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De livros de histórias formativas tiro e uso algumas nas homilias de matrimónio, quando o ambiente se presta, a fim de cativar a atenção dos presentes, coisa extremamente difícil numa cerimónia religiosa nupcial. Às vezes nem homilia faço tal é aquilo que os meus olhos captam de fantochada, cabeças em rodopio para vislumbrar vestidos concupiscentes, um "número" a mais para despachar enquanto não vem a tão aguardada "Cerimónia das Fotografias" pelo dia fora, noite e madrugada do dia seguinte.
Costumo contar esta. Realizou-se um casamento. Depois da festa, quando o noivo entrou no novo lar, encontrou muitos presentes, entre eles um do seu pai. Era apenas uma
caixa contendo um par de sapatos.
Junto deles estava uma carta assinada pelo seu pai com estas palavras: « Meu filho, trata-se de um presente de pouco valor, mas quero dizer-te uma coisa importante que tem a ver com o vosso casamento. Os sapatos, quando novos, são bonitos mas magoam os pés. Porém, com o tempo, eles vão-se adaptando, vão amaciando. Passado esse tempo, sentimo-nos bem e não desejamos outros sapatos.
O casamento pode também exigir alguma adaptação, algum ajustamento. É a estreia de um viver a dois, partilhando a vida com grande intimidade. Por isso, é normal acontecer alguma coisa que possa magoar. Mas isso passa com o tempo.
Por isso, te digo, meu filho, lembra-te destes sapatos novos e dá tempo ao tempo, para que o vosso amor seja cada vez mais macio, mais belo, mais perfeito».