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Ano sacerdotal - Critérios para um renovado ministério dos padres (vale a pena ler)

por Zulmiro Sarmento, em 21.06.10

 

Durante um ano – desde 19 de Junho de 2009 até 11 de Junho de 2010 – a Igreja católica tentou reflectir sobre a vocação, o ministério e a compreensão sócio/eclesial do ser padre... hoje.

Houve muitas iniciativas, algumas delas saídas do âmbito eclesiástico, com um certo sabor a auto-promoção, outras com teor de defesa e outras ainda com intenções saudosistas de um certo modelo de padre... com a colaboração de alguns clérigos e de uns tantos leigos.
Agora que está prestes a terminar o ‘ano sacerdotal’ como que nos surgem várias inquietações, tanto sobre o futuro – sobretudo na temática que há-de dinamizar a Igreja universal – como sobre as consequências que nos ficaram deste ano mais ou menos intenso da Igreja católica.
Sobre o primeiro aspecto – o do futuro – ousamos sugerir que o Papa possa lançar um ‘ano de São João’, pois, à semelhança de São Paulo, aquele eminente apóstolo e evangelista anda um pouco desconhecido da teologia, da reflexão e da espiritualidade dos nossos cristãos e mesmo dos responsáveis da Igreja. Seria muito útil e necessário dedicarmos um ano a estudar São João, tanto na versão do evangelho como na dimensão do apocalipse e cartas.
Relativamente àquilo que nos fica do ‘ano sacerdotal’ – para além de alguns lugares comuns, que pouco mais serviram do que para acirrar um certo clericalismo de acção e de intenção – fomos sentindo que falta interesse em abordar, de verdade, aspectos que atingem os actuais padres e aqueles que se sentem chamados ao serviço de Deus, na Igreja, pelo ministério sacerdotal.
Eis breves perguntas, que, posteriormente, tentaremos responder:
* Como é cuidado o acompanhamento humano, psicológico e espiritual dos padres no exercício das suas funções, sobretudo, paroquiais?
* Teremos comunidades cristãs onde o padre se sinta homem de Deus mais do que gestor de coisas humanas (talvez mais mundanas) que podiam ser exercidas por não-clérigos?
* Temos sabido fazer surgir condições mínimas nas paróquias ou nos outros sectores da vida pastoral para que os padres se sintam estimados mais do que tolerados pela necessidade sacramentalista de cariz social?
* Mesmo na dimensão económica, com especificidade evangélica, teremos encontrado desafios de partilha ou ter-nos-emos acomodado a sistemas de pagamento de serviços mais ou menos concordantes com a compreensão de cada lugar ou tempo?
Passaremos, agora, a esmiuçar cada um destes itens.

= Acompanhamento dos padres em funções paroquiais
De facto, um padre, sobretudo, em funções paroquiais é um celibatário solitário. Já lá vai o tempo, como dizia Camilo Castelo Branco, em que uma irmã se casava com o celibato do irmão padre. Hoje é, normal, vermos um padre sozinho que cuida desde a alimentação (comprar, cozinhar e comer... a sós) até às mais elementares regras da gestão de uma casa, como se fosse um ‘dono de casa’. Ora, digo por mim, o Seminário não deu noções de gestão doméstica. Temos de aprender ou, então, andamos a reboque de que quem seja mais ou menos generoso e nos faça algo de boa vontade ou a baixo preço.
O pior é a solidão com que tantas vezes nos temos de confrontar dentro das paredes de uma casa paroquial. Tristemente o dizemos: muitos e muitas dos que nos rodeiam não são gente de grande confiança, tanto ao nível humano (a cultura e a instrução deixa um pouco a desejar), como na dimensão espiritual (muitos e muitas abeiram-se do padre com múltiplas intenções... sobretudo para se promoverem diante dos outros paroquianos) e, por vezes, se nos damos com alguém, outros e outras ficam na retranca, na maledicência e, desgraçadamente, na coscuvilhice...
Sugerimos, por isso, que seja incentivado, desde a educação dos padres e, posteriormente, na vida pastoral, a que possa haver, ao menos, um casal – sensato, equilibrado, de boa formação humana, intelectual e espiritual – que possa enquadrar a vida do padre, dentro ou fora do espaço paroquial, mas com quem ele possa desabafar – há coisas que nos ocupam interiormente porque não temos com quem as partilhar! – e até vivenciar uma simples refeição, onde o comer não é razão mas oportunidade de sentir-se aconchegado e acompanhado.
Basta de heróis secos e de solteiros rezingões. Basta de padres tristes e amargurados. Basta de padres anódinos de afectos e em busca de compensações afectivo/emocionais. Basta de tanto desinteresse, pois se os padres não forem felizes (por dentro) não ajudarão os outros (por fora) a viverem na fidelidade a Deus... na Igreja.

= Gestão de coisas mundanas ou força espiritual?
No actual contexto de gestão paroquial – onde o ónus do trabalho e da responsabilidade cai, essencialmente, sobre o pároco (seja qual for a capacidade de desenvolvimento dos projectos) duma forma exigente e moralmente atroz – torna-se fundamental que sejam avaliadas as possibilidades de centrar o padre na sua função de mestre (pai ou irmão) espiritual, libertando-o das tarefas administrativas e organizando os serviços com pessoas capazes dentro da qualidade humana, técnica e, sobretudo, espiritual/cristã.
Sabemos que estes desideratos não são fáceis nem, muitas vezes, exequíveis a curto e a médio prazo. Mas temos de investir na promoção de pessoas adultas na idade e na fé, pois com certos aduladores/as não sairemos da gestão de conveniências mais ou menos controladas! Torna-se, por isso, urgente que saibamos gerar, mais do que gerir, novos cristãos convertidos à Pessoa de Jesus... continuamente.

= Dinâmica de evangelização pelo compromisso com os valores do Evangelho
Muitos dos actos do padre são mais questões de carácter social do que situações de vivência em favor dos outros, pelos outros e para os outros. Muitos/as daqueles/as que se aproximam da Igreja – paroquial ou menos formal – vêm em busca da solução de problemas imediatos, mais do que em razão de quererem crescer na caminhada da fé. Raramente quem procura o padre é para aprofundar – activamente ou pondo-se ao serviço dos outros – as razões da sua fé. Enquanto estivermos (como que) reduzidos a sermos uma espécie de estação de conveniência pouco ou nada faremos pela evangelização séria e consistente.
Urge que tenhamos bons cristãos para termos melhores padres. Urge que saibamos promover a família com dignidade para poderem surgir padres bem alicerçados no Evangelho.
O caminho tem de ser feito connosco e para aqueles a quem Deus nos enviar.

A. Sílvio Couto


in ECCLESIA, 07.06.2010

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publicado às 06:35

No encerramento do ANO SACERDOTAL

por Zulmiro Sarmento, em 11.06.10

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publicado às 05:38

90 anos de D. Aurélio Granada Escudeiro

por Zulmiro Sarmento, em 29.05.10

O Bispo Emérito de Angra exerceu funções episcopais entre 1974 e 1996 na Diocese açoriana.

 

Faz hoje 90 anos D. Aurélio Granada Escudeiro, Bispo Emérito de Angra, que exerceu funções entre 1974 e 1996 na Diocese açoriana.

O antecessor de D. António de Sousa Braga foi o 37.º Bispo de Angra, encontrando-se a residir actualmente na sua terra natal, em Alcains, Castelo Branco.

D. Aurélio Granada Escudeiro foi eleito bispo titular de Drusiliana e coadjutor de Angra a 18 de Março de 1974, tendo a sua entrada solene na Sede Episcopal angrense acontecido a 19 de Junho desse mesmo ano.

in ECCLESIA

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publicado às 12:20

Para saborear com mais calma... 4

por Zulmiro Sarmento, em 20.05.10

ACTO DE CONFIANÇA E CONSAGRAÇÃO
DOS SACERDOTES AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

ORAÇÃO DO PAPA BENTO XVI

Igreja da Santíssima Trindade - Fátima
Quarta-feira, 12 de Maio de 2010

  

Mãe Imaculada,
neste lugar de graça,
convocados pelo amor do vosso Filho Jesus,
Sumo e Eterno Sacerdote, nós,
filhos no Filho e seus sacerdotes,
consagramo-nos ao vosso Coração materno,
para cumprirmos fielmente a Vontade do Pai.

Estamos cientes de que, sem Jesus,
nada de bom podemos fazer (cf. Jo 15, 5)
e de que, só por Ele, com Ele e n’Ele,
seremos para o mundo
instrumentos de salvação.

Esposa do Espírito Santo,
alcançai-nos o dom inestimável
da transformação em Cristo.
Com a mesma força do Espírito que,
estendendo sobre Vós a sua sombra,
Vos tornou Mãe do Salvador,
ajudai-nos para que Cristo, vosso Filho,
nasça em nós também.

E assim possa a Igreja
ser renovada por santos sacerdotes,
transfigurados pela graça d'Aquele
que faz novas todas as coisas.

Mãe de Misericórdia,
foi o vosso Filho Jesus que nos chamou
para nos tornarmos como Ele:
luz do mundo e sal da terra
(cf. Mt 5, 13-14).

Ajudai-nos,
com a vossa poderosa intercessão,
a não esmorecer nesta sublime vocação,
nem ceder aos nossos egoísmos,
às lisonjas do mundo
e às sugestões do Maligno.

Preservai-nos com a vossa pureza,
resguardai-nos com a vossa humildade
e envolvei-nos com o vosso amor materno,
que se reflecte em tantas almas
que Vos são consagradas
e se tornaram para nós
verdadeiras mães espirituais.

Mãe da Igreja,
nós, sacerdotes,
queremos ser pastores
que não se apascentam a si mesmos,
mas se oferecem a Deus pelos irmãos,
nisto mesmo encontrando a sua felicidade.
Queremos,
não só por palavras mas com a própria vida,
repetir humildemente, dia após dia,
o nosso « eis-me aqui».

Guiados por Vós,
queremos ser Apóstolos
da Misericórdia Divina,
felizes por celebrar cada dia
o Santo Sacrifício do Altar
e oferecer a quantos no-lo peçam
o sacramento da Reconciliação.

Advogada e Medianeira da graça,
Vós que estais totalmente imersa
na única mediação universal de Cristo,
solicitai a Deus, para nós,
um coração completamente renovado,
que ame a Deus com todas as suas forças
e sirva a humanidade como o fizestes Vós.

Repeti ao Senhor aquela
vossa palavra eficaz:
« não têm vinho » (Jo 2, 3),
para que o Pai e o Filho derramem sobre nós,
como que numa nova efusão,
o Espírito Santo.

Cheio de enlevo e gratidão
pela vossa contínua presença no meio de nós,
em nome de todos os sacerdotes quero,
também eu, exclamar:
« Donde me é dado que venha ter comigo
a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).

Mãe nossa desde sempre,
não Vos canseis de nos visitar,
consolar, amparar.
Vinde em nosso socorro
e livrai-nos de todo o perigo
que grava sobre nós.
Com este acto de entrega e consagração,
queremos acolher-Vos de modo
mais profundo e radical,
para sempre e totalmente,
na nossa vida humana e sacerdotal.

Que a vossa presença faça reflorescer o deserto
das nossas solidões e brilhar o sol
sobre as nossas trevas,
faça voltar a calma depois da tempestade,
para que todo o homem veja a salvação
do Senhor,
que tem o nome e o rosto de Jesus,
reflectida nos nossos corações,
para sempre unidos ao vosso!

Assim seja!

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publicado às 07:00

Algumas razões para ‘ser padre’... hoje

por Zulmiro Sarmento, em 07.04.10

 

No ‘ano sacerdotal’ em tempo de Páscoa

Enquadrado no ‘ano sacerdotal’, no contexto da celebração da Páscoa e ao ritmo das diversas vivências pessoais e comunitárias, sentimos como que um impulso – suficientemente racional muito para além do mero emotivo, embora razoavelmente emocional para não se tornar minimalistamente racionalista – de exprimir algumas (que não exclusivas) motivações para ser padre neste tempo, isto é, enquanto vivemos no hoje, à luz do passado e em abertura ao futuro.
Atendendo ainda aos múltiplos ataques – alguns roçando quase o ridículo – aos pecados – pessoais e sociais – de muitos clérigos (nos vários quadrantes do mundo) como que se torna imperioso apontar – sem qualquer defesa ou mesmo intento ressabiado – para as razões profundas ‘de ser’, ‘para ser’ e, sobretudo, ‘como ser’ padre... hoje.

* Ser feliz (identidade e vocação)
Ninguém poderá ajudar os outros a serem felizes, se o próprio não for feliz. Se, para qualquer vocação ou, mesmo, profissão isto é válido, tanto mais o é para o padre. Com efeito, o padre não é um castrado de sentimentos, embora os tenha entregado ao serviço de Deus pelos outros. O padre não é um infeliz na prossecução individualista dos seus afectos, embora os viva em entrega celibatária, o que não quererá significar solitária. O padre não foi amputado de qualquer das suas faculdades emotivas, embora as saiba, com maturidade, imolar positivamente ao Deus a quem serve no altar do sacrifício vivo e renovado cada dia.
Desgraçadamente há quem tente opinar sobre matérias que não conhece suficientemente ou que procure lançar confusão, tanto quanto é perceptível, a partir da sua incapacidade – emocional, afectiva ou intelectual – de dar (ao menos) o benefício da dúvida sobre a integridade moral doutrem.

* Comunicar a vida... como dom (valorização e missão) aos outros
Efectivamente, ninguém foi criado para obstaculizar – conscientemente – a capacidade de comunicar a vida, tanto na paternidade como na maternidade, tanto biológica, como psicológica e/ou espiritual. Certamente seria frustrante que alguém tenha sido ordenado padre para fugir à responsabilidade de ser presença do amor (paterno de Deus e materno em Igreja) como dom e missão de Deus neste mundo.
A dimensão de padre envolve algo mais do que uma capitulação fora dos desígnios de Deus. Pelo contrário, ser padre é assumir a força de Deus Pai, nas mais diversas dimensões. Com efeito, só quem nunca tenha percebido esta dimensão de paternidade do padre poderá considerar que este não é, de verdade, pai espiritual – na linguagem de alguns autores: ‘pater familias’ – de seus irmãos, tornados filhos por graça de Deus.
A vida espiritual – essa que dá, de facto, consistência às outras dimensões essenciais do nosso ser com os outros – ganha nova relação quando está influenciada pela força paterna de Deus, traduzida em gestos, em palavras, em sinais e em desafios de nova vida... em crescendo de maturidade divina.

* Mãos abençoadas e para abençoar (dimensão pneumatológica)... como Jesus
Se pretendêssemos encontrar uma faceta do corpo humano para simbolizar o ministério sacerdotal poderíamos – sem o fazermos de forma redutiva – apontar as mãos como símbolos mais significativos. As mãos do padre foram ungidas, na ordenação, e com as mãos, ele invoca o Espírito Santo (epiclese) na celebração dos diferentes sacramentos, comunicando-nos o poder do Senhor, hoje. Com efeito, as mãos do padre são o sinal distintivo e paradigmático da comunicação de Jesus entre os homens e mulheres do nosso tempo. Por isso, será de grande utilidade ministerial que o padre reflicta sobre o modo como usa as suas mãos e aos outros fiéis como entendem e atendem à função das mãos do padre.
Não será também casual que, na revelação de Jesus ressuscitado, as mãos (para além do lado aberto) são ‘lugares’ onde estão impressos os sinais da paixão gloriosa com que Cristo se faz presente com os seus. Das mãos trespassadas e gloriosas de Jesus nos venha, hoje, pelo ministério do padre a bênção de Deus... ressuscitada e ressuscitadora.

A. Sílvio Couto

in ECCLESIA

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publicado às 13:51

Escolher o futuro

por Zulmiro Sarmento, em 29.03.10

Confrontado com um conjunto de situações que em nada dignificam a Igreja Católica e aqueles que a têm de servir, na linha da frente, a opção de Bento XVI foi escolher o futuro

 

Para quem esperava uma espécie de “manual contra os abusos sexuais”, a carta com que Bento XVI aborda a questão da pedofilia entre o clero da Irlanda pode parecer surpreendente. Não é propriamente um conjunto rígido de instruções e procedimentos, mas uma reflexão mais ampla, marcada pela exigência de mudança e a certeza de que é possível acreditar, ter esperança, mesmo depois de uma crise tão grave.

Agiram muito mal os que trataram destes abusos como um “assunto de família”, no pior sentido, escondendo, relativizando, colocando acima dos valores da verdade e da humanidade para com as vítimas questões como a imagem da Igreja ou dos seus ministros.

O choque provocado pela revelação de tais abusos ultrapassa, em muito, o âmbito da Igreja. Como reconhece o próprio Papa, o caminho para recuperar a confiança na Igreja e curar as feridas provocadas a tantas pessoas é longo e doloroso. Mas é possível. A Igreja é mais, muito mais do que padres pedófilos – que aliás, não têm nela lugar.

Confrontado com um conjunto de situações que em nada dignificam a Igreja Católica e aqueles que a têm de servir, na linha da frente, a opção de Bento XVI foi escolher o futuro.

Explico: slogans como “tolerância zero” ou “nunca mais” dizem pouco se não forem acompanhados de uma acção concreta, que procure não só resolver o que de mal se fez no passado – atendendo em primeiro lugar às vítimas, logicamente -, mas também mudar comportamentos, pessoais e institucionais.

A dor provocada deve servir, neste momento, para potenciar uma revolução de largo alcance, que não se limite à visão “sexualista” dos acontecimentos. Em pleno Ano Sacerdotal, uma provação desta dimensão tem de ajudar a perceber que padres é que a Igreja quer para o século XXI. Outro ponto essencial é cultivar uma cultura de transparência, de verdade, em todas as dimensões eclesiais. Assumir o que está errado para que possa ser rapidamente reparado e haja espaço – aos olhos de todos – para observar também o que de bom e importante é realizado por toda a Igreja. Com coragem e determinação.

 

Octávio Carmo

in ECCLESIA

 

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publicado às 07:14

DIA DO CONSAGRADO

por Zulmiro Sarmento, em 02.02.10

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publicado às 10:19

UM PADRE DE 85 ANOS AGREDIDO SELVATICAMENTE NO CONTINENTE POR ANIMAIS REFERENCIADOS COMO HUMANOS. EU CONHEÇO O REMÉDIO INFALÍVEL PARA CASOS DESTES...

por Zulmiro Sarmento, em 27.01.10

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publicado às 08:00

Papa quer padres no ciberespaço

por Zulmiro Sarmento, em 26.01.10

Vaticano divulga mensagem de Bento XVI para o 44.º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Bento XVI quer que os padres aproveitem as potencialidades das novas tecnologias, na área da comunicação, marcando uma presença diferente no mundo “digital”.
Os sacerdotes, indica o Papa, devem “anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis, inclusive para a evangelização e a catequese”.
“Os novos media oferecem aos presbíteros perspectivas sempre novas e pastoralmente ilimitadas”, acrescenta.
Os desafios são lançados na mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais, que terá como tema “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos meios a serviço da Palavra”e será celebrado a 16 de Maio de 2010.
"A vós, queridos Sacerdotes, renovo o convite a que aproveiteis com sabedoria as singulares oportunidades oferecidas pela comunicação moderna. Que o Senhor vos torne apaixonados anunciadores da Boa Nova na «ágora» moderna criada pelos meios actuais de comunicação", indica o Papa.
A celebração deste ano pretende levar os padres a considerar os novos meios de comunicação como um recurso para o seu ministério.
“O desenvolvimento das novas tecnologias e, na sua dimensão global, todo o mundo digital representam um grande recurso, tanto para a humanidade no seu todo como para o homem na singularidade do seu ser, e um estímulo para o confronto e o diálogo”, indica Bento XVI.
Reconhecendo que “os modernos meios de comunicação fazem parte, desde há muito tempo, dos instrumentos ordinários através dos quais as comunidades eclesiais se exprimem”, o Papa precisa que “a sua recente e incisiva difusão e a sua notável influência tornam cada vez mais importante e útil o seu uso no ministério sacerdotal”.
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Para Bento XVI, as “vias de comunicação abertas pelas conquistas tecnológicas” tornaram-se um instrumento útil para abordar “ questões no âmbito das grandes mudanças culturais, particularmente sentidas no mundo juvenil”.
“Pondo à nossa disposição meios que permitem uma capacidade de expressão praticamente ilimitada, o mundo digital abre perspectivas e concretizações”, acrescenta.
Em pleno Ano Sacerdotal, o Papa escreve que o sacerdote acaba por encontrar-se como que no limiar de uma "história nova", porque “quanto mais intensas forem as relações criadas pelas modernas tecnologias e mais ampliadas forem as fronteiras pelo mundo digital, tanto mais o sacerdote será chamado a ocupar-se pastoralmente disso, multiplicando o seu empenho em colocar os media ao serviço da Palavra”.
Bento XVI alerta para o risco de uma utilização “determinada principalmente pela mera exigência de marcar presença e de considerar erroneamente a internet apenas como um espaço a ser ocupado”.
“Aos presbíteros é pedida a capacidade de estarem presentes no mundo digital em constante fidelidade à mensagem evangélica, para desempenharem o papel próprio de animadores de comunidades, que hoje se exprimem cada vez mais frequentemente através das muitas «vozes» que surgem do mundo digital”, observa.
Através dos modernos meios de comunicação, assinala Bento XVI, “o sacerdote poderá dar a conhecer a vida da Igreja e ajudar os homens de hoje a descobrirem o rosto de Cristo, conjugando o uso oportuno e competente de tais meios - adquirido já no período de formação - com uma sólida preparação teológica e uma espiritualidade sacerdotal forte”.
“No impacto com o mundo digital, mais do que a mão do operador dos media, o presbítero deve fazer transparecer o seu coração de consagrado, para dar uma alma não só ao seu serviço pastoral, mas também ao fluxo comunicativo ininterrupto da «rede»”, diz ainda.
O Papa lembra a necessidade de assegurar sempre “a qualidade do contacto humano e a atenção às pessoas e às suas verdadeiras necessidades espirituais”.
“Uma pastoral no mundo digital é chamada a ter em conta também aqueles que não acreditam, caíram no desânimo e cultivam no coração desejos de absoluto e de verdades não caducas, dado que os novos meios permitem entrar em contacto com crentes de todas as religiões, com não-crentes e pessoas de todas as culturas”, frisa Bento XVI.
A mensagem para este dia é publicada todos os anos a 24 de Janeiro, por se celebrar a memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro das comunicações sociais. Este ano foi antecipada por este dia coincidir com um Domingo.
 
in ECCLESIA

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publicado às 13:26

Conclusões do Congresso Internacional sobre o presbítero «À escuta da Palavra»

por Zulmiro Sarmento, em 19.01.10

 

Notas Prévias
A. O primeiro Congresso sobre o Sacerdócio do século XX, em Portugal, foi realizado em Braga, em 25 de Outubro de 1905. O primeiro do século XXI, sendo de cariz internacional, também foi realizado em Braga, de 12 a 15 de Janeiro de 2010, comemorando 450 anos da fundação do Colégio de S. Paulo, actual edifício do Seminário Conciliar.
B. Os congressistas tiveram uma singular oportunidade de, em conjunto, rezar, cantar, reflectir, dialogar, tomar refeições em comum, conviver, presenciar e participar em manifestações artísticas, mormente de índole musical, poética e teatral.
C. Atentos ao acontecimento do terramoto ocorrido no Haiti, os congressistas manifestaram a sua profunda vizinhança e comunhão com os sobreviventes e imploraram a Deus o repouso eterno para os numerosos falecidos.
D. O número de participantes superou as três centenas de presbíteros, vindo alguns de outras dioceses. Inscreveram-se também umas três dezenas de leigos.
E. A cobertura dos meios de comunicação foi bastante ampla, tendo-se utilizado, com proveito e eficiência, as novas tecnologias de comunicação.
F. O texto de Heb 2,17 foi a fonte de enraizamento bíblico que inspirou a multiplicidade de comunicações e testemunhos:
«Deve em tudo aos seus irmãos ser semelhante, a fim de misericordioso se tornar e fidedigno Sumo Sacerdote nas coisas para com Deus para propiciar os pecados do povo».
Realçamos, pois, as seguintes conclusões:
1. O presbítero dos nossos dias encara as transformações do mundo e seus reflexos na Igreja como soberana oportunidade para se dar conta de que o seu ministério é fundado sacramentalmente: compete-lhe manifestar claramente aos olhos dos outros fiéis que só um é Senhor da Igreja, só um a orienta e apenas um possui nela a Palavra - Jesus Cristo.
2. No ministério eclesial, não se coloca uma autoridade humana no lugar de Cristo, mas é Ele mesmo tornado presente sacramentalmente, um sinal eficaz que para Ele aponta e no qual Ele próprio garante agir.
3. O presbítero encaminha, pela palavra, sacramentos e prática da sua vida, os outros fiéis para a única cabeça da Igreja, para Cristo.
4. Toda a acção eclesial é, no sentido mais vasto, sacramental, isto é, acção representativa. Nela se realiza, se exprime, se corporiza aquilo que o próprio Deus realiza com os humanos. Por isso, só é autêntica quando dá corpo à acção de Cristo, à acção de Deus, e a torna simbolicamente visível.
5. É Deus que age na Igreja. É errado organizarmos as actividades eclesiais em função do êxito, do número. O que realmente conta é a disponibilidade para o envio sacramental, nomeadamente no anúncio da Palavra e, em sinais eficazes, chamar seres humanos para o Povo de Deus e acompanhá-los no caminho do seguimento do Senhor, dando-lhes coragem para o envio no mundo. “Êxito não é nenhum dos nomes de Deus” (Martin Buber).
6. O cerne do ministério presbiteral está em ser indicação sacramental, nos pontos nevrálgicos da vida Igreja, da comunhão entre Deus e o ser humano; e dos homens entre si. Celebrar a comunhão eucarística, sem procurar viver, - pelo menos com o mesmo peso - a comunhão quotidiana, e sem realizar a missão no interior do mundo, é algo perverso.
7. As novas realidades do nosso mundo exigem novas formas de ser presbítero. O ministério eclesial tem que ser colegial. É-se bispo no colégio dos bispos; é-se presbítero no presbitério. Quem possui o ministério da unidade deve agir unido. Mais, deve, quanto possível, viver conjuntamente, como exigia Santo Agostinho aos seus padres.
8. O padre tem de ser um homem de Deus, um mistagogo que conhece o mistério de Deus, o vive em comunhão, o celebra e o comunica com entusiasmo e alegria.
9. Anuncia uma Palavra salvadora, eficaz, de futuro e de esperança. Fá-lo com paixão por Aquele que é a Palavra e comprova a verdade do seu testemunho na compaixão pelos irmãos, verdadeiro caminho de paz e unidade. Segundo o Novo Testamento, Cristo é Sacerdote por assemelhação com os seus irmãos e não por separação.
10. É um sacerdote que incorporou a absoluta necessidade de formação permanente para possuir uma formação superior à média e poder responder com propriedade aos desafios completamente novos dos nossos dias.
11. É um padre que dedica muito tempo à formação dos leigos, não só para que a sua fé seja cada vez mais esclarecida e luminosa, mas para que desempenhem, com verdadeiro espírito missionário, as múltiplas tarefas que lhes são próprias: na família, na sociedade e na Igreja.
12. A unção do Espírito Santo, que a imposição das mãos realiza, é para que, pela acção do presbítero, aquilo que o baptizado já é sacramentalmente, se realize existencialmente, também na promoção dos diversos ministérios – nomeadamente o diaconado permanente – e em estilos de vida comunitária cada vez mais colegiais.
13. Os seminários, numa atitude maternal, devem acolher com benevolência os candidatos e saber exigir, com docilidade e firmeza, uma formação humana, espiritual, pastoral e cultural muito sólida, ancorada ainda no compromisso da formação permanente.
14. As pessoas manifestam, em esmagadora maioria, o desejo de que os sacerdotes tenham grande disponibilidade para ouvir e atender, acompanhar e aconselhar, serem alguém em quem se confia plenamente.
15. Comunicar é serviço; não é protagonismo. Mas exige séria formação. Só assim poderá haver celebrações, sobretudo da eucaristia, que sejam espelho de uma comunidade salva e agradecida. Homilias curtas, incisivas e cobrindo os pontos essenciais.
A hora de mudança e de transformações rápidas na sociedade e na Igreja exige claramente novos modos de organização da vida eclesial e novos estilos diversificados de exercício do ministério presbiteral. Os caminhos a percorrer e as decisões a tomar hão-de ser procurados, em comunidade, na escuta atenta da Palavra que nos salva e do seu rumor nas plurais palavras humanas.
 

 

Braga, 15 de Janeiro de 2010
in ECCLESIA

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