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Para Angélico, seus pais e amigos

por Zulmiro Sarmento, em 01.07.11
 

 

Angélico Vieira era uma estrela, sobretudo para milhares de adolescentes e jovens em Portugal. Cantor e actor, membro de um grupo musical de sucesso. Morreu dias depois de um trágico acidente de automóvel. Hoje, dia 30 de Junho, o seu corpo será cremado, no cemitério do Feijó, aqui na nossa Diocese.

 


Infelizmente, são muitos os jovens (e não só) que morrem em acidentes de viação; mas também de doenças incuráveis e de outros “acidentes” que não deviam acontecer.

 

 

 

Toda a morte parece prematura. Nascemos para viver, não para morrer. No entanto, quando ocorre em plena juventude, parece não haver resposta à inevitável pergunta: porquê? Não é previsível que os filhos partam antes dos pais. E são tantos os que partem e deixam sem resposta a dor dos pais, dos irmãos, dos amigos.

 

 

 

Angélico não é, para os seus, mais um. Ele é único, como todos são únicos para os seus.

 

 

 

Esta dor tem de ser chorada, apertada num coração que parece despedaçar-se. Uma dor que parece não ter fim.

 

 

 

E, no entanto, a morte, mesmo quando nos parece mais inesperada, como acontece nas crianças e jovens, não é o fim da vida. Na imensidão do mar, o que fazem duas ou três gotas a mais? Assim, a vida humana. Não nascemos para viver uns tantos anos. Mesmo cem ou mais anos de vida terrena são as tais duas ou três gotas a mais no oceano. O que conta é o oceano. E esse ninguém nos tira, nem a morte por mais prematura ou violenta que ela seja.

 

 

 

Deus criou-nos para a vida e não para a morte. Se esta põe termo ao prelúdio da nossa existência, para uns mais longo, para outros muito breve, a meta da nossa vinda a este mundo, a eternidade, não está em causa. Nascemos para sermos eternos. Deus ama-nos com um amor a sério, infinito, a toda a prova. Foi assim com Cristo: foi gerado no seio da sua mãe, Maria. Nasceu, cresceu, morreu tragicamente, violentamente, mas ressuscitou. Está vivo! Na sua morte, a nossa morte transforma-se em vida. Com Ele morremos, com Ele ressuscitamos. O Angélico, o teu filho, o teu irmão, o teu amigo. Eu. Talvez amanhã. Talvez daqui a uns anos. Mais ou menos umas gotas e mergulharemos, quando Deus quiser, no grande oceano da vida plena, onde hão há dor nem morte. Choramos, contorcermo-nos de dor, mas não desesperamos. Angélico, Hélio e tantos outros, amanhã ou depois voltaremos a encontrar-nos.

 

 

 

Pe. José Lobato

 

30 de Junho de 2011
 
Página da Diocese de Setúbal

 

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publicado às 02:13

Testemunhos e mais testemunhos... de jovens

por Zulmiro Sarmento, em 29.06.11
Em 2008, um grupo de jovens da Espanha iniciou uma nova tradição: a cada ano durante o mês de maio, edita um pequeno vídeo intitulado"Sentimentos de Maio". O objetivo é incentivar as pessoas a rezar o rosário. Este ano, o tema gira em torno de dar graças a João Paulo II, que foi beatificado em 01 de maio, o primeiro dia do mês dedicado a Nossa Senhora.

 

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publicado às 04:00

O agente 007 Pierce Brosnan: «a oração ajuda-me a ser pai, actor e homem»

por Zulmiro Sarmento, em 09.06.11

Uma infância difícil, um cancro que matou a sua esposa... diz que não foi a terapia, mas a oração o que o ajudou, e anima os irlandeses a superarem a crise de fé.

Pierce Brosnan, em plena crise da Igreja irlandesa mesmo depois de se conhecerem os detalhados informes sobre casos de abusos físicos e sexuais, não teve dificuldade em falar da sua fé católica numa entrevista à Rádio Televisão de Eire.

"A oração ajudou-me a superar a morte da minha esposa por causa de um cancro, e de um filho que caiu numa época dura. Ele próprio reconhece, em várias ocasiões que a terapia não o ajudou a superar a dor... "por fim, tu és o teu próprio psicólogo". Porém, a oração era uma consolação forte. "Tinha as orações católicas tradicionais, mas também o meu diálogo pessoal com O de Cima". Agora a fé ajuda-me a ser um pai, um actor e um homem".

"Sempre ajuda um pouco ter oração no teu bolso. No fim, terás algo, e para mim isso é Deus, Jesus, a minha educação católica, a minha fé", acrescenta.

"Deus foi bom comigo. A minha fé foi boa para mim, nos momentos de profundo sofrimento, duvida e fé. É uma constante, a linguagem da oração. Para além disso, Brosnan acredita que a fé ajudará os irlandeses a superar a crise económica.

Apesar de ter uma relação conflituosa com a Igreja, Brosnan assegurou em várias ocasiões que nunca deixou de ir à missa nem de rezar.

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publicado às 04:33

A Dívida Soberana - Sete mandamentos para atravessarmos a crise

por Zulmiro Sarmento, em 20.04.11

O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão

 

D.R.

1º - A primeira de todas as dívidas soberanas, e certamente a mais fundamental, é aquela que cada um de nós mantém para com a Vida. Essa dívida nunca a pagaremos, nem ela pretende ser cobrada. Reconhecer isso em todos os momentos, sobretudo naqueles mais exigentes e confusos, é o primeiro dos mandamentos.

2º - Se a maior de todas as dívidas soberanas é para com um dom sem preço como a vida, cada pessoa nasce (e cresce, e ama, luta, sonha e morre) hipotecada ao infinito e criativo da gratidão. A dívida soberana que a vida é jamais se transforma em ameaça. Ela é, sim, ponto de partida para a descoberta de que viemos do dom e só seremos felizes caminhando para ele. É o segundo mandamento.

3º - O terceiro mandamento lembra-nos aquilo que cada um sabe já, no fundo da sua alma. Isto de que não somos apenas o recetáculo estático da Vida, mas cúmplices, veículos e protagonistas da sua transmissão.

4º - O quarto mandamento compromete-nos na construção. Aquilo que une a diversidade das profissões e as amplas modalidades do viver só pode ser o seguinte: sentimo-nos honrados por poder servir a Vida. Que cada um a sirva, então, investindo aí toda a lealdade, toda a capacidade de entrega, toda a energia da sua criatividade.

5º - A imagem mais poderosa da Vida é uma roda fraterna, e é nela que todos estamos, dadas as nossas mãos. A inclusão representa, por isso, não apenas um valor, mas a condição necessária. O quinto mandamento desafia-nos à consciência e à prática permanente da inclusão.

6º - As mãos parecem quase florescer quando se abrem. Os braços como que se alongam quando partem para um abraço. O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão. Esse é o mandamento sexto.

7º - O sétimo mandamento resume todos os outros, pois lembra-nos o dever (ou melhor, o poder) da esperança. A esperança reanima e revitaliza. A esperança vence o descrédito que se abate sobre o Homem. A esperança insufla de Espírito o presente da história. Só a esperança, e uma Esperança Maior, faz justiça à Vida.

José Tolentino Mendonça

 ECCLESIA

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publicado às 03:03

A MULHER INVISÍVEL

por Zulmiro Sarmento, em 30.03.11

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publicado às 05:17

Seremos um país de pacóvios... instruídos?

por Zulmiro Sarmento, em 21.03.11

 

À luz do recente festival da canção, na televisão pública, e na expectativa da manifestação popular anti-poder... promovida por meios alternativos... como que somos confrontados com uma razoável inquietação: seremos, de facto/de verdade/efectivamente, um povo de estúpidos ou pacóvios, governados por ditadores democráticos e ao sabor da manipulação de certos habilidosos? Se assim for, então, já batemos (mesmo) no fundo da nossa condição social mais mínima.
- Atendendo a certas intervenções e dada a cobertura que lhes está adstrita, poderemos desconfiar que a vitória dos ‘homens da luta’ e toda a rapsódia que lhes está associada foi uma espécie de campanha de alguns sectores mais ou menos bem organizados que funcionam como lóbi... no subterrâneo da capital e, que fazem suficiente barulho, enquanto outros se calam para não sofrerem epítetos de mau gosto...
- Atendendo à promoção de figuras e figurões – muitas e muitos com razoável conotação anarco-revolucionária – quase que temos de engolir umas tantas promoções de fim de feira, quando não passam, afinal, de amostras mal amanhadas... de situacionismo para o descalabro.
- Atendendo à proliferação de indícios de certos sectores sociais, que emergem da letargia política do abstencionismo e da avalanche de desempregados ou a quem foi cortado, recentemente, o subsídio de desemprego ou o de reinserção social... vemos aparecer uma certa ‘geração à rasca’ – dizem que têm qualificação mas não profissão! – ávida de ganhar uns trocos para além de magra mesada dos pais... em cuja casa ainda vivem... quais cangurus na bolsa marsupial!
- Atendendo à crescente confusão com os números da dívida pública e dos juros cobrados a cinco ou a dez anos, bem como à negociação – talvez possa parecer mais negociata – das condições para sermos económica/financeiramente autónomos – no quadro europeu e mundial – a curto e médio prazo... ficamos baralhados com tantos messias e poucos executantes das pretensões, embora os paladinos da desgraça cresçam e enriqueçam com a nossa miséria... colectiva.

= Como nos podemos defender das tentações... do consumismo?
Segundo dados revelados esta semana as visitas e as vendas nos centros comerciais, em Portugal, caíram, em Janeiro último, cerca de onze por cento. Muitas das pessoas que deixaram de ir aos centros comerciais – sobretudo nas áreas metropolitanas das grandes cidades – evitaram assim gastar mais do que podia a sua capacidade económica. Deste modo nem a sedução do consumo consegue ainda fascinar!
Algumas das pessoas que se pronunciaram sobre o assunto reconheceram que, tendo deixado de ter dinheiro para gastar, não vão aos shoppings para não terem tentações.
Nos tempos que correm é urgente saber dizer as coisas – sobretudo as mais desagradáveis e que envolvem a bolsa e o futuro das pessoas e das famílias – com conta, peso e medida, obrigando os palradores – incluímos neste epíteto os políticos, os profissionais da comunicação social, os ministros das igrejas, os fazedores de opinião, os difusores da má língua, etc. – a serem os primeiros a cumprirem aquilo que dizem sobre os outros e para os outros ou, então, o descrédito (descalabro ou incoerência) será ainda maior.
Não há tempo a perder, pois o desfasamento entre pobres (sejam antigos, estruturais, novos ou oportunistas) e ricos (velhos, capitalistas, insensíveis ou vazios) cresce cada vez mais, gerando-se assim lastro suficiente para o surgimento, o medrar ou a afirmação de descontentamentos que só servem para acirrar os mais fracos, mas pelos quais partirá a corda na hora da derrota.

Neste tempo da Quaresma, que estamos a viver na Igreja católica, temos de aproveitar para revermos o nosso comportamento pessoal e colectivo, pois da nossa conversão depende a renovação deste mundo onde nos inserimos como sinais e instrumentos da cidade terrena, construindo já a cidade celeste.


A. Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)


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publicado às 05:59

Deus ou o dinheiro?

por Zulmiro Sarmento, em 07.03.11

 

 

1.Os textos do Evangelho de Jesus Cristo, quando não são anestesiados, parecem exercícios de pura provocação. Os que foram propostos na liturgia do Domingo passado e na deste (Mt 5 e 6) deixam o pregador e as comunidades, se não forem fundamentalistas, sem saber que pensar. Não se pode levar a mal, mas também não muito a sério, que Jesus, de vez em quando, se deixe levar pelo seu pendor anarquista e surrealista.

Jornal PÚBLICO, Lisboa, 27 de Fevereiro de 2011

 

No Domingo passado, com o pretexto de levar a Lei e os Profetas à plenitude, afrontava a religião em que nasceu e que o devia ter moldado. A expressão, olho por olho, dente por dente, parece um modelo equilibrado de justiça: não há direito de arrancar dois olhos a quem só arrancou um, nem de partir os dentes todos a quem só partiu alguns. É uma questão de bom senso e delimitação da vingança, expressa na consagrada lei de talião (Ex 21, 25+ e par.).

Jesus não propõe nenhuma emenda a essa sentença. Parece rejeitá-la sem contemplações, avançando com o absurdo. Digo-vos: não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas.

Vai ainda mais longe. Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem para serdes filhos do vosso Pai que está nos céus.

Depois de ter deixado o campo livre aos maus, ainda vem com uma proposta inacreditável: amai os vossos inimigos. Talvez que, assim, possa tornar os bons heróis de virtude, mas também, encoraja os maus na sua maldade.

Sei que ninguém vai seguir os ditos de Jesus para reformular o código penal e, muito menos, se lembrará de os usar no funcionamento do Ministério da Justiça e dos seus agentes. No entanto, é possível que, a outro nível, Jesus tenha absolutamente razão.

2. O espírito de vingança nunca estará satisfeito com nenhum sentido de proporcionalidade. Com o ódio na alma, à violência só se responde com mais violência. A alternativa à maldade também não pode ser a cedência de terreno aos reis da violência. A resistência ao mal é um imperativo ético. A tolerância implica dizer não ao intolerável.

O século passado não foi, apenas, um século terrível, foi também o da resistência não violenta à violência: Mahatma Gandhi (1869-1948), Nelson Mandela (1918-) e muitos seus seguidores e inspiradores abriram o único caminho que não tem, dentro de si, o princípio da sua degenerescência. Dentro da atitude e da prática de resistência não violenta à violência, existe a intuição de que é preciso que esta resistência não nos torne, também a nós, violentos e, por outro lado, mostre que o ciclo da violência não tem de ser uma fatalidade. O amor dos inimigos que Jesus propõe não é um sentimentalismo. É uma energia de transformação, nossa e dos outros. É uma virtude.

Jesus passou a vida a denunciar a injustiça e a tomar a defesa dos oprimidos e excluídos, praticou a resistência activa ao mal. Em pleno tribunal, não deixou de assumir a sua defesa perante o Sumo-Sacerdote e, quando agredido, resiste: se falei mal, mostra em quê, mas se falei bem, porque me bates?

3. Não é com lirismo que se pagam as contas ao fim do mês. Os desempregados que o digam. Jesus saberia disso, quando disse aos seus discípulos: Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou de beber, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?

Estaremos perante outro exercício de provocação? A Bíblia hebraica nunca pôs em concorrência Deus e o dinheiro, embora a chamada “teologia da prosperidade”, que faz desta sinal de bênção divina, tenha sido submetida a uma crítica feroz dos profetas.

Então, porque será que Jesus põe Deus e o dinheiro em concorrência? Por uma razão muito simples: a sacralização do dinheiro e do seu império é uma idolatria. Faz dele o absoluto critério de tudo. É preciso sacrificar-lhe tudo e todos os valores. O rico nunca pensa que é suficientemente rico e o pobre ou remediado o que deseja é ser rico. A publicidade incendeia a insatisfação, o desejo, para nos tornar infelizes se não tivermos tudo, e já, que ela nos propõe. Jesus Cristo não vê no desejo um mal nem propõe o esvaziamento do desejo como suprema iluminação. Propõe a conversão do desejo: onde tiveres o teu tesouro, aí estará o teu coração. Zaqueu, o rico, percebeu isso rapidamente. Passou a restituir o roubo, a nunca mais se aproveitar das necessidades dos outros e a partilhar os seus bens. Jesus comentou: a salvação entrou na tua casa, o que não tinha acontecido na parábola do jovem rico.

Não há rivalidade entre Deus e a riqueza. Há rivalidade entre a Plenitude da Vida e a distorção do desejo que se deixa possuir pelo fascínio do dinheiro e de tudo o que ele exige e permite.

 

Frei Bento Domingues

 

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publicado às 05:10

Vítimas (visíveis) do abandono... familiar, social e desumano

por Zulmiro Sarmento, em 01.03.11

 

Desde há duas semanas que, quase diariamente, é notícia o achamento de idosos falecidos – há mais ou menos tempo – ou caídos em casa, em estado de decomposição ou descobertos após dias de desaparecimento... numa espécie de espectáculo onde as figuras mais degradantes estão fora do palco, em surdina e encapotadas pela ineficácia nos cuidados – materialistas, hedonistas e anónimos – com que tentam cuidar, sobretudo, dos mais velhos.

É preciso, efectivamente, chorar sobre o leite derramado, pois é deste desastre que todos podemos e devemos colher as lições mínimas em atenção às respostas máximas!
Diz-se que há cerca de quatrocentos mil velhos sós e/ou abandonados, no contexto português, tanto no quadro rural como na incidência urbana. Entretanto, vêem-se pulular lares e asilos (este termo foi banido da linguagem, mas continua azedo na mentalidade) por tudo quanto é lado, praticando preços exorbitantes e, nem sempre, aliando custo à qualidade. No entanto, muitos outros velhos vão ficando esquecidos ou marginalizados pela ocupação laboral de familiares que, muitas vezes, se tornam, para com eles como abutres ou, no mínimo, sangessugas.
Estes episódios mais recentes têm criado uma onda de quase de histerismo colectivo. Por estes dias li uma nota na internet: ‘Vaga incontrolável de arrombamento de portas de casas de pessoas desaparecidas porque não postavam nada no facebook há quinze minutos’. Explicando esta atitude dizia-se até que alguns dos que viram a casa arrombada e isso aconteu no intervalo em irem à procura daqueles de quem não tinham notícias ‘só’ há quinze minutos.
De facto, estas notícias devem-nos fazer pensar. Tentaremos deixar breves anotações, sem pretendermos dizer tudo e muito menos querendo esgotar o assunto, pois ele é assaz complexo.

= Do sempre contactável... à sensação de desprezo
Hoje é normal as pessoas terem horror à solidão, ao silêncio e, sobretudo, ao abandono, seja consentido, seja tolerado ou mesmo imposto pelas circunstâncias da vida e do relacionamento entre as pessoas. Numa espécie de exposição frenética, as pessoas têm a tendência a falar de si mesmas sem o mínimo pejo de vulgarizarem ou de dizerem de si mesmas mais do que aquilo que seria desejável. Quantas vezes ouvimos conversas na rua – pois as fazem ao telemóvel enquanto caminham, sem resguardarem o que dizem – que seria preferível não saber. Por vezes, quase somos tentados a pensar que aquilo que é dito não terá interlocutor, pois se assim fosse algo de mal estaria nessa cultura de fachada...
Cresce, por outro lado, o número dos sós, dos isolados, daqueles/as que talvez tenham por companhia a televisão ou, se mais actualizados, a internet... com uma certa comunicação impessoal e, quantas vezes, suficientemente, anónima... para atrair a confiança, a partilha ou mesmo o convívio entre pessoas que se conhecem, que se estimam ou que se respeitam.
Parece que estamos prestes a bater nofundo da desumanidade, na medida em que entramos mudos e saímos calados, em que quase ninguém repara em nós nem nos vê como pessoas que têm rosto – alegre ou triste, amargurado ou contente, choroso ou perfumado – perdendo-se a noção de história e de memória, pessoal, familiar, social e colectiva.
De facto, somos, cada vez mais, um número – repare-se na mais recente lucubração do ‘cartão do cidadão’ – com algumas cambiantes (outros números utilitários), que interessam a quem nos governa, mas que, depressa se perceberá, que perdemos a capacidade de sermos para além da utilidade e com um cada vez mºenor prazo de validade, senão na duração, pelo menos na intenção.
Registe-se a preocupação de certas forças e instituições em denunciarem este abandono, mas com algumas dificuldade iremos inverter este processo, pois é galopante a descristianização... e, sem Deus, tudo será mais fácil reduzir(-se) à matéria orgânica... viva ou morta.
Urge, por isso, recriar a mentalidade de vizinhança. Urge implementar uma nova força de proximidade. Urge abrir os olhos e ver quem, afinal, pode precisar de nós, hoje.

António Sílvio Couto
(asilviocouto@gmail.com)


ECCLESIA

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publicado às 06:24

"SEXO" e "GÉNERO", ou: quem não tem vergonha nas ventas todo o mundo é seu...

por Zulmiro Sarmento, em 09.02.11
Aura Miguel
RR on-line 21-01-2011
A estratégia não é de agora e foi alvo de denúncias há mais de 15 anos pela Santa Sé. Em causa, a tentativa (bem sucedida) por parte de alguns ‘lobbies’ feministas e ‘gays’ em mudar, ao nível das legislações mundiais, algumas palavras de significado claro, por outras mais ambíguas. Por exemplo, em vez de “sexo”, passar a usar-se a palavra “género”.
Subjacente está a tentativa de eliminar as diferenças entre homem e mulher, considerando-as um mero condicionamento sócio-cultural. “Sexo” é uma palavra que sublinha a diferença entre homem e mulher, enquanto “género” é muito mais abrangente, porque em vez de apenas dois tipos – feminino e masculino – a nova expressão da moda abrange cinco: feminino, masculino, homossexual feminino, homossexual masculino e híbrido.
Em Portugal, a esquerda rasga as suas vestes por a nossa Constituição (escândalo dos escândalos…!) ainda usar a palavra sexo… e propõe uma nova formulação do artº 13º para se eliminar, de uma vez por todas, esta expressão ultrapassada…
A estratégia de confundir para reinar, sempre foi uma estratégia de poder. É por isso que é sempre bom saber o que está por trás das boas intenções daqueles que nos querem baralhar.

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publicado às 05:37

José Mourinho: Deus e a carreira de sucesso

por Zulmiro Sarmento, em 27.01.11

Melhor treinador de futebol do mundo fala da sua fé, da Bíblia que lê antes dos jogos e da «missão» que lhe sente ter sido destinada

 

Madrid, 22 Jan (Ecclesia) - José Mourinho acredita que Deus também faz parte da sua carreira de sucesso e, rejeitando superstições, gosta de ler algumas páginas da Bíblia antes dos jogos não para “Lhe pedir” ajuda, mas porque “acredita que Ele está”.

“Quando leio a Bíblia não estou propriamente a pedir-Lhe para que me ajude. Eu não peço para que me ajude num jogo. Mas penso que se eu for um bom homem, um bom pai, um bom marido, um bom amigo, se tiver uma vida social compatível com aquilo que são os Seus ideais, penso que tenho mais possibilidade de... É uma coisa que me alimenta na fé”, refere o treinador da equipa de futebol profissional do Real Madrid.

As declarações de José Mourinho foram recolhidas em Madrid,  no âmbito de um projecto editorial sob figuras empreendedoras em Portugal, promovido pelo CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) em parceria com o Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa e com a Universidade de Aveiro, a que o Programa «70x7» se associou.

 

O homem que recentemente foi eleito o melhor treinador do ano pela FIFA/France Football diz quais as suas convicções, as memórias pessoais que determinaram a sua vida e o que faz dele o “special one”, o especial.

Para José Mourinho, tem sido determinante para o sucesso desportivo o facto de ter tido formação académica, capaz de lhe dar conhecimento para exercer lideranças com qualidade.

“Eu tive formação académica porque quis ter e porque nasci numa família onde havia um certo controlo familiar”, refere, recordando a importância da mãe, professora, no seu percurso formativo, assim como a influência da mulher, que estudou filosofia.

 “Há uma coisa que digo sempre: tenho de tomar decisões mas tenho de ter razões para as minhas decisões” porque, reconhece, “o jogador de futebol não é fácil gerir”.

Nos momentos de tensão, quando toma decisões por intuição e que determinam um jogo e, por vezes, uma época, reconhece também a presença de Deus.

“Eu digo sempre: Ele lá em cima apontou para mim e disse tu vais ser um dos talentosos naquela área. E assim foi”, afirmou Mourinho.

“Sem ser aquele praticante profundo - que não o sou ou por personalidade ou pelo próprio estilo de vida que acabo por ter - acredito muito que ele está e que, da mesma maneira que me escolheu como um dos eleitos, eu tenho também uma missão a cumprir neste mundo”, precisa.

“A minha leitura de duas, três, quatro páginas da Bíblia antes dos jogos é simplesmente um acto de fé e de me sentir bem”, acrescenta.

No programa «70x7» de 23 de Janeiro, com emissão na RTP2 pelas o9h30, José Mourinho revela também as suas convicções e as características de uma personalidade que fazem dele o melhor treinador de futebol do mundo.

PR

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publicado às 06:30


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