Queira Deus agora que Francisco a ouça!
Por Manoel Gonzaga Castro* – Fratres in Unum.com: Talvez o biênio 2014-2015 esteja sendo tão dramático para a História da Igreja neste início de século XXI, quanto foram os anos de 1962 a 1965, quando se reuniu o Concílio Vaticano II. Mais uma vez, sob a alegação de uma necessária adaptação pastoral, acabou-se por se subverter a sã doutrina e isso resultou nos frequentes escândalos de ruptura progressista que presenciamos tão amiúde entre os católicos. Se nos anos conciliares estiveram em jogo a questão da liberdade religiosa, o ecumenismo e a colegialidade, agora, nos dois Sínodos, o de 2014 e o de 2015, dos Bispos sobre a Família, estão em perigo os aspectos mais básicos da moral sexual católica – e novamente sob alegações de necessidade pastoral.
Nesse sentido, causou escândalo aos católicos que desejam permanecer fiéis à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo a publicação da Relatio Post disceptationem, documento que antecedeu o relatório final dos debates da assembleia sinodal. Na Relatio, com efeito, cogitou-se em admitir os divorciados recasados à comunhão e também se falou dos dotes e das qualidades que as pessoas homossexuais têm a oferecer à comunidade cristã.
Trata-se de uma questão realmente grave, a qual acarretará diversas consequências. Conforme pregou o padre Daniel Pinheiro, do Instituto do Bom Pastor, de Brasília, em sermão de 19 de outubro de 2014:
A comunhão dos divorciados recasados seria a destruição completa da moral sexual católica. […] A comunhão aos divorciados recasados seria a autorização de uma relação extraconjugal, com o casamento anterior que ainda existe. Além disso, com essa comunhão aos divorciados recasados, se destroem três sacramentos: o sacramento de matrimônio, da comunhão e da confissão. É destruído o sacramento do matrimônio porque a comunhão dos divorciados recasados iria contra a indissolubilidade e a exclusividade do matrimônio. É destruído o sacramento da comunhão porque se admitiria à comunhão alguém que está objetivamente em estado de pecado mortal. É destruído o sacramento da confissão porque a pessoa não estaria obrigada a confessar um pecado mortal e corrigir-se dele para poder receber o perdão divino. E, com isso, se abrem as portas para tudo. Se é possível fazer isso com esse pecado mortal, por que não é possível com outros? A comunhão aos divorciados recasados nunca foi, não pode ser, nem nunca será condizente com a doutrina e a pastoral de Cristo sobre o matrimônio. Diga-se o mesmo com os chamados eufemisticamente novos modelos de família. Existe um só modelo de família: pai, mãe, e filhos. Não se pode servir a dois senhores, a Cristo e ao mundo. É preciso servir a Cristo.
Por causa dessa corrente progressista existente no sínodo, a briga entre os Padres sinodais foi e está sendo grande: do lado da tradição, temos um Burke, lamentavelmente excluído por Francisco do Sínodo de 2015, ao afastá-lo da Cúria Romana, mas que, nem por isso, deixa de bradar em alto e bom som; do lado dos inovadores, um Kasper; ao centro, aparentando estar desnorteado, um Odilo, o qual declarou, absurdamente e contra toda evidência, não haver cisões no Sínodo…
Em meio a essa confusão, o Santo Padre tem parecido tender para o lado dos inovadores. Com efeito, conforme repercutido por Fratres in Unum, declarou o Cardeal Dom Lorenzo Baldisseri – principal organizador da reunião sinodal no Vaticano – que Francisco aprovou a controversa Relatio post disceptationem antes de sua publicação.
Diante desses fatos dramáticos, e cientes da gravidade da questão, 225 mil católicos – deixando de lado suas diferenças e concentrados em sua causa comum – decidiram lutar em favor da moral tradicional por meio da assinatura da “Filial Súplica” ao Santíssimo Padre, para que ele “reafirme de modo categórico o ensinamento tradicional da Igreja segundo o qual os católicos divorciados e recasados civilmente não podem receber a Sagrada Comunhão e de que as uniões homossexuais são contrárias às leis divina e natural”.
Entre esses 225 mil, estão eminentes personalidades da Igreja no Brasil, como Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida, bispo auxiliar de Brasília, e Dom Fernando Guimarães, atualmente arcebispo do Ordinariato Militar do Brasil.
Por isso, felizmente, a “Filial Súplica” já é um sucesso. Fica o convite aos leitores, que ainda não o fizeram, para quea assinem e divulguem!
Queira Deus agora que ela seja ouvida pelo Santo Padre!
Parabéns a todos os bravos católicos que dela participaram.