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(Enquanto padre, capelão e cónego, e depois de bispo)
Foi mesmo. Ficou confirmadíssimo. Hoje, 29 de Setembro, dia da Festa do Arcanjo das Boas Notícias (São Gabriel) o Núncio Apostólico da Santa Sé em Portugal (Lisboa), do lado da manhã, anunciou com o aparato próprio das circunstâncias mas sem tolices balofas, o Bispo coadjutor da Diocese de Angra, que auxiliará o Bispo António até à idade (canónica) para ceder-lhe, com o aval de Francisco, o ministério episcopal destas Ilhas.
Nem no Antigo Testamento o sacerdote Zacarias, sobre o nome a dar ao seu filho gerado em Isabel, escreveria melhor na tábua de cera...
Lá esteve a Agência Ecclesia e a Agência Igreja Açores para, de seguida, noticiarem aos quatro ventos.
Tarde é o que nunca chega...
Como vão sair (porque já estão certamentes redigidas), após o anúncio, a carta de boas vindas do Bispo António e a carta de chegada do Bispo.
Bendito o que vem em nome do Senhor!
E deixem-se agora de artigos desapropriados e enfadonhos sobre o tema em Direito Canónico!...
E as fontes dos dois jornais acorianos?!... Eram refinadas, veladas e eclesiasticamente maquiavélicas por isso saíu-lhes o tiro pela culatra. O Núncio não voltou atrás. Queriam tanto. Às vezes acontece, mas o homem está muito batido em safadezas, sobretudo efeminadas. Foi vergonhoso o encosto de certa cor política que se gerou para se chegar a um bispo nado e criado nos Açores. Houve um partido que fazia bandeira desse propósito. Até parecia que havia um mandatário presidente de câmara e doutras irmandades... mais os senhores padres colados ao poder político nos Açores! Mas há sempre uma palavrinha que chega a tempo e horas à Nunciatura para se evitar espertezas saloias. E mais não digo sobre tão mesquinho assunto.
De João Lavrador *, como assim se assina nos seus oportunos escritos do semanário Voz Portucalense e só no final se afirma Bispo Auxiliar do Porto após asterisco, fiquei a saber do seu pensamento eclesial e pastoral há alguns anos a esta parte, e sinceramente é o homem certo para o lugar certo. Na festa do Bom Jesus de 2013 alguém se adiantou a ele e falou-lhe desta possibilidade episcopável. Foi interessante o diálogo. Pode ser que ele goste dos Açores e Açoreanos afirmou na altura o Bispo António. Agora vai ter de ser mesmo.
Terá toda a minha lealdade.
A. Porquê não dar descanso (também) à língua?
A «sabedoria do mundo» gera inveja, contendas, falsidade (cf. Tgo 3,14), rivalidades, desordem e toda a espécie de más acções (cf. Tgo 3,16). Acaba por destruir a vida da própria pessoa e por impedir a comunhão entre os irmãos. Trata-se de uma «sabedoria» incompatível com as exigências do seguimento de Cristo. Mas não será que, muitas vezes, nos deixamos envolver por este género de comportamentos? Não será que, muitas vezes, nos consideramos «sábios» quando enganamos e prejudicamos os outros? Não será que, muitas vezes, reduzimos a sabedoria à arte de enganar, à astúcia e à esperteza?
B. O que denunciamos lá fora também se verifica cá dentro
3. Pelo contrário, a «sabedoria de Deus» é «pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e boas obras, imparcial e sem hipocrisia»(Tgo 3,17).
Trata-se, portanto, de sete «qualidades» da «sabedoria». Tendo em conta que o número sete significa «perfeição», «plenitude», S. Tiago está a propor aos seus destinatários um caminho de perfeição, de realização total, de vida plena. O corolário desta sabedoria é a justiça e a paz, duas grandes carências no nosso mundo e, nessa medida, duas enormes urgências para o nosso tempo. Sem justiça não há paz e sem paz não há justiça. A justiça e a paz são filhas uma da outra. S. Tiago proclama que «a justiça é um fruto produzido na paz»(Tgo 3, 18). E o Concílio Vaticano II assegura que «a paz é obra da justiça».
Era bom que todos nós, cristãos, fizéssemos um sério exame de consciência a este respeito. Muitas vezes, as nossas comunidades, as nossas organizações e os nossos movimentos pouco se distinguem das outras instituições. Afinal, o que denunciamos lá fora também se verifica cá dentro. Também dentro da Igreja, com efeito, há facções, ataques, insinuações, agressões ao bom nome e à boa fama, etc.. O nosso coração parece dominado pela cobiça, pela inveja e pela vontade de se sobrepor aos outros.
C. Há quem não suporte o bem
5. Todas estas más «paixões»(Tgo 4, 1) corrompem a vida comunitária, despejando nela atitudes de luta, de inveja, de rivalidade, de ciúme, de arrogância, de ira. Onde está a diferença em relação ao mundo? Caso para perguntar: vivemos de acordo com a «sabedoria do mundo» ou com a «sabedoria de Deus»?
Até a nossa oração é afectada. S. Tiago avisa os cristãos: «Pedis mal porque o que pedis é para satisfazer as vossas paixões»(Tgo 4, 3). Como é que esta oração poderia ser escutada por Deus? Devemos pedir que se faça a vontade de Deus e não que se satisfaçam as nossas más «paixões». Uma coisa é certa: os pedidos egoístas não são nunca escutados por Deus.
Há quem não suporte o bem. Há quem faça mal até àquele que só faz o bem. Enfim, há quem não suporte ser incomodado. E, nessa medida, há quem não olhe a meios para destruir os que incomodam. A vida dos «justos» é um constante incómodo por causa da sua fidelidade, por causa da sua rectidão. A coerência, a honestidade, a verticalidade e a fidelidade dos «justos» constituem um permanente espinho cravado na conduta imoral de tantos. Então gera-se a perseguição. Quando não há argumentos, abundam os insultos, as insinuações. Trata-se de algo que os justos de todas as épocas conhecem bem.
D. Também há «fumo» sem (qualquer) «fogo»
7. Infelizmente, há quem dê mais crédito às calúnias sem fundamento do que à vida limpa de tantas pessoas. O mal parece ter um «auditório» muito mais extenso que o bem. A mentira parece bem mais «popular» que a verdade. O problema é que, ao contrário do se diz, há tanto «fumo» sem «fogo». Muitas vezes, o «fogo» avisado por pretensos «fumos» só arde na cabeça e nos lábios de quem insinua, de quem difama, de quem calunia. Mas é assim que se devassam vidas e se atenta contra a integridade de pessoas sérias.
Estamos num tempo em que muitos são mais crédulos em relação à menor mentira do que em relação à maior verdade. É muito doloroso ser injustiçado. Como proceder? Será que a vida dos «justos» está, irremediavelmente, condenada ao fracasso? O importante não é o julgamento dos homens, mas o juízo de Deus. E Deus nunca abandona os que pelos homens são abandonados e espezinhados.
É por isso que Jesus Se mostra sereno mesmo diante da certeza da paixão e da morte. As palavras de Jesus denotam uma plácida aceitação desses factos que irão ocorrer num futuro próximo. Importante, para Jesus, é que a vontade do Pai Se cumpra. Jesus não Se afasta desse plano nem Se desvia desse caminho. A serenidade de Jesus vem-Lhe da total aceitação e da absoluta conformidade com os projectos do Pai.
E. Não abandonemos os abandonados
9. Entretanto, os discípulos mantêm-se num estranho silêncio diante deste anúncio. S. Marcos explica que eles não entendem a linguagem de Jesus tendo medo de O interrogar (cf. Mc 9, 32). Jesus é muito claro, mas o espírito dos Seus discípulos ainda está muito obscurecido. Em vez de se preocuparem com o seguimento do Mestre, discutem entre eles sobre qual seria «o maior» (cf. Mc 9, 34).
De facto, ainda não tinham entendido mesmo nada acerca de Jesus. Será que, dois mil anos depois, já entendemos? Será que já entendemos que, para Jesus, verdadeiramente grande é aquele que se faz pequeno? «Quem quiser ser o primeiro há-de ser o último de todos e o servo de todos»(Mc 9, 35)
Jesus sempre Se identificou com os mais pequenos (cf. Mt 25, 40). É essa a nossa opção se quisermos efectivamente seguir Jesus: tomar partido pelos mais pequenos, lembrar aqueles que os grandes repetidamente esquecem. A atitude de Jesus não dá lugar a dúvidas. Quem quiser segui-Lo deve estar ao lado dos pequenos, dos pobres, dos marginalizados, daqueles que o mundo rejeita. É nos mais rejeitados que Jesus está mais presente. O que fizermos a eles é o que faremos a Ele!
Do blogue THEOSFERA
A. Fechar os lábios para abrir os ouvidos
Acontece que nem nos apercebemos de que, para ter os ouvidos abertos, temos de dar algum descanso à nossa língua. Há momentos em que a boca tem de estar fechada para que os ouvidos se mantenham abertos. De facto, como consegue escutar quem não pára de falar? A rotina é tão envolvente que, por vezes, nem na Casa de Deus mostramos disponibilidade para ouvir Deus. Até na Casa de Deus a boca continua aberta. Até na Casa de Deus os ouvidos parecem continuar fechados!
Uma fé que não chegue ao chão da vida desfalece. Uma fé que não aterre na terra da existência desmorona-se. A fé, por natureza, é invasiva, é saudavelmente intrometida.
B. A fé será eloquente se não for apenas loquaz
3. Os lábios manifestam a fé. Mas o que prova a fé é a vida, são as acções que praticamos na vida. O acto de fé constitui, por isso, o maior certificado da linguagem da fé. Se a fé não se expressa em actos, então é porque falsamente se expressa nos lábios. Daí que já Sto. António tenha avisado: «Cessem as palavras e falem as obras. De palavras estamos cheios, de obras vazios».
As palavras só têm sentido quando são sufragadas pelas obras. As palavras de fé só merecem aceitação quando são apoiadas por obras que nascem da fé.
As obras são o melhor discurso da fé. As obras são o mais belo ornamento da fé. Não nos esqueçamos. Deus, um dia, não nos perguntará pela fé que dissemos, mas pela fé que vivemos.
C. A fé tem de ser amorosa
5. A vivência da fé tem o nome de amor e o sobrenome de caridade. A caridade é o ápice do amor. A caridade é o amor maior, o amor sem limites, nem fronteiras, nem condições. A caridade é o amor para todos, é o amor para sempre.
É por isso que Hans Urs von Balthasar entendia que «só o amor é digno de fé». E se o amor é digno de fé, a fé tem de ser sempre digna do amor. O amor é fidedigno e a fé tem de ser sempre amorosa. Se falta a fé, o amor não cresce. Se falta o amor, a fé desaparece.
O mundo não cresce com os que (apenas) falam; só cresce com os que agem. O bem agir é mais importante que o bem falar. Mas, graças a Deus, ainda há tanta gente que sabe agir, há tanta gente que sabe falar, agindo. Ouçamos os que falam, mas habituemo-nos a imitar os que agem, os que bem agem. Por conseguinte, bem-haja a quem bem age!
D. Crismados por Cristo
7. Jesus é aquele que age, é aquele sempre age, é aquele que bem age, é aquele que belamente age. Jesus é aquele que andou de lugar em lugar a fazer o bem (cf. Act 10, 38). É por isso que crer em Jesus implica procurar agir como Jesus. Daí que a profissão de fé não possa esgotar-se nos lábios. A profissão de fé tem de escorrer sempre pela vida, por cada momento da nossa vida.
A descoberta do Messias vem até nós pelos lábios de Pedro: «Tu és o Messias»(Mc 8, 29). Sobre Jesus, não basta repetir o que os outros dizem. Já naquele tempo havia quem dissesse que Jesus era uma espécie de reencarnação de João Baptista, de Elias ou de algum profeta (cf. Mc 8, 28). Jesus não é a mera continuidade do passado. Jesus é a transformação de toda a nossa vida. O futuro não é só o que vem depois. Há-de ser o que vem de novo.
Para que não subsistam dúvidas, Jesus esclarece Pedro sobre o que implica ser Messias, ser ungido, ser Cristo. A sua missão de Jesus só pode ser entendida à luz da Cruz, isto é, como dom da vida aos homens, por amor. Dizer que Jesus é o Messias — ou Cristo — significa dizer que Ele é o libertador esperado, para libertar o seu Povo e para lhe oferecer a salvação definitiva.
E. A Cruz não traz facilidade, mas conduz à felicidade
9. A resposta de Pedro está certa. No entanto, podiam subsistir alguns equívocos, dado que o título de Messias estava conotado com expectativas políticas. Por isso, os discípulos são impedidos de falar d’Ele. Antes de falar, era preciso aprender a conhecer bem Jesus É isso que Jesus vai fazer, logo de seguida.
Jesus não é semeador de ilusões. Ele alimenta a esperança, mas não alimenta dúvidas. A missão de Jesus passa pela Cruz e a missão de quem O quiser seguir também terá de passar pela Cruz. «Se alguém quiser seguir-Me, negue-se a si mesmo; pegue na sua cruz e siga-Me»(Mc 8, 34).
Fugir da Cruz seria fugir de Cristo. A Cruz não traz facilidade, mas conduz-nos até à felicidade. Não caiamos na tentação de Pedro, que gostaria de ter um Cristo sem Cruz. Façamos, antes, como, mais tarde, fez Pedro, que abraçou a Cruz de Cristo. A Cruz não foge de nós, mesmo que nós queiramos fugir da Cruz. Quem abraça a Cruz com amor tem sempre encontro marcado com o Senhor!
Do blogue THEOSFERA
A. Deus não quer preferências entre pessoas
A Segunda Leitura deste Domingo tipifica uma situação em que falhamos frequentemente. «Pode acontecer que, na vossa assembleia, entre um homem com bem vestido e com anéis de ouro e entre também algum pobre e mal vestido. Talvez olheis para o homem bem vestido e lhe digais: “Tu, senta-te aqui, em bom lugar”, e ao pobre digais: “Tu, fica aí de pé”, ou então: “Senta-te a meus pés”. Porventura não estareis a fazer distinções entre vós?»(Tgo 2, 3-4).
B. Se houve preferências, que seja pelos simples
3. É bom que os bem-vestidos sejam estimados. Mas é muito mau quando os mal-vestidos são desprezados. Só que, infelizmente, é o que, muitas vezes, se vê. Olhamos para as aparências e valorizamos o aparato. Damos mais atenção à roupa do que à dignidade. Arranjamos os melhores lugares para os grandes e não mostramos o menor apreço pelos pequenos, pelos simples, pelos pobres.
Tudo isto mostra que não falhamos só nos preceitos da cortesia. Tudo isto mostra que, antes de mais, estamos a falhar na compreensão do Evangelho. S. Tiago pergunta: «Não escolheu Deus os que são pobres aos olhos do mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que Ele prometeu àqueles que O amam?»(Tgo 2, 5).
É importante que sejamos respeitadores para com as autoridades. Mas é mais imperioso que respeitemos os humildes. Quem está em cima já tem muitas compensações. Já os que estão em baixo não costumam ser reconhecidos. Quem reconhece o trabalho e a dedicação das pessoas simples?
C. Ânimo para os desanimados
5. Jesus veio corrigir todas as assimetrias, que tresandam a injustiça. Jesus veio trazer as periferias para o centro. Jesus veio engrandecer o que é pequeno. Jesus veio trazer para cima o que está em baixo. Por isso é que Ele era apreciado pelos humildes e incompreendido pelos poderosos. Será que nós, seguidores de Jesus, procuramos dar continuidade às Suas opções? Ou não será que, muitas vezes, contrariamos as Suas escolhas?
A Igreja de Jesus é para todos. Mas eu diria que a Igreja é sobretudo para os humildes. A Igreja é para que todos nos tornemos humildes. Acabemos, pois, com as disputas por lugares e protagonismos nas nossas celebrações. Para a Casa de Deus, ninguém pode ser especialmente convidado, todos devem ser igualmente bem-vindos. E se alguma distinção fizermos, que seja para aqueles que mais sofrem, para aqueles que, habitualmente, são mais esquecidos. São esses os que mais precisam de um alento, de uma atenção, de um estímulo.
No meio da provação, Deus anuncia a proximidade da libertação: «Tende coragem. Não vos assusteis»(Is 35, 4). Eis o que Deus nos diz sempre, eis o que Deus nos diz a todos. Tenhamos coragem, não nos assustemos. E porque é que não nos devemos assustar? Porque Deus está connosco (cf. Is 35, 4). Deus nunca deixa de estar connosco. O Seu Filho é o Deus-connosco, o Deus para nós, o Deus em nós. Hoje, Deus continua a estar connosco na Palavra, no Pão e na Missão junto de cada Irmão.
D. Deus possibilita o próprio impossível
7. Em nós, Deus possibilita o próprio impossível: «os olhos do cego hão-de abrir-se, os ouvidos dos surdos serão abertos. O coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície; a terra seca converter-se-á num lago e a terra sequiosa tornar-se-á uma nascente de água»(Is 35, 5-7).
Acreditar é esperar o próprio impossível. Acreditar é fazer cair as correntes de todas as prisões. Jesus é a certificação maior de que o impossível se torna possível. Em Jesus, o surdo ouve e o mudo fala. Eis a grande doença de hoje: não conseguimos ouvir e não sabemos falar. Eis a grande urgência de hoje: aprender a ouvir e reaprender a falar.
É nesse contexto geográfico e humano que se insere o episódio da cura do surdo-mudo. As pessoas que trouxeram o surdo-mudo suplicaram a Jesus «que impusesse as mãos sobre ele»(Mc 7, 32). Lendo bem a narração deste episódio, ficamos com a sensação de que Marcos quer muito mais do que contar a cura de um surdo-mudo. Trata-se de uma catequese sobre a missão de Jesus e sobre o papel que Ele desenvolve no sentido de fazer nascer um homem novo. E, na verdade, tudo é novo a partir de Jesus.
E. Só Jesus deixa ouvir, só Jesus faz ver
9. Quais são, entretanto, os ingredientes desta novidade trazida por Jesus? Antes de mais, o próprio Jesus. Notemos que o surdo-mudo é alguém que tem dificuldade em dialogar, em comunicar, em relacionar-se. Acresce que estamos num meio que olha para as doenças físicas como consequência do pecado, pelo que o surdo-mudo é um «impuro», um pecador e um maldito.
É o encontro com Jesus que transforma totalmente a vida desse surdo-mudo. Jesus abre-lhe os ouvidos e solta-lhe a língua (cf. Mc 7, 35), tornando-o capaz de comunicar, de escutar, de falar, de partilhar, de entrar em comunhão. Tudo é novo neste homem a partir do encontro com Jesus. Em Jesus cumpre-se o que Isaías anunciara: os ouvidos soltam-se e os olhos abrem-se (cf. Is 35, 4-6). É Jesus que nos permite ouvir. É Jesus quem nos faz ver.
Jesus pronuncia a palavra «effathá»: «abre-te». Não se trata de uma fórmula mágica, mas de um convite ao homem fechado para que se abra à vida nova de relação com Deus e com os irmãos. Este é verdadeiro milagre: a renovação da vida. Daí o espanto de todos. De facto, tudo o que Jesus faz é admirável (cf. Mc 7, 37). Faz que os surdos oiçam e que os mudos falem (cf. Mc 7, 37). Não hesitemos em pedir a Jesus que nos cure. Ele é a cura e o curador. Só em Jesus conseguiremos ouvir. Só em Jesus conseguiremos ver!
Do blogue THEOSFERA