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PROVOCAÇÕES (tão somente!)

por Zulmiro Sarmento, em 17.04.08

     Eu assino o «Jornal Fraternizar» pelo menos desde a década de 80, se não me falha a memória. Para a grande maioria das pessoas cristãs isto não diz nada, mesmo nada. Para alguns pode gelar a espinha. Para outros motivo de esperança. Ainda outros terão deixado cair o queixo. Nunca tive a oportunidade de me reunir/encontrar/fraternizar com o «Grupo de Reflexão e Acção Pastoral» (GRAP), nos seus Encontros de Verão e/ou outros. Este Grupo de padres era uma lufada de ar fresco na pasmaceira e ditadura  "aureliana granadiana escudada", de triste memória. Tenho na minha frente todos os "documentos" do GRAP que me chegaram às mãos a meu pedido e pela porta mais secreta desde os seus primórdios. Fui expressamente proibido, em Retiro Espiritual para Ordens, de pertencer ao "grupo" que não vivia em «comunhão» com a Diocese e o seu Bispo (!!). Talvez por algum preconceito ou maldizer nunca me convidaram para participar. Teria aprendido tanto. Pena minha. Fui fazendo o meu percurso/ser igual a mim mesmo/peregrinar de forma discreta, só revelada aqui e ali de forma ainda mais discreta sobretudo em encontros de professores católicos.

     Bom, assinar o «Jornal Fraternizar» é um acto de coragem. Ouvi dizer que era a "Bíblia" dum colega sacerdote já falecido. Ele chega às mãos de poucos cristãos açorianos e picoenses. Paciência . Nunca verão que há uma Igreja outra (não disse outra Igreja!).

     Não resisto a transcrever da pág. 25 do nº169 as "Bem-aventuranças dos Padres Casados» proclamadas no Brasil num encontro de Padres Casados! Compostas por um casal abrangido pelo estigma duma estúpida Lei (estúpida apenas pelo facto de não ser uma Lei opcional).Como o bom senso exige.  Neste ponto existem aqueles que se provou em tribunal eclesiástico que (afinal) nunca foram padres, nunca receberam o Sacramento da Ordem porque alguma coisa importante estava ou não estava presente no momento de o receberem, por exemplo uma tia da América, que pagou os estudos, morria de desgosto se não fosse padre e o candidato foi levado na conversa e/ou chantagem da velhota, ou melhor o diabo/beata da velha tinha mais vocação que o sobrinho!!  E aqueles que continuam a ser em todas as suas pessoas padres, apenas pediram dispensa da famosa lei eclesiástica do celibato e lhes foi concedida (quase) sempre a ferros essa "libertação". No meu caso, estou muito bem assim e recomendo-me (para o caso dalguma dúvida existencial dalgum inimigo de estimação a meu respeito). Alguns familiares queridos davam-me o benefício de apenas um ano de vida padresca e "casaram-me" várias vezes!! Os de fora apenas me arranjaram rebentos lindos como os amores, mais uns abortos à mistura!!   

     Basta de desabafos. Vamos às "Bem-Aventuranças". Ei-las:

    

     1. Bem aventurados os Padres Casados que promovem a paz, em primeiro lugar nas suas próprias famílias e no mundo do trabalho onde eles actuam e nas comunidades onde eles fazem evangelização.

     2. Bem aventuradas as Esposas dos Padres Casados que com sua ternura, mansidão e bondade ajudam os seus maridos a serem menos dogmáticos e autoritários.

     3. Bem aventurados os Padres Casados, os que têm fome e sede de justiça e que lutam por um mundo melhor.

     4. Bem aventurados os Padres Casados, os que são perseguidos por causa da sua opção pelo matrimónio, que foram e que são esquecidos pela Igreja que eles serviram com tanto amor.

     5. Felizes todos aqueles que procuram os Padres Casados para rezarem com eles, compartilhar suas dificuldades, dores e alegrias, aceitam e apoiam os Padres Casados.

     6. Felizes vocês padres Casados e Esposas de Padres Casados que, quando foram desprezados e disseram todo o tipo de calúnia contra vocês por terem optado pelo viver a dois, nem assim esconderam seu amor um pelo outro.

     7. Felizes os Padres Casados que, apesar de não pertencerem mais ao clero, não renunciaram à missão que receberam de Cristo e continuam a servir o povo de Deus.

     8. Felizes os padres casados que, quando são tratados com indiferença por seus irmãos celibatários, não baixam suas cabeças, antes retribuem-lhes com caridade.

     9. Felizes os filhos dos Padres Casados que nos trazem tanta alegria e nos chamam a uma constante doação.

    10. Felizes os Padres Casados que se preocupam com os outros Padres Casados em sua situação financeira, pessoal e familiar.

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publicado às 22:35


1 comentário

De n.16 a 19.04.2008 às 00:27

"Os de fora apenas me arranjaram rebentos lindos como os amores, mais uns abortos à mistura!!"
Belíssima afirmação!

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