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Mas será que, nestes tempos sombrios, teremos noção da nossa persistente dificuldade em ver?
Os nossos olhos passeiam-se, quais vagabundos, por tudo quanto existe. Mas será que, ao olhar para tanto, veremos o importante?
As aparências, só por si, não permitem captá-la. Apenas presumem capturá-la.
A pressa de tudo olhar poderá levar-nos a nada (conseguir) ver.
O ver sobrepõe-se a praticamente tudo. Sobrepõe-se ao ouvir: «Já viste o que disse Fulano?». E sobrepõe-se até ao ler: «Já viste o último livro de Sicrano?»
Aquilo que recolhemos é tão fugidio que pouco — ou nada — corresponde ao real. Corresponde mais à nossa percepção, à nossa impressão.
E, neste sentido, a interpretação corre o risco de ser mais uma apropriação do que umaaproximação.
Será que todo o Cristianismo é cristão? Será que o Cristianismo procura sempre ser cristão? Será que o Cristianismo nos conduz sempre a Jesus? Será que o Cristianismo nos traz sempre Jesus? Quando olhamos para o Cristianismo, conseguimos ver — e ouvir — Jesus?
É o que acontece quando o Cristianismo ensombra a presença de Cristo, quando ignora — ou aparenta distorcer — a mensagem de Cristo.
O presépio é uma preciosa cátedra e uma encantadora lição. Seremos capazes de a perceber?
Do blogue Paz na Verdade