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Coisas que acontecem na sacristia e na rua...

por Zulmiro Sarmento, em 11.01.15

Como penso que deveria ser um bom guia espiritual


 


Um dia destes uma paroquiana, com idade para ser minha mãe, entrou pela sacristia dentro só para me dizer que tinha uma admiração especial pelo padre da freguesia, sobretudo porque tinha sempre uma palavra, uma resposta, um caminho para apontar às suas inquietações. O senhor padre é um bom guia espiritual. Agradeci amavelmente e prossegui nos meus afazeres, para que a vaidade não subisse para cima da mesa de altar. No mesmo dia, porém, e talvez para o Senhor Deus reforçar a ideia de que o altar não tem espaço para vaidades, alguém se dirigiu a mim para uma outra palavra, num sentido quase igual, mas diametralmente oposto. Tinha idade para ser minha irmã, a senhora que me disse que não entendia como tinha sempre uma palavra, uma resposta para todas as perguntas que me eram feitas. Não se coibiu, inclusive, de acrescentar que lhe dava ideia de que eu tinha a mania que sabia tudo. Mas não sei. E também não sei se quero saber tudo, pois acho que no dia que soubesse tudo, deixaria de caminhar. Acabei por partilhar com esta segunda senhora o que há muito me parece uma verdade, ainda que não tenha a certeza. Um bom guia, inclusive ou sobretudo o guia espiritual, não é aquele que tem todas as certezas, mas aquele que as aponta.

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publicado às 11:16

Depois de Paris

por Zulmiro Sarmento, em 11.01.15

 

Imagem

 

Esta noite a angústia

não quis encontrar o sono

Toda a noite perguntei

como

Como levar paz onde há guerra

como levar concórdia

onde há cólera

sete de janeiro em Paris

diz-nos é impossível

para o amor não há lugar

tudo é ódio

Sempre acreditei

que ser muçulmano

é ser bom crente

que ser judeu é um privilégio

que o cristianismo é Cristo que se repete

de geração em geração dizendo

sede irmãos

Sempre acreditei

que quem não tem fé

não é um ateu

mas alguém à espera de testemunho

Sempre acreditei

que a paz é o caminho da vida

Não sou um iludido

nem mesmo hoje quando o mundo

grita vingança

 

Conversão é abertura

se não existe

o mundo é crime

é terrorismo

é lei do mais forte

 

«Onde há ódio, que eu leve o amor»

mas como

se estou paralisado

mudo

Ensina-me Senhor

um caminho novo

para falar de paz

para dizer de coração

somos irmãos

Confio-te Senhor

o meu medo

Tu que os paralíticos

fazes andar

os mudos falar


Ernesto Olivero
In "Avvenire"
Trad.: Rui Jorge Martins

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publicado às 02:22


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