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1º ANIVERSÁRIO do PORTO NOVO (07-03-07 a 07-03-08)

por Zulmiro Sarmento, em 07.03.08

     Aquilo que começou por ser um brincadeira, numa sala de professores com colegas espectaculares a construir este meio extraordinário de comunicação, tornou-se aos poucos o meu confidente, um amigo para recordar e manter a par dos vários sentimentos e preocupações, uma forma simpática de chegar a tantas pessoas que me estimam, admiram, e julgam que tenho alguma coisa de útil para partilhar da minha formação pessoal,  social, moral e religiosa e de crente desde a mais tenra idade da razão.

     O somatório de visitas diz alguma coisa da pertinência do blogue e do que aqui se escreve. Fui-me surpreendendo com a crescente procura por parte de tantos anónimos (e outros nem tanto!). A coisa certamente foi passando de boca em boca. E era urgente que os blogues picoenses (tudo leva a crer que sim!) primassem pela seriedade, respeito, tolerância, crítica construtiva e partilha, para abafar alguma desvergonha que teimou em marcar presença. Pelo menos ficámos todos a saber: a podridão imoral e amoral é uma realidade no nosso meio tão pequenino, mas que tem de tudo um pouco. Sociedade e Igreja  desta ilha do Pico que está numa crise profunda, quase (se já não tocou!) a tocar no fundo do poço... A família não cumpre minimamente o que lhe compete fazer; a escola de igual modo porque está numa crise de identidade sem precedentes; a Igreja entre um saudosismo de um passado que se quer restaurar a todo o custo e uma desconfiança num II Concílio do Vaticano que nunca mais se assume de alma e coração nas Comunidades, nos leigos e sobretudo nos padres, no estilo profético de João Paulo II, que deu o nome de "Nova Evangelização", com o tal novo vigor, novos métodos, nova linguagem,...

      Assim sendo vou procurar dar ainda mais uma lufada de ar fresco ao que sublinho e escrevo, mas com toda a simplicidade, na antítese (da presunção) da grande sabedura intelectual, bíblica, teológica, moral, litúrgica, que, como todos já deram por isso, não possuo. Embora me considere um autodidacta, numa procura constante de conhecimentos e experiências. E alguns resultados estão à vista, mesmo com alguns "diplomas de incompetência" que tenho na mente de uns tantos iluminados da nossa Igreja Local. E mais umas dores de cotovelo crónicas, imaturas, maquiavélicas, de alguns eclesiásticos de carreira. Quando se fizer a história (isenta) da nossa Diocese e do seu Seminário Episcopal, sobretudo nas últimas décadas do século XX, e da conduta da sua equipa formadora na selecção, recrutamento de candidatos ao ministério, aí é que vai ser!... Que anos pobres, ditatoriais, hipócritas! Passa fora!

     Foram os responsáveis avisados, mesmo com excesso de zelo. Lá isso foram! Hão-de dar contas a Deus, porque na terra já estão todos absolvidos pela hiprocrisia do sistema clerical. Que Deus tenha na sua glória o formador Padre Piques Garcia... sou padre: devo-o a ele e a mais uns murros que deu em cima da mesa da Biblioteca do Seminário nos anos 80, para acordar umas mentes mesquinhas e preconceituosas. Sofri na pele os efeitos duma "mafia branca" bem orquestrada sabe Deus por quem e porquê.  E se quiserem tirar o blogue do apontador da página na net da Diocese podem fazê-lo que não levo a mal porque a verdade é para ser dita. Não vivo de invenções. E os podres continuarão enquanto não aceitarmos a "doença". Ainda bem que houve uma "limpeza" daqueles gajos (ditos) formadores. Mas não foi a tempo. E como para mim o Seminário Episcopal não existe, não sei como estão as coisas agora. Declino convites para saber. Apenas saliento um bom trabalho que me fizeram dois seminaristas nas aulas de EMRC por altura da campanha vocacional e que vieram propositadamente  dessa "santa casa mimosa de Deus". «Quem não se sente não é filho de boa gente»!

     Como já viram, isto pode aquecer alguma vez. Tenho muita coisa escrita e arquivada que há-de ver a luz do dia. Deus e a natureza não me deram o dom de ter a memória curta... e o inconsciente cheio de recalcamentos também não casa bem com a saúde psíquica, moral e espiritual de alguém.

      Este blogue existe — e certamente continuará —  porque alguém o visita. 12.000 é obra. Um obrigado. Aceito testemunhos sucintos e sinceros. Ainda recordo feliz, entre muitos, o comentário da «Márcia», em Maio de 2007 ao padre jovem que apareceu no Pico e que andava de sapatilhas amarelas all star e tinha nos jovens um dos seus empenhos, e mais umas coisas bonitas que a dita menina, hoje jovem adulta, escreveu. Marcou-me o seu testemunho sincero e que me reforçou a convicção de continuar na mesma linha, após vinte e tal anos de padre e professor. E alguns a pensar que não aguentava nesta vida mais que um ano... Bom, «Márcia», onde quer que estejas, um beijinho com desejos de muitas felicidades, para ti e para a tua família construída na base do amor em terras distantes.

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publicado às 09:36


4 comentários

De Paulo Pereira a 07.03.2008 às 14:00

Que o padre Zulmiro persista na sua interpretação da realidade, pois todos os contributos são importantes e enriquecedores. Certo de que ninguém é detentor da verdade absoluta e que só o franco e honesto debate ilumina.
Os parabéns pelo blog, de um seu ex-colega da E B das Lajes do Pico.

De Anónimo a 07.03.2008 às 14:39

Muitos parabéns pelo aniversário do Porto Novo. Espero que continues por muito tempo. Beijos
Ana

De carmo a 07.03.2008 às 18:33

Parabéns pelo "aninho" de vida...siga em frente.
Carmo

De ricardo a 16.03.2008 às 23:20

Ta muito bom adorei.

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