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SOBRE O ANO SANTO JUBILAR 2015-2016

por Zulmiro Sarmento, em 14.04.15
Misericordiae Vultus (o rosto da misericórdia)...
Nota: acabo de ler a Bula que proclama o Ano Extraordinário da Misericórdia (8 de dezembro de 2015 e 20 novembro de 2016). Um texto maravilhoso que todos os que puderem e que tenham tempo devem ler e rezar. Chama-nos a atenção para muitos aspectos importantes para a vida concreta. A misericórdia de Deus deve estar em cada um de nós. O rosto misericordioso de Deus é o rosto de cada um de nós, quando pratica a compreensão, a compaixão e perdão, para que o Evangelho de Jesus Cristo esteja hoje como esteve há dois mil anos encarnado, isto é, seja carne na nossa carne, para que a vida se torne um caminho de felicidade para todos. Não é do desejo de Deus, que ninguém viva com o peso terrível da má sorte nem muito menos que esteja neste mundo onde parece que muitos nasceram para viver sob o jugo horrendo do azar constante que conduz ao sofrimento e à tristeza. Precisamos de palavras e iniciativas que nos alegrem, que nos reanimem porque a depressão fez mergulhar a nossa sociedade no vazio e na tristeza generalizada. Basta andarmos pelas ruas para notarmos isso em cada rosto que se cruza connosco. Destaco aqui algumas partes da Bula que para mim foram mais significativas.
BULA DE PROCLAMAÇÃO
DO JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA
- «Misericordiosos como o Pai é» - o « lema » do Ano Santo (Nº 14)
- Misericórdia: é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão que encontra no caminho da vida (nº 2).
- «É próprio de Deus usar de misericórdia e, nisto, se manifesta de modo especial a sua omnipotência». Estas palavras de São Tomás de Aquino (Nº 6).
- Na Sagrada Escritura, como se vê, a misericórdia é a palavra-chave para indicar o agir de Deus para connosco (Nº 9).
- A arquitrave que suporta a vida da Igreja é a misericórdia. Toda a sua acção pastoral deveria estar envolvida pela ternura com que se dirige aos crentes; no anúncio e testemunho que oferece ao mundo, nada pode ser desprovido de misericórdia. A credibilidade da Igreja passa pela estrada do amor misericordioso e compassivo. A Igreja « vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia ».[8] Talvez, demasiado tempo, nos tenhamos esquecido de apontar e viver o caminho da misericórdia. Por um lado, a tentação de pretender sempre e só a justiça fez esquecer que esta é apenas o primeiro passo, necessário e indispensável, mas a Igreja precisa de ir mais além a fim de alcançar uma meta mais alta e significativa. Por outro lado, é triste ver como a experiência do perdão na nossa cultura vai rareando cada vez mais. Em certos momentos, até a própria palavra parece desaparecer. Todavia, sem o testemunho do perdão, resta apenas uma vida infecunda e estéril, como se se vivesse num deserto desolador. Chegou de novo, para a Igreja, o tempo de assumir o anúncio jubiloso do perdão. É o tempo de regresso ao essencial, para cuidar das fraquezas e dificuldades dos nossos irmãos. O perdão é uma força que ressuscita para nova vida e infunde a coragem para olhar o futuro com esperança (Nº 10).
- São João Paulo II com a sua segunda encíclica, a Dives in misericordia (Nº 11).
- A Igreja tem a missão de anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração e à mente de cada pessoa. A Esposa de Cristo assume o comportamento do Filho de Deus, que vai ao encontro de todos sem excluir ninguém. No nosso tempo, em que a Igreja está comprometida na nova evangelização, o tema da misericórdia exige ser reproposto com novo entusiasmo e uma acção pastoral renovada. É determinante para a Igreja e para a credibilidade do seu anúncio que viva e testemunhe, ela mesma, a misericórdia. A sua linguagem e os seus gestos, para penetrarem no coração das pessoas e desafiá-las a encontrar novamente a estrada para regressar ao Pai, devem irradiar misericórdia.
A primeira verdade da Igreja é o amor de Cristo. E, deste amor que vai até ao perdão e ao dom de si mesmo, a Igreja faz-se serva e mediadora junto dos homens. Por isso, onde a Igreja estiver presente, aí deve ser evidente a misericórdia do Pai. Nas nossas paróquias, nas comunidades, nas associações e nos movimentos – em suma, onde houver cristãos –, qualquer pessoa deve poder encontrar um oásis de misericórdia (Nº 12).
- Quantas situações de precariedade e sofrimento presentes no mundo actual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos. Neste Jubileu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda mais a cuidar destas feridas, aliviá-las com o óleo da consolação, enfaixá-las com a misericórdia e tratá-las com a solidariedade e a atenção devidas. Não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói. Abramos os nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda. As nossas mãos apertem as suas mãos e estreitemo-los a nós para que sintam o calor da nossa presença, da amizade e da fraternidade. Que o seu grito se torne o nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo (Nº 15).
Aos confessores
- Não me cansarei jamais de insistir com os confessores para que sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai. Ser confessor não se improvisa. Tornamo-nos tal quando começamos, nós mesmos, por nos fazer penitentes em busca do perdão. Nunca esqueçamos que ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva. Cada um de nós recebeu o dom do Espírito Santo para o perdão dos pecados; disto somos responsáveis. Nenhum de nós é senhor do sacramento, mas apenas servo fiel do perdão de Deus. Cada confessor deverá acolher os fiéis como o pai na parábola do filho pródigo: um pai que corre ao encontro do filho, apesar de lhe ter dissipado os bens. Os confessores são chamados a estreitar a si aquele filho arrependido que volta a casa e a exprimir a alegria por o ter reencontrado. Não nos cansemos de ir também ao encontro do outro filho, que ficou fora incapaz de se alegrar, para lhe explicar que o seu juízo severo é injusto e sem sentido diante da misericórdia do Pai que não tem limites. Não hão-de fazer perguntas impertinentes, mas como o pai da parábola interromperão o discurso preparado pelo filho pródigo, porque saberão individuar, no coração de cada penitente, a invocação de ajuda e o pedido de perdão. Em suma, os confessores são chamados a ser sempre e por todo o lado, em cada situação e apesar de tudo, o sinal do primado da misericórdia (Nº 17).
- Os números 20 e 21 são sobre «a relação entre justiça e misericórdia». A meu ver uma reflexão brilhante.

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publicado às 13:10

JESUS VISTO DE FORA

por Zulmiro Sarmento, em 14.04.15
Acerca de Jesus, houve quem abrisse — há cerca de dois séculos — um prolongado contencioso entre a fé e a história.
A suspeita recai, desde logo, sobre as bases de trabalho.

As fontes mais conhecidas têm na sua origem círculos próximos de Jesus.
Em princípio, este factor devia acrescentar credibilidade. Para alguns, porém, retira isenção.

À partida, quem está perto vê melhor. Mas não falta quem alegue que ser próximo é ser parcial.
Os evangelhos foram escritos por pessoas que acreditavam em Jesus. É compreensível, mas, segundo diversos peritos, terá os seus inconvenientes.

Dizem que a fé «fabrica» uma realidade para lá de qualquer verificação histórica.
Sob este ponto de vista, acreditar levaria a amplificar exponencialmente os cometimentos e a exaltar até ao extremo quem os praticou.

Ninguém contesta que os evangelhos são um género literário específico.
Como bem sintetizou John Dominic Crossan, eles «foram escritos pela fé, para a fé e a partir da fé».

Estritamente falando, os evangelhos não são compêndios de história. Mas é indiscutível que contêm preciosos contributos para a história.
Alguém nega que é pelos evangelhos que temos acesso aos principais momentos da vida de Jesus?

Mas, já agora, que se diz sobre Jesus fora dos ambientes cristãos?
A poeira dos tempos muita coisa terá engolido. Mas, mesmo assim, alguns dados conseguiram chegar até nós.

Tácito, historiador romano, refere que «Cristo foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos».
O Cristianismo, que ele (des)qualifica como «execrável superstição», apesar de reprimido, estendeu-se pela Judeia e foi anunciado na própria cidade de Roma.

Por sua vez, Flávio Josefo, historiador judaico, apresenta Jesus como «um homem sábio, autor de actos extraordinários e mestre de pessoas que aceitavam a verdade com agrado».
Foram «muitos os judeus e também os gregos que Ele ganhou para a Sua causa».

Embora Pilatos O tenha condenado a morrer na Cruz, «as pessoas que O tinham amado antes não deixaram de o fazer depois, pois Ele apareceu-lhes novamente vivo ao terceiro dia, milagre este, tal como outros em número infinito, que os divinos profetas tinham predito acerca d’Ele».
Em finais do século I, «ainda não tinha desaparecido a raça dos cristãos». Vinte séculos depois, esta mesma «raça» continua a espalhar-se por todo o mundo!

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publicado às 12:39

UM CASO DE SE LHE TIRAR O CHAPÉU

por Zulmiro Sarmento, em 13.04.15

É este rapaz, na casa dos vinte e tal, que paga os estudos à irmã, que contribui para sustentar a casa, que paga a prestação do carro

 
Os pais casaram tardote. O pai, na casa dos sessenta, é um desempregado de longa duração, perdeu o direito ao subsídio de desemprego e está cheio de levar 'negas' daqueles a quem bate à porta, pedindo trabalho. A mãe, vítima doença de Parkinson, deixou de poder trabalhar e tem visto as juntas médicas negarem-lhe o acesso à reforma antecipada.
A irmã mais nova está na universidade. Ele trabalha. Ganha 600 euros limpos. Porque trabalha longe de casa, precisou de comprar um carrito que anda a pagar às prestações.
É este rapaz, na casa dos vinte e tal, que paga os estudos à irmã, que contribui para sustentar a casa, que paga a prestação do carro.
E mais. A Igreja da sua paróquia, muito bonita, estava em estado avançado de degradação. Os paroquianos, embora poucos, resolveram quotizar-se mensalmente para angariarem dinheiro para as obras de recuperação. Este rapaz não ficou atrás na colaboração. Fez questão de marcar presença e, cada mês, desconta para as obras 50 euros.
Não barafusta contra a vida e a sorte. Assume que a corda da vida se sobe a pulso. É uma pessoa em paz consigo e com a vida. Desta maneira, aceita prescindir de muitas coisas de que gostava para poder ser útil aos outros. Mas é assim que lhe sabe bem viver!

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publicado às 11:00

CONFIRMADOS NA FÉ

por Zulmiro Sarmento, em 11.04.15

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Durante muitos séculos chamou-se a este domingo o Domingo in Albis porque era neste dia que os catecúmenos que haviam recebido o Baptismo na noite pascal, deixavam as vestes brancas que desde então traziam consigo. É um domingo de confirmação na fé, em que cada um reafirma a sua adesão incondicional à Pessoa de Jesus Cristo Ressuscitado. Para afirmá-lo a Igreja escolheu o capítulo 20 do Evangelho de S. João, onde se conta a dúvida de Tomé e a forma como Jesus se lhe revelou ressuscitado. Na segunda visita ao Cenáculo, Jesus disse a Tomé: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo mas crente” (Jo 20, 27). Tomé, confirmado na fé, respondeu: “Meu Senhor e meu Deus”. Para um crente o mandamento único é o amor, é S. João que no-lo diz na sua primeira carta. É fundamental acreditar no Ressuscitado que está presente em cada irmão. Daí que o amor ao próximo seja a lei do cristão, uma vez que em cada um reconhece-se a presença de Jesus Cristo (2ª leitura). Quando nos amamos uns aos outros, porém, estabelecemos comunidade, e somos “um só coração e uma só alma” (1ª leitura).

1. Meu Senhor e meu Deus
Por duas vezes Jesus visitou os discípulos no Cenáculo. Privilegiou-os com três dons: o dom da paz, repetindo várias vezes “a Paz esteja convosco”; o dom do Espírito Santo, impondo sobre eles as mãos; e o dom do perdão, não apenas a receber da ternura de Deus, mas na capacidade de o oferecer porque assim quis Jesus para os seus discípulos. Neste envolvimento tão belo houve um discípulo que duvidou. Provavelmente não se trata de Tomé, mas ele é o símbolo de todos os outros Apóstolos que também duvidaram. Até no Monte da Ascensão, diz S. Mateus, alguns ainda duvidavam. Tomé exigia não apenas ver, mas tocar as chagas do Ressuscitado. Oito dias depois , Jesus aparece de novo e interpela-O. Tomé disse não lhe ser preciso essa “evidência”, uma vez que já acreditava. A grande síntese, porém, da mensagem de Jesus, está na sua resposta “Felizes aqueles que acreditam sem terem visto” (Jo 20, 29).

2. O mandamento do amor
A fé cristã revela-se pelo amor ao próximo. Na primeira Carta de S. João o Apóstolo repete e muitas vezes “quem ama a Deus ame também o seu irmão” (cf. 1Jo 4, 11), “quem diz que ama a Deus e não ama o seu irmão é mentiroso” (1Jo 4, 20), “como é que podes amar a Deus que não vês, se não és capaz de amar o teu irmão que vês?” (1Jo 4, 20). Esta Carta de S. João é um hino ao amor fraterno. Quem acredita em Cristo Ressuscitado tem necessariamente que se deixar possuir pelo amor, para amar o próximo sem condições.

3. A comunidade cristã, sinal de ressurreição
Os primeiros capítulos dos Actos dos Apóstolos, quando contam os discursos de Pedro sobre a Ressurreição, terminam sempre com a descrição da vida das comunidades cristãs. Também acontece isto no capítulo 4 dos Actos. Pedro proclama Cristo Ressuscitado e os que acreditam, criam entre si uma relação tão estreita que “a multidão dos fieis são um só coração e uma só alma” (Act 4, 32). O resultado lógico, depois, é a unidade e a comunhão. Estão unidos na oração, na fracção do pão, na doutrina dos Apóstolos e até, na partilha generosa de bens. Não havia necessitados entre eles, porque, tudo o que tinham o punham em comum. A própria comunidade cristã tornou-se a expressão da Ressurreição.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto (in Revista Liturgia Diária, ed. Paulus)

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publicado às 11:05

NÚMEROS QUE FAZEM PENSAR!

por Zulmiro Sarmento, em 10.04.15

Pobreza, desigualdade e guerras

 
“A comida deitada fora num ano nos EUA e Europa poderia alimentar três vezes a população mundial durante esse tempo.”


 “A nível mundial, há 121 milhões de crianças e adolescentes que não frequentam a escola”...


 “230 mil pessoas perdem anualmente a vida na guerra.”


“Temos um sistema que desenvolveu o liberalismo económico mas não traz igualdade, antes acrescenta desigualdade.”


“Todos estamos convidados à mesa. Não é preciso excluir ninguém, mas antes ir acrescentando lugares à mesa.”


 “Não vivemos num mundo justo e sem justiça não podemos ter paz.”


 “A solidariedade é intrínseca à condição do ser humano”.


“O primeiro papel dos pobres é não se resignarem. Passámos décadas a gerir a pobreza de muitos mas não os libertámos da pobreza.”


“Lutemos contra a pobreza e não contra os pobres. Ninguém é pobre porque quer.”


Fonte: aqui

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publicado às 11:02

JE SUIS UM HIPÓCRITA BEM CHAPADO!...

por Zulmiro Sarmento, em 09.04.15

Senhora comunicação social, deixe de ser hipócrita!

 
Eram estudantes.
Morreram perto de centena e meia.
Como foi no Quénia e não eram jornalistas e não provocavam os terroristas, a repercussão foi quase nula.
Nenhum de nós se assumiu um deles, nenhum líder propôs uma manifestação como a que houve em Paris.
Foi no Quénia, poucos se incomodam.
Esta universidade também não vai vender 8 milhões de jornais, quando voltar a funcionar "normalmente".
Há uma hipocrisia nojenta que me preocupa.

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publicado às 15:11

Tanta coisa que não preciso

por Zulmiro Sarmento, em 09.04.15

 

O padre Arrupe, que foi superior-geral dos jesuítas, dizia, com muita graça e profundidade, que de vez em quando gostava de passear pelas ruas e parar diante de uma montra e começar a ver. "Ena!... Tanta coisa de que eu não preciso!" E começava a admirar, a contemplar tudo aquilo de que não precisava! É um exercício óptimo, seria um exercício muito útil se as pessoas se dispusessem a fazê-lo. Este devia ser o nosso antimarketing, ir a grandes superfícies ou a centros comerciais ver tudo aquilo de que não precisamos. A quantidade de coisas que lá estão de que não precisamos nada! O consumismo é uma cultura de criar falsas necessidades e com isso nos domina, infantiliza-nos.

Vasco P. Magalhães, sj

ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA

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publicado às 12:19

Dúvidas e mais dúvidas: será que aconteceu mesmo a ressurreição?

por Zulmiro Sarmento, em 08.04.15

 

Os apóstolos não podem ter inventado? Ou tido uma alucinação?
Sepulcro vazio de Cristo Ressuscitado
O escritor Fulton Sheen, no seu livro "Vida de Cristo", comenta:
“Na história do mundo, somente uma vez encontramos o caso de que, diante da entrada de uma tumba, foi colocada uma grande pedra e até guardas para evitar que um homem morto ressuscitasse: foi o sepulcro de Cristo, na tarde da sexta-feira que chamamos santa. Que espetáculo podia haver de mais ridículo do que aquele de soldados a vigiar um cadáver? Puseram sentinelas para que o morto não pudesse andar, para que o silencioso não falasse e para que o coração transpassado não voltasse a palpitar. Diziam que ele estava morto. Sabiam que ele estava morto. Diziam que ele não ressuscitaria. E, entretanto, vigiavam...”.
Vale apena ler esta exposição. Veja  aqui

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publicado às 10:03

EU FICO SEM FALA COM A DESFAÇATEZ DOS ULTRA TRADICIONALISTAS DA IGREJA COM ESPÍRITO DE SEITA

por Zulmiro Sarmento, em 07.04.15

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Pobre Igreja, pobre cardeal.

Por Fratres in Unum.com: Dom João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Religiosos, faz cada católico brasileiro participar de sua púrpura. O vermelho de seu cardinalato, que representa a prontidão em dar o próprio sangue por amor a Cristo, para nós chega como rubor pela pobreza, intelectual e de espírito, do cardeal. Em Dom João Braz de Aviz temos uma Igreja pobre, paupérrima! Entrevista de Dom João Braz de Avis à Veja. Entrevista de Dom João Braz de Avis à Veja. Em entrevista à revista Veja desta semana (edição 2420), o ex-arcebispo de Brasília revela escancaradamente o que há muito já sabíamos, mas que, por caridade, esforçávamo-nos em não crer. Em suma: um ódio visceral ao que a Igreja construiu ao longo dos séculos e a defesa ardorosa de tudo o que há de revolucionário, reservando seu pobre veneno apenas a Bento XVI e aos “tradicionalistas na Igreja”. No testemunho de Dom João, estas seriam palavras de Francisco: “Peço a Deus a graça de viver o suficiente para que as reformas na Igreja sejam irreversíveis”. Reformas não só cosméticas, mas de fundo: “Existe, no entanto, uma reforma muito mais profunda já em curso. Trata-se de uma mudança de base — simples e complexa ao mesmo tempo. A de fazer com que a Igreja seja mais fraterna, que se abra para valores autênticos — amor, justiça e paz. Nós, católicos, fomos sempre muito fechados. Convivemos por séculos com a ideia de que é preciso converter as pessoas para trazê-las para perto. Não podemos agir como se fôssemos donos da moral”. É exatamente a tese Kasperiana, “teologia de joelhos” elogiada publicamente pelo Papa Francisco, que dissocia doutrina e pastoral. Assim, para o cardeal: “Há duas maneiras de ler o Evangelho. Uma, de forma puramente doutrinal, racional. A outra é ver a mensagem de Jesus nas palavras do Evangelho. A mensagem de amor e de acolhimento de Jesus […] O Papa se justifica para essas pessoas. Pessoas que veem o Evangelho de forma restrita, puramente doutrinal. São os tradicionalitas da Igreja. Aos eclesiásticos e aos fiéis não tradicionalistas, ele certamente não precisa se explicar”. Duas leituras: uma, que leva a sério o que disse Nosso Senhor. Outra, que ignora suas palavras para procurar, como filha legítima do protestantismo, ler nas entrelinhas e encontrar um “espírito” adaptável, de modo absolutamente subjetivista, às idéias do momento, às modas, à pobreza humana. Pois, de acordo com o purpurado, “o Papa não pode jamais mudar o ensinamento de Jesus. Mas pode mudar a interpretação”. Para Dom João, “nós, católicos, fomos sempre muito fechados”. De fato, Sua Eminência nunca pôde abrir-se a Bento XVI, que, tristemente, fê-lo cardeal: “Digamos que eu passei por uma crise pessoal muito grande. Em 2012, o então secretário da congregação que eu coordeno, o arcebispo Joseph Robin, foi destituído por Bento XVI sob acusação de ter tomado o partido das freiras americanas responsabilizadas por desvios de disciplina e doutrina. A acusação era injusta. Posso dizer isso porque ele era meu braço-direito. Eu sempre achei que fazer a vontade de Deus por meio do caminho da Igreja é essencial. Mas, no momento em que passo a pensar que a vontade de Deus pode ser mentirosa, como eu fico? Simplesmente, calei-me diante daquela injustiça”. É que Dom João esperava um Papa à sua medida, moldado à sua ideologia. Até a agenda é motivo para contrapor os pontífices, exaltando a um e execrando publicamente a outro: “Vejo o Papa Francisco pelo menos a cada duas semanas […] Quanto a Bento XVI, na última vez que pedi para falar com ele, o encontro foi marcado para dali a quatro meses. Ele é extremamente tímido, e essa timidez causou uma dificuldade de comunicação muito grande”. Pobre época, pobre Igreja, pobre cardeal!

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publicado às 12:56

JEJUM

por Zulmiro Sarmento, em 03.04.15
 

Hoje não é só dia de abstinência. É também dia de jejum.

 

Não se trata só de não comer carne. Trata-se também de comer menos.

 

É claro que o foco não está no significante. Está no significado.

 

O importante não é a abstinência da carne e a privação de comida. O importante é, com esse, gesto, unirmo-nos a Jesus na Cruz e a Jesus nos pobres de hoje.

 

Nós, graças a Deus, ainda podemos optar por fazer abstinência e jejum. Muitos, porém, não podem fazê-lo. São obrigados a fazê-lo.

 

A nossa solidariedade também se faz com gestos.

 

Façamos sobretudo jejum das falsidades, das palavras agressivas, dos juízos apressados, da ostentação, da violência e da injustiça.

 

Eis, pois, uma boa oportunidade de exercitar o autodomínio, valor actualmente muito em baixa. E com resultados devastadores.

 

Quem se priva do que gosta de comer habituar-se-á a privar de gestos mais intempestivos e violentos.

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publicado às 15:13



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