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Uma zelosa funcionária superior da DREN ( Direcção Regional de Educação do Norte), senhora dona Margarida Moreira, do Ministério da (des)Educação ficou absolutamente cumpridora dos seus deveres ao fazer a vida negra a um professor que trabalhava nessa mesma Direcção por um alegado «INSULTO» à licenciatura do primeiro-ministro.«Um comentário jocoso» (uma graçola, digo eu), afirmou o malfadado professor Charrua...
Uma afloração evidente do antigo respeitinho, portanto, e que impedia anedotas públicas sobre o Almirante Américo e o "Botas" (Salazar). Embora naquele desditoso tempo o "culto da personalidade" não chegava ao extremo absurdo a que chegou hoje. Naquele tempo muita gente ostentava um desprezo pelo regime e o seu chefe, sem consequências de maior.
«Foi no seu local e horário de trabalho...», invocou a zelosa burocrata que até pelas fotos dos media tem um ar bem posto. Não me admiro que o "fantasma" de Salazar ganhe o concurso "grandes portugueses"!
Pergunto: que professor ou funcionário público já não fez um comentário semelhante sobre o dito cujo no seu local de trabalho? Ou sobre a... (não há adjectivos no meu fraco vocabulário!) ministra da (des)educação? Suspenda-se toda a gente, bando de linguarudos! E, já agora, promovam-se os poucos que babam elogios a suas excelências.
Tantos nos media têm falado com indignação e tristeza do "ar que se respira" em Portugal: um "ar" de subserviência, oportunismo, intimidação e medo.
Uma suspensão exagerada e ridícula, dizem todos o que têm algum bom senso.
Se a moda pega, poderemos ter, a breve trecho, uns milhares de docentes presos políticos e outros tantos de boca calada e de consciência aprisionada, a tentar ensinar aos nossos alunos os valores da democracia, da tolerância, do pluralismo, dos direitos e deveres, liberdade e garantias e de outras coisas que, de tão remotas, já nem sabemos o real significado, perante a prática que nos rodeia...
Passa fora! Um acontecimento só digno do 24 de Abril de 1974! Quando ainda havia censura, mas que mesmo assim não chegava a tanto.
Ridendo castigat mores..
Salazarismos de repartição...
Suspenda-se toda a gente...
A "nossa" democracia...
São coisas destas...
E o senhor presidente da república com a sua proverbial incapacidade de articular bem as palavras quando bota discurso ou outro dito (que até dá uma aflição ouvi-lo) lá vai metendo a cabeça na areia perante estas pequenas grandes coisas, contribuindo para calar e "alinhar" o país! O rei vai nu!
Contra evidências quem se atreve a tapar o sol com uma peneira só porque a sua "cor" o exige?!
Amén.