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Matrículas (simplesmente) iguais!

por Zulmiro Sarmento, em 28.04.08

     Gostava, hoje, de partilhar uma aberração que aconteceu comigo — pelo que já ouvi aconteceu com outros — e que pode muito bem chegar a qualquer cidadão que acredite que a papelada nas repartições está toda legalizada no que diz respeito aos nossos móveis e imóveis .

     É assim: comprei um veículo automóvel em Janeiro p.p . com as características que bem entendi. De imediato fui à Repartição de Finanças para pagar o que devia segundo a lei em vigor. Como o veículo ainda não tinha dado entrada na base de dados a funcionária disse-me que voltasse uns dias depois. Assim fiz e lá paguei os meus cento e tal euros por uma folha de papel com uma vinheta para andar junto com os restantes documentos do veículo. Agora o vidro da frente dos nossos "pópós" já não precisa daquele selinho tão bonitinho que é mais uma teta para nos sacarem dinheiro, só que agora não há selo mas há mais dinheiro a entregar.

     Muito bem: número de contribuinte entregue, a ficha electrónica apareceu com os dados todos certinhos do veículo, papel na mão e ala com menos dinheiro, mas feliz, para casa. 

     Passados alguns dias pessoa noutra ilha do Triângulo, que estudou comigo na adolescência e que mantenho amizade, telefona-me dizendo que um conhecido seu dessa ilha tinha ido à Repartição de Finanças do seu concelho fazer o mesmo que eu e qual não foi o seu espanto quando lhe disseram que essa matrícula apresentada por ele já tinha sido paga no Pico e até lhe disseram o meu nome, morada e tudo.

     Fiquei frio como a neve com este relato telefónico e o telefone de casa começou logo a funcionar para vários sítios. Fácil de perceber quais foram, mesmo àquela hora da noite em que tomei conhecimento do facto. «Tá tudo legal, tá tudo legal, fui ao computador da empresa e certifiquei-me de que os dados todos coincidem, da nossa parte fomos correctos consigo, ...» assim me disseram e era mesmo verdade.

 

 

 

 

 

     Quem terá e porquê uma matrícula idêntica à do meu veículo!? Assim andei a magicar alguns dias, mas a fazer fé nas palavras dum dentista, que o Senhor já chamou a Si,  quando estava de boca aberta no seu consultório em que o mesmo me disse de rajada: « Já vi padres desconfiados mas tu és desconfiado como um cão!», achei por bem visitar novamente a Repartição de Finanças do meu concelho e apresentar os meus dados para me certificar do que estava no computador. Não fosse o diabo tecê-las! A funcionária começa a levar demasiado tempo, para o meu gosto, o que me levou a perguntar-lhe: «Algum problema?». Responde-me a mesma funcionária: «Esta matrícula está no nome doutra pessoa!». Ia-me pegando o fogo. Quem me conhece sabe do desassossego que qualquer injustiça me provoca.

     Ao saber que era o tal sujeito que motivou o primeiro telefonema cheguei à conclusão que alguém com poderes muito, mas mesmo estranhos, dentro da Finanças, tirou simplesmente o meu nome da base de dados e colocou o seu "afilhado" (!) que lhe deve ter ficado muito agradecido. E isto aguentaria até acontecer, valha-nos Deus!, um acidente ou outra situação que levantasse sérias dúvidas sobre a autenticidade dos documentos em causa. E a coisa podia arrastar-se.

     Telefonemas para a outra Repartição  — isto foi observado num computador com acesso à base de dados da Direcção Geral de Viação! — fez com que num dado momento estava o nome do tal sujeito, depois surge a situação em branco (alguém andava nessa hora "encagaçado" a alterar os dados rapidamente) e finalmente surge esbelto o meu nome ali todo escarrapachado de novo. Milagre! Milagre! Milagre, a ponta dum corno! Que corrupção mais descarada... e nas minhas barbas!

     Muita trafulhice existe (nalguns) concessionários de veículos automóveis. O que me serviu no Pico, mostrou que trabalha pelo direito e que se pode confiar. E é fácil saber quem é pela marca do meu veículo. Por coisas (algumas) de lana caprina, as televisões já vieram por aí abaixo investigar e publicitar. Esta merecia uma lição de "caixão à cova" para que não se repetisse tal desrespeito pela vida legal dos outros. Mas a "PJ" tem  outras prioridades (a droga do Pico continua a ser exportada e é a melhor no norte da Europa!; enxovalha-se em blogues picarotos a vida de cada um por causa da sede desenfreada de sexo e pornografia e inveja;...) e compreende-se... não é um crime de sangue (mas de CRIME se trata!). Mas como eu pertenço ao rol dos portugueses que não acredita na Justiça do seu país, fico por aqui, dado que tudo fica na mesma e os "mafiosos" é que têm caminho aberto para agir e advogados bem pagos para encobrir, confundir, baralhar e tornar a dar cartas. Nem um cêntimo na minha vida gastarei com a Justiça! O meu dinheiro não é para gastar com a certeza da derrota à partida. Nada de fazer ondas! Vira-se o feitiço contra o feiticeiro . Quem diz em surdina (e são tantos no nosso meio): «Era a justiça da noite!...» não está a passar um atestado de impunidade aos malfeitores !? Está, até prova em contrário. Os DIREITOS que não tem um malfeitor e que têm de ser respeitados escrupulosamente!!... Passa fora! Mas a tal "justiça" dita popular é uma bola de neve, um círculo vicioso, uma espiral de violência sem fim, a emoção sem peias nem cadeias, a suspeição barata, o condenar inocentes por vezes, a vingança caseira, a ausência de um estado de direito, o regresso ao tempo medievo e fanático,...

     Ponto final nesta canalhice (sacanice?) que me fizeram. Recomendação minha: olho vivo e pé ligeiro!

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publicado às 23:21


2 comentários

De inha a 03.05.2008 às 12:07

País onde em vez da Competência temos "afilhados, primos, amigos dos amigos ..." nos locais onde não deviam estar, vão surgir casos destes e se calhar pior. Olho vivo, sem dúvida...

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