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Preservativo: Proibir "é consentir em muitas mortes" - D.Januário Torgal Ferreira

por Zulmiro Sarmento, em 22.03.09

 O Bispo das Forças Armadas considerou hoje que proibir o preservativo é consentir em muitas mortes e criticou a imprensa por não aproveitar bem o poder do Papa para denunciar a corrupção em África.

"Toda a gente sabe o que é que eu penso acerca disso", afirmou D. Januário Torgal Ferreira à Agência Lusa, quando questionado sobre a sua discordância em relação ao Papa Bento XVI, que em África reiterou ser contra a utilização do preservativo, nomeadamente na luta contra a Sida.
"É claro que há circunstâncias, e do ponto de vista médico não tenho qualquer dúvida, em que proibir o preservativo é consentir na morte de muitas pessoas", acrescentou, considerando que, neste sentido, "as pessoas que estão aconselhar o Papa deveriam ser mais cultas".
D.Januário Torgal Ferreira diz-se, no entanto, muito chocado "pela leitura reducionista" e com a obsessão da comunicação social por alguns temas.
"Expliquem-me, por exemplo, porque é que os senhores jornalistas não deram destaque ao apelo do Papa contra a corrupção, lavagens de dinheiro, guerra e outras poucas-vergonhas em África?", questionou, salientando o destaque que os órgãos de comunicação social deram à proibição do uso do preservativo pelo Papa ao chegar a África, enquanto que os jornais de hoje falam da denúncia que Bento XVI fez acerca da corrupção no continente "apenas em duas ou três linhas".
O Bispo considerou que os jornalistas não souberam aproveitar "o poder que o Papa tem para falar de temas como a corrupção, interesses das grandes potências, esclavagismo, guerra e neocapitalismo de chefes de Estado".
"É altura para dizer que alguns jornalistas estão também muito mal aconselhados", considerou, salientando que "é caso para dizer também que o jogo está empatado 0-0", entre o jornalismo no caso da denúncia de corrupção e o Vaticano na proibição do preservativo.
"Quem é que levanta a voz a defender a justiça social para África? Nós portugueses fomos muito culpados da pouca-vergonha que existe em África e continuamos a sê-lo com o nosso silêncio", considerou.
As declarações de D. Januário Torgal Ferreira à Agência Lusa seguem-se a uma entrevista publicada hoje pelo Açoriano Oriental, em que o bispo das Forças Armadas considera que Bento XVI devia ser melhor aconselhado quando se refere ao uso do preservativo no combate à sida e ainda que a actual crise "é o resultado de uma sociedade de corruptos, onde há tubarões".
"Rouba quanto mais puderes, para mais subires na vida... Isso é o que acontece! Acho que é um insulto à gente que nada tem, o tipo de vida que determinadas classes levam e determinado tipo de imprensa que é o espelho do que há de mais medíocre e miserável na sociedade portuguesa!", afirmou D.Januário ao jornal açoriano, destacando que é contra a insegurança e a violência e não pode concordar "que os salários não aumentem".
 
Agência Lusa

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publicado às 08:15


2 comentários

De inha a 22.03.2009 às 12:21

Corroboro muitas das palavras do bispo D. Januário Torgal Ferreira, que como sabemos está sempre aberto e à frente de muitas ideias "ultrapassadas" pela própria Igreja, concordo em relação ao que referiu em relação aos jornalistas só darem importância ao uso do preservativo, mas neste caso concreto discordo em parte dele, antes do uso do preservativo não seria muito mais benéfico Educar para uma formação e educação sexual integra e correcta? Mas porque será que a comunicação social só dá importância a isso? Na minha modesta opinião é o que interessa em concreto às pessoas. São os valores que são transmitidos e não condenemos os jornalistas e a televisão! E os pais ? Onde estão?! O que transmitem, que valores? A corrupção e vida fácil não interessa a quase todos?! Não estamos num mundo onde vale tudo? Já o Provérbio , bem antigo, diz: "Rouba muito serás Barão, rouba pouco e serás ladrão". A voz dos Bons e sinceros continuam silenciadas...e acomodadas...mas ainda bem que aparecem alguns como o Bispo D. Januário...para alertar e nos por a pensar.

De Lisa a 24.03.2009 às 20:44

Importante mensagem do Sr. bispo e que deveria ser reverenciada por todos
e não atropelada como está sendo pela maioria das pessoas.
Concordo com a teoria do Bispo D. Januário.
Está mais que esclarecido, a publicidade do preservativo deu mais lucro do que protecção…
Realmente as pessoas querem acreditar num método enganoso, em vez de ponderarem,
porque o preservativo só podia ser favorável, se a doença transmissível fosse apenas a nível sexual… (mas não é o caso).
Realmente o mundo precisa urgentemente de reatar os verdadeiros valores e atitudes…
Quando se derem conta da gravidade, já não à remédio.
E os comentários que tenho ouvido
entristecem – me imenso.
As pessoas perderam a noção da realidade de hoje…


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