Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Exortação do senhor Bispo de Santarém aos responsáveis pela educação das crianças, adolescentes e jovens:
1º - A primeira de todas as dívidas soberanas, e certamente a mais fundamental, é aquela que cada um de nós mantém para com a Vida. Essa dívida nunca a pagaremos, nem ela pretende ser cobrada. Reconhecer isso em todos os momentos, sobretudo naqueles mais exigentes e confusos, é o primeiro dos mandamentos. 2º - Se a maior de todas as dívidas soberanas é para com um dom sem preço como a vida, cada pessoa nasce (e cresce, e ama, luta, sonha e morre) hipotecada ao infinito e criativo da gratidão. A dívida soberana que a vida é jamais se transforma em ameaça. Ela é, sim, ponto de partida para a descoberta de que viemos do dom e só seremos felizes caminhando para ele. É o segundo mandamento. 3º - O terceiro mandamento lembra-nos aquilo que cada um sabe já, no fundo da sua alma. Isto de que não somos apenas o recetáculo estático da Vida, mas cúmplices, veículos e protagonistas da sua transmissão. 4º - O quarto mandamento compromete-nos na construção. Aquilo que une a diversidade das profissões e as amplas modalidades do viver só pode ser o seguinte: sentimo-nos honrados por poder servir a Vida. Que cada um a sirva, então, investindo aí toda a lealdade, toda a capacidade de entrega, toda a energia da sua criatividade. 5º - A imagem mais poderosa da Vida é uma roda fraterna, e é nela que todos estamos, dadas as nossas mãos. A inclusão representa, por isso, não apenas um valor, mas a condição necessária. O quinto mandamento desafia-nos à consciência e à prática permanente da inclusão. 6º - As mãos parecem quase florescer quando se abrem. Os braços como que se alongam quando partem para um abraço. O pão multiplica-se quando aceita ser repartido. A gramática da Vida é a condivisão. Esse é o mandamento sexto. 7º - O sétimo mandamento resume todos os outros, pois lembra-nos o dever (ou melhor, o poder) da esperança. A esperança reanima e revitaliza. A esperança vence o descrédito que se abate sobre o Homem. A esperança insufla de Espírito o presente da história. Só a esperança, e uma Esperança Maior, faz justiça à Vida. José Tolentino Mendonça ECCLESIA |
No passado dia 22 de Fevereiro fez 154 anos que nasceu Baden-Powell, o fundador do maior movimento mundial de jovens, que se encontra presente na actualidade em mais de 216 países. “O Escutismo é um Movimento Mundial, de carácter não político, aberto a todos, com o propósito de contribuir para a educação integral dos jovens de ambos os sexos, baseado na adesão voluntária a um quadro de valores expressos na Promessa e Lei escutistas, através de um método original que permite a cada jovem ser protagonista do seu próprio crescimento, para que se sinta plenamente realizado e desempenhe um papel construtivo na sociedade”. Assim, esta semana propomos uma visita ao sítio virtual da revista oficial do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Flor-de-lis, que se publica desde Fevereiro de 1925, contando com mais de 1200 edições em papel. Ao digitarmos o endereço www.flordelis.pt encontramos os habituais destaques, sejam eles notícias, conteúdos multimédia ou dossiers temáticos. Em “actualidade”, podemos ler todas as novidades que vão sendo distribuídas por ordem cronológica merecendo uma leitura atenta. No item “internacional”, acedemos a todas as notícias de carácter não nacional, onde por exemplo, podemos ler que o chefe João Armando foi eleito para o Comité Mundial, caso único no panorama nacional. Por outro lado, na área “nacional”, somos informados acerca de todos os acontecimentos que são alvo de notícia no nosso país, por exemplo, a recente eleição da nova Junta Central do CNE para os próximos 3 anos, liderada pelo chefe Carlos Alberto Pereira. Caso pretenda aceder aos diferentes vídeos que vão sendo publicados pelo escutismo nacional, basta clicar em “vídeos”. Por outro lado, em “fotogaleria”, como o nome o indica, poderá aceder a diversas exposições fotográficas relacionadas com eventos marcantes do CNE. Uma opção deveras interessante é a área “dossiers temáticos”, onde podemos aprofundar os diversos temas apresentados, que passam por exemplo, pelos objectivos do milénio ou pela Beata Teresa de Calcutá. Aqui fica a sugestão, para quem quer saber mais acerca da vida desta grande associação juvenil que é o escutismo, aceda regularmente ao sítio desta revista, porque a flor-de-lis é um espaço onde todas as histórias se encontram num único lugar. Fernando Cassola Marques |
No dia 27 de Novembro de 2009, o Conselho de Ministros da União Europeia declarou oficialmente 2011, Ano Europeu das actividades voluntárias que promovam uma cidadania activa. Em Portugal, a coordenadora nacional é a jornalista Fernanda Freitas, que em entrevista à ECCLESIA fala dos projectos para os próximos meses e da intenção de promover o que chama de “voluntariado de proximidade”.
Ecclesia (E) - Depois de um ano marcado pela Luta contra a Pobreza e Exclusão Social, sucede um ano dedicado ao Voluntariado. Há uma complementaridade entres estes dois temas? É importante estimular o voluntariado, neste quadro social e económico que vivemos? Fernanda Freitas (FF) - É interessante o facto de o ano europeu do Voluntariado suceder ao ano de combate à pobreza e exclusão social. No ano passado, fizemos o que eu chamo um diagnóstico. Este ano iremos encontrar parte das respostas, não digo todas. Uma delas pode ser o voluntariado. Há acções, não apenas no voluntariado social e assistencialista, que podem ser desenvolvidas em prol da sociedade. O povo português é muito generoso, gosta de ajudar. Penso que falta compromisso, ou seja, ser generoso mas numa lógica de compromisso, não apenas quando se é solicitado. Quando o português assumir o compromisso de ser um povo voluntário, para além de solidário, estaremos no bom caminho para resolver grande parte dos problemas sociais, sobretudo de exclusão social.
E - O que vai caracterizar estes próximos meses? FF - O Ano Europeu de Voluntariado começou oficialmente no mês de Dezembro, mas cada país europeu marca o seu ritmo. Em Portugal, o ano começa, oficialmente, a 3 de Fevereiro com uma iniciativa – «A volta do voluntariado». É uma feira de voluntariado, que começa em Lisboa. O desafio da Comissão Europeia é situar esta volta nas capitais, mas a comissão portuguesa de acompanhamento do ano, quis ser mais ambiciosa. Em Portugal esta iniciativa, em maior ou menor escala - dependendo do espaço onde se realize - vai espalhar-se pelo país, chegando também às ilhas. Esta vai ser uma grande acção de voluntariado. Não pretendemos angariar fundos, mas voluntários. Estas «voltas» querem transmitir a disponibilidade que as entidades têm para receber, mas também provocar o inverso – as pessoas devem dirigir-se às entidades e oferecer-se como voluntários. O mais importante deste ano é divulgar o voluntariado e, sobretudo, o voluntariado de proximidade. Antes de atravessar o mundo, para desenvolver projectos em países em vias de desenvolvimento, pergunto se não deveríamos atravessar a rua e perceber o que podemos fazer pela comunidade, bairro ou prédio. O grande desafio do ano vai ser lançar a semente do voluntariado, que pode estar no espírito dos portugueses, mas falta concretizar. Na comissão de acompanhamento estão representadas entidades de todo o país – paróquias, bombeiros, Juntas de Freguesia, Autarquias, Santas Casas – e vão espalhar a notícia. Acredito que vai ocorrer uma contaminação positiva do que é ser voluntário em Portugal.
E - Ser voluntário é um desafio íntimo que exige um compromisso? FF - Ser voluntário é fazer a diferença, começando pela vida pessoal. Uma coisa é ajudar, outra é um compromisso. Quando se assume interiormente o voluntariado, está a assumir-se um compromisso de missão para concretizar uma ajuda que não é apenas espontânea. Quando fazemos uma acção de voluntariado ficamos mais cheios e felizes. Não há que ter medo de o assumir. É uma entrega extraordinária que nos torna diferentes e melhores pessoas, com mais competências sociais e afectivas.
E - A entrega ao voluntariado exige um passo diferente que os portugueses têm ainda de dar? FF - Sinto que a grande lacuna está na educação. Estamos habituados a ver pais e amigos a ajudar no Natal, a participar com bens consumíveis, no multibanco através de transferências... mas, e depois? É importante ser solidário também em época de Natal, mas não exclusivamente. É importante ser generoso, solidário e voluntário o ano todo. Uma acção pontual surge numa época, mas no restante ano a instituição vai continuar a precisar de ajuda – não apenas de dinheiro ou de arroz, mas das nossas competências. Ninguém é obrigado a fazer voluntariado. É legítimo pensar que se faz o que se deve – paga-se impostos e contribuiu-se com algo no Natal. Mas somar uns pontos à nossa capacidade de ser humano, encontrar um projecto que se adeque à nossa personalidade, estar feliz nesse projecto, é perceber que ser voluntário é um desafio.
E - As instituições têm também um caminho a fazer neste ano? FF - As instituições têm um grande trabalho a fazer no campo voluntário, sobretudo no dar respostas. O que mais retenho nestes primeiros meses de trabalho, é que muita gente procura ser voluntário e não recebe resposta. Isto não pode acontecer. Não podemos desperdiçar potencial humano. As instituições precisam de abrir espaço ao voluntariado, saber que os voluntários não vão falhar e perceber que um voluntário não vai substituir um trabalhador. Há espaço para toda a gente. Outro caminho a explorar este ano é o voluntariado empresarial. São muitas as empresas que procuram formação para constituir «Bancos» empresariais de voluntariado, ligando-se a uma instituição ou acção.
E - Como vive este desafio de somar este voluntariado a outro que já vinha fazendo? FF - Em Agosto, o Ministério do Trabalho e Solidariedade Social desafiou-me a ser coordenadora nacional deste Ano Europeu do Voluntariado. É um prazer estar a trabalhar em prol do voluntariado, algo em que acredito piamente. Significa muito trabalho, mas também muito orgulho e, sobretudo, sentido de missão. Quando as pessoas encontram respostas como «não tenho tempo ou dinheiro», costumo dizer «Quem quer fazer, arranja maneira. Quem não quer fazer, arranja desculpa».
in ECCLESIA |
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são
justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que,
por cada vilão há um herói,
que por cada egoísta, há também um líder dedicado,
ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo,
ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada,
ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória,
afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso,
faça-o maravilhar-se com os livros,
mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu,
as flores do campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa
vale mais que a vitória vergonhosa,
ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros,
ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros
também entraram.
Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho,
ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os
homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só
contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro
aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser
corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só
assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830 ( dizem que é dele )
Alguns extractos (poucos!) da entrevista ao prof. de Matemática Carlos Grosso* publicada no suplemento "Notícias Magazine" do Diário de Notícias de hoje (5SET10).
P:O que está errado na equação do ensino da Matemática em Portugal para os nossos alunos serem os piores da Europa e estarem entre os piores do mundo?
R: Penso que é a falta de rigor que tem havido nos últimos anos no ensino da Matemática. Entrou-se numa fase em que a tendência defendida era que tínhamos de brincar com os miúdos para eles gostarem de matemática, mas para aprender a resolver bem uma equação é preciso treinar vinte ou trinta ou cinquenta vezes, porque a Matemática tem esta característica: se numa equação temos de dar vinte passinhos para a resolver do princípio ao fim, basta um estar errado para a solução não ser a correcta......Nos vinte passos o aluno tem de ser treinado para acertar os vinte, e isto só se consegue com repetição, com treino, não há outra forma.....
P: Portanto, é preciso ter muita paciência para se ser não só professor como aluno de Matemática?
R: Pois é, mas vale a pena. Para se ser professor de qualquer disciplina devia ser preciso ter muita paciência. Podemos perder horas a ensinar uma coisa e o aluno perceber perfeitamente, mas depois se não treina, se não repete, passados 15 dias, quando for fazer o teste já não se lembra. É isso que falta no ensino português, a repetição: repete para aprenderes, repete para aprenderes, esforça a memória. A desvalorização da memória nas últimas décadas foi terrível..... Surgiram correntes pedagógicas a afirmar que saber a tabuada de cor é castrador, mas não é. É repetindo os exercícios que se aprende Matemática....
P:É importante haver exames?
R:Absolutamente. A avaliação contínua é importante, ajuda os alunos a esforçarem-se no dia-a-dia, nas aulas, mas não é suficiente. Eu explico bem uma matéria e ela no dia seguinte ainda é sabida, mas o nosso objectivo não é ficar por aí. O nosso objectivo é que daí a 1 mês ou 3 meses ou 1 ano ela ainda seja conhecida do aluno. isso é que é aprender. E os exames ajudam a isso, a perpetuar o conhecimento no tempo.......
P: Imagino que não seja favorável à ideia anunciada pela ministra da Educação de acabar com os "chumbos"?
R: Não me cabe na cabeça. Se conseguíssemos viver sem trabalhar era óptimo, se conseguissemos resolver as nossas necessidades sem termos de nos esforçar, estávamos no paraíso.......Mas não, temos de trabalhar. Esta coisa de que é tudo fácil e passam todos não faz sentido.
P: Consegue perceber porque é que tanta gente detesta a Matemática?
R:Não, mas consigo perceber que uma das razões é a falta de formação dos professores. Em termos da formação estritamente matemática os professores já foram melhores do que são hoje. Nas últimas décadas tem-se insistido muito na formação dos professores para serem capazes de desenvolver o carácter lúdico ou recreativo da Matemática e insiste-se menos na formação Matemática. a pedagogia e a capacidade de transmissão de conhecimentos são importantes, mas o mais importante é que saibam muita Matemática.......
* Carlos Grosso é o coodenador do gabinete de avaliação de manuais escolares da Sociedade Portuguesa de Matemática e professor na Escola Secundária Pedro Nunes e na Escola Superior de Educação João de Deus. ( e não pertence à FIAT - Federação Internacional dos Alérgicos ao Trabalho !!! , digo eu.)