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Como não agradecer-te, mãe,
se é tanto o que és,
o que ofereces
e o que semeias no meu ser?
Mas como agradecer-te, mãe,
se é tão pouco o que tenho
para dizer, para te bendizer?
O que o coração sente
os lábios não são capazes de balbuciar.
Trémulos, hesitam e gaguejam,
incapazes de soltar uma palavra
ou de articular um som.
Mas será que existe alguma palavra
que consiga dizer o que o coração sente?
Dizer «obrigado» é pouco,
mas dizer-te «obrigado» é tudo o que resta
quando tudo já tiver sido dito.
Obrigado, mãe,
pela vida que nunca recusaste dar-me.
Obrigado pelo amor
que nunca hesitaste oferecer-me.
Obrigado pelo sacrifício
a que nunca te furtaste.
Obrigado pela fé
com que sempre me inundaste.
Obrigado
por seres sempre berço a que volto
e fonte a que regresso.
Obrigado
pelo testemunho e pela fidelidade.
Obrigado
me teres dado a vida
e por seres vida para mim.
Obrigado
por não me eliminares quando habitei teu ventre.
Obrigado
por me amares desde o primeiro instante.
Obrigado
por nunca seres túmulo
e por sempre seres regaço.
Obrigado
por nunca pensares em ti
e por sempre pensares em mim.
Eu não mereço.
Eu não te mereço.
Mas agradeço.
Porque sei
que amar assim,
como tu amas,
é algo que só está ao alcance de ti, mãe!
Na pobreza dos gestos
e na fragilidade das palavras,
nada mais me ocorre
que este «obrigado».
Entrego-o no colo da Mãe das mães,
Maria-Mãe de Jesus.
Que Ela te abençoe
e proteja.
Que Ela te conforte
e compense por tudo quanto fazes,
por tudo quanto és,
mãe!