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CONVITE À INTERIORIDADE

por Zulmiro Sarmento, em 29.03.15
 

Esta é uma semana que reclama, sobretudo, interioridade, recolhimento.

 

Há uma densidade muito grande e um apelo muito fundo que nenhuma palavra conseguirá descrever.

 

O que nos é oferecido não pertence ao enigma, mas pertence ao mistério.

 

Isto significa que o quadro que nos surge não é inatingível, mas também não é manipulável.

 

Esta é, porém, a tentação, o peirasmós de sempre.

 

O Cristianismo deve ser a única religião em que o Fundador é um mártir e morre como um abandonado.

 

A Sua proximidade com Deus não impede que experimente toda a amargura do drama humano.

 

Divino, a partir de Cristo, não é, pois, a distância ontologicamente intransponível entre Deus e o Homem. Divino não é tanto o poder infinito, a imortalidade ou a imutabilidade.

 

Divina é esta humanidade sem freio, é esta franqueza sem constrangimentos, é este amor sem vacilação, é esta entrega sem limites.

 

Não é quando nos distanciamos do humano que nos aproximamos de Deus. É quando aterramos na sua maior profundidade que tocamos o divino.

 

Para Deus sobe-se descendo. Foi das profundidades da terra que Jesus irrompeu para Deus.

 

Há atitudes que se atribuem a Deus que são demasiado humanas. Não passam de projecções. O castigo, a vingança e uma justiça sem misericórdia não honram a transcendência. São excessivamente imanentes.

 

Já o humano tão puramente humano (tão inteiramente humano!) de Jesus é uma respiração divina, um enclave da eternidade pelas inclementes estradas do tempo.

 

O desfecho de toda esta meditação não pode ser apenas o anúncio. A Páscoa não é só para proclamar. É, acima de tudo, uma oportunidade para melhor viver.

 

Há um convite que fica. O caminho de Jesus não é tanto para ser explicado. É, sem dúvida, para ser conhecido. E é tão fascinante conhecer Jesus. O mais aliciante, contudo, é procurar viver.

 

Jesus é uma lição sem fim. Lição que não vem de qualquer cátedra, mas que tem a argamassa de uma vida tão humanamente cheia.

 

Haverá algo mais divino que esta humanidade de Jesus?

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publicado às 02:44

DOMINGO DE RAMOS – A PROXIMIDADE DA PAIXÃO

por Zulmiro Sarmento, em 28.03.15

 

Entrada em Jerusalém Duccio di Buoninegma

A liturgia de Domingo de Ramos tem duas partes. A primeira é a entrada de Jesus em Jerusalém, aclamado pelos “meninos hebreus” que, com alegria, agitam ramos de oliveira em sinal de paz. Eles gritam “Hossanna, Hossanna, ó filho de David”, numa extraordinária manifestação de fé. A narrativa é de S. Marcos. A segunda parte é a celebração da Eucaristia que contém três textos da Palavra de Deus: a profecia de Isaías, anunciadora do Servo de Javeh que, maltratado dá a imagem do que vai ser o mistério de Jesus Cristo, o Salvador pelo sofrimento; a Carta aos Filipenses em que S. Paulo faz a síntese do mistério de Jesus “obediente até à morte e à morte na cruz, pelo que Deus lhe deu um nome que está acima de todo o nome” (Flp 2, 8-9); e o Evangelho de S. Marcos que contém a narrativa da Paixão, como Pedro a viveu e é anunciada nas suas catequeses.

1. O Servo de Javeh
Nunca é demais reflectir sobre esta extraordinária profecia, uma vez que o Servo, descrito por Isaías, anuncia a Pessoa de Jesus, o Messias esperado. Três notas definem o Servo de Javeh. Ele é escolhido de Deus e por Ele ungido; Ele aceita todo o sofrimento como primícias da Redenção necessária; Ele celebra a total comunhão com Deus para realizar o projecto de salvação que o Senhor queria para o seu Povo.

2. O Redentor Universal
Na síntese teológica mais bela dos escritos de Paulo, a Pessoa de Jesus é vista como o Filho que aceitou ser fiel até à morte, e a morte na cruz. Marcado pela ignomínia dos homens, mereceu a redobrada ternura de Deus que lhe deu “um nome que está acima de todos os outros nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu” (Flp 2, 10). O novo Servo de Javeh é Jesus o Filho de Deus que veio para ser reconhecido por todas as nações. Não há salvação em nenhum outro.

3. A Paixão segundo S. Marcos
Cada evangelista descreve a Paixão de Cristo, segundo a sua própria experiência. Marcos teve o privilégio de acompanhar Pedro na sua missão apostólica. Quantas vezes terá escutado Pedro a falar da sua experiência na Paixão de Jesus? Na sua narrativa da Paixão coloca 4 cenários: na Ceia, em diálogo amravilhoso com os discípulos, com interpelações a Judas e palavras de conforto ou de atenção a Pedro e aos seus companheiros; no Horto das Oliveiras, onde com Pedro, Tiago e João, próximos, viveu na maior solidão a expectativa da morte; nos tribunais de Caifás (tribunal religioso), de Pilatos (tribunal político), da multidão (tribunal popular), tribunais em que a sentença foi sempre a condenação injusta; no Calvário, onde já pendurado na cruz sentiu com angústia o aparente abandono do Pai. Descobrir as características da Paixão, no Evangelho de S. Marcos, é um bom convite para a meditação na Semana Santa.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto

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publicado às 02:47

VALE A PENA VIVER (e morrer) ASSIM

por Zulmiro Sarmento, em 25.03.15
 
1. Há vidas que sabem a morte. Há mortes que sabem a vida.

 

Faz hoje, dia 24 de Março, 35 anos que D. Óscar Romero, Arcebispo de S. Salvador, foi assassinado.

 

A morte foi arrebatá-lo no meio da Missa e no auge da missão. A Missa celebra a entrega de Cristo pela humanidade. A missão de Óscar Romero foi uma entrega, em Cristo, para que a humanidade dos mais pobres fosse respeitada.

 

Ninguém o aconselhava a ser assim. Aliás, todos lhe recomendavam que não fosse assim. Era mais normal. Mais cómodo. Mais tranquilo. Provocaria menos ondas e muito menos danos.

 

Ninguém obrigou D. Óscar Romero a fazer o que fez. Ele é que se sentiu obrigado a proceder como procedeu.

 

 

2. Eis o modelo de um cristão (e, a fortiori, de um bispo) cuja actualidade não pára de crescer. A muitos títulos, é um exemplo para todos. Permitia-me destacar apenas três características que avultam da sua trajectória.

 

Foi Óscar Romero, em primeiro lugar, um homem de profunda espiritualidade. A sua acção era o corolário da sua oração. Foi junto de Deus que sentiu o alento, o estímulo e o apoio para anunciar a verdade e denunciar as injustiças.

 

Afirmou-se, em segundo lugar, como alguém estruturalmente independente em relação ao poder. Esta liberdade, que escorre no Evangelho, não o inibia de conviver com os poderosos, mas fazia-o sem subserviências.

 

Como os apóstolos da primeira hora, não calava o que via e ouvia (cf. Act 4, 20). Alinhado foi só com a sua consciência, jamais com interesses.

 

Finalmente, recusou ser neutral, ainda que à custa da própria vida. Foi a voz dos sem voz, o eco dos espezinhados e amordaçados. Envolveu-se. Empenhou-se. Não recuou nem perante as ameaças. Não pensou no que outros podiam pensar. Não andou às curvas, mas em linha recta. Não trazia máscaras. Foi autêntico. Foi firme. Foi ele. Foi Cristo nele.

 

 

3. Óscar Romero conseguiu ver Deus no lugar onde Deus Se encontra: no ser humano, particularmente nos mais desfavorecidos.

 

Profundamente espiritual, votou a sua vida a Deus e devotou o seu sangue pelo próximo. Porque era Homem de Deus, tornou-se um Homem para os homens: um Homo Dei é sempre um Homo homnibus.

 

A sua palavra interpela-nos ainda hoje quando nos diz que «temos cristãos de missas dominicais e de semanas injustas».

 

Não vacila nos princípios:«Jamais pregamos a violência. Só a violência do amor, a que deixou Cristo cravado numa cruz, assume cada um para vencer os seus egoísmos e para que não haja desigualdades tão cruéis entre nós.É a violência do amor, a da fraternidade, que converte as armas em foices para o trabalho».

 

 

 

4. A Igreja e o mundo precisam de pastores assim: cheios de Deus, cheios de amor, cheios de humanidade. Capazes de amar até ao fim. Capazes de perdurar para lá do fim.

 

D. Óscar foi morto por causa da sua verticalidade. Recebeu ameaças sucessivas para que se calasse. Não se calou. Humilde, considerava não ser digno da «graça do martírio».

 

Mas as balas surgiram e irromperam, cruéis, pela Igreja em que oficiava.D. Óscar Romero levou a Eucaristia à vida e à morte.Foi alguém que leu o Evangelho nos livros e o reescreveu na (sua) existência.

 

Morreu com um tiro no coração. Porque era o seu coração que mais incomodava.

Curiosamente é no coração das pessoas que D. Óscar subsiste.E é no coração de Deus que D. Óscar se mantém vivo e vivificante.

 

Vale a pena viver assim. Vale a pena morrer assim. Tanto mais que quem assim morre nunca se ausenta. Permanece para sempre!

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publicado às 10:52

Jejua...

por Zulmiro Sarmento, em 23.03.15

 

Como todos os jejuns, deve servir para mudar a nossa vida.

 

Jejua de julgar os outros e descobre Cristo que vive neles

Jejua de palavras que ferem e enche-te de frases que curam.

Jejua de descontentamento e enche-te de gratidão.

Jejua de zangas e enche-te de paciência.

Jejua de pessimismo e enche-te de esperança cristã.

Jejua de preocupações e enche-te de confiança e Deus.

Jejua de te lamentares  e enche-te de apreço pela maravilha que é a vida.

Jejua de pressões que não cessem e enche-te de uma oração que não acabe.

Jejua de amargura e enche-te de perdão.

Jejua de dar-te importância a ti mesmo e enche-te de compaixão pelos outros

Jejua de ansiedade sobre as tuas coisas e compromete-te com a propagação do Reino.

Jejua de desânimo e enche-te do entusiasmo da fé.

Jejua de pensamentos mundanos e enche-te das verdades que fundamentam a santidade.

 

Jejua de tudo o que te separa de Jesus e enche-te de tudo o que te aproxima d’Ele.

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publicado às 12:21

V DOMINGO DA QUARESMA – 22 de Março de 2015

por Zulmiro Sarmento, em 21.03.15

 

V DOMINGO DA QUARESMA – 22 de Março de 2015

SE O GRÃO DE TRIGO, LANÇADO À TERRA, NÃO MORRER, FICA SÓ;

MAS SE MORRER, DARÁ MUITO FRUTO”

(Jo 12, 24)

I LEITURA - Jer 31, 31-34

“Todos eles Me conhecerão (…). Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as sua faltas.”

Leitura do Livro de Jeremias
Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
Palavra do Senhor.

SALMO – 50 (51), 3-4.12-13.14-15 (R. 12a)

 Refrão: Dai-me, Senhor, um coração puro. Repete-se

Compadecei-Vos de mim, ó Deus,
pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia,
apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas. Refrão

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. Refrão

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação
e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos
e os transviados hão-de voltar para Vós. Refrão

II LEITURA - Hebr 5, 7-9

“Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento“.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO – Jo 12, 26

Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo,
Rei da eterna glória. Repete-se

Se alguém Me quiser servir,
que Me siga, diz o Senhor,
e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. Refrão

EVANGELHO – Jo 12, 20-33

Jesus anuncia aos discípulos a sua morte e glorificação.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Palavra da salvação.

UMA ALIANÇA PARA SEMPRE

O tempo da Quaresma, em chave de conversão, supõe que o cristão se dispõe a reencontrar-se com Deus numa atitude de radicalidade. É, de alguma maneira, fazer na caminhada quaresmal, uma nova aliança com Deus, reafirmando a decisão de percorrer sempre os caminhos do Evangelho. Se para Jesus chegou a hora, como diz o Evangelho, também para o cristão chegou o tempo de ver Jesus e com Ele se identificar plenamente. No Evangelho, alguns gregos vão ter com Filipe para lhe dizer: “queremos ver Jesus”(Jo 12, 21). Isto significava que queriam conhecer Jesus, eventualmente para o seguir. O tema da aliança reafirmada é um tema incontornável no tempo da Quaresma. Será que cada cristão vive ao ritmo da aliança que no Baptismo Deus firmou com ele? Para dar resposta a esta questão vale a pena ler os textos da Palavra de Deus deste domingo. Em Jeremias reflecte-se a aliança universal de Deus com os israelitas, já que têm a Lei gravada no seu coração (1ª leitura). Em Hebreus percebe-se que é necessário um sinal da aliança e que esse sinal não pode ser outro senão a Pessoa de Jesus Cristo (2ª leitura). Finalmente, no Evangelho compreende-se que a morte é fonte de vida e que a morte de Jesus é o caminho para a Vida verdadeira que cada cristão celebrará na ressurreição prometida. “Se o grão de trigo não morrer não pode dar fruto” (Jo 12, 24).

1. A aliança de Deus com Israel
Repetidas vezes Deus firmou aliança com o seu povo. Em Abraão, na noite da libertação do Egipto, no Monte Sinai, no reinado de David, após a Babilónia e muitas outras vezes. O povo era infiel e Deus nunca se cansou de perdoar. Apesar das revoltas contra Javeh, a Lei continuava gravada na alma do povo. Por isso o Senhor pôde dizer: “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jr 31, 33). Esta fórmula da aliança, outra coisa não era do que o perdão radical. O fundamento da aliança é apenas o amor incansável de Deus.

2. Chegou a hora
O Evangelho deste domingo é de uma riqueza espiritual invulgar. Primeiro, alguns gregos queriam ver Jesus e pediram ajuda a Filipe e a André. Para dar-se a conhecer, Jesus tem para os discípulos e para os outros, mensagens de extraordinária importância reveladas em três momentos da sua vida: a certeza da morte, o serviço da sua causa e a vontade expressa do Pai. O mistério da sua morte “se o grão de trigo não morrer não pode dar fruto”, é este o desfecho final da sua vida, antes da ressurreição. A importância do seviço: “quem me quiser servir, vai aceitar perder, porque quem ama a sua vida acaba por perdê-la, e quem dá a sua vida é quem ganha de verdade” (cf Jo 12, 25). Abandonado completamente ao querer do Pai, Jesus sabe que chegou a sua hora e aceita-o incondicionalmente, sabendo, porém, que do alto da cruz atrairá todos a Si (cf Jo 12, 32). Estas três ideias permitem compreender que a hora de Cristo é também a nossa hora. Pela sua morte, a todos Ele dá a vida. Ele é o sinal da Aliança.

3. Cristo é o sinal da aliança nova
A Carta aos Hebreus completa, para os homens de hoje, a ideia do Evangelho. De facto, Cristo é o sinal da Nova Aliança, por isso relaciona-se com o Pai em súplicas constantes, para que o homem seja salvo. Aceita o sofrimento como forma de obediência ao Pai e assume-se como causa da salvação. Por Cristo, com Cristo e em Cristo o novo povo de Deus firmou uma aliança eterna e é nela que todos são salvos.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto

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publicado às 11:41

Dia Mundial da Árvore

por Zulmiro Sarmento, em 21.03.15

 

 

O Dia Mundial da Árvore ou da Floresta celebra-se anualmente a 21 de março. Neste dia decorrem várias ações de arborização e reflorestação, em diversos locais do mundo.
O objetivo da comemoração do Dia Mundial da Árvore é sensibilizar a população para a importância da preservação das árvores, quer ao nível do equilíbrio ambiental e ecológico, como da própria qualidade de vida dos cidadãos. Estima-se que 1000 árvores adultas absorvem cerca de 6000 kg de CO2 (dióxido de carbono).
30% da superfície terrestre está coberta por florestas, sendo nestas que se realiza a fotossíntese - produção de oxigénio a partir de dióxido de carbono. As florestas são apelidadas dos pulmões do mundo, não apenas pela sua função de manutenção e renovação dos ecossistemas, como também pela sua importância em áreas estratégicas como a economia e a produção de bens e alimentos.

Origem do Dia

A celebração do Dia Mundial da Árvore ou da Floresta começou a 10 de abril de 1872, noestado norte-americano do Nebraska (EUA). O seu mentor foi o jornalista e políticoJulius Sterling Morton, que incentivou a plantação ordenada de árvores no Nebraska, promovendo o "Arbor Day".
Em Portugal, a 1.ª Festa da Árvore comemorou-se a 9 de março de 1913 e o 1.º Dia Mundial da Floresta a 21 de março de 1972.
A 21 de março comemora-se também o Dia Mundial da Poesia.

Frases do Dia Mundial da Árvore

  • Proteger a árvore é proteger a vida.
  • Plante uma árvore, semeie a vida no planeta.
  • As árvores são os pulmões do mundo.
  • Sem árvores não vivemos.
  • As árvores são nossas amigas.
Fonte: aqui

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publicado às 11:35

Quaresma... É o tempo de abrir as portas do coração.

por Zulmiro Sarmento, em 20.03.15

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O Papa Francisco já evidenciou algumas vezes este conflito entre Jesus, que abre as portas a quem quer que o procure – mesmo que seja distante dele – e os cristãos, que muitas vezes fecham as portas da Igreja na cara de quem bate à sua porta. É um conflito entre a misericórdia total de Cristo e a escassez demonstrada muitas vezes por aqueles que creem Nele.

«Um homem - uma mulher - que se sente doente na alma, triste, que cometeu muitos erros na vida, em algum momento sente que as águas estão se movendo, é o Espírito Santo que move algo, ou ouve uma palavra ou ...“Ah, eu quero ir!”... E toma coragem e vai. E quantas vezes hoje nas comunidades cristãs encontram as portas fechadas: «Mas você não pode, não, você não pode. Você errou aqui e não pode. “Se você quiser vir, venha à missa no domingo, mas fique ali, mas não faça mais nada”. Aquilo que o Espírito Santo faz nos corações das pessoas, os cristãos com psicologia de doutores da lei destrói».

«Faz-me mal isso», afirma em seguida Francisco. Que sublinha: a Igreja tem sempre as portas abertas: «É a casa de Jesus e Jesus acolhe. Mas não só acolhe, vai encontrar as pessoas. E se as pessoas estão feridas, o que Jesus faz? A repreende porque está ferida? Não, vai e a carrega sobre os ombros. E isso se chama misericórdia. E quando Deus repreende o seu povo – “Desejo misericórdia, não sacrifício!” – fala exatamente disto».

«Quem é você – reafirma o Papa – que fecha a porta do seu coração a um homem, a uma mulher que tem vontade de melhorar, de voltar a ser parte do povo de Deus após o Espírito Santo ter movimentado seu coração?».

Tudo isto são pregos contra a teimosia do oceano enorme de conservadorismo que albergam movimentos e grupos organizados no interior da Igreja, muito dados à verdade absoluta. Coisa que manifestamente não está no discurso do Papa e as suas atitudes demonstram que devemos antes estar todos à procura da verdade. Não surpreende que alguns já tenham desabafado que os últimos dois anos de Francisco tenham sido «dois anos de terror» na Igreja Católica. É caso para perguntar-se, esta gente que Jesus Cristo segue? E que Evangelho anda a ler? 

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publicado às 13:23

19 de março: Dia do Pai

por Zulmiro Sarmento, em 19.03.15

 

 


Parabéns a todos os pais!|
Obrigado ao meu pai!

O pai que sabe corrigir sem humilhar,
é o mesmo que sabe proteger sem se poupar

 “Toda família necessita do pai”, disse há dias o Papa Francisco, que se inspirou nas seguintes palavras do Livro dos Provérbios: “Meu filho, se o teu coração é sábio, meu coração também se alegrará”. “Este pai não diz que se orgulha porque o filho é como ele”, explicou o Papa, mas diz algo bem mais importante, isto é: que se alegra toda vez que o filho age com sabedoria e retidão.

E um pai sabe bem quanto custa transmitir esta herança. Proximidade, doçura e firmeza são atitudes necessárias – e que só podem ser manifestadas com um pai presente na família. “O pai deve estar próximo da mulher, para compartilhar tudo, alegrias e tristezas, fadigas e esperanças. E deve estar próximo dos filhos no seu crescimento: quando brincam e quando se empenham, quando ousam ou hesitam, quando erram e voltam atrás. Pai presente, sempre! Presente não significa controlador, pois pode anular o filho”, advertiu Francisco.

 Partindo do exemplo do pai da parábola do filho pródigo, o Papa exclama: “Quanta dignidade e ternura naquele pai que espera à porta de casa que o filho regresse!” Um bom pai sabe esperar e sabe perdoar, do profundo do coração.

Certamente, sabe também corrigir com firmeza, sem sentimentalismos. O pai que sabe corrigir sem humilhar, é o mesmo que sabe proteger sem se poupar. “Punir na medida justa”, disse Francisco, lembrando um pai que disse, numa reunião de casais, que jamais batia no rosto dos filhos para não os humilhar.

Depois de experiências e falências, o filho voltar para casa e não encontrar um pai pode provocar feridas difíceis de serem curadas.

O Papa garantiu a proximidade da Igreja a todos os pais: “A Igreja, portanto, está empenhada em apoiar com todas as suas forças a presença generosa dos pais nas famílias, porque eles são para as novas gerações custódios e mediadores insubstituíveis da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como São José.

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publicado às 14:41

Os Joaquins que comem peixe às sextas-feiras

por Zulmiro Sarmento, em 18.03.15

Li no blogue 'Confessionário dum Padre' um interessante post que retrata muito do que se vai passando por aí a respeito do sentido e da vivência quaresmal. Vivência!? Hummmmm... Tradições cujo sentido muitos desconhecem... Com a devida vénia, aqui fica a transcrição do artigo. "Estava no super-mercado quando surgiu à porta o Joaquim, nome fictício de um pai de família com os seus trinta e poucos anos. Foi uma destas sextas-feiras de quaresma, próximo da hora de almoço. Uma das sextas-feiras do ano em que a Igreja nos convida a fazer alguma abstinência. Bom dia a todos os presentes, cumprimentou o Joaquim. Bom dia para aqui e para ali. Bom dia, senhor padre. Cá venho comprar um peixinho que hoje não se come carne, e sorria como se procurasse a minha aprovação. Convém referir que o Joaquim não vai à missa e não creio que vá à missa do Domingo de Páscoa como também não foi na quarta-feira de cinzas. O Joaquim não é má pessoa. Conheço-o do café, onde nos encontramos quando eu saio da missa e ele está lá a beber uns copos. Ainda há dias o convidara a confessar-se, pois deslocara-me lá à terra para as confissões quaresmais. Disse na altura, com ar de gozo, que essas coisas não eram para ele. Mas comprou o peixinho porque nestes dias não se pode comer carne, não é senhor padre! É, Joaquim, nestes dias não se pode comer carne porque os bons cristãos devem fazer abstinência! Não é preciso contar-vos o que falámos depois. Nem falar-vos destas coisa das carnes e dos peixes nas sextas-feiras da quaresma. Deixem-me rezar pelos Joaquins cumpridores da abstinência, mesmo sem saber porquê. Ou deixem-me rezar apenas por mim, que também não sei o porquê destas coisas." 

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publicado às 11:36

IV DOMINGO DA QUARESMA – 15 de Março de 2015

por Zulmiro Sarmento, em 14.03.15

 

IV DOMINGO DA QUARESMA – 15 de Março de 2015

“DEUS AMOU TANTO O MUNDO QUE ENTREGOU O SEU FILHO UNIGÉNITO,
PARA QUE TODO O HOMEM QUE ACREDITA N´ELE NÃO PEREÇA,
MAS TENHA A VIDA ETERNA”
(Jo 3, 16)

I LEITURA - 2 Cr 36, 14-16.19-23

As infidelidades e as injustiças geraram o caos e a derrota. Ao fim de 70 anos de cativeiro, volta a esperança.

Leitura do Segundo Livro das Crónicas
Naqueles dias, todos os príncipes dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém. O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua própria morada. Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra o seu povo. Os caldeus incendiaram o templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém, lançaram fogo aos seus palácios e destruíram todos os objectos preciosos. O rei dos caldeus deportou para Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada; e foram escravos deles e de seus filhos, até que se estabeleceu o reino dos persas. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até que se completaram setenta anos». No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar, em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação: «Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se a caminho e que Deus esteja com ele».
Palavra do Senhor.

SALMO – 136 (137), 1-2.3.4-5.6 (R. 6a)

Refrão: Se eu me não lembrar de ti, Jerusalém,
fique presa a minha língua. Repete-se

Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar,
com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens,
dependurámos nossas harpas. Refrão

Aqueles que nos levaram cativos
queriam ouvir os nossos cânticos
e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião». Refrão

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor
em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
esquecida fique a minha mão direita. Refrão

Apegue-se-me a língua ao paladar,
se não me lembrar de ti,
se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias. Refrão

II LEITURA - Ef 2, 4-10

A misericórdia de Deus é sem fim, a sua relação connosco é gratuita.

Leitura da Epístola do Apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela graça que fostes salvos – e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus. Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo. De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar. Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO - Jo 3, 16

Refrão: Grandes e admiráveis
são as Vossas obras, Senhor. Repete-se

Deus amou tanto o mundo
que lhe deu o seu Filho Unigénito:
quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão

EVANGELHO – Jo 3, 14-21

A conversa com Nicodemos: «Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.
Palavra da salvação.

NA BUSCA DA SALVAÇÃO

Um dos diálogos mais significativos do Evangelho de S. João é aquele que Jesus teve com Nicodemos. Nicodemos era um sinedrita que, profundamente inquieto por tudo o que Jesus fazia e dizia às multidões, quis ir conhecê-l’O. Nicodems conhecia as Escrituras, sabia da aliança que Deus firmara com o seu povo, tinha lido os profetas que falavam da vinda do Messias e interrogou-se sobre se não seria Jesus o Salvador prometido. Foi procurar Jesus de noite e disse-lhe: “Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.” (Jo 3, 2). A liturgia deste domingo está centrada neste diálogo com Nicodemus que fala com Jesus e escuta d’Ele uma mensagem de aliança “Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu o seu próprio Filho” (Jo 3, 16). O tema da salvação domina as três leituras deste domingo: o Livro das Crónicas fala da salvação de Israel, apesar da sua repetida infidelidade, porque Deus é um Deus de amor; o Evangelho de João reafirma que só Jesus é a luz que vem a este mundo para salvar; e a Carta aos Hebreus diz que Deus é rico em misericórdia e quer dar a todos a salvação. Então a busca da salvação é o núcleo central da liturgia da Palavra, hoje.

1. A história de Israel
A Sagrada Escritura tem livros históricos. O Segundo Livro das Crónicas é um deles. A vida do povo de Israel é tecida de graças que Deus concede, de infidelidades que se multiplicam e de reconciliações próprias de um Deus que é rico em misericórdia. Perante as infidelidades dos israelitas surgiram inúmeras razões de sofrimento. O templo foi muitas vezes profanado. Os mensageiros de Deus, os profetas foram escarnecidos. Depois os caldeus destruiram Jerusalém, e o povo foi sujeito ao Cativeiro da Babilónia, imposto pelo reino persa. A profecia de Jeremias multiplicou lamentações mas ao fim de setenta anos, Ciro libertou o povo de Israel e reconduziu-o à sua cidade de Jerusalém. Muitos chegaram a considerar que Ciro era o Messias, o Salvador prometido.

2. A angústia de um judeu atento
Nicodemos conhecia a história de Israel. Na conversa com Jesus é-lhe lembrada a salvação no tempo da travessia do deserto. Quem olhasse para a serpente de bronze seria salvo. Jesus revela com toda a clareza ao judeu inquieto que o Deus de todos os tempos é um Deus de amor. Por isso acrescenta que “Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 17). Continuando Jesus a conversar sobre a salvação do mundo, respondendo assim à inquietação de Nicodemos, afirma que os homens amaram mais as trevas do que a luz, mas só na luz que vem de Deus podem ser salvos.

3. A salvação de todos os homens
A Carta aos Efésios completa esta ideia da procura da salvação. Paulo diz com clareza que Deus é rico em misericórdia. Restituídos à vida com Cristo, todos os homens podem participar da salvação. A salvação é um dom de Deus, expressão da Sua ternura para com todos. Somos salvos pela abundante riqueza da graça que Deus nos dá.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto

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