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Nos Açores, a taxa de inscrição de alunos na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) situa-se nos 49%. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. José Medeiros Constância, director do Serviço Diocesano de Apoio à Pastoral Escolar, revela as razões pelas quais os restantes não frequentam a disciplina. “Nos Açores há alternativa à EMRC com a disciplina de Desenvolvimento Pessoal Social”. E acrescenta: “Não vão à disciplina de EMRC, mas vão à alternativa”.
Recentemente, D. António Braga, bispo de Angra, escreveu uma nota pastoral onde apela à inscrição em EMRC. Apesar de reconhecer as dificuldades contemporâneas, o bispo de Angra sublinha que “uma educação integral implica valores, em que se conta também a dimensão religiosa. Daqui a pertinência e importância da disciplina de Educação Moral Religiosa Católica (EMRC), que contribui para a educação integral do aluno, dando uma sabedoria de vida, inspirada no Evangelho”.
A presença da Igreja Católica na Escola não tem, portanto, “nada a ver com proselitismo” – escreveu D. António Sousa Braga. A EMRC não tem como objectivo a conversão de ninguém. “Não é, nem deve ser catequese. Mas também não é simplesmente «História das Religiões». É uma abordagem cultural do Catolicismo, dos valores da mensagem evangélica e da sua encarnação na sociedade” – salienta o prelado.
Ao nível das prioridades, a pastoral escolar ocupa um lugar central na diocese de Angra. Esta aposta situa-se em duas áreas. O Pe. José Constância explica: “primeiro passa pela presença dos cristãos na escola (docentes, alunos, auxiliares e gestores) e a segunda passa pela leccionação de EMRC”. É uma insistência do bispo de Angra porque “é uma caminho de formação para os jovens”.
As famílias estão sensibilizadas para este esforço e “ouvem muito o apelo da Igreja” – relata o director do Secretariado. Neste caminho formativo, o Pe. José Constância sublinha também que “quase todas as paróquias têm um período catequético com dez anos”. E adianta: “as famílias recebem o apoio nestes dois sentidos”.
Apesar da descontinuidade geográfica, todas as ilhas deste arquipélago leccionam a disciplina de EMRC. Para este sucesso contribuem os párocos e professores. “Empenham-se na divulgação da disciplina” – frisou o sacerdote. Por outro lado, as acções de formação de professores também são frequentes.
No mês de Abril e Maio, quase todas as dioceses portuguesas promovem Inter-Escolas. Nos Açores estas actividades são difíceis de concretizar devido à descontinuidade geográfica. “Realizamos com os alunos dos nonos anos e secundário da Ilha de S. Miguel” – afirmou o Pe. Constância. Este ano a iniciativa será no próximo dia 20 de Maio, no Nordeste da Ilha.