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A. Há muito bem no mundo
Faço-me, pois, portador desta bela notícia, em contracorrente com a publicidade que muitos teimam em fazer ao mal e à maldade. O mal existe e a maldade alastra. Mas nada podem contra o bem. É que — esta é a segunda parte da notícia que hoje vos trago — o bem vem de Deus.
O Apóstolo aponta-nos, por isso, o caminho a seguir. Trata-se de acolher docilmente a Palavra de Deus (cf. Tgo 1, 21). É esta Palavra que fecunda a nossa vida como fecundou a vida fiel de Maria Santíssima. Só acolhendo a Palavra de Deus, conseguiremos ir mais além de nós mesmos. É preciso, pois, cumprir a Palavra. Não basta escutá-la (cf. Tgo 1, 22). A Palavra não se dirige apenas aos nossos ouvidos. A Palavra dirige-se a toda a nossa vida.
B. O que mais agrada a Deus
3. A Palavra não pode entrar por um ouvido para sair pelo outro. A Palavra que entra pelos ouvidos almeja transformar a nossa existência. É a isto que se chama conversão, mudança. Esta conversão e esta mudança traduzem-se em gestos concretos nos quais S. Tiago tipifica a «religião pura e sem mancha»(Tgo 1, 17). De facto, o que mais agrada a Deus é «visitar os órfãos e as viúvas» e «conservar-se limpo de toda a corrupção do mundo»(Tgo 1, 27).
A vontade de Deus consiste, portanto, em fazer o bem ao nosso semelhante e em não cedermos ao assédio da maldade que nos ameaça. É preciso perceber que nenhum bem vem do mal. Só o bem faz bem.
De facto, há leis que asfixiam a liberdade das pessoas e há leis que promovem a liberdade das pessoas. Há leis que sufocam e há leis que libertam. A fé não é uma asfixia da liberdade, mas um transbordamento de liberdade. «Foi para a liberdade que Cristo nos libertou»(Gál 5, 1).
C. Quando o exterior distorce o interior
5. As leis são necessárias, mas a fé tem ir mais além da lei. Na linha de Jesus, temos de ter em conta, sobretudo, os três m's em que Ele insistiu: no m da mensagem (Reino de Deus), no m domandamento (amor a Deus e ao próximo) e nom da missão (levar o Evangelho a todo o mundo).
Os judeus estavam muito apegados às leis, mas pouco atentos à mudança de vida. O principal, para eles, eram as acções exteriores. A aparência contava mais que a essência. Jesus não Se revê nesta conduta e lamenta: «Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim»(Mc 7, 6).
Cuidamos muito do exterior e parece que descuidamos completamente o interior. No tempo de Jesus, a preocupação parecia ser «a lavagem dos copos, dos jarros e das vasilhas de cobre»(Mc 7, 4). No nosso tempo, a prioridade parecem ser os foguetes, as músicas, as marchas e as diversões. Nada disto, em si mesmo, é mal. Mas tudo isto é pouco. Acresce que tudo isto é supostamente realizado em honra da Virgem Maria e dos Santos. Mas que preocupação existe em aprender efectivamente com o exemplo deixado pela Virgem Maria e pelos Santos?
D. Que lugar para Cristo nas festas cristãs?
7. Os nossos lábios não parecem andar muito longe de Deus. Mas será que o nosso coração está possuído por Deus? Que lugar há para Cristo em tantas festas que se dizem cristãs? Que lugar há para Maria e para os Santos nas romarias que, em princípio, lhes são dedicadas?
Às vezes, dá a impressão de que a Virgem Maria e os Santos são meros pretexto para a festa, quando deviam ser o motivo da festa. Se eles fossem o verdadeiro motivo da festa, o centro da festa seria a Eucaristia. Foi, na verdade, a Eucaristia que fermentou no seio de Maria e transformou a vida dos Santos. Uma festa genuinamente cristã pensaria mais nos pobres e nos que sofrem. Uma festa genuinamente cristã seria, por isso, menos gastadora e mais solidária. Ainda temos muito a aprender, muito a crescer.
Não façamos da festa um pretexto para degradar a natureza humana, obra de Deus. Não afoguemos o nosso corpo em álcool. Não nos embriaguemos com vinho; embriaguemo-nos de fé, de esperança e de amor.
E. Abandonamos o interior do país e, ainda mais, o interior das pessoas
9. A festa não é para esquecer a vida, mas para nos reabastecer para a vida. A essência da festa está no encontro, no sorriso, no abraço. A festa será tanto mais bela, quanto mais nela nos abrirmos ao Deus da festa, ao Deus que faz festa quanto nos abraça. Bela é a festa da conversão. Bela é a festa quando é total, quando não deixa o interior de fora. Habitualmente, queixamo-nos ao ver o interior abandonado. Mas só lamentamos o abandono do interior do país. E que achamos do abandono do interior da pessoa? Não será que abandonamos, tantas vezes, o nosso interior e o interior dos outros?
Maria é, toda Ela, um acontecimento de interioridade. O Seu exterior fiel é um espelho do Seu interior atento. Foi no Seu interior que encarnou o Filho de Deus. O interior de Maria é o primeiro sacrário da história. É por isso que importa olhar para Maria e sobretudo olhar com Maria. O olhar de Maria não prende. É no olhar de Maria que se aprende a seguir Jesus.
Jesus não quer só um culto externo, feito de coisas repetidas apenas por hábito e, muitas vezes, sem sentido (cf. Mc 7, 7). Jesus quer que a oração dos nossos lábios seja a expressão da oração da nossa vida. Rezemos com os lábios, sim. Mas nunca nos esqueçamos de rezar, acima de tudo, com a nossa vida: com a nossa vida inteira, com a nossa vida lisa, com a nossa vida (sempre) limpa!
Do blogue THEOSFERA
A. Cuidado com um Cristianismo «à la carte»
Por aqui se vê como este inteiro capítulo é uma preciosa lição de pastoral e de vivência cristã. Ele ajuda-nos a fazer frente a uma espécie de Cristianismo «à la carte», que está muito em voga. Não falta, com efeito, quem aplauda o que lhe agrada e conteste o que o incomoda. Aliás, o próprio Jesus já tinha denunciado que muitos O procuravam não por causa do milagre, mas por causa de lhes ter matado a fome (cf. Jo 6, 26). Ficavam-se pelo significante, sem atender ao significado.
Atenção, pois, ao nosso senso e à nossa lógica. A nossa lógica pode ser muito diferente da lógica de Cristo. De facto, dizer «a Minha Carne é verdadeira comida e o Meu Sangue é verdadeira bebida»(Jo 6, 61) parece não ter lógica. Só que um discípulo é chamado a fazer sua a lógica de Cristo. Quem acompanha Cristo vê que tem lógica que Ele Se apresente como Pão da vida. Todo Ele é oferta, todo Ele é entrega, todo Ele é dádiva.
B. Será que queremos um Cristianismo (verdadeiramente) cristão?
3. Nós, hoje, somos chamados a reproduzir as palavras e os comportamentos de Cristo. E, por isso, temos de estar preparados para as mesmas reacções que Cristo enfrentou. Temos de estar preparados para o aplauso e para a contestação. Temos de estar preparados para a discussão e para a rejeição. O discípulo não existe para disputar um qualquer «campeonato da popularidade». Não estamos na vida para ver quem é o mais popular. O importante não é a popularidade, mas a fidelidade.
O que Jesus nos mostra é que não nos devemos deslumbrar com o aplauso nem deprimir com a contestação. Se adulteramos a mensagem para evitar a contestação e obter o aplauso, não estamos a ser fiéis. Se o desiderato de Jesus fosse ser aplaudido, é natural que, perante a contestação, recuasse no Seu discurso. Mas não. Pelo contrário, até os Doze mais próximos são postos à vontade: «Também vós quereis ir embora?»(Jo 6, 67).
Eis a opção que está, permanentemente, à nossa frente. Afinal, queremos um Cristianismo (verdadeiramente) cristão ou contentamo-nos com um Cristianismo diluído nas opiniões da época e dos interesses de cada momento? No fundo, a Liturgia deste 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções, da importância das opções. Tal como viver, crer também é optar. Os textos da Eucaristia recordam-nos que a nossa existência pode ser desgastada por valores efémeros e estéreis. E alertam-nos que a mesma existência pode ser investida naqueles valores que nos conduzem à vida definitiva e à realização plena. Cada pessoa tem de fazer, em cada dia, a sua opção. Somos aquilo que escolhemos.
C. A Igreja não é cabeça de Cristo, Cristo é que é a cabeça da Igreja
5. Na Primeira Leitura, Josué convida as tribos de Israel, reunidas em Siquém, a escolherem entre «servir o Senhor» e servir entidades vistas como deuses. O Povo assume que quer «servir o Senhor». A história da libertação do Egipto mostra como só Deus é capaz de proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem-estar e a paz. Por sua vez, o Evangelho coloca à nossa frente dois grupos de discípulos, com opções distintas diante da proposta de Jesus. Um grupo está preso pela lógica do mundo e prensado pelos bens materiais, pelo poder e pela ambição. O outro grupo mostra-se disponível para seguir Jesus, sabendo que só Jesus tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68).
Na Segunda Leitura, S. Paulo diz que a opção por Cristo tem consequências também na vida em família. Para o seguidor de Jesus, a família tem de ser como que a primeira Igreja, a Igreja doméstica, o lugar onde se manifestam os valores do Evangelho de Jesus. Com a sua união, com a sua comunhão de vida, com o seu amor, a família cristã é chamada a ser sinal — e poderoso reflexo — da união de Cristo com a Sua Igreja. Esta união de Cristo com a Igreja assenta numa base muito clara e muito sólida. É Cristo que conduz a Igreja, não é a Igreja que conduz Cristo. Cristo é a cabeça da Igreja, não é a Igreja que é a cabeça de Cristo.
Cuidado, pois, muito cuidado com esta dissidência interna. Não podemos desfigurar Jesus Cristo. Ser cristão tem de ser apenas — e sempre — para seguir Jesus Cristo, para viver segundo Jesus Cristo. Um Cristianismo sem pão não sobrevive. Uma Igreja sem Eucaristia desfalece. Não se pode ser cristão sem Eucaristia. Não se pode ser cristão sem participar na celebração da Eucaristia e sem se mobilizar para a vivência da Eucaristia.
D. Nunca em contramão com Cristo
7. Os discípulos que contestam Jesus são a imagem de um Cristianismo que só olha para o imediato. Jesus desafia-os a ver mais longe. O que, agora, parece não ter sentido surgirá, um dia, carregado de sentido. Mas é preciso ir mais além da carne, do imediato. É fundamental olhar a vida — e a fé — de acordo com os critérios do Espírito (cf. Jo 6, 63). É no Espírito que entenderemos que a Carne de Cristo é alimento para a nossa carne. A nossa carne desfalece sem a Carne de Cristo. Só a Carne de Cristo fortalece. Assim sendo, precisamos de uns novos olhos, dos olhos da fé. São eles que nos fazem ver o invisível.
A adesão a Jesus não pode ser superficial, tem de ser total. Tem de envolver a totalidade da pessoa e a totalidade da vida. Ninguém é obrigado a ser cristão. Mas quem decide ser cristão é obrigado a viver segundo Cristo. Isto é elementar, mas, frequentemente, é esquecido. Jesus não força ninguém e não impede ninguém de sair. O que Ele exige é verdade, transparência e coerência.
Jesus não trabalha para a estatística. Ele quer chegar a todos, mas não a qualquer preço. E, para Jesus, é melhor o afastamento do que uma adesão equivoca, do que uma adesão a meias. É bom ter igrejas cheias, mas o decisivo é que as igrejas estejam cheias com gente cheia: com gente cheia de Deus, cheia de Evangelho, cheia de inquietação, cheia de vontade para a missão.
E. Jesus joga sempre limpo
9. Jesus não amortece as exigências. Jesus corre riscos. Ele antes quer perder seguidores do que alterar o caminho. É por isso que Ele não muda uma letra do Seu discurso nem altera um passo do Seu percurso.
Jesus joga limpo. Cada um de nós sabe com o que conta. Há que decidir. As alternativas são apenas duas: sim ou não, aceitação ou rejeição. O que não pode é haver um sim, com mas, talvez ou porém. Temos de ser claros com Jesus como Jesus é claro connosco.
Só em Jesus nos superamos. Só em Jesus crescemos. Não pode haver hesitações. Sigamos sempre Jesus!
Do blogue THEOSFERA
É sintoma de que uns não estarão muito motivados para abrir. E é sinal de que outros não se sentem suficientemente acolhidos para poder entrar.
É importante bater à porta. Mas é necessário ir mais além da porta, procurando convencer a que deixem abrir mais que a porta.
Mas, só por si, é incapaz de gerar uma verdadeira proximidade.
Não basta sair de reunião para reunião, de proposta para proposta, sem qualquer concretização.
É o que acontece quando a missão é imprecisa na linguagem e hesitante nas prioridades de acção.
A missão não passa da «porta» quando há medo de falar directamente do Evangelho de Jesus. E quando prevalece o receio de agir em nome do Jesus do Evangelho.
É urgente uma pastoral que nos leve a aquecer a espiritualidade e a despertar para a caridade.
É imperioso que apareçam «mãos» para abrir «portas» que se mantêm fechadas. E para pôr pão nas mesas que permanecem vazias: o pão da Palavra, o pão da Eucaristia, o pão para as refeições.
É pelas nossas mãos que Ele quer que o Seu Pão alimente (cf. 1Cor 11, 26). E que muitos pães saciem (cf. Lc 9, 13).
Enfim, Ele conta connosco para «incendiar» todos os corações (cf. Lc 24, 32)!
Do blogue THEOSFERA
A. Dar a carne é dar a vida
Na Sua catequese eucarística, Jesus aparece uma vez mais a usar a fórmula de revelação «Eu sou», antes de concretizar que o «Seu Pão» é a «Sua carne», que Ele dará pela vida do mundo (cf. Jo 6, 51).
Contudo, isto não é fácil de entender. Os judeus não entendem as palavras de Jesus (cf. Jo 6, 51). Quando Jesus Se apresenta como «Pão vivo descido do céu para dar a vida ao mundo», eles entenderam que Jesus pretendia ser uma espécie de «mestre de sabedoria» que trazia aos homens notícias de Deus. Só que, agora, Jesus usa o verbo «comer». Jesus convida a «comer» a Sua carne. O que significam as Suas palavras? Terão alguma conotação antropofágica? São, sem dúvida, palavras difíceis de entender sob qualquer ponto de vista.
B. A Eucaristia ajuda a compreender o incompreensível
3. A única perspectiva que nos faz compreender o que Jesus diz é uma perspectiva eucarística. A Eucaristia é a chave de toda a Teologia e de toda a vida cristã. É sobretudo na Eucaristia que sabemos o que se deve saber e o que importa fazer. Só que os judeus não podem — nem querem — entender.
Mas nem assim Jesus desiste. Jesus reitera a Sua afirmação e vai até mais longe. Ele não só vai dar a «comer» a Sua carne, mas vai também dar a beber o Seu sangue. Quem os aceitar recebe a vida definitiva, a vida eterna (cf. Jo 6, 53-54).
Aquela morte surge, assim, como a expressão máxima daquela vida. Na Cruz, manifesta-se, através da «carne» de Jesus, isto é, através da Sua realidade física, o Seu amor, o Seu dom, a Sua entrega.
C. Que significa «comer» e «beber»?
5. Por conseguinte, quem quiser seguir Jesus tem de «comer» e «beber». Ou seja, tem de «aderir», «acolher» e «assimilar» Jesus. O discípulo não tem de ser outro Jesus, porque não há outro Jesus. O cristão tem de procurar ser sempre Jesus.
O que Jesus está a pedir é que os Seus discípulos acolham e assimilem essa vida de amor, de dom, de entrega, que Ele mostrou na Sua pessoa, na Sua vida e na Sua morte. A Sua pessoa, a Sua vida e a Sua morte foram momentos de uma doação total, até à última gota de sangue. Quem se der assim, terá acesso à vida eterna, a uma vida plena, a uma vida feliz. Quem está com Jesus no tempo com Jesus estará por toda a eternidade.
É por isso que as Eucaristias não se somam, mas integram-se. Muito pertinente era o saudoso D. António de Castro Xavier Monteiro quando perguntava aos cristãos: «Quantas vezes comungastes o Corpo de Cristo e quantas vezes vos transformastes no Corpo de Cristo?». Comungar Cristo tem de equivaler a transformarmo-nos em Cristo.
D. Transformemo-nos em Cristo
7. A Eucaristia tem uma celebração sacramentale há-de ter sempre uma celebração existencial. Quando termina a Missa, tem de começar a Missão. Somos chamados a transformarmo-nos em Cristo neste mundo para ajudarmos a transformar o mundo em Cristo.
Um dos efeitos do «comer a carne» e «beber o sangue» de Jesus é ficar em comunhão íntima com Jesus. O discípulo que adere a Jesus identifica-se com Ele e torna-se um com Ele (cf. Jo 6, 56). Outro efeito de «comer a carne» e «beber o sangue» de Jesus é o compromisso. Quem «come a carne» e «bebe o sangue» de Jesus tem de se comprometer com o projecto de Jesus: dar vida ao mundo, dar a vida pelo mundo. É por este caminho que se chega a essa vida plena e definitiva que Jesus veio propor aos homens. Do «comer a carne» e do «beber o sangue» de Jesus nasce uma nova humanidade, que vence a morte e vive para sempre (cf. Jo 6, 58). A Eucaristia, onde se «come a carne» e «bebe o sangue» é, assim, uma forma singularíssima de tornar presente, na vida dos crentes, a vida e o amor de Jesus.
Não basta, pois, qualquer senso nem sequer o consenso. O importante é crescermos todos no senso de Cristo. É no senso de Cristo que aproveitaremos bem estes dias maus (cf. Ef 5, 16). Os tempos não ajudam muito, mas Cristo ajuda-nos sempre e em tudo. E é sobretudo nos dias maus que temos de ter uma conduta boa. Não tenhamos uma conduta má nos dias maus.
E. Embriaguemo-nos, mas não com vinho
9. S. Paulo apela: «Não vos embriagueis com vinho, que leva à vida desregrada, mas deixai-vos encher do Espírito»(Ef 5, 18). Não nos embriaguemos com vinho. Embriaguemo-nos, antes, de Espírito, que nos infunde a vida de Deus. Trata-se de uma vida que recebemos no dia do Baptismo e que deve encher os nossos corações.
Quem são os destinatários do convite feito pela «senhora Sabedoria»? São os «simples», chamados «inexperientes» e «insensatos» (cf. Prov 4-6). Não é preciso, portanto, ser muito dotado para chegar a Deus. É o próprio Deus que nos dota. O importante é estar aberto. E os simples, porque estão vazios de si, costumam mostrar uma abertura maior. Sejamos sempre simples e estejamos sempre atentos. O convite de Jesus não demora a chegar!
Do blogue THEOSFERA
A. Uma festa eminentemente pascal
A solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria é uma festa eminentemente pascal. Hoje, de facto, celebramos a passagem de Maria da morte para a plenitude da vida. A Ressurreição de Maria é uma consequência da Ressurreição de Jesus e, ao mesmo tempo, desponta como prenúncio da nossa própria Ressurreição.
É a diferença, não apenas terminológica, entreascensão e assunção: ascensão é mais activa, assunção é mais passiva. Jesus sobe ao Céu pelas Suas próprias forças. Maria é elevada ao Céu na força de Seu Filho Jesus.
B. No tempo, caminhando para além do tempo
3. A Igreja sempre acreditou naquilo que o Papa Pio XII viria a formular a 1 de Novembro de 1950, na constituição apostólica «Munificentissimus Deus»: a Virgem Maria,«tendo terminado a Sua missão na terra, foi elevada, em corpo e alma, à glória do Céu».
Em apoio desta verdade de fé, o Santo Padre invoca o Livro do Génesis (cf. Gén 3, 15), destacando a vitória de Maria sobre o pecado e sobre a morte. A certeza desta vitória sobre a morte é reforçada por S. Paulo, na sua Primeira Carta aos Coríntios: «Então se cumprirá a palavra que está escrita [por Isaías 25, 8)]: “a morte foi engolida pela vitória”»(1Cor 15, 55).
A Ressurreição de Maria surge, por conseguinte, como a certeza, neste mundo de incertezas, de que cada um de nós caminha para a glória plena, em que Ela já Se encontra. A assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, funciona, por isso, como a garantia de que o homem se salvará na totalidade. Também o nosso corpo ressuscitará. Também o nosso corpo será para Deus.
C. A vitória dos que costumam ser vencidos
5. O triunfo de Maria é o triunfo da Igreja. Não um triunfo sobre ninguém nem contra ninguém. O triunfo de Maria é o triunfo da Igreja com toda a humanidade. No fundo, o triunfo de Maria é o triunfo da humanidade: de uma humanidade redimida, de uma humanidade reconciliada, de uma humanidade aberta e acolhedora.
O triunfo desta humanidade é o triunfo da humildade. Maria mostra bem que só chega ao alto quem fica ao lado dos que estão em baixo. Só atinge as alturas quem se dispõe a descer às profundezas. Só alcança a luz quem não foge das sombras. É por isso que Maria agradece a Deus por ter olhado para a humildade da Sua serva (cf. Lc 1, 48). Ela reconhece, em linha com o Salmo 138, que Deus olha para quem é humilde (cf. Sal 138, 6).
O triunfo de Maria é oferecido por Deus, que não sabe — nem quer — ser imparcial. Deus toma partido pelos oprimidos, pelos sofredores, pelos humildes. Deus está ao lado de quem é marginalizado e não de forma passiva. Como Maria canta no «Magnificat», Deus dispersa os soberbos, derruba os poderosos e esvazia de riqueza os ricos. Em contrapartida, o mesmo Deus enche de bens os que têm fome e eleva os humildes (cf. Lc 1, 51-53).
D. Adormecimento, não aniquilamento
7. Neste sentido, podemos — e devemos — olhar para a Assunção de Maria como um despertador da sonolência em que nos deixamos cair. É curioso notar que esta festa também é conhecida, sobretudo no oriente, como festa da «dormição». Mas trata-se de uma «dormição» que nos provoca um grande abanão. Maria desperta-nos quando «adormece». Aliás, ainda hoje se diz de alguém que morreu após uma vida santa que «adormeceu no Senhor».
Deste modo, uma vez mais verificamos como a fé oferece um sentido para a vida e não deixa de oferecer um sentido para a morte. A tradição cristã apresenta-nos a morte como um adormecimento, não como um aniquilamento ou destruição. Daí que o lugar onde repousam os defuntos tenha o nome de «cemitério», isto é, o «lugar onde se dorme» e não o «lugar onde se morre». Nós, crentes, olhamos para a morte como um «adormecimento» para este mundo transitório e como um «despertador» para o mundo definitivo.
O certo é que, em 1997, S. João Paulo II afirmou que Maria experimentou a morte natural antes de ser elevada ao Céu. Como sabemos, o Novo Testamento é omisso nesta matéria, não nos oferecendo qualquer informação sobre as circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio leva a supor que tal morte terá ocorrido de forma natural, mas num ambiente totalmente sobrenatural. S. Francisco de Sales defende que a morte de Maria constituiu um transporte de amor. Ele fala de uma morte «de amor, no amor e através do amor». Foi ao ponto de dizer que a Mãe de Deus morreu de amor por Seu Filho Jesus.
E. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra
9. Já agora, é interessante notar que os nossos irmãos ortodoxos preparam a «dormição» de Maria com um jejum de 14 dias. Eles acreditam que o Seu corpo foi ressuscitado ao terceiro dia após a morte — depois de encontrarem o Seu túmulo vazio — e que ela foi corporalmente elevada aos céus numa antecipação da ressurreição universal dos mortos.
Os católicos também acreditam que Maria primeiro morreu e depois foi elevada ao Céu. Algumas versões dizem que tudo aconteceu em Éfeso, na Casa da Virgem Maria. Outras versões, mais antigas, indicam que Maria morreu em Jerusalém. Consta que um dos apóstolos — pelos vistos, S. Tomé — não estava presente quando Maria morreu. Quando ele chegou, reabriram o túmulo e verificaram que estava vazio. Só restavam as mortalhas. Uma outra tradição afirma que Maria lançava do Céu a Sua cinta para S. Tomé como prova de que tinha ressuscitado .
É comum, em muitos lugares, a bênção de perfumes no dia da Festa da Dormição. E não há dúvida de que Maria continua a perfumar a nossa vida com bênçãos sem limite e graças sem fim. Do Céu, Ela continua a perfumar a terra. Deixemo-nos perfumar sobretudo pela vida do Filho de Maria. A alegria desta Mãe é que sigamos, cada vez mais, os passos de Seu Filho, Jesus!
Do blogue THEOSFERA
Tantas são as vezes, com efeito, em que desanimamos. Tantas são as vezes em que nos apetece desabafar como Elias: «Já chega!»; «Já basta!» (cf. 1Re 19, 4). Tantas são as vezes em que nos apetece deitar e adormecer com vontade de não mais acordar. Não falta até quem, à semelhança de Elias, deseje a morte, rogando a Deus que lhe tire a vida (cf. 1Re 19, 4).
Nada disto é surpresa para nós. Tudo isto faz parte daquilo a que estamos habituados. Mas tal como acontece connosco, porém, o profeta não quer morrer; o que ele quer é libertar-se do sofrimento. Penoso, porém, é quando se olha para a morte como única saída do sofrimento. O pedido que Elias faz a Deus, para que lhe dê a morte mostra que o profeta não está diminuído na sua humanidade. Mostra que ser profeta é ser humano, é ser, muitas vezes, tragicamente humano.
B. Quando o sofrimento está perto, Deus não está longe
3. Mas tal pedido acaba por revelar também que o profeta deprimido é alguém de quem Deus está próximo. Se Deus está sempre connosco, diria que Ele faz questão de estar ainda mais perto nas horas más, nas horas de provação. E é quando parece que está mais ausente que Ele está efectivamente mais presente.
Quando o sofrimento está perto, Deus não está longe. Já dizia Guerra Junqueiro que «quem fraterniza com a dor, comunga com Deus». No fundo, a Primeira Leitura não apresenta só o drama do profeta Elias. Apresenta também — e bastante — a presença solícita de Deus junto do profeta no seu momento dramático.
Deus não Se resigna ao desânimo. Deus reanima o desanimado, dando-lhe força para continuar a sua missão. Alentado pela força de Deus, o profeta levanta-se e caminha, durante «quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, o Horeb»(1Re 19, 8).
C. Com Deus é difícil, sem Deus é insuportável
5. Esta referência aos «quarenta dias e quarenta noites» alude certamente à estadia de Moisés junto de Deus na montanha sagrada (cf. Ex 24,18). E também pode aludir ao percurso do Povo durante quarenta anos pelo deserto, até alcançar a Terra Prometida. A subida ao monte é, pois, um regresso às fontes, às origens de Israel como Povo de Deus.
Também hoje, só em Deus conseguiremos levantar-nos para continuar o caminho da vida. Com Deus, a vida continua a ser difícil. O problema é que, sem Deus, a vida torna-se, pura e simplesmente, insuportável. Deus não só nos dá o alimento como é o nosso permanente alento. Só com este alento teremos forças para caminhar.
Há, porém, quem não entenda e recuse e murmure. Há quem se alimente na vida, mas não queira alimentar a vida. O Evangelho anota a murmuração dos judeus a propósito das palavras de Jesus e descreve a controvérsia que se seguiu. Eles não aceitam que Jesus Se apresente como «o Pão que desceu do Céu». Eles conhecem a Sua família, a Sua terra e acham que Jesus não pode vir de Deus (cf. Jo 6, 41). Como se a terra não viesse também do Céu, como se a terra não estivesse destinada ao Céu.
D. Famintos sem fome?
7. Acontece que Jesus não entra por estas avenidas da discussão. Ele não discute a Sua origem divina. O que mais O preocupa é que os Seus ouvintes não estejam abertos. O que mais O preocupa é que os Seus ouvintes olhem para Ele não como Ele é, mas como eles são. Eles sabem que não são capazes de fazer o que Jesus faz. É pena que não estejam receptivos a que Jesus faça algo neles.
No fundo, eles não se apercebem de que Deus lhes oferece Jesus como o Pão para dar vida ao mundo. O problema é que os judeus estão demasiado instalados nas suas certezas. O problema é que eles cercados pelas suas seguranças. O problema é que eles olham para a religião como um sistema meramente ritualista, estéril e vazio, sem implicações na vida.
O nosso mal é, tal como os judeus de há dois mil anos, não escutar Jesus. O nosso mal é estarmos muito «ego-centrados» e muito «ego-sentados». O nosso mal é estarmos instalados num esquema de orgulho e de auto-suficiência julgando que não precisamos de Deus.
E. O Pão que dá vida até para lá da morte
9. É tudo isto que entristece o Espírito Santo. É isto que nos leva a não reparar na marca que Ele imprimiu em nós (cf. Ef 4, 30). Acontece que, como recorda S. Paulo na Segunda Leitura, nós estamos marcados por Deus (cf. Ef 4, 30). É importante que essa marca se note. É fundamental que a marca do Seu Pão vivo se torne visível na nossa vida. Quem se dispõe a aceitar como Jesus como Pão vivo nunca lhe verá falta força na vida. Não esqueçamos que Jesus é, de facto, o Pão que sacia a nossa fome de vida. Nunca é demais recordar que a expressão «Eu sou» —presente em «Eu sou o Pão da vida»(Jo 6, 48) — é, na Bíblia, uma fórmula de revelação. Ela corresponde ao nome de Deus tal como aparece no Êxodo: «Eu só aquele que sou»(Ex 3,14).
Por conseguinte, ao dizer que é o Pão da vida, Jesus manifesta a Sua origem divina e a validade da proposta de vida que Ele nos traz. Deste modo, estar com Jesus é estar com Deus. Aderir a Jesus é aderir a Deus: quem acredita em Jesus possui, por isso, a vida eterna, isto é, a vida definitiva (cf. Jo 6, 47). Jesus é um pão diferente do pão antigo. Quem comeu o pão antigo, o maná, morreu (cf. Jo 6, 49). Quem come o novo Pão, que é Jesus, não morrerá. Até depois da morte, viverá. Decisivo, por isso, é acreditar em Jesus, é confiar em Jesus, é receber Jesus, é entregar toda a vida a Jesus.
Jesus anuncia que vai dar a Sua «carne» (cf. Jo 6, 51). Não está, obviamente, a referir-se à Sua carne física. A «carne» de Jesus é a Sua pessoa, é a Sua vida. Jesus está sempre a dar-Se, está sempre a dar-Se-nos. Jesus dá-Se-nos todos os dias, em gestos concretos de amor, de bondade, de solicitude, de misericórdia. Na Sua dádiva, Jesus mostra como Deus é bom (cf. Sal 34, 8). Aliás, estamos sempre a provar e a ver como Deus é bom. Sejamos, nós também em cada dia, o eco da infinita bondade de Deus!
Este 18º Domingo do Tempo Comum repete, no essencial, a mensagem do passado Domingo. Assegura-nos que Deus está empenhado em oferecer ao Seu povo o alimento que dá a vida eterna.
No Evangelho, Jesus vai mais longe. Não só oferece alimentos como Ele mesmo Se apresenta como o alimento. Jesus é, verdadeiramente, pão: o Pão da vida, o Pão para a (nossa) vida. Aos que O seguem, Jesus pede que O aceitem como Pão, isto é, que escutem a Sua mensagem e adiram à Sua proposta. Como corolário, a Segunda Leitura certifica-nos de que a adesão a Jesus implica deixar de ser homem velho para passar a ser homem novo. Aquele que acolhe Jesus como Pão passa a ser outra pessoa, passa a ter nova vida. O encontro com Cristo deve significar, para todos, uma mudança total. Nada pode ser como dantes.
B. O «outro lado» da realidade
3. O episódio que, hoje, o Evangelho nos transmite transporta-nos para o dia seguinte. Trata-se do dia seguinte à multiplicação dos pães e dos peixes. A multidão vai «à procura de Jesus»(Jo 6, 24). Eis o essencial de tudo: procurar Jesus, nunca desistir de procurar Jesus, nunca nos cansarmos de procurar Jesus. No nosso tempo, continua a haver muita gente que está à procura de Jesus.
É preciso pensar, por isso, no dia de hoje e no dia seguinte. O dia seguinte é um dia que não pode ser desperdiçado. Jesus espera-nos no dia seguinte. Jesus espera-nos no «outro lado». De facto, Jesus está à nossa espera «no outro lado do mar»(Jo 6, 25) e sobretudo «no outro lado» das nossas expectativas, no «outro lado» dos nossos interesses. Jesus é o «outro lado» da nossa vida: o melhor lado da nossa vida, o lado da verdade, o lado do bem, o lado da justiça, o lado do amor.
Jesus faz notar que a multidão estava equivocada. Aquela gente estava com a pessoa certa, mas por razões erradas. A actividade de Jesus não é de natureza biológica, mas teológica. Mais do que encher o estômago, o que Jesus pretende é (pré)encher a vida. Levar os pães às pessoas é connosco, oferecer o Pão às pessoas é com Jesus.
C. Não um Jesus à nossa maneira, mas nós à maneira de Jesus
5. De que Pão se trata? Qual é o Pão que Jesus nos oferece? É o Pão do amor, da partilha e do serviço. É este Pão que faz nascer — e multiplicar — os outros pães. Acontece que a tentação do imediatismo não é de agora. Já naquele tempo, o entendimento fixava-se mais no significante que no significado. No nosso tempo, continuamos a não dar atenção ao significado de tantos significantes.
Também hoje nos ficamos pelas aparências e só nos lembramos de Jesus quando precisamos, ou seja, quando nos vemos aflitos. Falta perceber que Jesus não é apenas o último recurso. Jesus é, com toda a propriedade, o único percurso. Não basta, por isso, procurar Jesus, embora esse seja o primeiro — e decisivo — passo. Mas é fundamental fazer caminho com Jesus, aderindo à Sua proposta de vida.
É necessário perceber que, mesmo perto de Jesus, podemos não entender o essencial sobre Jesus. Pode acontecer que, mesmo perto de Jesus, queiramos um Jesus à nossa maneira em vez de sermos nós a ser à maneira de Jesus. A multidão, ao preocupar-se apenas com a procura do alimento material, está a esquecer o fundamental: o alimento que dá a vida eterna. Tal alimento é o próprio Jesus (cf. Jo 6, 27).
D. Importante é «comer» Jesus
7. O que é preciso fazer, então, para receber esse alimento, para comer desse pão? Esta é a pergunta daquela multidão (cf. Jo 6, 28). A resposta é inequívoca: é preciso aderir a Jesus e ao Seu projecto (cf. Jo 6, 28). É que, no fundo, aquela multidão tinha beneficiado da acção de Jesus, mas mostrava que ainda não estava disposta a seguir Jesus. Não basta comer o Pão; é determinante deixarmo-nos transformar pelo Pão que comemos.
Todavia, os interlocutores de Jesus ainda não estão convencidos de que esse pão garanta a vida eterna. E dão até o exemplo dos seus antepassados, que comeram um pão vindo do céu — o maná — e, mesmo assim, morreram (cf. Jo 6, 31). Custa-lhes a aceitar que a vida eterna resulte do amor, do serviço, da partilha. O que é que garante que esse seja um caminho verdadeiro para a vida eterna (cf. Jo 6, 30)? Jesus afirma que o maná foi um dom de Deus para saciar a fome material do Seu povo. Só que o maná não é o pão que sacia a fome de vida eterna. O pão que sacia a fome de vida eterna é o próprio Jesus (cf. Jo 6, 32-33).
De facto, «Eu sou o Pão da vida»(Jo 6, 35) é uma fórmula de revelação, ou seja, uma afirmação de identidade. Jesus é não só o portador do pão, mas o próprio pão. Só em Jesus saciamos a nossa fome. Ele é a resposta total para a pergunta total. Quem se alimenta de Jesus nunca mais terá fome nem sede (cf. Jo 6, 35). Alimentarmo-nos de Jesus implica escutar a Sua Palavra, acolher a Sua proposta, enfim, incorporar toda a Sua vida.
E. Ninguém envelhece quando está com Jesus
9. Tudo se transforma, por conseguinte, a partir de Jesus. Entende-se, pois, que S. Paulo nos convide a deixar a vida antiga e os esquemas do passado, para abraçarmos definitivamente a vida nova que Jesus veio propor. Para sinalizar esta mudança, Paulo recorre à linguagem do «homem velho» e do «homem novo». O «homem velho» é o homem que ainda não aderiu a Jesus Cristo. Trata-se de uma vida marcada pela mediocridade, pela futilidade (cf. Ef 4, 17), pela corrupção e pela submissão aos «desejos enganadores»(Ef 4, 22). Já o «homem novo» é o homem que encontra Jesus Cristo e que aderiu à Sua proposta. É alguém que vive na verdade, na justiça e na santidade verdadeiras (cf. Ef 4, 21.24).
O Baptismo é o sacramento da transformação do «homem velho» em «homem novo». O próprio rito do Baptismo sugere esta transformação: o imergir na água significa o morrer para a vida antiga de pecado; o emergir da água assinala o nascimento de um outro homem, purificado do egoísmo, do orgulho, do pecado.
O «homem novo» tem de ser alimentado todos os dias. A conversão não é só para uma vez. É para sempre!