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As Bem-aventuranças foram chamadas a “magna carta” do cristianismo. São o nosso bilhete de identidade, uma espécie de Constituição que nos constitui enquanto discípulos de Cristo. O evangelista Lucas, ao contrário de Mateus, não coloca Jesus na montanha mas no planalto. É para lá que convergem todos, discípulos e multidões, sedentas de ouvir os ensinamentos que Jesus tem para lhes transmitir. Este conjunto de orientações para quem tem o Reino de Deus no horizonte resulta numa moral exigente mas possível. E é seguida por uma série de “ais” que devem ser entendidos não como maldição ou condenação irrevogável mas enquanto apelo à conversão.