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II DOMINGO DA QUARESMA – 1 de Março de 2015

por Zulmiro Sarmento, em 28.02.15

 

II DOMINGO DA QUARESMA – 1 de Março de 2015

“… E DA NUVEM FEZ-SE OUVIR  UMA VOZ:

«ESTE É O MEU FILHO MUITO AMADO. ESCUTAI-O.»”

  (Mc 2, 14-15)

I LEITURA - Gen 22, 1-2.9a.10-13.15-18

A fidelidade e as tentações de Abraão.

Leitura do Livro do Génesis
Naqueles dias, Deus quis pôr à prova Abraão e chamou-o: «Abraão!». Ele respondeu: «Aqui estou». Deus disse: «Toma o teu filho, o teu único filho, a quem tanto amas, Isaac, e vai à terra de Moriá, onde o oferecerás em holocausto, num dos montes que Eu te indicar. Quando chegaram ao local designado por Deus, Abraão levantou um altar e colocou a lenha sobre ele. Depois, estendendo a mão, puxou do cutelo para degolar o filho. Mas o Anjo do Senhor gritou-lhe do alto do Céu: «Abraão, Abraão!». «Aqui estou, Senhor», respondeu ele. O Anjo prosseguiu: «Não levantes a mão contra o menino, não lhe faças mal algum. Agora sei que na verdade temes a Deus, uma vez que não Me recusaste o teu filho, o teu filho único». Abraão ergueu os olhos e viu atrás de si um carneiro, preso pelos chifres num silvado. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto, em vez do filho. O Anjo do Senhor chamou Abraão do Céu pela segunda vez e disse-lhe: «Por Mim próprio te juro – oráculo do Senhor – já que assim procedeste e não Me recusaste o teu filho, o teu filho único, abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar, e a tua descendência conquistará as portas das cidades inimigas. Porque obedeceste à minha voz, na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra».
Palavra do Senhor.

SALMO – 115 (116), 10 e 15. 16-17.18-19 (R. Salmo 114 (115), 9)

 Refrão: Andarei na presença do Senhor  sobre a terra dos vivos. Repete-se

 Ou: Caminharei na terra dos vivos na presença do Senhor. Repete-se

Confiei no Senhor, mesmo quando disse:
«Sou um homem de todo infeliz».
É preciosa aos olhos do Senhor
a morte dos seus fiéis. Refrão

Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva:
quebrastes as minhas cadeias.
Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor,
invocando, Senhor, o vosso nome. Refrão

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor
na presença de todo o povo,
nos átrios da casa do Senhor,
dentro dos teus muros, Jerusalém. Refrão

II LEITURA - Rom 8, 31b-34

O dom de Jesus Cristo.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Se Deus está por nós, quem estará contra nós? Deus, que não poupou o seu próprio Filho, mas O entregou à morte por todos nós, como não havia de nos dar, com Ele, todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus, se Deus os justifica? E quem os condenará, se Cristo morreu e, mais ainda, ressuscitou, está à direita de Deus e intercede por nós?
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO

Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se

No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». Refrão

EVANGELHO - Mc 9, 2-10

A transfiguração.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles. As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear. Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias». Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados. Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O». De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles. Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos. Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
Palavra da salvação.

TRANSFIGURAR-SE

O segundo domingo da Quaresma está centrado no Evangelho da transfiguração. De facto, este tempo é tradicionalmente chamado tempo de conversão e, tranfigurar-se outra coisa não é do que, à luz de Cristo, encontrar um sentido novo para a vida e marcar todos os caminhos pelas exigências do Evangelho. A conversão reclama depois a fidelidade de que é modelo Abraão. Por isso a liturgia começa por descrever o sacrifício de Isaac, prova indiscutível da fidelidade daquele que foi classificado como pai da fé (1ª leitura). O sacrifício de Isaac porém, outra coisa não é do que o anúncio profético do sacrifício de Cristo. Deus, na sua extrema bondade pelos homens, não hesitou em oferecer-lhes o seu próprio Filho que, “sendo de condição divina, se humilhou a si mesmo tomando a forma humana e sendo sacrificado na cruz” (Fil 2, 8). O gesto de Abraão anuncia o gesto de Deus Pai a oferecer em sacrifício o seu Filho Jesus (2ª leitura). O Evangelho, ao descrever a transfiguração, permite entender que Jesus veio para levar à perfeição, na sua missão redentora, toda a Lei e os Profetas.

1. O sacrifício de Isaac
Abraão, na sua velhice, por vontade de Deus, teve um filho, Isaac. Nele se cumpria a promessa de Deus de que Abraão seria o pai de um grande povo (cf. Gn 17, 20). É então, incompreensível que Deus peça a Abraão o sacrifício do seu filho. Mas Abraão é fiel e sobe ao monte preparando-se para sacrificar Isaac. Deus porém suspendeu o braço de Abraão. Isaac foi salvo e em sua vez foi imolado um cordeiro. É preciso compreender esta estranha proposta de Deus. Abraão vinha da Caldeia onde era norma sacrificar os filhos aos deuses. Para cumprir a tradição que ele conhecia pensa que Deus lhe pede o sacrifício do filho. Deus, porém, em Abraão altera todos os ritos. Isaac é salvo e o sacrifício é feito com um cordeiro. A simbologia é extremamente bela, porque quer o filho de Deus, simbolizado em Isaac, quer o cordeiro, outra coisa não são do que o anúncio do sacrifício redentor que Jesus Cristo, Cordeiro Pascal, vai celebrar.

2. O sacrifício redentor de Cristo
Os cristãos sabem que têm um intercessor em Jesus Cristo. Referindo-se em tudo à Pessoa de Jesus, que deu a vida no sacrifício do Calvário, os cristãos sabem que serão justificados. Por causa do sacrifício de Cristo já não tem lugar a condenação, desde que se aceite a mensagem de que Jesus é portador. De facto, “se Deus está por nós quem é que pode estar contra nós?” (Rm 8, 31). E Deus deu-nos o Seu Filho, entregue à morte para que todos sejamos salvos. A salvação é a razão do sacrifício de Cristo.

3. A transfiguração dos homens
Esta página do Evangelho não se refere apenas a Jesus que, no alto do monte, se revela filho muito amado de Deus. Presente e transfigurado entre Moisés e Elias, Ele é a síntese de toda a Lei e dos Profetas. Síntese esta que se reconhece na voz de Deus “este é o meu Filho muito amado no qual pus todo o meu amor” (Mc 9, 7). Os Apóstolos, Pedro, Tiago e João, pensaram ficar por ali, no alto do monte, a contemplar. Jesus, porém, convidou-os a descer até ao convívio de todos os homens para lhes anunciarem que Jesus é o Filho de Deus. Com a transfiguração de Jesus são os discípulos que se transfiguram em Apóstolos.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto

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publicado às 13:29

UMA LIÇÃO DE HUMILDADE

por Zulmiro Sarmento, em 25.02.15
 
 

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Um psicólogo fingiu ser varredor durante 1 mês e viveu como um ser invisível.

O psicólogo social (FB da Costa?) vestiu a farda de varredor durante 1 mês e varreu as ruas da Universidade de São Paulo, onde é professor e investigador, para concluir a sua tese de mestrado sobre 'invisibilidade pública'. Ele procurou mostrar com a sua investigação a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente condicionada pela divisão social do trabalho, onde se valoriza somente a função social e não a pessoa em si. Quem não está bem posicionado sob esse critério, torna-se uma mera sombra social.
Constatou que, aos olhos da sociedade, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'.
...
Ele trabalhava apenas meio dia como varredor, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas, mas garante que teve a maior lição de sua vida: “Descobri que um simples BOM DIA, que nunca recebi como varredor, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”, explica o investigador. Diz que sentiu na pele o que é ser tratado como um objecto e não como um ser humano. “Os meus colegas professores que me abraçavam diariamente nos corredores da Universidade passavam por mim e não me reconheciam por causa da farda que eu usava.”

- O que sentiu, trabalhando como varredor?
Uma profunda angústia.
Uma vez, um dos varredores convidou-me para almoçar no refeitório central. Entrei no Instituto de Psicologia para levantar dinheiro, passei pelo piso térreo, subi as escadas, percorri todo o segundo andar, passei pela biblioteca e pelo centro académico, onde estava muita gente conhecida. Fiz todo esse percurso e ninguém EM ABSOLUTO ME RECONHECEU. Fui inundado de uma indescritível tristeza.

- E depois de um mês a trabalhar como varredor? Isso mudou?
Fui-me habituando a ser ignorado. Quando via um colega professor a aproximar-se de mim, eu até parava de varrer, na esperança de ser reconhecido, mas nem um sequer olhou para mim.

- E quando voltou para casa, para o seu mundo real, o que mudou?
Mudei substancialmente a minha forma de pensar. A partir do momento em que se experiencia essa condição social, não se esquece nunca mais. Esta experiência mudou a minha vida, curou a minha doença burguesa, transformou a minha mente. A partir desse dia, nunca mais deixei de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe, que é importante, que tem valor.
Aprendi verdadeiramente, com esta experiência, o valor da dignidade.
 

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publicado às 12:50

MENOS CONFISSÃO, MAIS «CONFISSÕES»

por Zulmiro Sarmento, em 24.02.15
 

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  1. As pessoas vão menos à Confissão, o que não quer dizer que se «confessem» menos.

Acontece que a confissão, para muitos, deixou de se fazer na igreja. Passou a fazer-se mais com os amigos. Ou, então, na televisão, no blogue, no «facebook» ou no «twitter».

 

  1. Esta «confissão» tanto pode ser confidência como puro exibicionismo. E o «confessor» tanto pode ser uma única pessoa como um grupo ou até uma multidão.

A assiduidade é incomparavelmente maior. As pessoas não se «confessam» de tempos a tempos, mas quase a todo o instante.

 

  1. A «matéria» da «confissão» já não é o pecado; é o que, indistintamente, preenche a vida.

Para não poucos, «confessar-se» é expor-se em público.

 

  1. Não há qualquer esboço de autocrítica. Tudo o que cada um «confessa» sobre si tende a ser apresentado como irrepreensível.

Não há, por isso, lugar para «arrependimentos» ou «propósitos de emenda». O tom destas «confissões» é, geralmente, de autopromoção.

 

  1. O negativo fica por conta dos outros. É que alguns não se «confessam» só a si; «confessam» também os outros.

E, aí, já transbordam as fraquezas, profusamente debitadas sob o manto da intriga, da insinuação e até da calúnia. Tudo isto sem o menor decoro ou quaisquer pedidos de perdão.

 

  1. Enquanto na igreja o pecador sai transfigurado, aqui o infractor é, eterna e impiedosamente, denunciado.

Por muito arrependido que esteja, o que cometeu um desvio é sempre visto como um corrupto, o que mentiu uma vez é sempre tido por mentiroso, etc.

 

  1. Eis, em suma, como procede uma sociedade que até se diz tolerante.

Trata-se, contudo, de uma sociedade que não perdoa o menor deslize, mostrando-se — para todo o sempre — implacável com quem fraqueja.

 

  1. Como é diferente — e muito mais bela — a pedagogia do Sacramento da Reconciliação.

A pessoa é acolhida na sua verdade, respeitada na sua intimidade e apoiada na sua disponibilidade para mudar.

 

  1. Na Confissão, entra-se um e sai-se outro.

Não é um branqueamento; é uma verdadeira transformação.

 

  1. Há quem diga que se confessa imediatamente a Deus. Sucede que, como vincou Karl Rahner, Deus quis optar por uma «imediatez mediada».

O Seu perdão é oferecido por intermédio de Cristo. E Cristo, hoje, está presente na Igreja, que é o Seu Corpo (cf. 1Cor 12).

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publicado às 13:07

15 simples atos de caridade de que nos costumamos esquecer

por Zulmiro Sarmento, em 24.02.15

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1. Sorrir Um cristão sempre é alegre. Às vezes podemos nem perceber, mas, ao sorri, aliviamos a carga dos que estão ao nosso redor: na rua, no trabalho, em casa, na faculdade. A felicidade do cristão é uma bênção para os outros e para si mesmo. 2. Agradecer Nunca se acostume a receber as coisas, mesmo “porque você precisa” ou “porque tem direito” a elas. Receba tudo como um presente, mesmo se estiver pagando por isso. Agradeça sempre. A pessoa agradecida é mais feliz. 3. Recordar às pessoas o quanto você as ama Você sabe que os ama. Mas… e eles? Carinho, abraços e palavras nunca são demais. Se Jesus não se tivesse feito carne, nós jamais teríamos entendido que Deus é amor. 4. Cumprimentar essas essoas que você vê diariamente O porteiro, a faxineira, a recepcionista, o vizinho. Ao cumprimentá-los, você lhes recorda o quanto são importantes e o quanto você os valoriza. 5. Escutar a história das pessoas sem preconceito O que é que pode nos tornar mais humanos do que saber escutar? Cada história que lhe contam o unem mais aos outros: seus filhos, seu cônjuge, seu chefe, o professor, suas preocupações e alegrias. Você sabe que não são só palavras, mas partes da sua vida que precisam ser compartilhadas. 6. Parar para ajudar Não interessa se é um problema de matemática, uma simples pergunta ou alguém com fome na rua. Ajuda nunca é demais. Todos nós precisamos uns dos outros. 7. Motivar as pessoas Sabe aquele amigo que não anda muito bem? Tente arrancar um sorriso dele, para aliviar seu desânimo e ver que nem tudo na vida é ruim. É sempre bom saber que existe alguém que nos ama e que está ao nosso lado. 8. Comemorar as qualidades e conquistas dos outros Nunca deixe de celebrar as alegrias das pessoas que convivem com você, suas qualidades, conquistas, boas ações. Simples frases como “Parabéns!”, “Fico feliz por você”, “Você fica bem com essa cor”, podem alegrar o dia de uma pessoa. 9. Doar as coisas que você não usa Vale a pena fazer uma faxina no armário e separar algumas coisas para a doação. Isso ajuda a valorizar o que temos, engrandece nosso coração e pode fazer outras pessoas felizes. 10. Ajudar para que outra pessoa descanse Isso pode ser vivido especialmente nas famílias. Você pode começar a fazer a tarefa de outra pessoa para que ela possa descansar, ou antes de que ela lhe peça ajuda. A vida fica mais leve quando nos ajudamos mutuamente nas responsabilidades cotidianas. 11. Corrigir com amor Corrigir é uma arte. Muitas vezes nos encontramos em situações com as quais não sabemos lidar. O melhor método é o amor. O amor não somente sabe corrigir, mas também perdoar, aceitar e seguir em frente. Não tenha medo de corrigir e ser corrigido, isso é uma demonstração de que os outros gostam de você e querem que você seja melhor. 12. Ser detalhista com os que estão perto de você Se você sabe do que aquela pessoa gosta, por que não aproveitar isso para fazê-la feliz? Tudo o que é dado com amor é melhor. Sair de si mesmo e pensar nos outros é maravilhoso e alegra o coração. 13. Limpar o que você usa em casa Na vida familiar, isso é essencial para não sobrecarregar ninguém. Faça a sua parte, e faça com carinho. Você se sentirá alegre e em paz com isso. 14. Ajudar os outros nas suas dificuldades Carregar uma sacola, ajudar uma pessoa a atravessar a rua, pagar o almoço a alguém… São muitos detalhes ao seu alcance, e as pessoas não vão se esquecer do bem que você lhes fez. Demonstre que você ainda acredita na humanidade. 15. Ligar para os seus pais Talvez você more sozinho ou inclusive já tenha sua própria família. No entanto, seus pais ainda se emocionam ao ver que você se lembra deles. Estar atento ao que eles precisam ou simplesmente ligar para saber como estão é algo que não custa muito e é um gesto de gratidão enorme.

 

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publicado às 12:59

ARREPENDEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15

 

ARREPENDEI-VOS E ACREDITAI NO EVANGELHO-22 de Fevereiro e 2015

1. Durante séculos, no início da Quaresma, em Quarta-Feira de Cinzas, o rito da imposição das cinzas tinha esta fórmula: “Lembra-te ó homem que és pó e que em pó te hás-de tornar”. Era o convite a que cada cristão pensasse na morte e através desse tempo de reflexão ensaiasse fórmulas de mudança de vida. Com o Concílio Vaticano II, a renovação litúrgica propôs uma fórmula diferente, não centrada no pensamento da morte mas no desafio missionário que é a marca dos cristãos. A fórmula da imposição das cinzas é agora assim: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”. De facto, não basta pensar nos erros cometidos e na urgência de uma conversão: é fundamental viver os valores do Evangelho e depois anunciá-lo em toda a parte pelo testemunho de vida e pela acção missionária. Não pode esquecer-se “que o sonho missionário é para todos”. O Papa Francisco, na sua mensagem para a Quaresma de 2015, refere quatro atitudes no caminho que percorremos para a Páscoa:

 O arrependimento pessoal e comunitário vencendo todas as formas de egoísmo constitui o primeiro passo para vencer a globalização da indiferença. É o mesmo Papa que diz que “a caridade fraterna é uma ilha de esperança no oceano da indiferença generalizada”.

 A consciência de que quando alguém sofre os cristãos sofrem com ele. Esta certeza nasce do facto de sermos Igreja, corpo místico de Cristo, em que todos somos membros uns dos outros, e que com os outros estamos nas alegrias e nos sofrimentos. É esta a essência da Igreja de Jesus.

 A preocupação pelos outros leva a perguntar onde está o meu irmão? Esta é responsabilidade das comunidades cristãs, não ficarem à espera daqueles que sofrem, mas ir em busca deles para os ajudar no concreto das suas vidas.

 Para tudo isto é fundamental a fortaleza do coração. Só com um coração novo, atento aos outros, se pode exercer a caridade verdadeira, aquela em que os problemas dos outros são assumidos com generosidade. Com razão o profeta Ezequiel dizia “Senhor, tira do meu peito o coração de pedra, põe nele um coração de carne, capaz de amar”.

A mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2015 tem então duas linhas de acção: a da conversão pessoal e comunitária com total mudança de vida; e a do serviço aos irmãos, sobretudo os mais pobres e os que mais sofrem.

2. O itinerário quaresmal convida os cristãos a percorrerem ao longo de seis semanas um caminho de autêntica renovação de vida. Começa-se por procurar vencer as tentações no difícil mundo que nos rodeia. Aponta-se depois um projecto, a transfiguração completa da vida. Exige-se, logo a seguir, a purificação do templo que cada um é, uma vez que “Somos templo de Deus que habita em nós”. Continua-se, depois, com a afirmação da fé, seguindo o exemplo de Nicodemos, que não teve medo de procurar Jesus. Aceita-se, então, dar a vida pelos grandes valores do Evangelho, porque “se o grão de trigo não morrer, não pode dar fruto”. Termina-se com a consagração da vida significada na entrada na Nova Jerusalém e na entrega da vida na cruz de cada dia. É um itinerário de grande beleza.

 O ponto de partida – Jesus, antes de começar a vida pública, esteve 40 dias no deserto e ali foi tentado pelo demónio. Os cristãos têm um sonho missionário, uma missão para realizar, mas, envolvidos nas inúmeras tentações do mundo actual, devem aprender com Jesus a vencê-las. Só assim serão melhores. – 1º Domingo.

 O projecto indispensável – Na transfiguração, no Monte Tabor, Jesus faz a síntese do Antigo Testamento, convidando os discípulos a descerem para o mundo recriando a Lei e os Profetas. Os cristãos têm hoje um sonho, transfigurar o mundo com os valores do Evangelho. Só com responsabilidade missionária o poderão fazer. – 2º Domingo.

 A purificação necessária – Foi violenta a entrada de Jesus no Templo deitando abaixo as bancas dos cambistas e dizendo que aquela casa não era lugar de negócios. Os cristãos deverão libertar-se de todas as “cangas” que os impedem de ser fiéis a Jesus Cristo e de transformarem os ambientes em que vivem. – 3º Domingo.

 Reafirmar a fé – Jesus escutou Nicodemos, um homem preocupado e que queria conhecê-l’O. Foi uma conversa fundamental para aquele sinedrita que acabou amigo de Jesus. Os cristãos têm de encontrar-se muitas vezes com Jesus, conversar com Ele, aceitar as suas sugestões para assim crescerem na fé e afirmá-la sem medo. – 4º Domingo.

 A conversão também pede sofrimento – A palavra é de Jesus “se o grão de trigo não morrer, nunca poderá dar fruto”. Os cristãos terão de aperceber-se que viver a sua fé não é nada fácil, sofrerão incompreensões e por vezes até um certo martírio. Mas é este sacrifício no ser cristão que gera novas vidas para a prática do Evangelho. Em pleno terceiro milénio continua a haver muita gente a morrer por Cristo, e o sangue dos mártires é semente de novos cristãos (cf Tertuliano). – 5º Domingo.

 A alegria e a dor na vida cristã – Jesus é aclamado na entrada de Jerusalém pela mesma multidão que cinco dias depois pedirá para Ele a morte e a morte de cruz. O cristão não pode deixar de saber que a vida na fé, sendo fonte de alegria, traz consigo muitas vezes incompreensão, marginalização e até perseguições. – 6º Domingo.

É este o itinerário litúrgico da Quaresma, segundo S. Marcos. Seria maravilhoso que cada cristão aproveitasse estas seis semanas para rever-se à luz do Evangelho e assim encetar uma vida nova que o afirme melhor como cristão na cidade dos homens. Se todos os cristãos afirmarem a sua fé com coragem, generosidade e alegria, a cidade dos homens poderá voltar a ser cristã.

3. Toda a Quaresma está dominada por três grandes coordenadas que acompanham este tempo privilegiado de conversão. Foi o desafio de Quarta-Feira de Cinzas com o lindíssimo texto de S. Mateus no seu capítulo 6. Neste tempo de oração e penitência ninguém pode ser hipócrita, não pode fazer nada para ser visto pelos homens, caso contrário não recebe de Deus qualquer recompensa. Se o mundo está marcado por três falsos absolutos, o ter, o poder e o prazer, os cristãos têm que lhes contrapor a esmola, a oração e o jejum.

 A esmola contraria o ter, uma vez que convida à partilha generosa com os mais pobres, com os que mais sofrem, com os desempregados, com os idosos, com todos os que não têm recursos.

 A oração contraria o poder, uma vez que só em Deus se encontra quem tem a maior autoridade sobre o ser humano. Ele é Pai, ama todos os humanos, garante-lhes o pão, afirma-lhes o perdão e dá a todos a liberdade. São estes os bens que se pedem no Pai-Nosso.

 O jejum contraria o prazer, uma vez que há muitas coisas a que se pode renunciar a fim de se estar disponível para quantos precisam de ajuda.

Que cada cristão saiba inventar as formas de partilha, de oração e de renúncia neste tempo santo da Quaresma.

4. A conversão não é só pessoal, é também comunitária. Por isso se propõem formas diversas de vivermos na vida da comunidade paroquial o sonho missionário, de conversão, que é para todos.
Pe. Vítor Feytor Pinto

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publicado às 12:20

uma mãe a falar da fé

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15

 


 


Foi-me dito por uma mãe de uma idade próxima aos quarenta, após um encontro com os pais daqueles que vão fazer a festa da vida e durante o qual se falou abertamente sobre questões de vida e de fé. Reproduzo-o porque me deslumbrou o que me contou. Não vou conseguir usar tão bem das palavras que ela usou. Mas foi mais ou menos assim. Senhor padre, eu queria tanto, mas tanto, que os meus filhos percebessem em mim a importância de ter fé, que às vezes até exagero. Procuro testemunhá-lo com a vida, mas ainda assim eles não conseguem perceber-me, e fico triste. Porém não desisto. Compreendo que não lhes posso impor nada e que eles estão numa fase complicada. O mais velho tem quinze anos. Vem de uma hora de catequese e diz que não aprendeu nada ou que não se lembra. Que não entende porque tem de ir à catequese. E há uns dias tiveram um grande diálogo em casa sobre estes assuntos. E que lhe disse: meu filho, enquanto tu tiveres tudo para te sentires satisfeito e preenchido, é óptimo. Mas quando deixares de o ter, também podes continuar a sentir-te satisfeito e preenchido. É isso que a fé faz. Por isso ela é tão importante.

Fiquei de boca à banda com o que ela falou ao filho. É mesmo isso que faz a fé. E para atestá-lo estão milhares de homens e mulheres que, embora ficando sem nada, envelhecendo, perdendo as capacidades e as forças da vida, continuam com uma vida cheia, preenchida e satisfeita, porque a fé lhes dá o que as outras coisas já não conseguem dar. Claro que a fé não é supletiva. Ela não substitui. Preenche. Preenche a vida.

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publicado às 12:10

TEMPO DE PENITÊNCIA, MAS NÃO DE TRISTEZA

por Zulmiro Sarmento, em 23.02.15
 

Eis-nos chegados, uma vez mais,

ao tempo da conversão,

ao tempo da mudança,

ao tempo da transformação.



Quaresma é tempo de penitência,

mas não é tempo de tristeza.



É oportunidade de sermos diferentes,

de nos abrirmos a Deus

e de pensarmos mais nos outros.



É convite a vencermos o egoísmo

e a partilharmos o que somos e o que temos

com os que mais sofrem.



É sermos o sorriso de Deus na penumbra triste do mundo.

É sermos o ombro onde repousam as mágoas de tantos corações.

É sermos o rosto onde desagua o pranto de tantas vidas.



A Quaresma não nos rouba a alegria

e até nos pode acrescentar felicidade.



Vamos fazer jejum e abstinência da comida e da bebida,

mas também das palavras agressivas e dos sentimos violentos.



Vamo-nos abster da superficialidade e do egoísmo,

dos juízos apressados e dos julgamentos implacáveis.



Vamos acompanhar Jesus pelo deserto e pelas ruas de Jerusalém.

Ele acompanha-nos em cada instante da nossa vida.



Vamos acolher o dom.

Vamos ser dom.

Vamos ser a ressonância do grande dom, do único dom:

JESUS!

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publicado às 11:36

I DOMINGO DA QUARESMA – 22 de Fevereiro de 2015

por Zulmiro Sarmento, em 21.02.15

 

I DOMINGO DA QUARESMA – 22 de Fevereiro de 2015

«ESTEVE NO DESERTO QUARENTA DIAS.

DEPOIS PARTIU PARA A GALILEIA

E COMEÇOU A PREGAR O EVANGELHO DIZENDO:

ARREPENDEI-VOS E ACREDITAI.»

                                                                                            (Mc 1, 14-15)

I LEITURA - Gen 9, 8-15

A aliança de Deus com Noé.

Leitura do Livro do Génesis
Deus disse a Noé e a seus filhos: «Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra. Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra». Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras: farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra. Sempre que Eu cobrir a terra de nuvens e aparecer nas nuvens o arco, recordarei a minha aliança convosco e com todos os seres vivos e nunca mais as águas formarão um dilúvio para destruir todas as criaturas».
Palavra do Senhor.

SALMO – 24 (25), 4bc-5ab. 6-7bc. 8-9 (R. cf. 10)

 Refrão: Todos os vossos caminhos, Senhor,  são amor e verdade
para os que são fiéis à vossa aliança. Repete-se

 Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador. Refrão

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor. Refrão

O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer a sua aliança. Refrão

II LEITURA - I Pedro 3, 18-22

S. Pedro faz nesta leitura a comparação entre o dilúvio e o baptismo. A água baptismal, à semelhança da água do dilúvio, destroi o pecado e faz renascer para uma vida nova.

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
Caríssimos: Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito. Foi por este Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão da morte e tinham sido outrora rebeldes, quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, oito apenas, se salvaram através da água. Esta água é figura do Baptismo que agora vos salva, que não é uma purificação da imundície corporal, mas o compromisso para com Deus de uma boa consciência; ele vos salva pela ressurreição de Jesus Cristo, que subiu ao Céu e está à direita de Deus, tendo sob o seu domínio os Anjos, as Dominações e as Potestades.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO - Mt 4, 4b

Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Senhor. Repete-se

Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Refrão

EVANGELHO - Mc 1, 12-15

O Espírito conduz Jesus para o deserto para os quarenta dias de preparação da sua vida pública.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Palavra da salvação.

UMA NOVA RELAÇÃO COM DEUS

A liturgia deste primeiro domingo da Quaresma contém três palavras cujo significado é fundamental no cmainho da Quaresma que agora se está a percorrer: a Aliança, o Reino, o Baptismo. De muitas formas e em muitos tempos Deus estabeleceu Aliança com os homens. A primeira vez que esta Aliança é firmada depois do pecado de Adão é na maravilhosa alegoria do dilúvio. Deus não quer ser mais alguém que castiga, mas afirma-se alguém que perdoa e que ama (1ª leitura). Jesus anuncia um Reino de amor, afirmando com toda a clareza que está próximo o Reino de Deus, pelo que pede que todos se arrependam e acreditem no Evangelho (Evangelho). Os cristãos já participam da Redenção e o sinal de que aderiram ao projecto de Deus está no Baptismo, com a água que não limpa das impurezas mas que revela a beleza da comunhão com Deus (2ª leitura). Todos poderiam cantar “como o veado anseia pelas águas vivas, assim anseio por vós meu Deus”.

1. A Aliança com Deus
A alegoria do dilúvio é das histórias mais belas contadas pelo Génesis. A humanidade tornara-se pecadora. Alguns conseguiam manter-se fiéis a Deus. Tornou-se urgente a purificação que se opera pelas águas que tudo alagam. Trata-se de uma linguagem simbólica para explicar as tempestades mas a que o povo do Oriente atribuía poder castigador de Deus. Deus que ama o seu povo, na linguagem bíblica é um Deus que salva os que se mantém fieis. Noé e outros escolhidos sobrevivem na Arca. Quando as chuvas pararam é enviado um corvo que regressa à arca envolto ainda na ecuridão. Por três vezes é depois enviada uma pomba. A primeira, volta à arca porque em nenhum lugar pôde pousar; a segunda é portadora de um ramo de oliveira e a terceira já não precisa de voltar. A paz desceu à terra e Deus estabaleceu com o Povo uma Aliança significada no arco-íris. Deus revela-se um Deus de perdão, um Deus de paz.

2. Está próximo o Reino de Deus
Há agora um novo sinal da Aliança, é Jesus Cristo o próprio Filho de Deus. Antes de iniciar a sua missão salvífica isola-se em oração no deserto da Judeia. Vence todas as tentações para que os humanos aprendam a vencê-las também. Não ceder ao ter, ao poder e ao prazer é um desafio feito aos que seguirem Jesus Cristo. Começando a vida pública na Galileia, Jesus afirma que se cumpriu o tempo, que está próximo o Reino de Deus. Para alguém participar no Reino, deverá arrepender-se e acreditar no Evangelho. O grande sinal da Aliança será Jesus que vencerá a própria morte.

3. O Baptismo, sinal de Ressurreição
Para concluir a linguagem liturgica deste primeiro domingo da Quaresma, vale a pena centrar a vida do cristão no seu Baptismo. É pelo Baptismo que o cristão participa na salvação operada por Cristo. Ele que de uma vez por todas salvou a humanidade do pecado, Ele que venceu a morte, Ele que voltou à vida. Os cristãos porque com Cristo firmaram uma Aliança, vivem para sempre a alegria de filhos de Deus.

Monsenhor Vítor Feytor Pinto

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publicado às 13:33

Cruzadas, Inquisição e Guerra contra as Mulheres: é hora de derrubar mitos

por Zulmiro Sarmento, em 21.02.15

 

 
O que você precisa saber para responder às falsidades metralhadas contra a Igreja
Constantinople besieged
Leia aqui

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publicado às 12:39

Jejum e abstinência

por Zulmiro Sarmento, em 20.02.15

 

 
O jejum consiste em fazer uma só refeição forte ao dia.
A abstinência consiste em não comer carne.
A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa são dias de abstinência e de jejum.
Cada Sexta-Feira da Quaresma  é dia de abstinência.
A abstinência é obrigatória a partir dos quatorze anos e o jejum dos dezoito aos cinquenta e nove anos de idade.

Jejum. Qual o motivo?
É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o jejum e a conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem de Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o desprendimento do que se poderia definir como "atitude consumista".
Tal atitude veio a tornar-se nosso tempo uma das características da civilização ocidental. O homem, orientado aos bens materiais, muito frequentemente abusa deles. A civilização  mede-se então segundo quantidade e a qualidade das coisas que estão em condições de prover ao homem e não se mede segundo a  medida adequada ao homem.
Esta civilização de consumo fornece os bens materiais não somente para que sirvam o homem em ordem a desenvolver as atividades criativas e úteis, mas cada vez mais para satisfazer os sentidos, a excitação que deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez maior.
O homem de hoje deve abster-se de muitos meios de consumo, de estímulos, de satisfação dos sentidos, jejuar significa abster-se de algo. O homem é ele mesmo quando consegue dizer a si mesmo: Não.
Não é uma renúncia pela renúncia, mas para melhor e mais equilibrado desenvolvimento de si mesmo, para viver melhor os valores superiores, para o domínio de si mesmo.

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publicado às 11:50

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