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A 5ª feira a seguir ao Domingo da Santíssima Trindade é o dia que lembra o dia da Última Ceia do Senhor Jesus — de facto qualquer 5ª feira nos lembra isto mesmo — com a Solenidade (nota máxima dada pela Liturgia) do Corpo e Sangue de Cristo. O povo de Deus põe-se a caminho, em forma de procissão, acompanhado pelo Pão Eucarístico.
Esta manifestação pública revela que acreditamos que é Cristo quem nos guia na vida e nos dá força para chegarmos um dia à Pátria celeste.
Acreditamos que Ele está sempre connosco como Companheiro de viagem, embora de uma forma discreta, apenas reconhecido pela fé. Caminha connosco e nas mais diversas circunstâncias. Está presente mesmo quando estamos abatidos, quando a fé vacila e a esperança falha, quando a vida é surpreendida pelo sofrimento ou pelo desespero, quando nas famílias é ameaçado o amor. Como caminhante misterioso, Cristo está presente para dar a todos luz e conforto, esperança, alegria e paz.
Animados por esta divina presença, no Corpo de Deus repetimos como os discípulos de Emaús : «Fica connosco, Senhor». E porque, por vezes, a nossa fé é frágil, professamos como Tomé: « Meu senhor e meu Deus!».
Não acredito na seriedade e adultez da fé, de seja lá quem for, que vai a todas as procissões de "estátuas", seja sob o título de «Santo Cristo» ou «Bom Jesus» e não corre ligeiro para participar na sua Comunidade, ou noutra, na procissão em que vai o próprio Jesus Cristo!
Detesto quando as filarmónicas rebentam os pulmões a tocar instrumentos e não intercalam com o povo para este cantar autênticas maravilhas de louvor eucarístico do canto popular e erudito.
Todo o cristão que se preze deve participar nesta procissão. E trabalhar para que em todas as Comunidades ela passe a ser uma tradição. Ou haver o costume de várias Comunidades se juntarem para numa delas se dar largas à mente e ao coração em semelhante manifestação de fé pública que tanta falta está a fazer sobretudo quando querem remeter os cristãos e a fé às sacristias. Ainda bem que nas grandes cidades e vilas do nosso país esta manifestação genuína do catolicismo está a crescer de ano para ano com uma aderência impressionante.
O resto é "negócio" com Deus. «Se me deres isto, dou-te aquilo!» Tanta promessa que é puro refinamento de negócio blasfemo.
A uma tonta que ia de joelhos em sangue, numa das tais promessas de procissões, fruto de grandes aflições passadas, um sacerdote abeira-se e recomenda-lhe bom senso e teve de imediato a resposta: «O Sr. Padre mande na sua casa que eu mando na minha!».E pronto.