À saída da igreja estavam dois palhaços, ou melhor, duas pessoas vestidas de palhaços, com um boquet de balões cheios de hélio, um de cada lado da porta. Dentro estavam cerca de sessenta manequins, ou melhor, pessoas bem vestidas e aperaltadas, num entra e sai, num fala e comenta, num cumprimenta e sorri. Tratava-se afinal do baptizado social da Sara. Tinham escolhido o Sábado à tarde para que os convidados regressassem a suas casas sem sobressaltos. De facto, depois das três horas da manhã, com algumas bebidas bebidas, o regresso pode ter sobressaltos. A festa foi muito linda. Foi mesmo. E não quero ajuizar. Retirem as frases em que falo de palhaços e manequins. Fixem-se apenas no sacramento. Sim, para o baptizado que os levara a tamanha celebração com palhaços, balões, comes e bebes até altas horas, animação musical pimba para dançar e arranjar mais apetite para voltar a comer e beber. Fixem-se no sacramento. O baptizado social da Sara faz parte dos sacramentos que hoje a sociedade, através da Igreja, oferece a pessoas bem intencionadas mas com uma ideia errada acerca da fé e dos sacramentos. Que vêem a fé como uma cultura e os sacramentos como um acto social.
do blogue Confessionário dum Padre