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A vida é, por vezes, injusta

por Zulmiro Sarmento, em 09.03.08

      Vida, palavra que todos nós conhecemos, mas que ninguém sabe o seu verdadeiro significado. Contudo, falam, comentam e sobretudo lamentam como se soubessem o que é realmente viver.

     Suspiram como se a sua vida fosse a maior catástrofe existente no Mundo e como se não houvesse nada pior.

     Pergunto-me, muitas vezes, o que será verdadeiramente importante para a maior parte das pessoas: casas luxuosas? Carros dispendiosos? Contas bancárias "recheadas"? Será isso o mais necessário, os bens materiais?

     São situações que me surpreendem, deixam-me bastante confusa e triste.

     Afinal, em que Mundo vivemos nós? Num Mundo em que uns têm tudo e outros não têm nada? Em que uns vivem caprichosamente e outros na pobreza absoluta?

     Não, muito obrigado! É um tipo de mundo, do qual não quero fazer parte, não me quero incluir.

     Pior do que a guerra, a fome e as doenças, só mesmo o egocentrismo daqueles que, quanto mais têm mais querem e não olham a nada para atingir os seus fins.

     O que mais me comove e, sem dúvida, me magoa são todas aquelas crianças que estão a sofrer consequências de algo que não causaram.

     Será que ninguém vê o que se passa à sua volta?

     Pelos vistos, o que predomina no nosso Mundo é o egoísmo, a ambição desmedida, o desrespeito, a incompreensão e a intolerância. E onde está o amor? A alegria? A compreensão? Onde está o lado sensível de cada um?

     Não sei, mas um dia gostaria de descobrir.

     Se eu pudesse, mudaria a total realidade do Mundo, pois ninguém merece viver melhor que outros, ninguém merece sofrer por algo que não fez e ninguém tem o direito de desrespeitar seja quem for.

     Mas, apenas tenho 15 anos, pouca experiência tenho para falar seja do que for, muita coisa tenho de aprender, muitos erros na vida vou cometer, mas com isto tudo vou aprender.

     E, como Fernando Pessoa declara: "Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise."

 

Marlene Lacerda

nº 12, 10º LH da ECCN  

                                                                                                               

post scriptum : Esta adolescente elegante e discreta nos seus comportamentos dentro e fora das aulas, colocou-me uma folha A4 com este escrito em cima da secretária. Muito bem lhe estão a fazer o ambiente familiar, as aulas de Filosofia e EMRC — não há dúvida — mais a sua maturidade juvenil. Pedi-lhe autorização num corredor da escola para fazer o uso que mais achasse oportuno. Acredito no potencial humano da malta jovem que anda por aí. A comunicação social e as bocas foleiras e profetas da desgraça, colocam de rastos o futuro. Mas há sinais positivos de esperança. Há um desconhecido que afirma: «Os jovens escutam músicas e são loucos. Os homens constroem bombas e são normais.». Fica tudo dito.

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publicado às 20:41


1 comentário

De Marlene Lacerda a 22.03.2008 às 03:06

Escrevi este texto, porque numa aula de EMRC falámos deste tema.
Fi-lo também, porque a escrita é uma forma de eu exprimir aquilo que sinto: a minha tristeza, a minha desanimação, a minha revolta, todos os meus sentimentos e pensamentos.
É o papel o meu maior confidente, talvez o veja como um amigo, alguém que sobretudo, não me julga nem me critica e me ouve com toda a atenção.
Dei este texto ao Sr. Padre, não com o objectivo que ele o publicasse no seu blog ou me elogiasse para que me sentisse bem, mas sim, porque achei que o gostaria de ler, principalmente, para compreender que nem todos os jovens pensam da mesma forma: "Eu é que importo, o meu bem-estar é que é importante, mais nada me importa nesta vida, quero ter tudo aquilo que me apetecer e não vou dar nada a ninguém, nem me preocupar com os outros".
Há, sem dúvida, muitas pessoas que merecem a nossa preocupação e, infelizmente, por vezes, mostro-a a quem não merece.
Não me importo se não receber um presente, se não tiver um telemóvel "cool", se não tiver os bens materiais que quiser.
Importo-me sim, se não tiver amor, carinho, compreensão.
Importo-me por estar longe da minha família e por não poder receber o seu amparo.
Importo-me se sofrer uma injustiça e importa-me que o mundo seja assim: cruel e desumano.
Acho que o Sr. Padre percebeu o que lhe queria transmitir.
(Há aulas em que não me encontro presente), por isso, agradeço-lhe (acho que nunca cheguei a fazê-lo) a compreensão que teve para comigo, não me esquecerei. Obrigada!
Agradeço-lhe, também, toda a simpatia, por ter publicado o meu texto (algo inesperado, sem dúvida).

Beijinhos da sua aluna,
Marlene

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