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O TESTEMUNHO DO SELECCIONADOR

por Zulmiro Sarmento, em 18.07.16
 

1. Olhemos para o testemunho do Seleccionador Nacional de Futebol. Habituámo-nos a vê-lo na sua fatigante «função de Marta», preparando os jogos e orientando a equipa. Era bom que olhássemos também para o seu «papel de Maria», escutando Jesus e pondo-se à disposição do Seu Evangelho.

Mesmo quando veste o «fato de treinador», o Eng. Fernando Santos nunca despe a sua condição de crente. A condição de crente faz parte do seu ser. E quem trabalha com ele sabe que o seu ser é — estruturalmente — crente. Neste sentido, não conheceria devidamente a pessoa deste treinador quem desconhecesse a sua fé.

 

2. Trata-se de uma fé que ele não impõe, mas também não esconde. Aliás, como ele muito bem diz, «não podemos deixar de dar testemunho independentemente da profissão que tenhamos». Neste sentido, «quando vou jogar fora, a primeira coisa que faz, no hotel, é perguntar, no hotel a que chego, o­nde é que há Eucaristia e a que horas».

Reconhece que nem todos compreendem «porque é que ele vai à Eucaristia e me ausentava algum tempo, mas ele tem o cuidado de explicar aos seus jogadores e à direcção dos clubes a importância, para si, da Eucaristia». É sobretudo na Eucaristia que ele procura alimentar a fé. Por isso, a primeira coisa que faz, em cada dia, «é rezar e ler as leitura da Missa desse dia». E porque a Missa não tem fim, Fernando Santos disponibiliza-se para o trabalho na sua paróquia, oferecendo-se nomeadamente para ajudar na preparação dos Baptismos e visitando os presos.

 

3. Para ele e para a sua família, Cristo é o centro. Assume que, para si, «a vida sem Cristo não teria qualquer sentido». Por isso, não espanta (embora nos tivéssemos espantado todos) que, após a conquista do Campeonato da Europa, as suas primeiras — e últimas — palavras fossem dirigidas para Deus, para Jesus e para Maria: «Em primeiro lugar e acima de tudo, quero agradecer a Deus Pai por este momento e por toda a minha vida».

Ao concluir a sua declaração, invocou Jesus, a Quem tratou como o seu «maior amigo». A Ele, e à Sua Mãe, dedicou «esta conquista». Por isso, agradeceu-Lhe «por ter sido convocado e por lhe conceder o dom da sabedoria, perseverança e humildade para guiar esta equipa e por Ele a ter iluminado e guiado. Que tudo seja para glória do Seu nome».

 

4. Donde vem toda esta coragem, toda esta audácia, toda esta humildade e toda esta coerência? Da oração, da intimidade com Jesus. Como Maria, irmã de Marta, também Fernando Santos tem por hábito colocar-se aos pés de Jesus no Sacrário: «O lugar onde fico mais à vontade para falar com Jesus é o Sacrário, porque Ele está ali». De facto, é sobretudo no Sacrário que sentimos que tudo nesta vida (a começar pelo sucesso) é passageiro. É sobretudo no Sacrário que sentimos que só o invisível é eterno (cf. 2Cor 4, 18). Depois de toda esta euforia, é ali que se reacende a verdadeira alegria.

Como todos os portugueses, também eu estou contente com a vitória de Portugal. Mas confesso que me sinto ainda mais feliz pelo espantoso testemunho de fé do homem que comandou os nossos jogadores. Se os feitos deste profissional merecem ser festejados, o testemunho de fé deste homem é — ainda mais — digno de ser imitado. Estejamos onde estivermos, estejamos inteiros. Não tenhamos medo, nem vergonha, de mostrar aquilo que somos. Não tenhamos medo, nem vergonha, de dar testemunho. Cristo está sempre connosco. Queiramos nós estar sempre com Cristo: como Marta, como Maria e também como Fernando Santos!

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