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Imaginemos que estamos nos dias mais críticos da ameaça da pandemia devida à gripe “A” (ou suína). Imaginemos que o Presidente da Organização Mundial de Saúde vai num avião a caminho de uma cidade da América para ter uma reunião de trabalho com responsáveis de várias nações. Imaginemos que no avião também seguia um empresário “da noite” dono de um Casino e um Hotel numa das cidades mais afectada pela gripe.
Imaginemos que ele se dirige ao Presidente da OMS e lhe conta que ficou um pouco alarmado quando soube que nos seus estabelecimentos de diversão havia uma alta percentagem de pessoas afectadas pelo vírus mas que já tinha tomado previdências: tinha mandado que se distribuíssem gratuitamente as máscaras protectoras. Também tinha dado ordens para que as agências de viagens que promoviam a ida de turistas para os seus locais oferecessem gratuitamente essas máscaras e uns brindes extra. Até tinha comprado uma fábrica de máscaras (bom negócio!) e mandado fazer umas máscaras de cores divertidas.
O Presidente da OMS levou as mãos à cabeça e exclamou: «Isso é terrível! Olhe que não é essa a maneira de evitar a pandemia, antes pelo contrário, pois vai ainda aumentar a concentração de pessoas nesses lugares de risco e as máscaras não garantem uma protecção eficaz. O que o Senhor tem que fazer é dizer às agências que procurem mudar as opções dos turistas, por exemplo, que vão para a montanha em pequenos grupos familiares, e que adoptem medidas de higiene básica e lavem com frequência as mãos».
O empresário “da noite” irritou-se: «o Senhor está doido e além disso será responsabilizado por futuras contaminações nos meus locais. Fique sabendo que vou falar com jornalistas e políticos meus amigos, para que o condenem na opinião pública e até em parlamentos. E se não os convencer, compro-os, como aliás já tenho feito noutras ocasiões em que o negócio tem estado em perigo. Não faltava mais nada»!
Felizmente parece que a crise epidémica está a debelar-se graças às medidas preconizadas pela OMS, e o empresário não conseguiu convencer ou comprar um número suficiente de jornalistas e políticos para que se expusessem ao ridículo, defendendo os seus negócios contra a verdade mais evidente.
... Para um leitor mais distraído... estivemos a falar das declarações do Papa sobre o uso do preservativo para combater a SIDA.
Pe. Jorge Margarido Correia
Eng.º Macânico. Doutor em Teologia