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Mas, cuidar sem tempo tanta conta
é força do meu tempo
já dá contas!
Mas, cuidar sem tempo tanta coisa
eu que gastei, sem conta, tanto tempo,
para ter a minha conta feita a tempo.
Dado me foi bom tempo e não fiz contas
não quis, sobrando tempo, fazer contas
quero hoje fazer contas, falta tempo.
Oh vós, que tendes tempo sem ter conta!
Não gasteis esse tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer contas.
Mas, oh! se os que cuidam do seu tempo,
fizessem desse tempo alguma conta,
não choravam, como eu, o não ter tempo!
Poema de um monge do séc. XVIII