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Esta noite a angústia
não quis encontrar o sono
Toda a noite perguntei
como
Como levar paz onde há guerra
como levar concórdia
onde há cólera
sete de janeiro em Paris
diz-nos é impossível
para o amor não há lugar
tudo é ódio
Sempre acreditei
que ser muçulmano
é ser bom crente
que ser judeu é um privilégio
que o cristianismo é Cristo que se repete
de geração em geração dizendo
sede irmãos
Sempre acreditei
que quem não tem fé
não é um ateu
mas alguém à espera de testemunho
Sempre acreditei
que a paz é o caminho da vida
Não sou um iludido
nem mesmo hoje quando o mundo
grita vingança
Conversão é abertura
se não existe
o mundo é crime
é terrorismo
é lei do mais forte
«Onde há ódio, que eu leve o amor»
mas como
se estou paralisado
mudo
Ensina-me Senhor
um caminho novo
para falar de paz
para dizer de coração
somos irmãos
Confio-te Senhor
o meu medo
Tu que os paralíticos
fazes andar
os mudos falar
Ernesto Olivero
In "Avvenire"
Trad.: Rui Jorge Martins