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Qual A Origem Da Coroa Do Advento?

por Zulmiro Sarmento, em 16.12.14

 


Entre as decorações de preparação para o Natal, é comum encontrar nas igrejas uma guirlanda com quatro velas. Qual a origem deste enfeite? Desde quando a Igreja o utiliza? Descubra como a "coroa do Advento", mesmo sendo de origem protestante, se encaixa "como uma luva" na liturgia e espiritualidade católicas.
 
Todos os anos, a Igreja se prepara para a Solenidade do Natal e é comum encontrar, entre as decorações do Advento, uma espécie de coroa, com uma guirlanda e quatro velas. Qual é a origem deste enfeite?
 
Pode parecer surpreendente, mas a sua origem está ligada à religião luterana. O seu uso começou em 1839, por iniciativa de um pastor chamado Johann Wichern. Ele cuidava de uma casa de auxílio social a crianças pobres. Nas proximidades do Natal, as crianças, ansiosas, sempre perguntavam quando era a festividade. Então, para marcar a sua chegada, ele fez uma roda com uma vela para cada dia do Advento, de forma que havia velas pequenas para os dias da semana e quatro maiores para simbolizar o domingo. Vários pastores começaram a fazer o mesmo em suas comunidades, simplificando o enfeite para quatro velas. Depois, juntou-se a essa ideia a já tradicional guirlanda natalina.
 
O fato é que este enfeite levou um tempo para ser adotado pela Igreja Católica. Foi usado pela primeira vez em Colônia, em 1925, e em Munique, em 1930. Depois, alcançou grande sucesso com a vinda do movimento litúrgico. É notável que a coroa do Advento pareça estar mais em sintonia com a fé católica – que tem o tempo litúrgico como tempo sagrado – do que propriamente com a fé protestante. Não sem razão a coroa caiu "como uma luva" na liturgia e espiritualidade católicas.
 
Na comunidade luterana, as velas tinham várias cores diferentes. Originalmente, eram velas escuras que, com o passar dos dias, iam ficando mais claras, para simbolizar a proximidade do nascimento de Cristo. Depois, preferiu-se adaptar as velas para a cor litúrgica do Advento: usam-se, então, três velas roxas e uma rósea – esta para o 3º Domingo do Advento, também chamado deGaudete.
 
Os irlandeses também contribuiram para inovar o enfeite, acrescentando uma quinta vela à coroa, para simbolizar a Solenidade do Natal. Por isso, também é possível encontrar uma coroa com cinco velas.
 
Quanto ao seu significado, várias interpretações são possíveis. O círculo contém a ideia de tempo e eternidade, as velas lembram que o Natal é uma festa de luz e, por fim, os ramos verdes remetem à esperança cristã –– à esperança do Senhor que se aproxima, que sai da eternidade para entrar na história.

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publicado às 15:56

CRISTIANISMO SEM CRISTO?

por Zulmiro Sarmento, em 16.12.14
 

 

  1. Nestes tempos ruidosos, todos temos consciência da nossa incapacidade para ouvir.

Mas será que, nestes tempos sombrios, teremos noção da nossa persistente dificuldade em ver?

 

  1. É um facto que passamos muito tempo a olhar e a falar do que olhamos.

Os nossos olhos passeiam-se, quais vagabundos, por tudo quanto existe. Mas será que, ao olhar para tanto, veremos o importante?

 

  1. Ver é muito mais que olhar. Ver não é só lançar os olhos. Para ver, é preciso mergulhar o olhar no interior da realidade.

As aparências, só por si, não permitem captá-la. Apenas presumem capturá-la.

 

  1. Hoje em dia, olhamos muito e muito depressa. Mas a pressa pressiona e desfoca.

A pressa de tudo olhar poderá levar-nos a nada (conseguir) ver.

 

  1. Muitas das nossas conversas andam à volta do que (supostamente) vemos: «Já visteisto?»; «Já viste a última sobre aquele?»

O ver sobrepõe-se a praticamente tudo. Sobrepõe-se ao ouvir: «Já viste o que disse Fulano?». E sobrepõe-se até ao ler: «Já viste o último livro de Sicrano?»

 

  1. No limite, não vemos; vemo-nos.

Aquilo que recolhemos é tão fugidio que pouco — ou nada — corresponde ao real. Corresponde mais à nossa percepção, à nossa impressão.

 

  1. A linguagem acaba por ser mais monitorizada pelo receptor do que pelo emissor.

E, neste sentido, a interpretação corre o risco de ser mais uma apropriação do que umaaproximação.

 

  1. Há muitos olhares sobre Jesus que não aproximam de Jesus. Há muitas palavras sobre Jesus que podem distanciar-nos de Jesus.

Será que todo o Cristianismo é cristão? Será que o Cristianismo procura sempre ser cristão? Será que o Cristianismo nos conduz sempre a Jesus? Será que o Cristianismo nos traz sempre Jesus? Quando olhamos para o Cristianismo, conseguimos ver — e ouvir — Jesus?

 

  1. Nem só Cristo foi tentado. O Cristianismo também sofre o assédio das tentações.

É o que acontece quando o Cristianismo ensombra a presença de Cristo, quando ignora — ou aparenta distorcer — a mensagem de Cristo.

 

  1. Procuremos ver Jesus. E que o Cristianismo deixe sempre ver Jesus: o Jesus inteiro, o Jesus do Evangelho, o Jesus da bondade, o Jesus da verdade.

O presépio é uma preciosa cátedra e uma encantadora lição. Seremos capazes de a perceber?

 

Do blogue Paz na Verdade

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publicado às 12:33

OU TALVEZ NÃO

por Zulmiro Sarmento, em 16.12.14
 
É Natal,

ou talvez não,

pois afinal,

o povo que viu a luz,

continua na escuridão.

 

É Natal,

mas só um dia,

pois nem sinal,

de que se cumpra a profecia.

 

É Natal

Mas não na terra,

onde em vez de arados

se forjam armas de guerra.

 

É Natal,

mas não de verdade,

porque a paz não vingou

entre os homens de má vontade.

 

É Natal,

mas não nas cidades

em que as portas se fecham

às famílias sagradas.

 

É Natal,

mas não na manjedoura farta

dos que matam a esperança

ou adiam o seu parto.

 

É Natal,

mas não de Jesus,

enquanto o egoísmo impedir

o amor de dar à luz.

 

É Natal,

mas nunca o poderá ser,

enquanto se achar normal

impedir alguém de nascer.

 

É Natal,

mas não no hipermercado

onde as compras e anúncios

dispensam o Anunciado.

 

É Natal,

mas não nas lojas e montras

que adoram o Pai Natal

como o ídolo das compras.

 

É Natal,

mas não nos bairros degradados

em que nascem novos cristos

para ser crucificados.

 

É Natal,

mas não nos lares de velhinhos,

tão cheios de desenganos,

tão vazios de carinhos.

 

Não é ainda Natal…

Mas basta um Francisco de Assis

mostrar-nos Belém tal e qual

para ser Noite Feliz.

 

Assim poetou (magnificamente) Isidro Lamelas.

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publicado às 10:19


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