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PALHAÇADAS

por Zulmiro Sarmento, em 05.12.14

O baptizado social da Sara


 


À saída da igreja estavam dois palhaços, ou melhor, duas pessoas vestidas de palhaços, com um boquet de balões cheios de hélio, um de cada lado da porta. Dentro estavam cerca de sessenta manequins, ou melhor, pessoas bem vestidas e aperaltadas, num entra e sai, num fala e comenta, num cumprimenta e sorri. Tratava-se afinal do baptizado social da Sara. Tinham escolhido o Sábado à tarde para que os convidados regressassem a suas casas sem sobressaltos. De facto, depois das três horas da manhã, com algumas bebidas bebidas, o regresso pode ter sobressaltos. A festa foi muito linda. Foi mesmo. E não quero ajuizar. Retirem as frases em que falo de palhaços e manequins. Fixem-se apenas no sacramento. Sim, para o baptizado que os levara a tamanha celebração com palhaços, balões, comes e bebes até altas horas, animação musical pimba para dançar e arranjar mais apetite para voltar a comer e beber. Fixem-se no sacramento. O baptizado social da Sara faz parte dos sacramentos que hoje a sociedade, através da Igreja, oferece a pessoas bem intencionadas mas com uma ideia errada acerca da fé e dos sacramentos. Que vêem a fé como uma cultura e os sacramentos como um acto social.

 

do blogue Confessionário dum Padre

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publicado às 14:50

A culpa é nossa, ou melhor, de quem votou fanaticamente nesse "messias"

por Zulmiro Sarmento, em 26.11.14

 

 

 

caso sócrates

A culpa não é de Sócrates. É nossa

22/11/2014, 17:38943 partilhas

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Isto não tinha ser assim. Não tínhamos de ver um antigo primeiro-ministro a ser levado dentro de um carro pela polícia. Não tínhamos de ver o circo montado novamente à porta do DCIAP.

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HelenaMatosIsto não tinha ser assim. Não tínhamos de ver um antigo primeiro-ministro a ser levado dentro de um carro pela polícia. Não tínhamos de ver o circo montado novamente à porta do DCIAP. Não tínhamos de assistir mais uma vez aos políticos a perderem a face perante a justiça. Mas os portugueses quiseram que fosse assim. E tanto quiseram que em 2009, indiferentes ao que já se sabia sobre a actuação de Sócrates no Freeport e muito particularmente nessa vergonha nacional que foi o processo de licenciamento e construção da central de tratamentos de lixos da Cova da Beira, 2 077 695 eleitores lhe deram o seu voto para que continuasse como primeiro-ministro. É certo que o PS perdeu então a maioria absoluta mas note-se que não se pode falar de desastre eleitoral: em 2005, ano da grande vitória de Sócrates, o PS tivera 2 588 312.  Que Sócrates continuasse a obter mais de dois milhões de votos depois do que sucedera entre 2005 e 2009 diz muito sobre a nossa alienação de valores.
Aos olhos e ouvidos dos eleitores portugueses, tudo aquilo que em 2009 já se sabia sobre Sócrates – e era muito – a par do fascínio crescente e perigoso que este manifestava por um Estado agente de negócios não foi suficiente para que não lhe dessem maioritariamente o seu voto. Eram os tempos em que a líder da oposição era ridicularizada como “a velha” pela milícia dos assessores socráticos devidamente corroborados pelo riso escarninho dos humoristas de serviço a quem, vá lá saber-se porquê, Sócrates nunca inspirou muitas críticas. Eram os tempos em que criticar Sócrates valia telefonemas aos gritos para os autores desses textos (e sei do que falo por experiência própria) logo apelidados na mais bonançosa das versões como tremendistas, derrotistas e bota-abaixistas. Eram os tempos em que nada parecia possível ser feito em Portugal contra a vontade de Sócrates. Em que, por exemplo, nenhuma editora, que por essa época tudo ediatavam, quis publicar a investigação  – e tratava-se de uma verdadeira investição e não de palpites  – que um blogue, o Do Portugal Profundo, fizera sobre a licenciatura do então primeiro-ministro. E sobretudo eram os tempos em que se arreigou na sociedade portuguesa esse perverso princípio de que o direito penal substituira a moral.
Sentados em estúdios de televisão, rádio, nos jornais, blogues… todos os dias dirigentes socialistas e seus compagnons de route repetiam que tendo sido encerrados os processos e investigações só por má-fé se poderia questionar a licenciatura domingueira de Sócrates, a novela das suas duas fichas na Assembleia da República, os projectos para as casas da Covilhã, a nomeação para o Eurojust do procurador sobre o qual recaíra a suspeita de ter transmitido informações processuais a Fátima Felgueiras, o Freeport, a Cova da Beira…
Em Portugal passou então a vigorar o dogma de que não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. E exactamente os mesmos que tanto contribuíram para a impunidade de que gozou José Sócrates já começaram na velha técnica das cabalas: devia ser detido à noite? Porque não foi detido em casa? Que estranha coincidência, ser detido na véspera de António Costa ser reconhecido como secretário-geral do PS… Deixemo-nos de contorcionismos: não há dia ou hora adequados para prender um políticas. Por exemplo, o que vai António Costa, que entretanto divulgou uma primeira declaração equilibrada sobre este caso, fazer com o homem que escolheu para líder parlamentar, Ferro Rodrigues? Ferro Rodrigues continua sem perceber duas coisas essenciais: primeiro, um partido de bem não pode alimentar a nostalgia por um político com o perfil institucional de Sócrates, (sublinho que falo de pefil institucional e não de questões criminais). Segundo, Portugal é uma democracia onde não há partidos acima da lei e não um regime democrático tutelado pelo PS. Como em todos os processos que envolvem poder económico e político haverá quem aposte na confusão. Lembram-se do processo Casa Pia em que acabámos a não distinguir os pedófilos das vítimas, a justiça do abuso e a verdade da mentira? (Esperemos apenas que à actual PGR não esteja reservado o mesmo calvário que a Souto Moura).
Falam agora os políticos na possibilidade de uma república de juízes. Agora é tarde para o fazerem, “Inês é morta”. É de facto uma visão dantesca essa de uma república de juízes mas foram eles, os políticos, e neste caso particularmente os do PS, ao pôr de lado a moral e ao centrar tudo no avanço da justiça, ou mais precisamente na sua capacidade de fazer arquivar os processos, quem sentou um dos seus, Sócrates, no banco traseiro daquele carro utilitário que o levou do aeroporto até ao DCIAP. E foram os portugueses, enquanto eleitores, sancionando o comportamento de Sócrates, dando-lhe a vitória em 2009, quem depositou Portugal na mão das polícias e dos juízes.
Na vida nunca se volta atrás e na política muito menos. Por isso aqui estamos no beco a que nos conduzimos: se Sócrates provar a sua inocência ficamos a com a justiça descredibilizada. Se Sócrates for culpado estamos perante um problema político. Mas deste dilema os únicos culpados somos nós. E não Sócrates ex-primeiro ministro porque em todos os dias e a todas as horas a detenção de quem teve tais responsabilidades terá sempre consequências. 

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publicado às 11:51

Há padres muito "semenos"...

por Zulmiro Sarmento, em 21.11.14

O padre de Canelas

O bispo do Porto dialogou com o pároco, foi condescendente. Mas, quando teve de decidir, decidiu.

 
 
 
21.11.2014 00:30
 

Nós, os padres, podemos fazer muito mal à Igreja e, por vezes, não resistimos à tentação de o fazer. É isso que acontece quando perdemos o sentido da nossa missão e nos deixamos levar pelas nossas conveniências. Nessas alturas instrumentalizamos o ministério, e até as pessoas, para conseguir os nossos objetivos.

 

A Igreja está organizada, territorialmente, em dioceses, as quais, por sua vez, se organizam em paróquias. A cada diocese é dado um bispo que confia as paróquias a um sacerdote, o pároco. Este não é dono da paróquia, nem a paróquia se pode apoderar do sacerdote que é colocado à sua frente. O próprio pode pedir ao bispo para sair quando achar que está esgotada a sua missão naquele espaço. E o bispo pode mudá-lo quando entender que é o melhor para o próprio e para a Igreja. Não o deve fazer de forma despótica e arbitrária, mas deve dialogar com o sacerdote que pretende mudar.

 

Parece que não foi o que aconteceu na remoção do pároco de Canelas (V. N. Gaia). Antes pelo contrário, parece que D. António dos Santos, o bispo do Porto, dialogou repetidamente com o pároco, acolheu as suas propostas, foi condescendente com os seus avanços e recuos. Contudo, quando teve de decidir, nomeou o padre Albino. Nem mesmo as ameaças de revelar comportamentos prevaricadores de um outro sacerdote o demoveram. O padre Roberto utilizou essa arma de arremesso talvez por ainda não ter percebido que o comportamento da hierarquia mudou radicalmente. Se antes a tentação era esconder esses comportamentos, hoje a práxis começa a ser denunciá-los às autoridades competentes. Como fez, e bem, o bispo do Porto. Foram vários os padres que os bispos mudaram no início deste ano pastoral. Houve, seguramente, muitas comunidades que ficaram descontentes com a mudança. Algumas delas fizeram chegar ao seu bispo a sua discordância e até equacionaram a possibilidade de se manifestarem publicamente contra a decisão. Mas não o fizeram, quase sempre porque o pároco cessante não lhes deu força, não quis ficar seu refém e não os ajudou a perceber que são chamados a acreditar em Cristo e não no padre que têm à sua frente. É por isso que a sua fé é cristã e não robertina, albinina ou antonina, como lhes diria S. Paulo (cf. 1 Cor. 3, 1-5).

No Correio da Manhã

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publicado às 09:37

BENZA-NOS DEUS!...

por Zulmiro Sarmento, em 11.11.14

Dez dicas para sobreviver a um Papa calamitoso e continuar sendo católico.

Por Francisco José Soler Gil | Tradução: Alexandre Semedo – Fratres in Unum.com: Ah, mas … pode um católico pensar que um Papa é calamitoso? Claro que sim. Mas, então, um bom católico não deve acreditar que é o Espírito Santo que está por trás da escolha do Papa? Obviamente que não. Basta recordar a resposta que o então Cardeal Ratzinger deu a um seu entrevistador, Professor Augsto Everding, em uma famosa entrevista em 1997. Professor Everding tinha perguntado ao Cardeal se ele realmente acreditava que o Espírito Santo está envolvido em a eleição do Papa. A resposta de Ratzinger foi simples e esclarecedora, como de costume: “Eu diria que não no sentido de que o Espírito Santo escolha, em cada caso, o papa, uma vez que há muitas evidências contra isso, e vários Papas que evidentemente o Espírito Santo não teria escolhido. Mas diria que Ele, como um todo, não deixa as coisas inteiramente ao léo e, que, por assim dizer, como um bom professor, ainda que nos dê muita corda, deixando-nos muita liberdade, não permite que a corda se rompa completamente. Por isso, deve-se entender este assunto em um sentido muito mais amplo; não é que Ele diga (aos cardeais), ‘agora você tem que votar neste aqui’. Mas, possivelmente, Ele só permite (que se eleja) alguém que não destrua todo o edifício.”

Agora, ainda que um católico dê por certo que nenhum papa possa acabar destruindo toda a Igreja, a história mostra que, em termos de pontífices, houve de tudo: bons, regulares, ruins e solenemente maus, ou calamitosos.

Quando é que podemos dizer que um Papa é calamitoso? Certamente não basta para tanto que ele sustente falsos pontos de vista sobre tais e tais temas. O Papa, como qualquer outro homem, necessariamente, ignora muitos assuntos, e possui convicções errôneas em muitos outros. E por isso, pode ser que um Papa aficcionado em falar sobre filatelia ou numismática, diga asneiras sobre o valor ou a datação de certos selos ou moedas. Ao comentar sobre assuntos que não são da sua competência, é mais provável que um Papa erre do que acerte. Assim como eu e você, caro leitor. Portanto, se um Papa mostra uma propensão de tornar públicas as suas opiniões sobre pombos, ecologia, economia e astronomia, um erudito católico em tais assuntos faria bem em suportar com paciência as opiniões bizarras do Romano Pontífice sobre questões que, naturalmente, são alheias à sua cátedra. O especialista irá certamente lamentar os erros, e a falta de prudência que algumas declarações manifestam. Mas um Papa imprudente e falador não é, apenas por isto, um Papa calamitoso.

Mas pode haver um caso destes?… Bem, na verdade, já houve várias vezes na história da Igreja. Quando o Papa Libério (século IV) – o primeiro papa não canonizado – se curvou às fortes pressões arianas, aceitando uma posição ambígua sobre essa heresia e deixando em apuros os defensores do dogma trinitário como Santo Atanásio; quando o Papa Anastácio II (século V) flertou com os defensores cisma acaciano; quando o Papa João XXII (século XIV) ensinou que o acesso a Deus para os justos não acontece antes do Juízo Final; quando os papas do período conhecido como o “Grande Cisma” (entre os séculos XIV e XV) se excomungavam mutuamente; quando o Papa Leão X (século XVI) não só tinha a intenção de pagar seus luxos pessoais com a venda de indulgências, mas defendia teoricamente seu direito de fazê-lo, etc, etc.. Então, uma parte do legado da fé foi obscurecido por um longo tempo por suas ações e omissões, gerando momentos de grande tensão interna na Igreja. Os Papas responsáveis por tais atos podem ser chamados corretamente de “calamitosos”.

A questão então é o que pode ser feito em tempos de um Papa calamitoso? Que atitude deve ser adotada em tais ocasiões? Bem, uma vez que ultimamente virou moda publicar listas com dicas para a felicidade, para controlar o colesterol, para ser mais positivo, parar de fumar e perder peso, permito-me propor ao leitor também uma série de dicas para sobreviver a um Papa calamitoso e continuar católico. Desnecessário dizer que esta não é uma lista exaustiva. Mas ele pode ser útil de qualquer maneira.

Vamos começar:

(1) Manter a calma:

Em tempos de aflição, há uma tendência humana à histeria, mas ela em nada ajuda a resolver o problema. Calma! Apenas mantendo a paz é que se pode tomar decisões adequadas em cada caso, evitando palavras e atos de que você pode se arrepender mais tarde.

(2) Ler bons livros sobre a história da igreja e do papado:

Acostumados a uma série de grandes Papas, a experiência de um reinado calamitoso pode ser traumática caso não se consiga colocá-lo no contexto. Ler bons tratados de história da Igreja e do Papado ajuda a avaliar melhor a situação presente. Especialmente ao mostrar outros casos — vários, seja por desgraça seja pela própria natureza humana — em que as águas da fonte romana desciam enegrecidas. A Igreja sofre tais fraquezas, mas não afunda. Isso já aconteceu no passado e, por isso, é de se esperar que também aconteça no presente e no futuro.

(3) Não entrar em discurso apocalíptico:

Experimentando a devastação de um pontificado calamitoso, alguns a tomam como sinal do fim iminente dos tempos. Esta é uma ideia que sempre surge em tais circunstâncias: textos apocalípticos motivados por males semelhantes também podem ser lidos em autores medievais. Mas precisamente este fato deve ser um aviso. Faz pouco sentido interpretar cada tempestade como sendo a última tribulação. O fim dos tempos virá quando tiver que vir, não cabendo a nós descobrir o dia nem a hora. A nossa tarefa é combater as batalhas do nosso tempo, mas é um Outro a quem cabe a visão do todo.

(4) Não calar-se ou olhar para o lado:

Durante um pontificado calamitoso, o contrário de adotar a atitude de um profeta do Apocalipse, é adotar a atitude de minimizar os eventos, de silenciar sobre os abusos e de desviar o olhar. Alguns justificam essa atitude usando a imagem dos bons filhos que cobrem a nudez de Noé. Mas a verdade é que não há maneira de corrigir o rumo de um navio, se o desvio não é denunciado. Além disso, a Escritura tem um exemplo que calha muito mais para o caso do que o de Noé: as duras, mas justas e leais, críticas do Apóstolo Paulo ao Pontífice Pedro, quando ele se deixou levar por respeito humano. Esta cena dos Atos dos Apóstolos está lá para nos ensinar a distinguir lealdade do silêncio cúmplice. A Igreja não é um partido em que o presidente sempre recebe aplausos incondicionais. Também não é uma seita na qual o líder é saudado de qualquer maneira. O Papa não é o líder de uma seita, mas um servo do Evangelho e da Igreja; servo livre e humano e que, como tal, pode, por vezes, tomar decisões ou atitudes reprováveis. E as decisões e atitudes reprováveis devem ser reprovadas.

(5) Não generalizar:

O mau exemplo (de covardia, de carreirismo, etc.) de alguns bispos e cardeais durante um reinado calamitoso não deve levar-nos a desqualificar os bispos, os cardeais ou clero como um todo. Cada um é responsável por suas palavras e seus atos e omissões. Mas a estrutura hierárquica da Igreja foi instituída por seu Fundador e, por isso deve ser, apesar das críticas, respeitada. Também não se deve estender um protesto contra o Papa a todas as suas palavras e ações. Deve-se responder apenas àqueles casos em que ele se desvia da antiga doutrina da Igreja ou nos quais aponte para um curso que pode comprometer aspectos dela. E o julgamento sobre estes pontos não deve se fundar sobre ocorrências ou gostos particulares: o ensino da Igreja se resume em seu catecismo. No que dele um Papa se afasta, deve ser reprovado. No restante, não.

 (6) Não cooperar com as iniciativas para a glória do Papa calamitoso:

Se um Papa calamitoso pedir ajuda para atender boas obras, deve ser ouvido. Mas não se deve colaborar em outras iniciativas como, por exemplo, manifestações de massa, que apenas servem para mostrar o pontífice como popular. No caso de um Papa calamitoso, elogios não faltam. Então, inclinando-se sobre eles, poderia sentir-se apoiado para desviar ainda mais a Nave da Igreja. E não se diga que se aplaude não o papa enquanto tal, mas a Pedro. Isto porque o resultado será que os aplausos serão utilizados para os fins, não de Pedro, mas do pontífice calamitoso.

(7) Não seguir as instruções do Papa quando se desviam do legado da Igreja:

Se um papa ensinar doutrinas ou tentar impor práticas que não correspondam ao ensinamento perene da Igreja, resumido no Catecismo, não deve ser apoiado e obedecido em sua intenção. Isso significa, por exemplo, que os padres e bispos têm a obrigação de insistir na doutrina tradicional e na prática enraizada no depósito da fé, mesmo que se exponham a punições. Além disso leigos deve insistir em ensinar tais doutrinas e práticas na sua área de influência. Em qualquer caso, nem por obediência cega, nem por medo de represálias, é aceitável contribuir para a disseminação da heterodoxia ou da heteropraxis.

(8) Não apoiar financeiramente dioceses colaboracionistas:

Se um papa ensinar doutrinas ou tentar impor práticas que não correspondem ao ensinamento perene da Igreja, que é sintetizada no Catecismo, os pastores das dioceses devem atuar como um muro de contenção. Mas a história mostra que os bispos nem sempre reagem com força suficiente contra esses perigos. Além disso, às vezes, eles apóiam, seja por que razões forem, as intenções desastrosas do Pontífice. O cristão leigo que vive em uma diocese governada por um pastor destes deve retirar o apoio financeiro para a sua igreja local, enquanto a situação irregular se mantiver. Claro que isso não se aplica aos auxílios a serem dados diretamente para a caridade, mas apenas aos demais. E isso também se aplica a qualquer outro tipo de colaboração com a diocese em questão, por exemplo, em alguma forma de serviço voluntário ou institucional.

(9) Não apoiar qualquer cisma:

Diante de um Papa calamitoso, pode surgir a tentação de uma ruptura radical. Essa tentação deve ser resistida. O católico tem o dever de tentar minimizar, dentro da Igreja, os efeitos negativos de uma mau pontificado, mas sem quebrar a Igreja ou romper com ela. Isto significa que se, por exemplo, sua resistência em adotar determinadas teses ou práticas impliquem pena de excomunhão, não deve por isto incentivar um novo cisma, ou apoiar qualquer um dos já existentes. Temos que nos manter, com paciência, como católicos, em todas as circunstâncias.

 (10) Rezar:

A permanência e a salvação da Igreja não dependem, em última instância, de nós, mas dAquele que a desejou e que a fundou para o nosso bem. Em tempos de aflição, devemos rezar, rezar e rezar para que o Senhor acorde e acalme a tempestade. Este conselho foi colocado por último, não por ser o menor, mas por ser o mais importante de todos. Pois, ao final das contas, tudo se resume a realmente acreditar que a Igreja é sustentada por um Deus que a ama e que não a vai deixará ser destruída. Por isso, peçam pela conversão dos pontífices ruins, e peçam para que pontificados calamitosos sejam sucedidos por outros de paz e de restauração. Muitos ramos secos terão se quebrado durante a tempestade, mas os que se mantiveram unidos a Cristo florescerão novamente. Esperemos que isto também possa ser dito de nós.

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