por Zulmiro Sarmento, em 06.10.09
Igreja reforça aposta na Educação
A Igreja Católica em Portugal celebra de 4 a 11 de Outubro a Semana Nacional da Educação Cristã subordinada ao tema «Educação Cristã: um Serviço e um Compromisso».
Neste ano, a mensagem assinada pela Comissão Episcopal da Educação Cristã admite as dificuldades que os educadores sentem para enfrentar os novos desafios, mas afirma que estas "não podem conduzir ao desânimo e ao enfraquecimento do seu empenho".
Para a Igreja, a educação sempre foi "um imperativo da sua missão evangelizadora, consciente de que é através da educação que se constrói a realização humana e o futuro da própria humanidade", lê-se na mensagem.
Escola Católica hoje
Além da publicação desta mensagem, o dossier que a Agência ECCLESIA esta semana apresenta reflexões de diversos responsáveis nacionais e diocesanos em relação aos vários âmbitos de acção da Igreja na área da educação: Catequese, EMRC e Escola Católica.
Jorge Cotovio, Coordenador do Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra, considera que "a Escola Católica é antes de mais uma «escola», lugar de ensino e aprendizagem, dos saberes em acção orientados para a vida".
"Infelizmente, esta proposta da Igreja tem muitos escolhos: se os há a nível interno - fruto das contingências humanas -, são sobretudo os externos - vindas da Constituição e das ambiguidades das leis, ou das mentes pombalinas dos políticos e governantes - os que mais têm condicionado a abertura deste «espaço de cultura e evangelização» a todos, sobretudo os mais débeis", acusa.
Este responsável deixa votos de que "os poderes públicos e os cidadãos, mormente as famílias cristãs, saibam acarinhar esta proposta alternativa, e criar condições para a potenciar e estender a todos os que livremente a desejam, sem sufocos de qualquer espécie".
EMRC: Desafios e preocupações
Elisa Urbano, professora de EMRC, fala por seu lado de um novo começo, após "ano lectivo muito difícil". "Sentimos que havia muito receio, talvez devido à possibilidade de voltarem a surgir dificuldades legais à leccionação da EMRC, com graves prejuízos para as escolas, como aconteceu em tempos não muito longínquos", escreve.
Segundo a docente, "torna-se urgente uma regulamentação da Concordata de 2004, nomeadamente no que se refere ao estatuto da disciplina e do professor de EMRC".
Já o Pe. Luís Rodrigues, responsável pelo Departamento Arquidiocesano da Catequese em Braga, mostra a sua convicção de que "a catequese paroquial será tanto melhor, quanto melhor os catequistas se encontrarem e forem grupo".
"Para que o Grupo aconteça com mais facilidade urge valorizar e potenciar a missão do catequista coordenador e da equipa de coordenação paroquial. Fazemo-lo porque a coordenação da catequese não é um facto meramente estratégico, voltado para uma mais incisiva eficácia da acção evangelizadora, mas possui uma dimensão teológica de fundo", assinala no seu artigo.
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