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A Disciplina de EMRC, parente pobre do ensino nas Escolas

por Zulmiro Sarmento, em 26.03.09

 O director-adjunto da Faculdade de Teologia-Braga, João Manuel Duque, defendeu que o ensino religioso deve ser mantido nas escolas públicas portuguesas e reconheceu que a designação da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), apesar de compreensível e justificável, pode e deve ser alterada.

O docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP) foi o convidado de uma conferência-debate intitulada "Ensino da religião: porquê?", promovida pelo Departamento de Ciências Humanas e Sociais do Conservatório de Música da Calouste Gulbenkian com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Lamaçães.
João Duque orientou a sua breve intervenção - o debate de ideias e as questões do público tiveram prevalência - na defesa da importância e, mais que isso, da necessidade do ensino religioso nas escolas, particularmente nas públicas, não deixando, contudo, de apontar alguns desleixos institucionais quer do Estado quer da Igreja Católica. No período de debate, o teólogo afirmou que o programa actual da EMRC dá relevância ao Cristianismo pelo peso histórico que daí advém para a cultura portuguesa.
Sustentando o carácter justificável dessa predominância, defendeu, também, que o nome da disciplina pode perfeitamente ser alterado para outro mais global, como «ensino religioso» ou mesmo «ensino ético-religioso».
Para o orador, não é tarefa primeira do professor de EMRC andar a converter os não católicos em católicos, ou os não crentes em crentes. Ele deve assumir-se, mantendo a exigida neutralidade e, também, sem andar a fazer catequese nas aulas de religião.
Sobre uma alegada «teoria da conspiração para tirar poder de voz à Igreja» e às religiões em geral, João Duque sustentou que se vai assistindo a alguns ataques que visam «gastar a convicção religiosa das pessoas».
Interrogado sobre a existência de interesses políticos para que haja menos esclarecimento religioso, o conferencista, sem afirmar tal facto, considerou que essa é a ferida da sociedade actual, pelo menos da portuguesa. «Não acredito que haja estratégia para eliminar a capacidade crítica dos cidadãos, mas sinais como a abolição do ensino da Filosofia no Ensino Secundário são preocupantes».
João Duque considerou que a mudança de panorama em relação ao ensino religioso nas escolas não é tanto uma questão de ministério. «Partilho da célebre afirmação de que é mais benéfico para a escola não haver Ministério da Educação», afirmou. E atirou: «E cada vez mais me convenço disso».
 
ECCLESIA

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publicado às 08:15



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