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É POR DENTRO QUE SE CHEGA AO FUNDO

por Zulmiro Sarmento, em 03.03.15
 

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  1. Na manhã das nossas vidas, todos nos vestimos de sonho. Com o andar do tempo, porém, rapidamente nos sentimos revestidos de desalento.

O mesmo acaba — quase sempre — por sufocar o diferente.

 

  1. Jesus é o diferente a que ninguém consegue ser indiferente.

Ele irrompe na história para romper com muitas zonas de conforto da nossa vida.

 

  1. Jesus abana e abala-nos. A paz, que nos traz, pacifica, mas não anestesia.

Ele hospeda-Se em nós para nos desinstalar de nós.

 

  1. Hoje, Ele continua a convidar-nos a passar para «outras margens» (cf. Mc 4, 35).

Aliás, Jesus sempre teve uma predilecção pelas margens. Não só pelas margens dos rios (cf. Lc 8, 22), mas também pelo que ficava à margem dos grandes centros.

 

  1. Jesus recolhe-Se, em longas noites de oração, nos montes (cf. Lc 6, 12). E retira-Se, por muitos dias, para o deserto (cf. Mc 1, 12-13).

Em Jesus, o marginal torna-se definitivamente central.

 

  1. Um retiro não é apenas para sair dos locais habituais e das ocupações rotineiras. Um retiro é sobretudo para sair de nós.

Não nos retiramos para fazer o que fazíamos. Mudamos de ambiente para procurar mudar de vida.

 

  1. Acontece que a mudança só atinge a totalidade quando chega à profundidade.

Muitas vezes, é no fundo de nós que está o maior entrave à presença de Deus em nós. O egoísmo é o obstáculo mais resistente, aquele que mais custa remover.

 

  1. É por dentro que se chega ao fundo. Por isso, não sendo um evento puramente intimista, um retiro é sempre pautado por uma forte intimidade.

O perfil do retiro é mais ermítico que cenobítico. Predomina o silêncio para prevalecer a escuta. Rareiam as palavras para melhor acolher a Palavra.

 

  1. Um retiro é para reviver, não para conviver. Um convívio é outra coisa, também excelente e igualmente necessária.

Só que o convívio do retiro é com Deus. É este convívio que antecede — e alimenta — todo o convívio.

 

  1. Um retiro investe no interior para dar frutos no exterior. Não se trata, portanto, de uma alienação, mas de uma transfiguração.

Um retiro ajuda a esvaziar o eu que ainda subsiste em nós. E começa a levar Deus até (mais) além de nós!

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