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SÓ DEUS DEIXA VER DEUS

por Zulmiro Sarmento, em 19.02.15
 

 

  1. Muito dizer nem sempre veicula muito saber.

O que dizemos acerca de Deus diz mais sobre nós do que sobre Deus.

 

  1. Como bem frisou Karl Rahner, nem a palavra Deus é adequada para dizer Deus.

Não esqueçamos que a própria palavra Deus é uma criação humana.

 

  1. Quando falamos sobre Deus, falamos habitualmente do que os seres humanos têm dito sobre Deus.

Alguém pode garantir que tal dizer sobre Deus corresponde cabalmente ao ser de Deus?

 

  1. Sto. Agostinho não alimentava ilusões: «Por mais altos que sejam os voos do pensamento sobre Deus, Ele está sempre mais além».

Por conseguinte, «se compreendeste, não é Deus. Se pudestes compreender, não foi Deus que compreendeste, mas apenas uma representação de Deus».

 

  1. Será que, como insinua alguma teologia, o máximo a que podemos aspirar é a saber o que Deus não é?

O certo é que até a Bíblia reconhece que caminhamos em contraluz. Deus é luz (cf. Sal 27, 1), mas surge ante nós como uma luz inacessível, que ninguém vê (cf. 1Tim 6, 16).

 

  1. A morada de Deus parece ser a nuvem (cf. Sal 97, 2), que é um manto de obscuridade que se interpõe entre nós e a luz.

Os textos sagrados garantem que Deus vem até nós através da nuvem (cf. Êx 19, 9), falando connosco por entre nuvens (cf. Êx 24, 6; Mt 17, 5).

 

  1. E, no entanto, Deus inundou o mundo de luz (cf. Gén 1, 4).

Acontece que os nossos olhos não vêem tudo (cf. 1Cor 2, 9). O essencial permanece-lhes vedado.

 

  1. Só vemos Deus quando O vemos com os olhos de Deus.

Só na Sua luz encontramos a luz (cf. Sal 36, 5).

 

  1. É por isso que Deus envia o Seu Filho. Ele é a luz de Deus para cada homem (cf. Jo 1, 9) e para todo o mundo (cf. Jo 8, 12).

Como confessamos no Símbolo, Jesus é a «luz da luz». É a luz que vem da luz para acender, em nós, mais luz.

 

  1. É possível que tenha chegado o momento de conter a nossa auto-suficiência e de parar algumas das nossas palavras.

Uma Quaresma sem ruído, uma Quaresma na humildade, uma Quaresma de escuta, uma Quaresma de espera depositar-nos-á — transfigurados! — na manhã luminosa da Páscoa!

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publicado às 05:10

Quarta-Feira de Cinzas

por Zulmiro Sarmento, em 18.02.15

 

 
Qual o significado das Cinzas?
Na missa de Quarta-Feira de Cinzas, com que inicia a período de preparação da Páscoa, chamado Quaresma, o sacerdote impõe cinzas na cabeça dos fiéis cristãos. Com este rito, expressam-se duas ideias: somos criaturas mortais, frágeis, que «viemos do pó e ao pó voltaremos» (ler Génesis 3, 19); e somos chamados a converter-nos ao Evangelho de Jesus, mudando o que na nossa maneira de pensar e de agir não está de acordo com Ele.
O uso das cinzas no contexto de ritos religiosos é referido na Bíblia em vários livros que compõem o Antigo Testamento. Por exemplo, o autor do Livro de Ester narra que Mardoqueu – primo de Ester, judeu piedoso – se veste com um saco e cobre-se com cinzas quando soube do decreto do rei Asuer I da Pérsia (ano 485 a 464 a. C.) que condenou à morte todos os judeus de seu império (lê Ester 4,1). Aqui as cinzas simbolizam dor, morte e penitência. Mardoqueu entende que Deus permite o decreto do rei porque o povo pecou e confia que Ele mudará de atitude se o povo se emendar.
No Livro de Job – cujo enredo foi escrito entre os anos 7 e 5 a. C., diz-se que este mostrou o seu arrependimento cobrindo-se com cinzas (Job 42, 6). Também o profeta Daniel, por volta do ano 550 antes de Cristo, ao profetizar a conquista de Jerusalém pela Babilónia, escreveu: «Voltei-me para Deus a fim de lhe dirigir uma oração de súplica, jejuando e impondo-me o cilício e a cinza» (Daniel 9, 1-27). A intenção do profeta é conquistar o perdão divino para todo o povo. E, no século v antes de Cristo, logo depois da pregação do profeta Jonas, o povo de Nínive jejuou e vestiu-se com sacos, inclusive o rei, que além disso, deixou o trono e foi sentar-se sobre cinzas (Jonas 3, 1-10). Todos estes exemplos sublinham o uso das cinzas como símbolo – algo que todos compreendem – de arrependimento.

O ENSINAMENTO DE JESUS
Jesus Cristo fez referência ao uso das cinzas. Uma vez, quando falava às multidões, referiu-se aos povos que recusavam arrepender-se dos seus pecados, apesar de terem escutado a Boa-Nova, avisando: «Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós tivessem sido feitos em Tiro e em Sidón, há muito elas se teriam arrependido, vestindo-se com sacos e impondo-se as cinzas» (Mt 11,21).
A Igreja Católica, desde os primeiros tempos, continuou a prática do uso das cinzas com o mesmo simbolismo de arrependimento. O pensador Tertuliano (ano 160 a 220) prescreveu que um penitente deveria «viver sem alegria, vestido com um tecido de saco rude e coberto de cinzas». Eusébio, historiador dos primeiros anos da Igreja, (ano 260 a 340), relata na sua obra «A História da Igreja», como um renegado, chamado Natalis, se apresentou vestido de saco e coberto de cinzas diante do Papa Zeferino para lhe suplicar perdão.
Até ao século XI, todos aqueles que queriam receber o sacramento da reconciliação deviam tornar-se penitentes públicos. Depois da confissão em privado dos pecados, perante o bispo ou um sacerdote, deviam cumprir a penitência que lhes era imposta. Esta consistia em jejuar, vestir-se com roupas de luto e não ter qualquer cuidado com a beleza do corpo. Os pecadores, homens ou mulheres, começavam oficialmente o tempo de penitência pública com a imposição das cinzas no decorrer de uma celebração. Este tempo acabava na Quinta-Feira Santa, e o bispo reintegrava-os na comunidade cristã mediante um rito de reconciliação.
Depois do século xi, começou-se a impor as cinzas a todos os fiéis e a penitência pública foi sendo substituída pela confissão particular.
O saco e as cinzas eram símbolos que representavam os sentimentos de aflição e de arrependimento, bem como a intenção de fazer penitência pelos pecados cometidos contra Deus. Com o passar do tempo, restou apenas o uso das cinzas, adoptou-se a confissão individual e instituíram-se três práticas como prova de adesão às virtudes cristãs: a oração mais intensa, o jejum alegre e a esmola generosa. Actualmente, usam-se na imposição as cinzas dos ramos de palmeiras distribuídos no Domingo de Ramos do ano anterior. O sacerdote abençoa as cinzas. Depois, traça com elas uma cruz na fronte de cada fiel. E pronuncia uma das fórmulas: «Lembra-te que és pó e em pó te hás-de voltar» ou «Arrepende-te e crê no Evangelho».
Com este rito penitencial, os fiéis confessam exteriormente a sua culpa diante de Deus e assumem o propósito de conversão interior. Os olhos fixam-se em Jesus Cristo, que sofreu, morreu e ressuscitou pela nossa salvação.
Fonte: aqui

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publicado às 11:47

Os portugueses que nos querem ver gregos

por Zulmiro Sarmento, em 17.02.15

 

 
Logo a seguir ao futebol, as mais populares modalidades desportivas nacionais são bater no Cavaco e assinar manifestos. Por isso esta foi uma semana em cheio.
As festividades começaram quando o Presidente da República lembrou descaradamente um facto: os portugueses já emprestaram mil e cem milhões de euros à Grécia, fora trocos. Tamanha trivialidade perturbou as pessoas sensíveis, que a consideraram - a frase, não o empréstimo - inadmissível, na medida em que nada do que Cavaco Silva diz deve ser admitido (embora também não se tolere que Cavaco Silva esteja calado). A oposição falou em "humilhação do povo grego". E aquela senhora que liderava a meias o BE achou as afirmações perigosas, populistas, egoístas e uma ameaça ao "projecto europeu". Naturalmente, o "projecto europeu" consiste em fazer que os cidadãos de certos países trabalhem a fim de sustentar os que preferem dedicar-se a actividades paralelas como a subscrição de lengalengas em volta da palavra solidariedade.
A lengalenga do momento, sob a forma de carta aberta ao primeiro-ministro, reúne "destacadas personalidades" (sic) do calibre de Francisco Louçã, Carvalho da Silva, Pacheco Pereira, Octávio Teixeira e o conhecido benfiquista Bagão Félix. Essencialmente, trata-se do corpo de comentadores da Sic Notícias, ao qual, não sei porquê, faltam apenas Rui Santos e o trio de O Dia Seguinte.
E o que reza a carta? Reza que a austeridade é desagradável e exige a Pedro Passos Coelho que aproveite o pretexto grego para a mandar passear. Numa segunda leitura (e Deus sabe quanto me custou a primeira), a ideia é aliarmo-nos a quem nos pede dinheiro emprestado no combate a quem nos empresta. Isto não difere muito do sujeito que, ao ver-se assaltado, ajuda os ladrões a carregar o televisor e depois insulta a empresa que lho vendeu a crédito. Com a deliciosa agravante de que, no intervalo dos insultos, as filiais caseiras do Syriza suplicam por um crédito e um televisor novinhos.
Absurdo? Com certeza. E ainda nem referi a abdicação da famosa soberania pátria em favor do governo do Sr. Tsipras, que os subscritores da carta juram representar Portugal a sério. Imagine-se se estivessem a brincar.
ALBERTO GONÇALVES DN 2015.02.15
Vi aqui

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publicado às 12:44

Origem dos festejos do Carnaval

por Zulmiro Sarmento, em 16.02.15

 

 

A origem dos festejos de carnaval tem suas raízes em festas pagãs, que celebravam o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, ligadas às famosas saturnálias, de carácter orgíaco. Com o aparecimento da Quaresma, os dias que precediam o seu início encontraram outro motivo para a sua celebração: tirar a barriga de misérias, pois vinha aí o tempo de jejum e penitência. (aqui)


Há tempo para tudo. Estes dias são para viver os festejos carnavalescos.
Reavivar tradições, colocar máscaras, participar nos bailes da época e do local, apreciar à mesa as iguaria do tempo e da região, apreciar as marchas carnavalescas, etc.
Não é tempo para  "Quarenta Horas", nem para retiros ou outras admiráveis atividades. Logo a seguir surge a Quaresma e então, sim, mergulhemos em cheio no Mistério de Cristo, através da oração mais intensa, da caridade mais diligente, da conversão mais consistente, da renúncia mais abrangente.


Há tempo para tudo. Estes dias são do Carnaval.
Que a diversão seja sã e prenhe de humanidade, que a ofensa seja riscada, que a alegria seja compartilhada.


A partir de Quarta-Feira de Cinzas, outro tempo começará. Será um tempo para viver a tempo inteiro. Na alegria da subida rumo à Páscoa da Libertação.

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publicado às 13:19

As mulheres chegaram demasiado tarde?

por Zulmiro Sarmento, em 15.02.15

 

 
Frei Bento Domingues O.P.

1. Na paisagem pós-religiosa da Europa não foi necessária nenhuma heroicidade para organizar, em Paris – e noutras cidades -, a grande procissão para defender a liberdade de expressão, mesmo acerca das religiões. Nas Filipinas, 6 milhões foram participar com o Papa Francisco na celebração da Eucaristia para rezar e resistir ao imenso sofrimento dos pobres de todos os continentes, a blasfémia contra o ser humano.

Estava a pensar nisto quando deparei com dois livros, que vinham ao encontro de alguns temas que me preocupam. O primeiro [1] é de um bispo, carregado de doutoramentos e coordenador nacional do serviço do episcopado francês, no tocante à pastoral, às novas crenças e às derivas sectárias. Ao observar o que aparece nos meios de comunicação contra o cristianismo e contra a Igreja católica e, por outro lado, a velocidades com que o ateísmo e um certo paganismo alargam a sua influência, não ficou parado: procurou responder a essas críticas, corrigir os erros tantas vezes repetidos, a partir “do coração” do cristianismo.

Para atingir esse objectivo, o autor enfrentou os debates que foram sempre fundamentais: a obediência e a via da autoridade opostas à razão e à sabedoria; o próprio facto da Revelação, as dificuldades que envolvem a Incarnação e o antropocentrismo, sobretudo, o problema crucial do sofrimento e da morte.

Pode parecer pretensioso abranger as questões do ateísmo e do paganismo, na sua fonte, no seu contexto e evolução, até às objecções contemporâneas – ainda que tradicionais – feitas ao cristianismo: as guerras de Religião, a Inquisição, as cruzadas, as torpezas de certos papas, a pedofilia. No entanto, para o diálogo que os agentes de pastoral devem cultivar, com a maioria de crentes e não crentes - não são todos filósofos e teólogos -, é um instrumento muito útil.

2. O outro livro [2] não pertence nem ao campo da teologia nem ao da filosofia, mas ao da sociologia da religião, escrito por um especialista em Ciências da Informação. Recolhe os estudos e as estatísticas que, segundo o título, exprimem uma Europa sem religião, num mundo religioso.

Um vasto inquérito estatístico sobre os efectivos religiosos, as crenças e as práticas, em França, na Europa Ocidental e na América do Norte, tende a confirmar uma hipótese muito evocada nos últimos tempos: o declínio do cristianismo (católico, ortodoxo e protestante) e, também, do judaísmo.

Não é muito fácil reconhecer e encarar este fenómeno e, mais difícil ainda, aceitar que o futuro não repete o passado, imaginar novos tipos de presença e de comportamento. Esta paisagem contrasta com outros dois universos religiosos mais vistosos, ainda que incomparáveis termo a termo, isto é, o islão de inspiração salafista e o protestantismo pentecostal, em parte situados nas periferias do mundo pós-religioso.

Estes factos não são o fim da religião. Em África, na América do Sul, no sul dos Estados Unidos, na Ásia e na Europa Oriental, seja de que ponto de vista for, a religião é uma componente do quotidiano.

Acerca da Europa, o autor não aceita a tese dos que, perante a complexidade do fenómeno religioso, em vez de falarem do seu declínio, analisam a sua recomposição. O que é inegável, por exemplo no catolicismo, é o facto expresso no que dizia, com uma certa graça, o Arcebispo de Lyon: quando ordeno dois padres por ano, enterro vinte. Padres das dioceses e das congregações religiosas são cada vez menos. As religiosas, sejam de clausura ou da vida activa, seguem o mesmo rumo.

Esta situação leva a posições conservadoras bastante ridículas. São poucos os celibatários candidatos a ser ordenados padres. Os poucos não chegam para as encomendas. Muitos dos padres que se casaram, sobretudo depois do Vaticano II, gostariam de continuar o ministério para que estavam preparados. Foi-lhes recusada essa possibilidade. Aqui, começaram as subtilezas: padres casados, não, mas não haveria, em princípio, objecção à ordenação de homens casados, os apóstolos não eram solteiros. Acontece que nunca ordenam os que o desejam. Ficavam as mulheres, entre as quais haveria certamente vocações para diferentes ministérios. Mas essas, nunca! Todo o esforço de papas, bispos e cardeais – e dos teólogos de serviço - esgota-se num rol de incompatibilidades. Uma das mais ridículas consiste em dizer que o padre, ou o bispo, preside à Eucaristia à imagem de Cristo. Ora, este é homem. Nem pensam que, nesta lógica absurda, estão a roubar Cristo às mulheres cristãs.

O resultado prático de tudo isto não é brilhante. As comunidades cristãs, comunidades sacramentais, têm direito à Eucaristia, o sacramento dos sacramentos. Prefere-se aceitar este gravíssimo deficit a olhar de frente a inadequação da teologia que leva a não fazer nada. Existem algumas mulheres pastoras, luteranas, calvinistas ou anglicanas e raras são as rabinas liberais e presbíteras católicas dissidentes.

Diz-se que são poucas e chegaram tarde. Será que para as mulheres católicas estão à espera da 25ª hora?

Público, 08.02.2015

- - - -
[1] Denis Lecompte, Au coeur des objections antichrétiennes, Cerf, 2013
[2] Jean-Pierre Bacot, Une Europe sans religion dans un monde religieux, Cerf, 2013

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publicado às 21:51

ATÉ UMA VELA NOS PODE FAZER COMPANHIA

por Zulmiro Sarmento, em 15.02.15
 

O ser humano é, consabidamente, um «animal social».

Apesar dos contratempos da convivência, temos um pavor enorme da solidão.

Georg Lichtenberg confidenciou: «O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima».

Às vezes, a companhia de certas pessoas faz-nos desejar a solidão.

Outras vezes, o peso da solidão faz-nos aspirar pela presença das pessoas.

Somos assim: sempre nómadas, eternamente insatisfeitos.

Só Deus nos satisfaz inteiramente!

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publicado às 21:22

A maior e a mais convincente lição sobre o que é a fé

por Zulmiro Sarmento, em 11.02.15

 

Para mim tem servido bastante esta pequena história. Devendranath Tagore, é pai de um dos grandes escritores da minha vida Rabindranath Tagore, indu, que escreveu várias obras de poesia, conto e romance. Li para nunca mais esquecer o belíssimo romance «A casa e o mundo»... Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1913 e tornou-se mundialmente famoso graças ao seu livro de poemas Gitanjali («Oferenda Lírica»).   

 
«O homem só ensina bem o que para ele tem poesia»

Rabindranath Tagore

Um Céptico perguntou a Devendranath Tagore: 

- Sempre falas de Deus, mas tens provas de sua existência?

Devendranath apontou para uma luz:

- Sabes o que é isto?

- É uma luz - respondeu o céptico.

- Como sabes que é uma luz? - perguntou Devendranath.

- Eu a vejo, portanto, não há necessidade de prova.

- Então o mesmo se dá com a existência de Deus. Eu O vejo em mim, e fora de mim, eu O vejo dentro e através de cada coisa. Portanto, não há necessidade de prova.

E continuou:

- Enquanto a abelha se encontra no exterior das pétalas do lírio e não experimentou ainda a doçura de seu suco, ela plana em volta da flor e emite um zumbido. Mas, logo que ela penetra no seu interior; ela bebe silenciosamente o néctar. 

Quando alguém ainda estiver discutindo e especulando sobre uma doutrina e os dogmas religiosos, é por que ainda não experimentou o néctar da verdadeira fé. Por isso, faz silêncio e compreenderás! Onde o Espírito Eterno vem com a sua Luz, a nossa lâmpada terrestre já não é necessária. Pobres homens que creem que as miseráveis lâmpadas do intelecto humano dão mais luz que o doce cintilar das estrelas divinas!

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publicado às 12:51

Uma Leitura para Hoje

por Zulmiro Sarmento, em 11.02.15

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O XXIII DIA MUNDIAL DO DOENTE 2015


 


Veja aqui

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publicado às 10:46

ALGUMAS PISTAS QUE NÃO DEVE ESQUECER...

por Zulmiro Sarmento, em 09.02.15

11 de Fevereiro, Dia Mundial do Doente

 
Vamos celebrar, no próximo dia 11 de Fevereiro, o Dia Mundial do Doente, ocasião propícia para nos lembrarmos que devemos ajudar os que estão doentes. Na sua Mensagem para este Dia, o Santo Padre lembra-nos o exemplo de Job, em que ele diz: "Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo» (Job 29, 15).
Visitar e ajudar os que estão doentes é uma obra de misericórdia, mas há que seguir algumas normas, que deixo a seguir:
1. Não visitar os doentes sem um prévio aviso. Uma visita de surpresa pode ser agradável, porém
pode não ser útil ao doente. Pode tornar-se embaraçosa para ambos: o visitador e o doente.
2. Não fazer visitas a doentes com grande grupo de pessoas. O máximo de três visitantes devem entrar num quarto de doente. Mais do que isto multiplica o seu esforço, prejudicando, assim, a sua convalescença.
3. Não fazer a visita imediatamente após uma operação ou uma doença grave. Estando reduzida a sua vitalidade, o esforço requerido pode prejudicar o doente.
4. Não causar desconforto ao doente. Será melhor o visitante permanecer em frente ao doente, permitindo que seja visto sem esforço do mesmo.
5. O doente pode ficar incomodado e mesmo nauseado por perfumes fortes ou por flores de perfume activo. Flores em demasia podem prejudicar o doente.
6. Não alarmar o doente. O doente está, na maioria dos casos, ansioso acerca da doença e observa as reacções do visitador. Mesmo que o visitador se sinta ansioso, ele deve evitar expressá-lo.
7. Não levar alimentos aos gravemente enfermos, a não ser com permissão do pessoal clínico. Os hospitais têm a sua dieta, passada pelos médicos, apropriada ao doente.
8. Não se demorar demais. Na maioria das circunstâncias a visita deve demorar de 5 a 10 minutos.
Fonte: aqui

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publicado às 10:33

Qual o papel de Deus na vida e nos dramas do homem?

por Zulmiro Sarmento, em 06.02.15

 

 
O Livro de Job é um clássico da literatura universal. Além de uma extraordinária beleza literária, este livro apresenta uma bem elaborada reflexão sobre algumas das grandes questões que o homem de todos os tempos coloca a si próprio: qual o sentido da vida? Qual a situação do homem diante de Deus? Qual o papel de Deus na vida e nos dramas do homem? Qual o sentido do sofrimento?
Job, o herói desta história, é apresentado como um homem piedoso, bom, generoso e cheio de “temor de Deus”. Possuía muitos bens e uma família numerosa… Mas, repentinamente, viu-se privado de todos os seus bens, perdeu a família e foi atingido por uma grave doença.
A história dos dramas de Job serve para introduzir uma reflexão sobre um dogma intocável da fé israelita: o dogma da retribuição. Para a catequese tradicional de Israel, a atitude de Deus em relação aos homens estava perfeitamente definida: Jahwéh recompensava os bons pelas suas boas obras e os maus recebiam sempre um castigo exemplar pelas injustiças e arbitrariedades que praticavam. A justiça de Deus – realizada sempre nesta terra – era linear, previsível, lógica, imutável. Jahwéh é, de acordo com esta catequese, um Deus definido, previsível, que Se limita a fazer a contabilidade das acções boas e das acções más do homem e a pagar-lhe em consequência.
No entanto, a vida punha em causa esta visão “oficial” de Deus e da sua acção na vida do homem. Constatava-se, com alguma frequência, que os maus possuíam bens em abundância e viviam vidas longas e felizes, enquanto que os justos eram pobres e sofriam por causa da injustiça e da violência dos poderosos. O dogma acabava, sobretudo, por ser totalmente posto em causa pelo problema do sofrimento do inocente: se um homem bom, piedoso, que teme o Senhor e que vive na observância dos mandamentos sofre, como explicar esse sofrimento?
O Livro de Job reflecte, precisamente, sobre esta questão. O herói (Job) discorda da teologia tradicional (no livro, apresentada por quatro amigos, que procuram explicar a Job que o seu sofrimento tem de ser o resultado lógico das suas faltas) e, a partir da sua própria experiência, denuncia uma fé instalada em preconceitos e em teorias abstractas que não tem nada a ver com a vida. Ele não aceita as falsas imagens de Deus fabricadas pelos teólogos profissionais, para quem Deus não passa de um comerciante que paga conforme a qualidade da mercadoria que recebe…
Como não pode aceitar esse deus falso, Job parte em busca do verdadeiro rosto de Deus. Numa busca apaixonada, emotiva, dramática, veemente, temperada pelo sofrimento, marcada pela rebeldia e, às vezes, pela revolta, Job chega ao “face a face” com Deus. Descobre um Deus omnipotente, desconcertante, incompreensível, que ultrapassa infinitamente as lógicas humanas; mas descobre, também, um Deus que ama com amor de Pai cada uma das suas criaturas. Job reconhece, então, a sua pequenez e finitude, a sua incapacidade para compreender os projectos de Deus. Reconhece que ele não pode julgar Deus, nem entendê-l’O à luz da lógica dos homens. A Job, o homem finito e limitado, só resta uma coisa: entregar-se totalmente nas mãos desse Deus, incompreensível mas cheio de amor, e confiar plenamente n’Ele. E é isso que Job faz, finalmente.
Fonte:  aqui

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publicado às 15:13



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