportivos e bons jardins, para nadar, correr, jogar à bola, passear. E, como há mais tempo livre, também é a altura perfeita para abandonar os pequenos-
-almoços industriais e os lanches de plástico, descobrindo o prazer antigo do pão com manteiga, da marmelada, das sobremesas e gelados feitos em casa. Até a pizza e demais comida rápida podem ser recriadas em família, com a colaboração de todos, porque é relevante que as crianças e adolescentes aprendam a ser autónomos e a participar nas tarefas caseiras, como cozinhar, limpar e arrumar. Bem entendido, salvo para ver cinema, a televisão e o computador podem muito bem ser fechados durante o período das férias.

Também não há necessidade de passar os dias a ver montras, o que pode até ser deprimente: o ideal é que os pais se juntem com outros pais para fazer, em conjunto, a gestão da roupa e do material escolar que vai fazer falta no ano seguinte, partilhando e trocando entre si o que sobra a uns mas é indispensável para outros. Reciclar está na moda e é uma moda muito saudável! Depois, organizando passeios aos saldos, munidos de uma lista que vai ser respeitada e deixando os filhos em casa, aproveitam para comprar mais em conta aquilo que é indispensável.

Finalmente, nos dias mais frescos ou em intervalos mais calmos, há muitos programas gratuitos, ou quase, para pais e filhos: explorar o conteúdo das bibliotecas, fazer visitas a museus, assistir a concertos de rua ou nalgumas instituições, preparar espetáculos organizados pelos grupos de adolescentes, um serão mostrando os dotes dos avós, dos pais, das mães. Facilmente uma varanda grande, um pátio, até a garagem de um prédio, podem ser esvaziados da tralha e montados como um auditório para contar histórias, fazer música, passagens de modelos com materiais reciclados, até sessões privadas de cinema a acompanhar de pipocas caseiras.

Por fim, quando setembro espreitar, chega a vez de nos prepararmos para um novo ano escolar e pastoral, ano esse que deve ser vivido com alegria, com esperança, com vontade de trabalhar e de crescer. Em culturas em que se dá o maior valor à educação das crianças e dos adolescentes, as famílias juntam-se para celebrar a entrada na escola dos mais pequenos, a transição de ciclo dos mais velhos. É uma ocasião de reunião feliz mas muito séria, em que cada criança ou adolescente recebe o seu novo material como um bem precioso e estimável, um penhor do esforço que a família e a sociedade colocam na sua educação, um tesouro que deve traduzir em aprendizagem. Nessas famílias acredita-se que a educação – familiar, paroquial – é um bem incalculável, a única garantia inabalável de que vamos ter um futuro melhor. Pois aqui fica o desafio de se criarem novas tradições que saúdem o bem incomparável que é a aquisição de conhecimento e de atitudes generosas. Para as famílias crentes, as férias e o novo ano que começa também são uma boa altura para aprender a rezar em conjunto, sobretudo para agradecer o que se tem e oferecer o que nos sobra. Votos de umas boas e corajosas férias, tempo de preparar um ano favorável, embora ambos possam ser de tempos difíceis.

Cristina Sá Carvalho, Secretariado Nacional da Educação Cristã

ECCLESIA

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publicado às 03:39

CRIANÇAS...

por Zulmiro Sarmento, em 01.06.11

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publicado às 01:36

Para os pais portugueses...

por Zulmiro Sarmento, em 24.05.11

Exortação do senhor Bispo de Santarém aos responsáveis pela educação das crianças, adolescentes e jovens:

 

 

Estão em curso as matrículas nas Escolas. Os pais e encarregados de educação, que são os principais e mais influentes educadores, mostram-se cada vez mais empenhados no desenvolvimento integral dos seus educandos.

Este crescimento harmonioso que todos desejamos não se realiza apenas através da inteligência, da aquisição de competências ou da obtenção de resultados; a educação do espírito, a educação para a beleza e para a cultura, para a ética e para a moral, a educação para os afectos, também concorrem para o desenvolvimento das potencialidades dos mais novos.

A educação para a ‘pessoa’ alcança-se com o conhecimento e com a aprendizagem de uma atitude interessada e construtiva, com o exercício da honestidade e da responsabilidade pelo bem comum, com o cultivo da alegria e da boa relação. 
Só conseguiremos alcançar uma educação integral e harmoniosa com o contributo conjugado de todas as forças vivas da sociedade: da família e encarregados de educação; das escolas; das comunidades cristãs; das associações culturais e desportivas; dos meios de comunicação social, etc. A educação global não se alcança apenas com os programas do “Ministério da Educação” - embora estes sejam fundamentais, mas com a colaboração empenhada e complementar de pessoas e instituições apostadas em construir uma sociedade mais justa e fraterna.

A Igreja Católica sempre se dedicou à educação de todas as idades (infância e adolescência, juventude, adultos e idosos) e ao desenvolvimento de todas as dimensões da pessoa humana: cognitiva, ética, afectiva, cultural, espiritual.

Esta preocupação pela plenitude da pessoa humana levou à criação do serviço de educação moral nas escolas públicas através da disciplina da “Educação Moral e Religiosa Católica” (EMRC). Não é ensino confessional, como a catequese, mas transmissão dos valores humanos e das referências que constituem o nosso património cultural de matriz cristã: compreensão do mundo e do homem, história e papel das religiões, participação activa na comunidade, promoção da solidariedade, educação para a responsabilidade, para a alegria e para a boa relação.

Procurem os pais exercer o seu direito de matricular os filhos na disciplina da educação moral (EMRC) desde os primeiros anos da escola. O primeiro ciclo do básico é muito importante por ser o alicerce do percurso escolar. Até aos dezasseis anos pertence aos pais fazer a matrícula. Após essa idade são os educandos que fazem a opção. A frequência é facultativa mas, quando pedida, a oferta é obrigatória da parte dos estabelecimentos de ensino. Se os pais desejarem as escolas não deixarão de responder.

A crise que nos preocupa não é só económica mas também ética. O egoísmo é maior, as fraudes aumentam, as desigualdades são mais gritantes, o respeito pela dignidade do outro parece diminuir. São os próprios fundamentos éticos da sociedade que estão hoje em questão. A educação moral e religiosa escolar pode ser um bom contributo para vencer a crise moral e incutir uma atitude construtiva e responsável perante a vida.

Santarém 12 de Maio de 2011

+ Manuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém
ECCLESIA

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publicado às 01:33

JESUS A SORRIR. QUE DIFERENÇA DAS IMAGENS MACAMBÚZIAS DOS NOSSOS TEMPLOS!

por Zulmiro Sarmento, em 12.04.11

O artista deste quadro mora na Flórida, ele pinta quadros enormes (do tamanho de uma porta) em 30-45 minutos.

O artista prefere permanecer anónimo e diz que quer que as obras falem por si mesmas. Observe com cuidado e veja que as obras foram assinadas 'Jesus Painter' (Jesus Pintor)...

 

Cristo rindo! Um conceito que eu nunca vi antes.
Lindas obras feitas a lápis...

 

 

 

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publicado às 05:37

Definições infantis

por Zulmiro Sarmento, em 02.02.11
 

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publicado às 13:30


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