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Como docente de EMRC vejo um horizonte muito negro na educação da fé...

por Zulmiro Sarmento, em 01.06.15

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A verdadeira catequese começa e cresce no colo da Mãe com o exemplo do Pai. Neste mês de junho, encerraremos o presente ano catequético. Fica-me uma preocupação/aflição. A CATEQUESE NÃO CONVERTE, NÃO LEVA À VIDA DE FÉ. E porquê? FALTAM COLOS de Mãe. A verdadeira catequese começa e cresce no colo da Mãe com o exemplo do Pai.

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publicado às 11:09

uma mãe a falar da fé

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15

 


 


Foi-me dito por uma mãe de uma idade próxima aos quarenta, após um encontro com os pais daqueles que vão fazer a festa da vida e durante o qual se falou abertamente sobre questões de vida e de fé. Reproduzo-o porque me deslumbrou o que me contou. Não vou conseguir usar tão bem das palavras que ela usou. Mas foi mais ou menos assim. Senhor padre, eu queria tanto, mas tanto, que os meus filhos percebessem em mim a importância de ter fé, que às vezes até exagero. Procuro testemunhá-lo com a vida, mas ainda assim eles não conseguem perceber-me, e fico triste. Porém não desisto. Compreendo que não lhes posso impor nada e que eles estão numa fase complicada. O mais velho tem quinze anos. Vem de uma hora de catequese e diz que não aprendeu nada ou que não se lembra. Que não entende porque tem de ir à catequese. E há uns dias tiveram um grande diálogo em casa sobre estes assuntos. E que lhe disse: meu filho, enquanto tu tiveres tudo para te sentires satisfeito e preenchido, é óptimo. Mas quando deixares de o ter, também podes continuar a sentir-te satisfeito e preenchido. É isso que a fé faz. Por isso ela é tão importante.

Fiquei de boca à banda com o que ela falou ao filho. É mesmo isso que faz a fé. E para atestá-lo estão milhares de homens e mulheres que, embora ficando sem nada, envelhecendo, perdendo as capacidades e as forças da vida, continuam com uma vida cheia, preenchida e satisfeita, porque a fé lhes dá o que as outras coisas já não conseguem dar. Claro que a fé não é supletiva. Ela não substitui. Preenche. Preenche a vida.

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publicado às 12:10

A CATEQUESE DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ESTÁ A COMEÇAR EM TODAS AS COMUNIDADES CRISTÃS CATÓLICAS. QUE PENA NÃO HAVER UM COMPROMISSO SÉRIO POR PARTE DOS PAIS E, SOBRETUDO, DOS PÁROCOS!

por Zulmiro Sarmento, em 14.10.14

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Compromisso dos pais:

1.Não somos uma ilha. Assim como precisamos da família e da sociedade, para fazer nascer e crescer o nosso filho, mesmo que a primeira responsabilidade seja sempre nossa, também precisamos da Igreja, para que o nosso filho, renascido pelo Baptismo, cresça connosco na fé.
2.Não nos bastamos a nós próprios na educação da fé, mesmo que sejamos os primeiros catequistas dos nossos filhos. Os catequistas da nossa paróquia estão à nossa disposição, não para ser nossos substitutos, mas para se tornarem nossos colaboradores na educação da fé. O seu trabalho, feito em comunhão com a Igreja, será sempre em vão, sem o nosso empenho e colaboração!
3.Não faltaremos à Catequese. A Catequese não é um «ensino» avulso e desorganizado. É uma educação da fé, feita de modo ordenado e sistemático, de acordo com o programa definido pelos Catecismos. As faltas à Catequese quebram a sequência normal da descoberta e do caminho da fé. Velaremos pela assiduidade dos nossos filhos. E pelo seu acompanhamento, num estreito diálogo com o pároco e os catequistas.
4.Não esperamos da Catequese que faça bons alunos. Antes, pretendemos que ela nos ajude a formar discípulos de Jesus, que O seguem, em comunidade. Não desprezaremos a comunidade dos seus discípulos, a Igreja, nos seus projectos, obras e iniciativas.
5.Não queremos, apesar de tudo, que a Catequese seja o nosso primeiro compromisso cristão. Participar na Eucaristia Dominical é um bem de primeira necessidade. Saberemos organizar a agenda do fim-de-semana, pondo a Eucaristia, em primeiro lugar. Custe o que custar!
6.Não queremos que a Catequese substitua as aulas de Educação Moral e Religiosa Católica nem o contrário. Porque a Catequese, não é uma “aula”, em ambiente escolar, dirigida sobretudo à inteligência, e destinada a articular a relação entre a fé e a cultura. A Catequese é sobretudo um “encontro”, no ambiente da comunidade, que se dirige à conversão da pessoa inteira, à sua mente, ao seu coração, à sua vida. A disciplina de EMRC e a Catequese não se excluem mas implicam-se mutuamente.
7.Não estaremos preocupados por que os nossos filhos “saibam muitas coisas”. Mas alegrar-nos-emos sempre, ao verificarmos que eles saboreiam a alegria de serem cristãos, e vão descobrindo, com outros cristãos, a Pessoa e o Mistério de Jesus, o Amigo por excelência, o Homem Novo, o Deus vivo e o Senhor das suas vidas!
8.Não exigiremos dos nossos filhos, o que não somos capazes de dar. Por isso, procuraremos receber nós próprios formação e catequese, para estarmos mais esclarecidos e mais bem preparados. Procuraremos estar onde eles estão. Rezar e celebrar com eles, de modo a que a nossa fé seja vivida em comum na pequena Igreja que é a família e se exprima na grande família que é a Igreja.
9.Não exigiremos dos nossos filhos o que não somos capazes de fazer. 
Procuraremos pensar e viver de acordo com os valores do Evangelho. Sabemos bem que o testemunho é a primeira forma de evangelização. Deste modo, eles aceitarão melhor a proposta dos nossos ideais e valores.
10.Jamais cederemos à tentação de “mandar” os filhos à Catequese, para nos vermos livres deles ou para fugirmos às nossas responsabilidades.

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publicado às 12:51

DECÁLOGO SOBRE A CATEQUESE

por Zulmiro Sarmento, em 26.09.14

 

1.      A comunidade cristã é o sujeito, o ambiente e a meta da Catequese.Família, Catequese e Paróquia, assumem, em comunhão, a responsabilidade por criar o ambiente, onde a fé de cada um possa crescer com o testemunho dos outros, esclarecer-se com a ajuda dos demais, celebrar-se em comum e manifestar-se a todos. Ninguém cresce sozinho e pelas suas mãos, como ninguém cresce na fé, sem a fé dos outros e sem a graça de Deus. É no testemunho vivido da fé, que a Catequese encontra a sua base de apoio! 
2.      A vida “em grupo” e entre os grupos de catequese, no seio da comunidade, é já uma experiência do ser e do viver em “Igreja”. O ambiente de participação activa e de responsabilidade comum, por parte de todos, quer nas celebrações, quer no compromisso efectivo, nas várias obras, iniciativas e actividades da Paróquia, facilitarão a consciência de sermos “discípulos” de Jesus, numa “Igreja”, chamada a ser comunidade e família de irmãos! 
3.      Entre os vários modos e momentos de evangelização, a Catequeseocupa um lugar de destaque. Ela preocupa-se por anunciar a Boa Nova, àqueles que, de algum modo, já foram, ao menos, alguma vez, sensibilizados, seduzidos, ou tocados pela beleza da pessoa de Cristo. Espera-se que, de um modo organizado, esse primeiro anúncio, seja, a seu tempo e com largo tempo, esclarecido de boa mente, acolhido no coração, e que dê frutos de vida nova. E que essa vida nova seja expressa, partilhada e fortalecida, no encontro fiel da comunidade com Cristo Ressuscitado, na celebração dos sacramentos, particularmente da Eucaristia e da Reconciliação. 
4.      Na verdade, a vida cristã é um facto comunitário! E se alguém, por hipotética ocupação, não pudesse dispensar mais que uma hora, por semana, para “estar com o Senhor”, deveria reservar esse tempo, para a participação na Eucaristia Dominical, que é verdadeiramente o ponto de chegada, o ponto de encontro e o ponto de partida da vida e da missão da Igreja. A “catequese” não é “um à parte”, uma “hora” para a educação religiosa ou cívica, como se fizesse algum sentido preocupar-se por não faltar a um encontro de catequese e faltar, sem qualquer justificação, à celebração da Eucaristia e aos compromissos com a vida da comunidade. 
5.      A Catequese não é uma “aula” de religião ou de moral, nem se dirige somente à capacidade de aprender e de saber bonitas coisas acerca de Deus, acerca dos sete sacramentos, dos dez mandamentos, da Igreja, da vida eterna. A Catequese propõe uma Pessoa e não uma teoria: “Jesus Cristo é o Evangelho, a Boa Nova de Deus”. Nesse sentido, a catequese é evangelizadora, se levar os catequizandos à descoberta, à amizade e ao seguimento de Jesus. Sem essa adesão vital de coração, à Pessoa de Jesus Cristo, qualquer “Moral” se tornará um peso, em vez de se oferecer como um caminho de libertação. 
6.      Frequentar a Catequese, é bem mais do que “ir à doutrina”. A Catequese é uma “educação da fé” e da “fé” em todas as suas dimensões. O mero conhecimentoda “doutrina” sem a celebração e sem a sua aplicação à vida, faria da fé uma bela teoria. A celebração, sem o conhecimento dos seus fundamentos, e desligada da prática da vida, tornar-se-ia, por sua vez, incompreensível e incoerente e até mesmo “alienante”. Todavia, uma fé, proposta e transmitida, que não se aprofunde na experiência da oração, jamais conduzirá a uma relação pessoal com Deus. Ora a fé, pela sua própria natureza, implica ser conhecida, celebrada, vivida e feita oração. Só assim se “segue” verdadeiramente Cristo, com toda a alma e de corpo inteiro! 
7.      A fé, no contexto em que vivemos, é talvez, mais uma «proposta» de sentido para a vida, do que um mero acto cultural de “transmissão”. ninguém propõe O que desconhece, nem dá O que não tem. Mas quem tem fé, e a vive, não pode deixar de a “apegar” aos outros e de a propagar a todos. Na educação da fé, tem papel decisivo o “testemunho” e o “entusiasmo” de todos aqueles que, na comunidade, se tornam portadores e servidores da alegria do Evangelho. Uma fé que não se apega, apaga-se! 
8.      Mais do que se preocuparem, porque não sabem o que responder aos filhos… os pais deveriam procurar “descobrir com os filhos” a Boa nova que eles receberam na Catequese, “rezar com eles”, participar com eles na celebração da Eucaristia. Então as respostas, serão encontradas na vida comum da fé, partilhada em família e em comunidade. Nada disto impede os próprios pais, de procurar integrar um grupo deCatequese, paralela à dos filhosque os ajude a aprofundar as razões da sua fé, em relação com a cultura e com as responsabilidade sociais, familiares e eclesiais, que assumem diariamente. 
9.      Pedir a Catequese para os filhos e pôr-se “de fora”, em tudo o que se refere à vivência e à celebração da fé, cria uma “divisão” interior, uma vida dupla, que impede, quem quer que seja, de descobrir e construir a sua própria identidade cristã. Frequentar a Catequese não significa “ter uma aula” por semana, para garantir um diploma, uma festa ou um sacramento no fim do ano. Pedir a Catequese implica comprometer-se a caminhar com toda a comunidade, no anúncio feliz do Deus vivo e na experiência maravilhosa do encontro com Ele. 
10.  Não faz parte das tarefas da Catequese ocupar os tempos livres, ensinar regras de boa educação ou esgotar o tempo a “decorar” as fórmulas das orações comuns dos cristãos. Mesmo esperando que todo o ambiente de Catequese seja educativo e que tais orações sejam assumidas e bem compreendidas, são tarefas da catequese iniciar as crianças e adolescentes no conhecimento da fé (que se resume no Credo), na celebração (dos sacramentos), na vivência (atitudes de vida) e na experiência pessoal da fé (oração). E isso é obra de todos nós, que somos, mais uma vez, “convocados pela fé”.

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publicado às 14:09

Jornadas da Catequese em Fátima

por Zulmiro Sarmento, em 25.10.11

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publicado às 03:56

Homilia de Encerramento da Semana Nacional da Educação Cristã

por Zulmiro Sarmento, em 14.10.11

Encerra-se neste Domingo a Semana Nacional de Educação Cristã, que este ano tem como  tema : “Família, transmissão e educação da fé”. Estamos em Fátima, lugar e santuário a que o Papa chamou “ Escola da fé”. Aqui se manifesta a fé dos milhares de peregrinos; se alimenta a fé de tanta gente que reza, ouve a Palavra de Deus, se aproxima do sacramento da Reconciliação e procura na Eucaristia a força espiritual; se testemunha a fé no acolhimento dado a todos por igual; se comunica a fé de mil maneiras a tantos que dela andam afastados Aqui podem também, os pais e os avós avivar a sua responsabilidade de transmitirem e fazerem crescer a fé dos seus filhos e dos seus netos.

Convida-nos o Santuário durante este ano a ”adorar a Santíssima Trindade. No mistério da Trindade tem a família a sua mais rica referência: Deus uno, Três Pessoas Divinas, o amor que faz a unidade, o mesmo projecto de salvação universal. A família, “comunidade de vida e de amor” poderá acaso beber em melhor fonte?

2. As famílias vivem hoje dificuldades grandes no seu dia a dia, mas todos sabemos que, numa família onde o amor é lei, os filhos são sempre a maior riqueza dos pais e dos avós, e a atenção a eles e ao seu maior bem é a maior preocupação dos pais. Deus encarregou os pais e os outros familiares que, a partir do Baptismo, sejam os primeiros responsáveis para que os seus filhos sejam de Deus, cresçam e andem sempre nos caminhos de Deus, que são os do bem. Assim serão felizes e farão os outros felizes.

Por vezes, as dificuldades e os problemas, mas também o descuido de muitos pais em se manterem fiéis à sua fé e, também, nesse ponto, serem modelo para os seus filhos, impede que a fé seja transmitida no primeiro e mais importante lugar, que é a casa dos pais, a casa de uma família cristã. Muitos de nós que aqui nos encontramos hoje, tivemos como primeiro lugar de catequese o colo das nossas mães ou das nossas avós. Aí aprendemos a olhar para o céu, a dizer o nome de Jesus, a benzer-nos, a rezar o Pai Nosso, a Avé Maria, a oração pequenina ao Anjo da Guarda. Era a primeira transmissão da fé, do sentido de Deus, como um grande valor educativo. Quando os pais entregavam os filhos à catequese paroquial, eles já iam de coração aberto para receber mais, já iam iniciados nos valores humanos e cristãos traduzidos em atitudes de vida. Não se manda aos pais que sejam educadores dos seus filhos, apenas se lhes pede que sejam pais.

3.Acontece que hoje já não é assim em muitas famílias que se dizem cristãs. Em Portugal inteiro chegam à catequese muitas crianças, talvez a maioria, que não sabem rezar nada, e nada sabem de Deus. Mais parecem filhos de pais não crentes e de famílias não cristãs.

Os pais não podem esquecer-se que quando pediram livremente o Baptismo para os filhos, assumiram o dever de os educar na fé, e que o Baptismo só tem sentido no desejo de que os filhos sejam de Deus, sejam santos. Se os filhos não forem de Deus, podem um não ser dos próprios pais. O baptismo não é apenas um rito religioso que recebe por força de uma tradição. É o maior dom que nos vem generosamente de Deus ao querer como seus filhos em Jesus Cristo. É o nascimento de uma vida nova que os pais não podiam , por isso a pediram à Igreja.

Certamente que a Igreja que tem como missão permanente, até ao fim dos tempos e em todos os lugares, dar a conhecer Deus e o seu desígnio de salvação para todos, sem excepção, vai ao encontro dos pais, não para os dispensar do seu dever, mas para os ajudar no seu dever de educadores da fé e da vida cristã. A catequese é esta tarefa da Igreja Mãe que se adapta às idades das crianças, dos adolescentes e dos jovens, pois que também ela é mãe, para ajudar a crer em Deus e a ser-lhe fiel.

Propõe-se a Igreja em Portugal sempre, mas muito especialmente este ano, dar aos pais uma formação mais adequada para que possam ser educadores da fé dos seus filhos, quer directamente, quer colaborando com os seus catequistas., ao longo dos dez anos de catequese. Deste modo também se pode ajudar a fé dos pais e de toda  a família, através da caminhada dos filhos.

4. Esta colaboração a pede ainda a Igreja aos pais em relação à formação cristã nas escolas, através da aula de Educação Moral e Religiosa Católica. Para os mais jovens compete aos pais pedir a sua matrícula. Aos mais velhos a motiva e a aconselhar a que o façam, como uma grande ajuda para a sua formação presente e futura.

Transmitir a fé e educar na fé não é apenas ensinar doutrina, nem levar aos sacramentos, mas é, sobretudo, ensinar vida e preparar para a vida, com a luz da verdade evangélica e o testemunho. Os valores humanos da verdade, da liberdade, do respeito pelos outros, da justiça, da honestidade, da solidariedade, da paz, do sentido da responsabilidade e do amor ao trabalho, são fundamentais na formação da gente nova. E tudo isto se aprende, antes de mais, no seio da família pelo testemunho dos pais, mas, também, na paróquia e na escola, através dos que desta tarefa fazem missão.

Neste dia, faço daqui, em nome dos bispos portugueses, dos bispos das vossas dioceses, dos vossos bispos, um apelo a todos vós, pais e mães, e avós, para que não descuideis a transmissão e educação da fé cristã dos vossos filhos e netos. Deus não se discute. Somos dele e a Ele pertencemos. E, como diz o povo crente, como dizeis vós mesmos: “Quem tem Deus tem tudo, quem não tem Deus, não tem nada”.

5. Pensemos como Maria e José se empenharam na educação de Jesus. Numa oração da família rezamos assim “Senhor, nosso Pai, Tu quiseste que  o Teu Filho nascesse e crescesse no seio de uma família como as outras. Assim, ao longo de uma vida simples, Ele aprendeu, a pouco e pouco, de José e de Maria, a tornar-se adulto e a descobrir a sua missão.” Sim, também Jesus de seus pais.

É isto que se pede aos pais: ajudar, por todos os meios ao seu alcance, os seus filhos a tornarem-se adultos e a descobrirem a sua missão, na Igreja e no mundo. Pais e mães, não saiais de Fátima sem pedirdes à Mãe de Jesus que vos ajude a ser verdadeiros educadores dos vossos filhos, de testemunhardes nas vossas comunidades esta preocupação e aqui, em Fátima, de  pedirdes, também, a mesma graça para todos os pais e mães, que andam, porventura, distraídos desta missão de pais cristãos.

6. A Palavra de Deus que há momentos foi proclamada, vem ao encontro da nossa vida, da vossa vida concreta. Na primeira leitura, ouvimos o Profeta Isaías dizer-nos, e dizer a todos os pais em sofrimento, que o “Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos, pois é no Senhor, que pomos toda a nossa confiança”. E quantos pais e mães, muitos dos quais bem conheceis, choram os seus filhos transviados!

 Na segunda leitura S. Paulo, conta-nos a sua experiência de vida, por força da sua fé em Jesus Cristo, Ele que ó melhor modelo da vida de um crente que “sabe viver na pobreza e na abundância, em todo o tempo e em todas as circunstâncias… porque pode tudo em Jesus Cristo, Senhor,  Aquele que lhe dá força, e o conforta todos os dias”.  Que mais podemos nós querer?

O Evangelho ao narrar para o qual todos são convidados pelo Senhor, que não nos podemos dispensar de fazer o que nos compete, para podermos entrar na sala da festa preparada para todos. E, se a grande festa é de Deus, dela não podem estar ausentes os seus filhos.

7. Agradeçamos ao Senhor, por intercessão da Sua Mãe, que Ele quis que fosse também nossa Mãe, a graça de termos vindo hoje aqui, a esta “escola de fé” que é Fátima, para vivermos o nosso Domingo e para regressarmos mais fortes e mais conscientes dos nossos deveres e responsabilidades de cristãos na família, na sociedade, na Igreja. Agradeçamos, também, o trabalho generoso e dedicação gratuita dos muitos milhares de catequistas de Portugal, mais de setecentos participaram nesta Jornadas, e peçamos à Mãe do Céu os cumule de bênçãos para que possam dar às crianças e aos jovens um testemunho sério de vida cristã, colaborem com as famílias e encontrem nestas a melhor colaboração nas suas tarefas apostólicas.

 

António Marcelino, bispo coordenador da Comissão Episcopal da Educação Cristã

 

 
 

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publicado às 03:42

ADOLESCENTES QUE REFLECTEM... MUITO BOM!

por Zulmiro Sarmento, em 11.10.11

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publicado às 03:57

Nota Pastoral na Semana Nacional da Educação Cristã

por Zulmiro Sarmento, em 23.09.11

 

Família, transmissão e educação da fé

“A família é a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade… A família é a primeira, mas não a única e exclusiva comunidade educativa” (João Paulo II, FC ns 36 e 40).

“A família, como a Igreja, tem por dever ser um espaço onde o Evangelho é transmitido e de onde o Evangelho irradia… Os pais não somente comunicam aos filhos o Evangelho, mas podem receber deles o mesmo Evangelho profundamente vivido” (Paulo VI, EN n.71).

 

1. O que entre nós era uma realidade há umas dezenas de anos, tornou-se hoje uma preocupação, muitas vezes sem grande eco nas pessoas mais responsáveis, dado o seu papel de interventores necessários num processo importante da vida. Trata-se da missão da família cristã no processo educativo dos filhos e na transmissão e educação da fé, assumida como dever e encargo. Trata-se, ainda, de a família assumir o seu lugar, como espaço de valores morais, de oração, reconciliação, abertura a projetos de vida e a compromissos apostólicos.

A sociedade mudou e, nela, o processo de mudança continua imparável. A família, parte viva da sociedade, também mudou, e a mudança afeta o relacionamento dos seus membros, a compreensão das suas tarefas, a ocupação e o trabalho fora de casa, a disponibilidade de tempo e de vontade para os serviços normais do seu dia a dia, o embate com leis civis que não a respeitam, antes a agridem, a dificuldade de reagir, de modo ativo e em rede organizada com outras famílias, à invasão opressora de ideias e de comportamentos que lhes são alheios. Sem deixarem de influir em todos, as mudanças tocam, de modo especial, os mais novos.

Deste modo, a família tem mais dificuldade em se encontrar como família, e, também, como família cristã, diminuindo, sempre mais, a sua capacidade para responder aos novos desafios que se lhe põem e para realizar as suas tarefas fundamentais. Se este processo não for contrariado, a família vai-se tornando, pouco a pouco, uma instituição frágil, desagregada e socialmente irrelevante.

2. A Igreja acredita no desígnio de Deus sobre a família, sabe o significado e o alcance do sacramento do Matrimónio, conhece e defende a importância da família em ordem à vida dos seus membros, o seu papel na sociedade e a sua missão na Igreja, considerando a instituição familiar como célula fundamental da sociedade, e a família cristã como uma “Igreja doméstica”. Em virtude desta fé e desta convicção, no contexto social e cultural atual, a Igreja olha a família com amor e atenção, luta pela sua defesa, empenha-se na reconstrução da sua identidade e verdade, ajuda-a a realizar, por meios diversos, as suas tarefas essenciais.

Uma destas tarefas da família, de importância decisiva para a sociedade e para a Igreja, é o dever irrenunciável dos pais da educação dos seus filhos em todos os aspetos e da transmissão da fé, não só no seu espaço próprio, mas até onde se pode estender a sua capacidade de intervenção.

 A tarefa educativa, nos aspetos fundamentais, a família nunca a realizou sozinha. Por isso, não pode estar ausente onde ela se processa, seja nos espaços normais do lar, na escola e na comunidade cristã. Aí se deve sentir a sua colaboração efetiva, dada e aceite, com os muitos intermediários indispensáveis, professores e demais educadores de todos os níveis.

3. A educação da fé, iniciada no seio da família cristã, como abertura a Deus e primeira aprendizagem de palavras e gestos religiosos significativos, é continuada, depois, nos outros espaços de vida da criança que vai crescendo: o jardim de infância, a catequese paroquial, a escola dos diversos ciclos. Para muitas crianças, adolescentes e jovens, também se faz nos movimentos e grupos apostólicos de sentido eclesial. Aí se transmitem valores morais para a vida, se proporciona ocasião para o aprofundamento da fé, a abertura ao apostolado, a opção vocacional e o serviço aos outros, dimensão normal e indispensável da vida cristã.

4. Nesta Semana Nacional de Educação Cristã, queremos sublinhar a importância da ligação entre família e educação da fé. Sabemos que muitos pais continuam, neste campo, atentos e colaborantes, conscientes do seu dever de educadores principais dos seus filhos. Queremos apoiá-los e dizer-lhes quanto nos alegra este seu empenhamento, pedindo-lhes que não desistam nunca e que ajudem outros pais a agir de igual modo.

Não deixamos, porém, de estar atentos às famílias que continuam a dizer-se cristãs, mas que, conservando uma expressão religiosa tradicional, deixaram empobrecer a sua ligação a Deus e à Igreja, uma atitude que, em alguns a aspetos, acaba por atingir os seus filhos. Chegam agora à catequese crianças sem qualquer iniciação cristã, e sentem-se, a partir daí, omissões em ordem ao seu acompanhamento e ao cuidado da sua formação moral e religiosa nas escolas. Catequese na paróquia e aula de Educação Moral e Religiosa nas escolas são atos complementares, que não se substituem um ao outro. Não esquecemos que o dia a dia de muitas famílias é hoje complexo e difícil, por razão dos horários de trabalho e do trabalho longe de casa que proporcionam pouco tempo com os filhos, das exigências materiais, indispensáveis para ir ao encontro das necessidades familiares. Uma ordenação das prioridades, o aproveitamento dos fins de semana para a família, o recurso a outros membros da família, como os avós quando estão por perto, podem ajudar na educação e transmissão da fé. Os filhos que frequentam a catequese e as aulas de educação moral e religiosa podem ser também uma ocasião para que os pais reatem a vida cristã e se integrem na vida da Igreja.

5. O programa da catequese paroquial, ao longo de dez anos, e o do ensino religioso nas escolas ao longo de doze anos, precedidos ambos do despertar da fé no seio da família e no Jardim de Infância, não dispensam a participação possível dos pais no processo educativo, bem como a sua colaboração com os agentes diretos desta ação, catequistas, professores,  educadores e animadores. Vamos agora dar uma atenção especial à catequese familiar, com a preocupação de apoiarmos os pais e os filhos nesta tarefa. Se falarmos, mais concretamente, do Ensino Religioso nas Escolas, o contexto atual exige mútua colaboração entre pais e professores de Educação Moral e Religiosa e a própria escola. Torna-se, então, mais exigente a atenção a prestar ao processo das matrículas, ao desenvolver do projeto educativo, à qualidade dos valores que nele se transmitem ou não, bem como às iniciativas complementares promovidas na escola.

Os filhos são a maior riqueza dos pais e a educação é o meio indispensável para os ajudar a crescer e a prepararem-se para uma vida feliz, como protagonistas responsáveis e participativos. O dever da presença e do estímulo no tempo da formação humana e religiosa dos filhos, é, para os pais, uma expressão de fidelidade ao amor que os gerou e os educa.

6. É fundamental que as necessidades educativas e espirituais das famílias sejam consideradas nos projetos pastorais das comunidades cristãs e nos projetos educativos das escolas, concretamente na perseverança e criatividade colocadas no acolhimento, no acompanhamento e nas oportunidades de formação oferecidas aos pais e outros familiares.

Saudamos, com alegria, todas as famílias e todos quantos, nas escolas e nas paróquias, se dão por inteiro à causa da educação.

Desejamos que esta Semana Nacional de Educação Cristã constitua um estímulo e um contributo para as famílias cristãs e para as comunidades educativas, paróquia e escola, de modo a que a catequese e o ensino religioso, com a colaboração necessária dos pais, dos catequistas e dos professores de Educação Moral e Religiosa, constituam um contributo valioso na formação humana e cristã das crianças e dos jovens.

Lisboa, 15 de setembro de 2011

Comissão Episcopal da Educação Cristã

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publicado às 04:24

O CORPO DE DEUS e os “corpos” de Cristo

por Zulmiro Sarmento, em 24.06.11

Ser dom para os outros - a Eucaristia que todos entendem...

A propósito do dia do “Corpo de Deus” que acabamos de celebrar apetece-me partilhar o significado que este dia significa para mim e os desafios que a espiritualidade deste “Mistério de Fé”, traz todos os dias à minha vida.

Não é natural em mim escrever sobre o que leio nos livros ou que investigo através de muitos meios de comunicação a que hoje temos acessos. Prefiro falar de “experiências”, dos gestos simples e práticos que uma determinada espiritualidade provoca em mim.

1- Expor-se a Deus que se expõe a nós.
De todas as festas litúrgicas, a do “Corpo de Deus” toca-me sobremaneira porque me fala do núcleo de toda a vida cristã, a Eucaristia como Sacramento de Amor e presença de Jesus Ressuscitado no meio de nós.

Na Eucaristia de cada dia, no silêncio orante e em adoração diante de um sacrário experimento a certeza de que Ele está ali, exposto a mim e me quer tocar pelo amor infinito do Seu coração e se deixarmos esta divina presença eucarística nos vai cristificando e fazendo de nós “Corpo de Cristo” para os outros. Quando reflicto na palavra de Jesus, “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos” penso que Jesus se referia a esta presença Eucarística porque como nos lembra o Vaticano II “ela é fonte, cume, centro de toda a vida cristã…tesouro espiritual da Igreja, isto é o próprio Cristo nossa Páscoa”.

2- Eucaristia Escola de Caridade

Mas, se temos a graça de reconhecemos Cristo na fracção do Pão também Ele só nos reconhece quando partilhamos o pão com os nossos irmãos, isto é somos dom para os outros. Dar e dar-se aos irmãos sobretudo àqueles onde está mais “escondida” a presença de Jesus o “Lava-pés” não pode ser apenas um gesto litúrgico mas também uma atitude de vida “estando de joelhos” diante dos irmãos servindo e amando. Celebrar a Eucaristia, adorar Jesus Sacramentado, e não nos darmos aos outros é não ter aprendido nada deste Mistério de Fé e não proclamar a Ressurreição de Cristo com o testemunho de vida

2- Ser corpo de Cristo para outros “corpos” de Cristo

Porque este ano senti o apelo a viver esta festa no aspecto de ser eu, também, “corpo” de Cristo para os outros, a minha procissão do Corpo de Deus passou por caminhar até à casa de uma idosa com Alzheimer que vive sozinha com uma filha que, devido à doença da mãe, não pode sair de casa. Fiquei a tomar conta dela para que a filha pudesse ir á Eucaristia e à procissão onde há tantos anos já não ia. Quando chegou disse-me: “Como me senti bem na Eucaristia e na procissão”. Obrigada por me ter substituído. Senti que Jesus se tornou presente em mim com este gesto.

Fui ainda visitar uma senhora de meia-idade, que durante muitos anos se dedicou à prostituição e que hoje vive sozinha, numa casa sem condições, com 120€ de RSI e paga 75€ de renda de casa. A sua alegria por estar com ela, a sua delicadeza no trato, levou-me a “adorar” Jesus presente neste “corpo” vendido e magoado. Senti que Ele me dizia: “As meretrizes preceder-vos-ão no reino dos céus”

Na visita semanal ao Estabelecimento Prisional procurei, de modo intencional, ver o corpo de Cristo ao olhar para aqueles reclusos como, “corpos de Cristo”, reveladores de infâncias sem amor, marcados pelo sofrimento de vária ordem, que os fez fechar o coração e os punhos. Um deles disse-nos: ”Se não fosse a vossa visita semanal, a dizer-nos que Deus nos ama tal como somos, que para Ele não somos um erro, já me tinha suicidado”.

Na Eucaristia, pão partido para um mundo novo, aprendemos a deixar-nos “comer” como “corpo de Cristo”, pelos outros.

Pelo dom da nossa vida aos mais carenciados, amando, quando humanamente não há razões para amar, pelo nosso serviço, pela dádiva da vida, pela disponibilidade, pela solidariedade e sobretudo pela Caridade, aprendida na Escola da Eucaristia somos alimento para que outros vivam.

Mas atenção: Ninguém nasce sabendo amar. O amor aprende-se. E a escola do “Corpo de Deus” ensina-nos a ser pão partilhado para os “corpos de Cristo” de hoje.

Maria de Fátima Magalhães stj

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publicado às 11:30

A Dívida Soberana - Sete mandamentos para atravessarmos a crise

por Zulmiro Sarmento, em 20.04.11

O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão

 

D.R.

1º - A primeira de todas as dívidas soberanas, e certamente a mais fundamental, é aquela que cada um de nós mantém para com a Vida. Essa dívida nunca a pagaremos, nem ela pretende ser cobrada. Reconhecer isso em todos os momentos, sobretudo naqueles mais exigentes e confusos, é o primeiro dos mandamentos.

2º - Se a maior de todas as dívidas soberanas é para com um dom sem preço como a vida, cada pessoa nasce (e cresce, e ama, luta, sonha e morre) hipotecada ao infinito e criativo da gratidão. A dívida soberana que a vida é jamais se transforma em ameaça. Ela é, sim, ponto de partida para a descoberta de que viemos do dom e só seremos felizes caminhando para ele. É o segundo mandamento.

3º - O terceiro mandamento lembra-nos aquilo que cada um sabe já, no fundo da sua alma. Isto de que não somos apenas o recetáculo estático da Vida, mas cúmplices, veículos e protagonistas da sua transmissão.

4º - O quarto mandamento compromete-nos na construção. Aquilo que une a diversidade das profissões e as amplas modalidades do viver só pode ser o seguinte: sentimo-nos honrados por poder servir a Vida. Que cada um a sirva, então, investindo aí toda a lealdade, toda a capacidade de entrega, toda a energia da sua criatividade.

5º - A imagem mais poderosa da Vida é uma roda fraterna, e é nela que todos estamos, dadas as nossas mãos. A inclusão representa, por isso, não apenas um valor, mas a condição necessária. O quinto mandamento desafia-nos à consciência e à prática permanente da inclusão.

6º - As mãos parecem quase florescer quando se abrem. Os braços como que se alongam quando partem para um abraço. O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão. Esse é o mandamento sexto.

7º - O sétimo mandamento resume todos os outros, pois lembra-nos o dever (ou melhor, o poder) da esperança. A esperança reanima e revitaliza. A esperança vence o descrédito que se abate sobre o Homem. A esperança insufla de Espírito o presente da história. Só a esperança, e uma Esperança Maior, faz justiça à Vida.

José Tolentino Mendonça

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