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Aprender a educar em tempos de crise... rumo ao Natal

por Zulmiro Sarmento, em 22.11.11

É gratificante ver o desenvolvimento de uma criança, sobretudo, se ela manifesta alguma ‘diferença’ no seu comportamento: como se torna importante ajudar a fazer crescer alguém na sua fragilidade -- muito mais do que em mera debilidade! -- assumindo a sua autonomia e identidade. Tendo em conta a personalidade de cada pessoa -- muito mais a de cada criança -- todos somos poucos para fazermos crescer a sua maturidade. Com efeito, cada gesto, cada palavra (mais ou menos serena ou até agressiva), cada sinal... tudo concorre para o crescimento de uma criança, sobretudo, em certas idades e circunstâncias.

Se atendermos às lições da psicologia poderemos considerar que os primeiros cinco anos de vida de uma pessoa -- logo na idade da primeira infância -- são marcantes para o seu desenvolvimento equilibrado. Sabemos que nem sempre é fácil nem se colhem resultados imediatos, mas é fundamental saber que, nas nossas mãos e, sobretudo, no nosso coração, estão depositados muitos desígnios de futuro e de nobre condição.
Todos -- pais (mãe e pai), educadores, Igreja e comunidade social -- somos poucos para esta tarefa, mas temos de estar coordenados, para conseguirmos construir nos nossos mais pequenos homens e mulheres de amanhã com sentido de amor e com consciência de bem-fazer.

= Nas dificuldades (até) nos podemos transcender
Os tempos históricos e económicos, em Portugal, na Europa e no mundo, não são fáceis. Por isso, também na educação dos filhos algo está (ou pode estar) em crise.
- Como se pode educar, quando se aperta o cerco ao ter tudo e do melhor?
- Como se pode educar um filho/a a não ter, se antes, tudo era mais abundante?
- Como se poderá ensinar o não esbanjamento – desde a comida até ao custo da eletricidade -- quando os ordenados encolhem e os impostos apertam cada vez mais?
Somos, de fato, devedores de uma geração (ou até já duas!) que não teve de conviver com guerras e conflitos bélicos. Com efeito, quem tiver, hoje, pelo menos, cinquenta anos, não passou fome, não teve de sofrer perseguição política e habituou-se a receber muito mais do que a dar.
Diante deste panorama muitos dos filhos -- e até netos -- foram criados sem as restrições que muitos dos avós sofreram. Por vezes, até os brinquedos perderam o fascínio da novidade, pois podem ter sido dados sem custo e oferecido sem serem recompensa por algo conseguido na escola ou na vida de esforço.
- Agora que muito se aperta o cerco ao esbanjamento de outrora, como poderão pais e avós educar na dificuldade e talvez na contenção do menos mau?
- Estaremos capazes de apresentar às nossas crianças sugestões de boa conduta sem pretendermos disfarçar que está tudo a correr sem dificuldade?
- Será possível gerar, para o futuro, uma educação sincera e onde se fale verdade, sem ter medo das consequências?
Antes de mais é preciso:
- responsabilizar os mais novos nas pequenas renúncias do dia a dia: antes podíamos, agora estamos sem certos meios de luxo;
- fazer participar na contenção de gastos, com pequenos gestos de poupança, desde a eletricidade até à conversa ao telefone, passando mesmo pelas guloseimas e brinquedos;
- tentar promover a dignificação do trabalho e não favorecendo a preguiça ou a reclamação constante;
- apresentar o esforço sincero dos mais velhos na recuperação de Portugal como cidadãos que amam o seu país e não como pessoas que dizem mal de tudo e de todos;
- fazer crer que já houve tempos de carência e que foi possível vencer essas dificuldades com trabalho, com unidade de todos e com harmonia social.

= Pelo testemunho se ganha... o filho/educando
Agora que se aproxima um tempo de exaltação do consumismo, pelo Natal, talvez seja importante apresentar às crianças algo mais do que um mal-estar por não ter ou ainda por desejar ter, ficando azedo e com raiva de quem tem ou possa comprar.
Pode ter chegado a ocasião:
- de ir gerando nas nossas crianças uma abertura ao essencial, que é mais do que coisas;
- de ir aprendendo a valorizar aquilo que é simples e não aquilo que é de moda;
- de ir ajudando a conhecer o esforço de quem nos presenteia e não quem nos tenta comprar com prendas de fachada;
- de ir tentando olhar as pessoas mais pelo que elas valem (e são de verdade) e menos por aquilo que nos oferecem.

Temos de sacudir, já neste Natal, o papel de embrulho com que nos temos andado a enganar e, talvez, a querer ludibriar as nossas crianças. Tentemos dar-lhes mais amor, carinho e atenção e Jesus nascerá em nós e à nossa volta.

António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)
AGÊNCIA ECCLESIA

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publicado às 04:57

Seminários devem estar ligados às comunidades

por Zulmiro Sarmento, em 06.11.11

«Exigente missão» de formação requer «o moldar do coração e da inteligência», salienta presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

D.R. | Cartaz da Semana dos Seminários (det.)

Lisboa, 02 nov 2011 (Ecclesia) – O bispo que preside à comissão responsável pela formação dos padres católicos em Portugal, D. António Francisco dos Santos, quer que os seminários estejam ligados às famílias, paróquias e sacerdotes.

Na mensagem para a Semana dos Seminários, que decorre de 6 a 13 de novembro, o responsável salienta que “é grande a importância do ambiente da família, essencial o acolhimento da comunidade e imprescindível o testemunho dos sacerdotes no surgir da vocação e na ação desenvolvida ao longo do percurso formativo”.

“Quanto maior for esta proximidade e mais efetiva e afetiva esta articulação entre todos, mais eficaz se torna a ação formativa e mais saudáveis e consistentes se revelam os diferentes resultados da formação”, considera o presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios.

D. António Francisco dos Santos destaca “a renovada alegria e o acrescido interesse” com que famílias, padres e paróquias acolhem “o surgir da vocação entre os jovens e o interesse manifestado na celebração da Semana dos Seminários”, que este ano decorre sob o tema “Formar pastores consagrados totalmente a Deus e ao seu povo”.

“‘Formar pastores’” implica uma compreensão abrangente da formação, que não se limita à dimensão pastoral propriamente dita, mas estende-se à dimensão “humana, espiritual e intelectual”, aponta o responsável, para quem “os Seminários, mais do que as casas ou as estruturas, são as pessoas”.

O “longo caminho” na “exigente missão” de formação, que “não termina com a Ordenação presbiteral”, requer “o moldar do coração e da inteligência aos critérios do evangelho” indica a mensagem, que alude à “beleza das coisas últimas” e o apelo “ao absoluto, ao definitivo e ao permanente” feito a quem segue Cristo.

A nota refere também que as Jornadas Mundiais da Juventude, como a que decorreu em Madrid em agosto de 2011, têm sido “para muitos jovens”, hoje padres ou religiosos, momentos de “mais compromisso em Igreja e de atenta descoberta e generosa resposta à vocação para a vida sacerdotal ou consagrada”.

O portal da Conferência Episcopal Portuguesa disponibiliza uma página (http://www.ecclesia.pt/semanaseminarios2011) com conteúdos respeitantes à Semana dos Seminários.

RJM

 

AGÊNCIA ECCLESIA

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publicado às 05:42

Tá tudo explicado. Pois tá. E mesmo assim, como diz fulana de tal, basta no 3º período começar...

por Zulmiro Sarmento, em 22.10.11

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publicado às 04:30

ADOLESCENTES QUE REFLECTEM... MUITO BOM!

por Zulmiro Sarmento, em 11.10.11

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publicado às 03:57

Um mundo de interrogações incómodas mas necessárias

por Zulmiro Sarmento, em 01.09.11

   

É inevitável, no agir do dia-a-dia de cada pessoa, o confronto entre os tempos já vividos e os que se vivem agora com o futuro no horizonte. Só no presente podemos ter memória do que se vivemos antes e abertura realista para projectos novos.

O presente, porém, aparece-nos cada vez mais confuso e inquietante. Há menos memória, mas mais possibilidades para muitas coisas e mais problemas a enfrentar. São mais difíceis as relações e a comunicação pessoal atenta, pela abundância dos canais massificadores e porque o mundo de muitas pessoas e os valores em causa não coincidem em aspectos essenciais. Toda a gente tem opinião acerca de tudo, do que conhece e do que não conhece. E, quanto menos se conhece, mais se é dogmático nas afirmações e menos respeitador das opiniões alheias. Constroem-se mais muros que pontes, no dia a dia, na política, nas opções desportivas, que só no aspecto religioso se vai notando o contrário. Há mais diplomas de escola, mais festas e passeios de finalistas, mas menos conhecimento de coisas essenciais da vida. Por sistema, alguns vão apagando o passado e pensam, como ideal, um presente de imediatos, sem horizontes, sem projectos que se justifiquem a longo prazo.

Com tudo isto está visivelmente em causa a educação das novas gerações. A educação não é a simples transmissão dos ensinamentos que constam das exigências do currículo escolar. Educar é tudo o que se orienta para ajudar a crescer rumo à maturidade, e que permite optar, com critérios válidos, inserir-se e agir, de modo responsável, na sociedade de que se faz parte. Exige seriedade e competência de quem educa, abertura, acolhimento e esforço do educando, apoio de uma comunidade humana, que é sempre a referência indispensável dos valores morais e éticos que se propõem e transmitem. Reside nisto tudo, quando não é claro, a grande dificuldade do processo educativo que se pretende eficaz nos seus resultados. O processo não tem um termo, ainda que o tenha o curso escolar, porque a necessidade de aprender e de crescer acompanha-nos a todos ao longo da vida.

Na sociedade actual muitos teimam em viver uma vida sem sentido, por isso mesmo cada vez mais empobrecida de humanismo, de ideal, de valores morais, de projectos consistentes. Porque a educação é ambiental, os novos mais facilmente se deixam contagiar pelo vazio das vidas esfrangalhadas e desiludidas do que pelos testemunhos convincentes e sólidos da gente normal. São estes testemunhos que se devem tornar cada vez mais visíveis na família, na escola, nos projectos e conteúdos educativos, nas propostas da sociedade circundante, nas instituições humanitárias.

Nestes dias, jornais e noticiários televisivos deram conta de que está a aumentar, em Portugal, o número de jovens estudantes a partir dos 14 anos, que consomem heroína e outras drogas, antigas e modernas, e que há, também, os que se vão tornando dependentes do álcool. O facto tem muitas leituras que vão sendo feitas consoante os quadrantes ideológicos do analista. O mais urgente nestas e outras situações que afectam alunos das escolas é descobrir as causas e procurar actuar sobre elas.

São estas interrogações incómodas, a que muita gente se furta por não encontrar saída ou pensar que se trata de fenómenos passageiros, que não merecem especial atenção. O exame de interiorização das causas, talvez com a ajuda das vítimas, não pode deixar de fora os pais, os professores, os educadores de todas a vertentes educativas, escolares e outras, os grupos de influência, os meios de comunicação, os lugares de lazer, os traficantes criminosos no caso das drogas tóxicas. Todos são membros desta sociedade cheia de problemas incómodos, que tem, e ainda bem, no seu seio muitas riquezas e oportunidades de bem, nem sempre aproveitadas.

D. António Marcelino

Agência ECCLESIA

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publicado às 02:54

O potencial educativo das férias

por Zulmiro Sarmento, em 09.07.11

Cristina Sá Carvalho, Secretariado Nacional da Educação Cristã

O facto de este ser um verão que se adivinha carregado pela tempestade do nosso descontentamento e preocupação não deve ser motivo para o desperdiçar, mesmo que seja necessário passá-lo em casa. As férias têm o maior potencial educativo e as famílias devem usufruí-las como um tempo de aprender a ser e de aprofundar a intimidade.

Todas as grandes mudanças nos processos educativos familiares, ou a preparação para as novas etapas escolares devem ficar guardados para as férias, quando os pais estão mais descontraídos e disponíveis, quer se trate de alterar a alimentação do bebé, tirar as fraldas, antecipar a entrada na escola, festejar o ingresso na universidade ou no mercado de trabalho. Tudo pode, e deve, ser vivido com esperança, com interesse, com sentido de festa pois não há nada de mais promissor para a pessoa, as famílias e a sociedade, do que bem orientar as crianças e os jovens para os ver crescer com saúde e motivação para aprender e assumir novas responsabilidades. Numa época de crise e dificuldade isso ainda tem um valor mais insubstituível. Não percamos, pois, por falta de empenho ou imaginação, essa oportunidade fantástica.

A crise de valores que acabaria por nos arrastar para a crise económica e social que, agora, vivemos, teve sempre como bandeira e promessa de grande liberdade e modernidade, o enfraquecimento da família e o esvaziamento da sua capacidade educativa. Mas, não se adivinha milagre que nos devolva o sossego e a estabilidade económica se não mudarmos a nossa maneira de ser e de agir. Parece este esforço mais exigente para as famílias com filhos pequenos, e é-o, sobretudo se não podem contar com a rede de apoio de uma família alargada. Sozinhos, estamos muito desprotegidos mas as férias são, também, uma oportunidade de descobrir que somos capazes de reinventar uma rede comunitária de solidariedade e comunhão e tudo pode começar no prédio, no lugar, no bairro, se os pais de várias famílias se unirem para viver umas boas férias com os seus filhos e, de caminho, quiserem aprender uma vida mais equilibrada e mais feliz.

Em primeiro lugar, é preciso algum bom senso e evitar alterar em demasia as rotinas e os horários das crianças: convém manter as refeições e as horas de ir para a cama e adicionar uma bela sesta, deixando aos pais algum tempo livre. Depois, é importante que esse tempo livre possa ser, pelo menos uma vez, integralmente oferecido aos pais, pelo que é fundamental que as famílias estejam dispostas a receber – um dia, uma noite – as crianças de outra família e proporcionar aos seus pais um tempo sossegado e de adultos, para passear, ir ao cinema, para não fazer nada…

Depois, as férias são importantes para aprender a comer melhor e a fazer exercício. No nosso país há sempre a praia, fluvial ou marítima, respeitando os horários do sol benigno, e em quase todas as cidades também há piscinas, equipamentos desportivos e bons jardins, para nadar, correr, jogar à bola, passear. E, como há mais tempo livre, também é a altura perfeita para abandonar os pequenos-
-almoços industriais e os lanches de plástico, descobrindo o prazer antigo do pão com manteiga, da marmelada, das sobremesas e gelados feitos em casa. Até a pizza e demais comida rápida podem ser recriadas em família, com a colaboração de todos, porque é relevante que as crianças e adolescentes aprendam a ser autónomos e a participar nas tarefas caseiras, como cozinhar, limpar e arrumar. Bem entendido, salvo para ver cinema, a televisão e o computador podem muito bem ser fechados durante o período das férias.

Também não há necessidade de passar os dias a ver montras, o que pode até ser deprimente: o ideal é que os pais se juntem com outros pais para fazer, em conjunto, a gestão da roupa e do material escolar que vai fazer falta no ano seguinte, partilhando e trocando entre si o que sobra a uns mas é indispensável para outros. Reciclar está na moda e é uma moda muito saudável! Depois, organizando passeios aos saldos, munidos de uma lista que vai ser respeitada e deixando os filhos em casa, aproveitam para comprar mais em conta aquilo que é indispensável.

Finalmente, nos dias mais frescos ou em intervalos mais calmos, há muitos programas gratuitos, ou quase, para pais e filhos: explorar o conteúdo das bibliotecas, fazer visitas a museus, assistir a concertos de rua ou nalgumas instituições, preparar espetáculos organizados pelos grupos de adolescentes, um serão mostrando os dotes dos avós, dos pais, das mães. Facilmente uma varanda grande, um pátio, até a garagem de um prédio, podem ser esvaziados da tralha e montados como um auditório para contar histórias, fazer música, passagens de modelos com materiais reciclados, até sessões privadas de cinema a acompanhar de pipocas caseiras.

Por fim, quando setembro espreitar, chega a vez de nos prepararmos para um novo ano escolar e pastoral, ano esse que deve ser vivido com alegria, com esperança, com vontade de trabalhar e de crescer. Em culturas em que se dá o maior valor à educação das crianças e dos adolescentes, as famílias juntam-se para celebrar a entrada na escola dos mais pequenos, a transição de ciclo dos mais velhos. É uma ocasião de reunião feliz mas muito séria, em que cada criança ou adolescente recebe o seu novo material como um bem precioso e estimável, um penhor do esforço que a família e a sociedade colocam na sua educação, um tesouro que deve traduzir em aprendizagem. Nessas famílias acredita-se que a educação – familiar, paroquial – é um bem incalculável, a única garantia inabalável de que vamos ter um futuro melhor. Pois aqui fica o desafio de se criarem novas tradições que saúdem o bem incomparável que é a aquisição de conhecimento e de atitudes generosas. Para as famílias crentes, as férias e o novo ano que começa também são uma boa altura para aprender a rezar em conjunto, sobretudo para agradecer o que se tem e oferecer o que nos sobra. Votos de umas boas e corajosas férias, tempo de preparar um ano favorável, embora ambos possam ser de tempos difíceis.

Cristina Sá Carvalho, Secretariado Nacional da Educação Cristã

ECCLESIA

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publicado às 03:39

Para Angélico, seus pais e amigos

por Zulmiro Sarmento, em 01.07.11
 

 

Angélico Vieira era uma estrela, sobretudo para milhares de adolescentes e jovens em Portugal. Cantor e actor, membro de um grupo musical de sucesso. Morreu dias depois de um trágico acidente de automóvel. Hoje, dia 30 de Junho, o seu corpo será cremado, no cemitério do Feijó, aqui na nossa Diocese.

 


Infelizmente, são muitos os jovens (e não só) que morrem em acidentes de viação; mas também de doenças incuráveis e de outros “acidentes” que não deviam acontecer.

 

 

 

Toda a morte parece prematura. Nascemos para viver, não para morrer. No entanto, quando ocorre em plena juventude, parece não haver resposta à inevitável pergunta: porquê? Não é previsível que os filhos partam antes dos pais. E são tantos os que partem e deixam sem resposta a dor dos pais, dos irmãos, dos amigos.

 

 

 

Angélico não é, para os seus, mais um. Ele é único, como todos são únicos para os seus.

 

 

 

Esta dor tem de ser chorada, apertada num coração que parece despedaçar-se. Uma dor que parece não ter fim.

 

 

 

E, no entanto, a morte, mesmo quando nos parece mais inesperada, como acontece nas crianças e jovens, não é o fim da vida. Na imensidão do mar, o que fazem duas ou três gotas a mais? Assim, a vida humana. Não nascemos para viver uns tantos anos. Mesmo cem ou mais anos de vida terrena são as tais duas ou três gotas a mais no oceano. O que conta é o oceano. E esse ninguém nos tira, nem a morte por mais prematura ou violenta que ela seja.

 

 

 

Deus criou-nos para a vida e não para a morte. Se esta põe termo ao prelúdio da nossa existência, para uns mais longo, para outros muito breve, a meta da nossa vinda a este mundo, a eternidade, não está em causa. Nascemos para sermos eternos. Deus ama-nos com um amor a sério, infinito, a toda a prova. Foi assim com Cristo: foi gerado no seio da sua mãe, Maria. Nasceu, cresceu, morreu tragicamente, violentamente, mas ressuscitou. Está vivo! Na sua morte, a nossa morte transforma-se em vida. Com Ele morremos, com Ele ressuscitamos. O Angélico, o teu filho, o teu irmão, o teu amigo. Eu. Talvez amanhã. Talvez daqui a uns anos. Mais ou menos umas gotas e mergulharemos, quando Deus quiser, no grande oceano da vida plena, onde hão há dor nem morte. Choramos, contorcermo-nos de dor, mas não desesperamos. Angélico, Hélio e tantos outros, amanhã ou depois voltaremos a encontrar-nos.

 

 

 

Pe. José Lobato

 

30 de Junho de 2011
 
Página da Diocese de Setúbal

 

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publicado às 02:13

Para os pais portugueses...

por Zulmiro Sarmento, em 24.05.11

Exortação do senhor Bispo de Santarém aos responsáveis pela educação das crianças, adolescentes e jovens:

 

 

Estão em curso as matrículas nas Escolas. Os pais e encarregados de educação, que são os principais e mais influentes educadores, mostram-se cada vez mais empenhados no desenvolvimento integral dos seus educandos.

Este crescimento harmonioso que todos desejamos não se realiza apenas através da inteligência, da aquisição de competências ou da obtenção de resultados; a educação do espírito, a educação para a beleza e para a cultura, para a ética e para a moral, a educação para os afectos, também concorrem para o desenvolvimento das potencialidades dos mais novos.

A educação para a ‘pessoa’ alcança-se com o conhecimento e com a aprendizagem de uma atitude interessada e construtiva, com o exercício da honestidade e da responsabilidade pelo bem comum, com o cultivo da alegria e da boa relação. 
Só conseguiremos alcançar uma educação integral e harmoniosa com o contributo conjugado de todas as forças vivas da sociedade: da família e encarregados de educação; das escolas; das comunidades cristãs; das associações culturais e desportivas; dos meios de comunicação social, etc. A educação global não se alcança apenas com os programas do “Ministério da Educação” - embora estes sejam fundamentais, mas com a colaboração empenhada e complementar de pessoas e instituições apostadas em construir uma sociedade mais justa e fraterna.

A Igreja Católica sempre se dedicou à educação de todas as idades (infância e adolescência, juventude, adultos e idosos) e ao desenvolvimento de todas as dimensões da pessoa humana: cognitiva, ética, afectiva, cultural, espiritual.

Esta preocupação pela plenitude da pessoa humana levou à criação do serviço de educação moral nas escolas públicas através da disciplina da “Educação Moral e Religiosa Católica” (EMRC). Não é ensino confessional, como a catequese, mas transmissão dos valores humanos e das referências que constituem o nosso património cultural de matriz cristã: compreensão do mundo e do homem, história e papel das religiões, participação activa na comunidade, promoção da solidariedade, educação para a responsabilidade, para a alegria e para a boa relação.

Procurem os pais exercer o seu direito de matricular os filhos na disciplina da educação moral (EMRC) desde os primeiros anos da escola. O primeiro ciclo do básico é muito importante por ser o alicerce do percurso escolar. Até aos dezasseis anos pertence aos pais fazer a matrícula. Após essa idade são os educandos que fazem a opção. A frequência é facultativa mas, quando pedida, a oferta é obrigatória da parte dos estabelecimentos de ensino. Se os pais desejarem as escolas não deixarão de responder.

A crise que nos preocupa não é só económica mas também ética. O egoísmo é maior, as fraudes aumentam, as desigualdades são mais gritantes, o respeito pela dignidade do outro parece diminuir. São os próprios fundamentos éticos da sociedade que estão hoje em questão. A educação moral e religiosa escolar pode ser um bom contributo para vencer a crise moral e incutir uma atitude construtiva e responsável perante a vida.

Santarém 12 de Maio de 2011

+ Manuel Pelino Domingues, Bispo de Santarém
ECCLESIA

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publicado às 01:33

Uma entrevista. Uma jovem. Um projecto de vida com Jesus Cristo

por Zulmiro Sarmento, em 16.04.11

Entrevista à cantora Católica Claudine Pinheiro

 





 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Portal Cristo Jovem conversou com a Claudine Pinheiro no dia seguinte ao seu concerto do Festival Jota. Partilhamos aqui contigo essa conversa para que possas conhecer um pouco melhor a voz do livro /cd “Água Viva”.


Portal CJ: Em primeiro lugar, quem é a Claudine Pinheiro?
Claudine Pinheiro: Eu tenho 29 anos, trabalho nas Edições Salesianas, pertenço ao Movimento Juvenil Salesiano e sou animadora de grupos de jovens no Colégio Salesiano do Porto.

Portal CJ: Como é que começou o projecto “Água Viva”?
C.P.: Tudo começou com o facto da minha irmã ter feito Erasmus em Espanha, em Sevilha. Lá conheceu os CD’s da irmã Glenda. No regresso trouxe-me um de presente, o “A solas com Dios”. Eu gostei muitas das músicas e fui partilhando com algumas pessoas do centro de catequese do qual eu faço parte. Num baptismo cantamos o tema “Tu és a Água Viva”, e a recepção da comunidade foi muito bom e muito caloroso. Todos se deixaram tocar tanto pelas músicas da Ir. Glenda que comecei a pensar em gravar um disco em português com aqueles temas. Achei que era interessante levar mais longe estas músicas.
Falei com o Pe. Rui Alberto, que tinha entrado na altura para a direcção de produção das Edições Salesianas e propus-lhe a edição do CD. Contactámos a editora espanhola “Produções de La RAIZ”, gravei uma demo da canção “Tu és a Água Viva” com um colega meu, o João Paulo, e enviamos. Eles gostaram e começou todo o processo de escolha das músicas e gravação do CD.

Portal CJ: E isso foi em que ano?
C.P.: Isto tudo começou em 2002 quando a minha irmã me ofereceu o CD. A gravação começou no final desse ano e demorou cerca de dois anos a ser gravado. Acabou por ser editado em Junho de 2004.

Portal CJ: Este não é um “CD Normal”, uma vez que a acompanhar o CD está um livro que é vendido em conjunto. Como surgiu essa ideia?
C.P.: A ideia surgiu da parte do Pe. Rui Alberto, em conversações com a editora espanhola. Numa das reedições do CD “A Solas con Dios”, este incluía um extra com algumas propostas pastorais que a Ir. Glenda tinha elaborado, para cada um dos temas. Nós achámos este projecto muito interessante. Além disso pensamos que seria importante para o mercado, para os nossos agentes pastorais, um subsídio deste tipo, com propostas para rezarem as músicas individualmente ou em comunidade. Lançar “apenas” o CD deixar-nos-ia a todos mais pobres.

Portal CJ: A quem destina este projecto?
C.P.: Eu contava que o CD fossem maioritariamente absorvido por um público acima dos 25 anos, mas tenho-me apercebido que tem sido usado em todas as faixas etárias, a partir do 7º, 8º anos. Todas as músicas, sobretudo “Tu és a Água Viva”, são muito bem recebidas e há muitos temas que são usados em diversos contextos de oração e em retiros. Já encontrei grupos de adultos que adoptaram o livro /CD “Água Viva” como itinerário de um ano de catequese. Já encontrei seminaristas, Convivas que fizeram retiros com a ajuda das músicas e das propostas que estão no livro. Portanto, acabou por ser útil a muitas pessoas, o que é óptimo!

Portal CJ: O concerto que deste no Festival Jota teve algumas alterações em relações aos outros que tens dado até aqui. Como surgiram os concertos “Água Viva” e como foram evoluindo?
C.P.: Os concertos sugiram naturalmente... Quando gravei o CD nunca foi meu objectivo iniciar os concertos de oração, até porque, pessoalmente, desconhecia que se fizessem este tipo de encontros. Organizei um concerto de apresentação e lançamento, que foi feito na Feira do Livro do Porto. Passados 15 dias ligaram-me de Mangualde para saber se eu poderia ir lá cantar as músicas. Um pouco surpreendida aceitei.... Comecei os concertos com o Miguel Vilela (guitarra), que me continua a acompanhar até hoje, e pelo João Paulo ( baixo acústico e teclas), que entretanto teve de abandonar o projecto. Depois de Mangualde foram surgindo mais convites de pessoas que escutavam o CD ou que ouviam falar dos concertos.
Quantos às “alterações” de que falavas, a principal diferença esteve na produção do concerto, sobretudo no facto de, pela primeira vez ter um coro pela Ana Manuela e pelo João Pedro. A sua presença tornou o concerto mais emotivo, deu mais força e qualidade às músicas. O esforço de produção e um empenho extra deveu-se à “exigência” e empenho que implicavam uma presença no Festival Jota.




Portal CJ: No concerto de ontem, conseguiste criar na capela do Santuário um ambiente totalmente diferente do que se viveu no resto do Festival. Como é que te sentiste ao ver uma capela cheia de pessoas que, à uma hora da manhã, estavam ali dispostas para te ouvir a ti e à mensagem que transmites?
C.P.: Antes de dizer o que senti vou pegar nalgumas coisas que disseste... Acho que a decisão de fazer o concerto na capela foi uma decisão acertada da minha parte, seriamente discutida com a organização do Festival. As músicas da Ir. Glenda pedem uma outra intimidade que se perderia no palco e noutro ambiente mais “solto”, mais exterior. O facto de estarmos dentro da igreja ajudou a tranquilizar e acalmar as pessoas, deixando-as mais receptivas à música e à ambientação do santuário estava muito bem preparada pela organização. Além disso tivemos (Edições Salesianas) a oportunidade de investir numa iluminação cuidada. O resto, sinceramente, eu acho que é tudo Graça de Deus. Há ali um momento em que não sou eu, em que não são as pessoas, é toda uma oração que se cria através das músicas e que têm o mérito todo deste projecto. A Ir. Glenda tem a capacidade de musicar de forma muito simples passagens da bíblia, mas com uma intensidade muito grande. O que eu sinto é um profundo agradecimento a Deus, sinto-me abençoada por ter a oportunidade de poder proporcionar estes concertos.

Portal CJ: Ontem foi um ponto especial para o projecto “Água Viva”?
C.P.: Para mim foi sem dúvida, porque foi a primeira vez que estive integrada num grande festival de música católica. Já tinha actuado no primeiro Mulifestival David, hoje Multifestival Gaudeo, mas os contornos e objectivos da actividade são diferentes. Aqui pude estar ao pé de nomes como a Banda Jota, que tem um nome há vários anos... Esta presença foi sinal que o percurso que eu tenho feito já tem alguma “validade” e algum reconhecimento por parte do publico. O facto de ter sido uma proposta diferente dentro do Rock e do Pop, stilo que compôs a maioria do cartaz, foi para mim importante!

Portal CJ: Achas que se inicia uma nova fase no projecto “Água Viva”?
C.P.: O que eu gostava mesmo era que se iniciasse um novo projecto! Este já tem três anos e, como disse, nunca tinha tido a intenção de ter assim um projecto musical, de fazer concertos de oração com o livro /Cd “Água Viva”. Mas agora sinto-me impelida a fazer um segundo projecto dentro desta linha, porque as pessoas vão pedindo, e eu sinto que as pessoas precisam de música nesta área de oração. Os concertos de oração são importantes para as comunidades onde eles se realizam, por isso mais do que uma “nova fase”, pode ser um ponto de partida e motivação para eu tentar ir mais longe...

Portal CJ: Esse novo projecto será também com músicas da Ir.Glenda?
C.P.: Não. A ideia, para já, é editar músicas originais... Talvez, quem sabe, algumas versões de temas de outros grupos, como os Brotes de Olivo, grupo espanhol de quem gosto muito. Mas estou a procurar que as músicas sejam originais.

Portal CJ: As Edições Salesianas têm sido pioneiras e até mesmo únicas a fazer este tipo de concertos de oração. Como surgiu esse projecto?
C.P.: Como editora católica, creio que somos a única que está a promover, de forma tão organizada e “sistemática”, os concertos de oração, formação e animação. Para além do “Água Viva”, as Edições Salesianas têm o projecto “N’Ele” e “Músicas para a catequese” que passam pela interpretação ao vivo das canções dos cd’s com o mesmo nome. Com os concertos que fui fazendo, a editora, na pessoa do Pe. Rui Alberto, foi detectando que na área da pastoral há pessoas que precisam de ajuda e formação. Assim, passamos a aliar a esses momentos de formação, novas formas de evangelizar e catequizar através da música!

Portal CJ: E a aceitação tem sido boa?
C.P.: Sim! A prova disso é que são sempre as pessoas que nos pedem os concertos, porque ouviram falar ou porque estiveram num concerto e querem organiza-lo na sua ou noutra comunidade.

Portal CJ: Enquanto artista e colaboradora das Edições Salesianas, sentes que a música, esta nova fase da música cristã que se está a viver em Portugal, pode ajudar a aproximar os jovens da Igreja?
C.P.: Eu penso que sim! A música pode ser um bom instrumento, mas não chega! Quem a escreve e interpreta tem de ser autêntico e acreditar naquilo que está a cantar. A música pode ser uma forma de os chamar, e aqui no festival foi de facto uma forma de chamar e de convocar jovens. Mas não bastou só chamar os jovens para estarem nos concertos. Os jovens não são tontos e não se deixam manipular de forma fácil. A música pode ser importante para os atrair, mas depois é preciso que a proposta seja coerente e seja também apelativa.



Portal CJ: Há quem diga que a Igreja está desactualizada, no entanto penso que será mais a forma de comunicação da Igreja que está a ter dificuldades em se adaptar a esta nova sociedade. Consideras que a Igreja está a ter dificuldades em comunicar com os jovens de hoje?
C.P.: A questão da comunicação e da juventude são duas áreas que me são muitas queridas, justamente porque tenho formação em Comunicação e estou ligada à Família Salesiana, cuja vocação é a educação dos jovens.
Eu creio que a Igreja não está assim tão desactualizada quanto isso. Tem havido actividades muito interessantes, só que, se calhar, continuamos a privilegiar os sectores mais conservadores em vez de estarmos a apoiar estas novas iniciativas. Há muitas propostas, como é o caso do Portal Cristo Jovem e de duas rádios católicas na Internet. Há também grupos católicos na área do Pop e do Funk que começam a nascer... Aqui no Festival Jota, tivemos “O teu palco” que esteve sempre com gente disponível a tocar e a cantar. As coisas estão a acontecer e a nascer, talvez seja tempo das pessoas mudarem os clichés, e deixarem de usar sempre a mesma conversa, os mesmos argumentos. Se há tempo em que a mensagem de Jesus Cristo está actual é hoje, porque as propostas lançadas aos jovens em nada diferem da essência da mensagem de Jesus Cristo, que apelava à autenticidade, à fidelidade, ao amor...Portanto mais actuais do que isto não poderíamos ser!

Portal CJ: Estamos a terminar esta entrevista, queres dizer alguma coisa em jeito de remate?
C.P.: Quero dar os parabéns ao Portal Cristo Jovem, agradecer a oportunidade de partilhar o meu projecto e desejar-lhe as maiores felicidades.

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publicado às 05:24

Flor-de-Lis online

por Zulmiro Sarmento, em 02.03.11

 

www.flordelis.pt

 

 

No passado dia 22 de Fevereiro fez 154 anos que nasceu Baden-Powell, o fundador do maior movimento mundial de jovens, que se encontra presente na actualidade em mais de 216 países. “O Escutismo é um Movimento Mundial, de carácter não político, aberto a todos, com o propósito de contribuir para a educação integral dos jovens de ambos os sexos, baseado na adesão voluntária a um quadro de valores expressos na Promessa e Lei escutistas, através de um método original que permite a cada jovem ser protagonista do seu próprio crescimento, para que se sinta plenamente realizado e desempenhe um papel construtivo na sociedade”.

Assim, esta semana propomos uma visita ao sítio virtual da revista oficial do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Flor-de-lis, que se publica desde Fevereiro de 1925, contando com mais de 1200 edições em papel.

Ao digitarmos o endereço www.flordelis.pt encontramos os habituais destaques, sejam eles notícias, conteúdos multimédia ou dossiers temáticos. Em “actualidade”, podemos ler todas as novidades que vão sendo distribuídas por ordem cronológica merecendo uma leitura atenta. No item “internacional”, acedemos a todas as notícias de carácter não nacional, onde por exemplo, podemos ler que o chefe João Armando foi eleito para o Comité Mundial, caso único no panorama nacional. Por outro lado, na área “nacional”, somos informados acerca de todos os acontecimentos que são alvo de notícia no nosso país, por exemplo, a recente eleição da nova Junta Central do CNE para os próximos 3 anos, liderada pelo chefe Carlos Alberto Pereira.

Caso pretenda aceder aos diferentes vídeos que vão sendo publicados pelo escutismo nacional, basta clicar em “vídeos”. Por outro lado, em “fotogaleria”, como o nome o indica, poderá aceder a diversas exposições fotográficas relacionadas com eventos marcantes do CNE.

Uma opção deveras interessante é a área “dossiers temáticos”, onde podemos aprofundar os diversos temas apresentados, que passam por exemplo, pelos objectivos do milénio ou pela Beata Teresa de Calcutá.

Aqui fica a sugestão, para quem quer saber mais acerca da vida desta grande associação juvenil que é o escutismo, aceda regularmente ao sítio desta revista, porque a flor-de-lis é um espaço onde todas as histórias se encontram num único lugar.

Fernando Cassola Marques

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publicado às 12:57


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