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Precisamos, pois, de padres que façam e que ajudem a fazer quem faz.
Precisamos de padres conferentes, mas também (e cada vez mais) de padres confidentes.
Precisamos de padres para alimentar a chama e de padres para atear o fogo.
Precisamos de padres que inquietem consciências e que pacifiquem corações.
Precisamos de padres que limpem lágrimas e aliviem dores.
Precisamos de padres que caminhem à frente e de padres que aceitem apoiar na retaguarda.
Precisamos de padres que falem bem e de padres que escutem melhor.
Precisamos do padre do templo e do padre no tempo.
Precisamos do padre desassombrado e do padre humilde.
Precisamos, no fundo, do padre que está aí e do padre que está para vir.
22/11/2014, 17:38943 partilhas
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Isto não tinha ser assim. Não tínhamos de ver um antigo primeiro-ministro a ser levado dentro de um carro pela polícia. Não tínhamos de ver o circo montado novamente à porta do DCIAP.
Isto não tinha ser assim. Não tínhamos de ver um antigo primeiro-ministro a ser levado dentro de um carro pela polícia. Não tínhamos de ver o circo montado novamente à porta do DCIAP. Não tínhamos de assistir mais uma vez aos políticos a perderem a face perante a justiça. Mas os portugueses quiseram que fosse assim. E tanto quiseram que em 2009, indiferentes ao que já se sabia sobre a actuação de Sócrates no Freeport e muito particularmente nessa vergonha nacional que foi o processo de licenciamento e construção da central de tratamentos de lixos da Cova da Beira, 2 077 695 eleitores lhe deram o seu voto para que continuasse como primeiro-ministro. É certo que o PS perdeu então a maioria absoluta mas note-se que não se pode falar de desastre eleitoral: em 2005, ano da grande vitória de Sócrates, o PS tivera 2 588 312. Que Sócrates continuasse a obter mais de dois milhões de votos depois do que sucedera entre 2005 e 2009 diz muito sobre a nossa alienação de valores.
Aos olhos e ouvidos dos eleitores portugueses, tudo aquilo que em 2009 já se sabia sobre Sócrates – e era muito – a par do fascínio crescente e perigoso que este manifestava por um Estado agente de negócios não foi suficiente para que não lhe dessem maioritariamente o seu voto. Eram os tempos em que a líder da oposição era ridicularizada como “a velha” pela milícia dos assessores socráticos devidamente corroborados pelo riso escarninho dos humoristas de serviço a quem, vá lá saber-se porquê, Sócrates nunca inspirou muitas críticas. Eram os tempos em que criticar Sócrates valia telefonemas aos gritos para os autores desses textos (e sei do que falo por experiência própria) logo apelidados na mais bonançosa das versões como tremendistas, derrotistas e bota-abaixistas. Eram os tempos em que nada parecia possível ser feito em Portugal contra a vontade de Sócrates. Em que, por exemplo, nenhuma editora, que por essa época tudo ediatavam, quis publicar a investigação – e tratava-se de uma verdadeira investição e não de palpites – que um blogue, o Do Portugal Profundo, fizera sobre a licenciatura do então primeiro-ministro. E sobretudo eram os tempos em que se arreigou na sociedade portuguesa esse perverso princípio de que o direito penal substituira a moral.
Sentados em estúdios de televisão, rádio, nos jornais, blogues… todos os dias dirigentes socialistas e seus compagnons de route repetiam que tendo sido encerrados os processos e investigações só por má-fé se poderia questionar a licenciatura domingueira de Sócrates, a novela das suas duas fichas na Assembleia da República, os projectos para as casas da Covilhã, a nomeação para o Eurojust do procurador sobre o qual recaíra a suspeita de ter transmitido informações processuais a Fátima Felgueiras, o Freeport, a Cova da Beira…
Em Portugal passou então a vigorar o dogma de que não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. E exactamente os mesmos que tanto contribuíram para a impunidade de que gozou José Sócrates já começaram na velha técnica das cabalas: devia ser detido à noite? Porque não foi detido em casa? Que estranha coincidência, ser detido na véspera de António Costa ser reconhecido como secretário-geral do PS… Deixemo-nos de contorcionismos: não há dia ou hora adequados para prender um políticas. Por exemplo, o que vai António Costa, que entretanto divulgou uma primeira declaração equilibrada sobre este caso, fazer com o homem que escolheu para líder parlamentar, Ferro Rodrigues? Ferro Rodrigues continua sem perceber duas coisas essenciais: primeiro, um partido de bem não pode alimentar a nostalgia por um político com o perfil institucional de Sócrates, (sublinho que falo de pefil institucional e não de questões criminais). Segundo, Portugal é uma democracia onde não há partidos acima da lei e não um regime democrático tutelado pelo PS. Como em todos os processos que envolvem poder económico e político haverá quem aposte na confusão. Lembram-se do processo Casa Pia em que acabámos a não distinguir os pedófilos das vítimas, a justiça do abuso e a verdade da mentira? (Esperemos apenas que à actual PGR não esteja reservado o mesmo calvário que a Souto Moura).
Falam agora os políticos na possibilidade de uma república de juízes. Agora é tarde para o fazerem, “Inês é morta”. É de facto uma visão dantesca essa de uma república de juízes mas foram eles, os políticos, e neste caso particularmente os do PS, ao pôr de lado a moral e ao centrar tudo no avanço da justiça, ou mais precisamente na sua capacidade de fazer arquivar os processos, quem sentou um dos seus, Sócrates, no banco traseiro daquele carro utilitário que o levou do aeroporto até ao DCIAP. E foram os portugueses, enquanto eleitores, sancionando o comportamento de Sócrates, dando-lhe a vitória em 2009, quem depositou Portugal na mão das polícias e dos juízes.
Na vida nunca se volta atrás e na política muito menos. Por isso aqui estamos no beco a que nos conduzimos: se Sócrates provar a sua inocência ficamos a com a justiça descredibilizada. Se Sócrates for culpado estamos perante um problema político. Mas deste dilema os únicos culpados somos nós. E não Sócrates ex-primeiro ministro porque em todos os dias e a todas as horas a detenção de quem teve tais responsabilidades terá sempre consequências.
Um pediatra listou 10 coisas que não devemos dizer as crianças. Vale a pena ler, já que isto pode influenciar (e muito!) na personalidade delas.
1 – Não rotule o seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjectivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso fará com que ele se torne realmente isso.
2 – Não diga apenas sim. Os nãos e porquês fazem parte da relação de amizade que os pais querem construir com os filhos.
3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma actividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.
4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma, ensinando assim a lidar com suas emoções.
5 – Não diga que a injecção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que sejam gotas, diga que será rápido ou apenas uma picadela, mas não engane.
6 – Não diga palavrões. O seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.
7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.
8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.
9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho mau, pesadelo, acalme o seu filho e leve-o para a cama, fazendo-lhe companhia até dormir.
10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.
O bispo do Porto dialogou com o pároco, foi condescendente. Mas, quando teve de decidir, decidiu.
Nós, os padres, podemos fazer muito mal à Igreja e, por vezes, não resistimos à tentação de o fazer. É isso que acontece quando perdemos o sentido da nossa missão e nos deixamos levar pelas nossas conveniências. Nessas alturas instrumentalizamos o ministério, e até as pessoas, para conseguir os nossos objetivos.
A Igreja está organizada, territorialmente, em dioceses, as quais, por sua vez, se organizam em paróquias. A cada diocese é dado um bispo que confia as paróquias a um sacerdote, o pároco. Este não é dono da paróquia, nem a paróquia se pode apoderar do sacerdote que é colocado à sua frente. O próprio pode pedir ao bispo para sair quando achar que está esgotada a sua missão naquele espaço. E o bispo pode mudá-lo quando entender que é o melhor para o próprio e para a Igreja. Não o deve fazer de forma despótica e arbitrária, mas deve dialogar com o sacerdote que pretende mudar.
Parece que não foi o que aconteceu na remoção do pároco de Canelas (V. N. Gaia). Antes pelo contrário, parece que D. António dos Santos, o bispo do Porto, dialogou repetidamente com o pároco, acolheu as suas propostas, foi condescendente com os seus avanços e recuos. Contudo, quando teve de decidir, nomeou o padre Albino. Nem mesmo as ameaças de revelar comportamentos prevaricadores de um outro sacerdote o demoveram. O padre Roberto utilizou essa arma de arremesso talvez por ainda não ter percebido que o comportamento da hierarquia mudou radicalmente. Se antes a tentação era esconder esses comportamentos, hoje a práxis começa a ser denunciá-los às autoridades competentes. Como fez, e bem, o bispo do Porto. Foram vários os padres que os bispos mudaram no início deste ano pastoral. Houve, seguramente, muitas comunidades que ficaram descontentes com a mudança. Algumas delas fizeram chegar ao seu bispo a sua discordância e até equacionaram a possibilidade de se manifestarem publicamente contra a decisão. Mas não o fizeram, quase sempre porque o pároco cessante não lhes deu força, não quis ficar seu refém e não os ajudou a perceber que são chamados a acreditar em Cristo e não no padre que têm à sua frente. É por isso que a sua fé é cristã e não robertina, albinina ou antonina, como lhes diria S. Paulo (cf. 1 Cor. 3, 1-5).
No Correio da Manhã
A onda «anti Francisco» intensifica-se. A vida do Papa não parece estar a ser fácil. Os cardeais identificados por «conservadores» estão a revelar em parangonas aquilo que o Papa Bento XVI denunciou quando apresentou a sua renúncia. O Vaticano era um ninho de corvos. As críticas duras que o Papa Francisco tem feito contra os bispos e contra os carreiristas vem também neste sentido. Daí que não surpreenda nada a violência das palavras e o estado de «guerra» em que parece estarem as coisas à volta do Papa Francisco.
No Evangelho em Mateus 24, 28 diz o seguinte. «Onde houver um cadáver ali se juntarão os abutres». Esta passagem cumpriu-se de forma perfeita na ocasião do funeral do Papa João Paulo II, quando do mundo inteiro os abutres chefes rodeavam o caixão. Abutres das nações e abutres que operam dentro da Igreja.
O Papa Bento XVI falou em «corvos» e Evangelho fala em «abutres», a diferença está apenas no tipo de ave, há também o «abutre», a função de ambos é mexer em carne podre. Eis uma expressão terrível para designar o estado das coisas num determinado lugar ou situação.
Há pessoas que são piores que abutres ou corvos, são o diabo à solta, por trás detrás das atrocidades que vão acontecendo e que produzem imensas vítimas. No caso da Igreja, pelo seu descarado cinismo, pretendem «ajudar» o Papa, mas afinal o que pretendem é apenas e só manter o seu poder e as benesses que tal poder lhes oferece, daí que o Papa insista tanto com as críticas contra os bispos, que não se devem considerar uns «privilegiados» e que «não príncipes mas servos
Agora surgiu pela voz do cardeal da Austrália, George Pell, numa homilia escrita em latim, que o Papa Francisco pode ser o «falso Papa 38 e não o verdadeiro 266 da Igreja». Onde isto já vai. Neste mesmo pronunciamento o cardeal fala que já estamos em clima de cisma.
Quando se pretende criticar duramente o Papa invoca-se este argumento do falso Papa, que diz que num determinado momento o Papa se verá obrigado a deixar o Vaticano, a fugir, porque o quererão matar. Não têm faltado pronunciamentos a este respeito. Mas, se o Papa acaso fugir – portanto sai vivo e estará vivo – não será possível a eleição de um novo Papa, eis que as mesmas profecias avisam que um falso papa, ou um antipapa, apenas assumirá o comando da Igreja, nomeado pelos «maus cardeais», os tais aponta como o cancro putrefacto de onde parte tudo isto, a chamada Cúria Romana. Não da parte de todos, mas da maioria que a compõem. Esta, tem sido denunciada como a verdadeira fonte de poder maligno que age nas sombras do Vaticano, começou a ser denunciada com o Papa Bento XVI, que efectivamente, não fugiu, mas renunciou ao Papado, coisa que os ditos «conservadores» ainda não encaixaram e provavelmente não lhe perdoam ao ponto de virem outros o estarem considerar como sendo o verdadeiro Papa, para repudiarem e combaterem o Papa Francisco. Se se confirmar esta análise estaremos perante uma situação gravíssima.
Enfim, temos sempre de esperar para ver como Deus vai fazendo acontecer as coisas, porque um é o plano de homens que se acham donos da vida e do mundo, outra a forma como Deus permite que a realidade aconteça. Ele sempre guarda surpresas, o Papa Francisco foi uma agradável surpresa, age sempre pelo bem da humanidade inteira, mesmo que alguns façam tudo contra os intentos de Deus.
Assim, tudo pode acontecer bem diferente do que planeiam as ditos «conservadores», e muito diferente do que nós imaginamos. Devemos também suportar calmamente as demoras de Deus, porque elas esperam a nossa conversão e paciência. Estou seguro que o Papa Francisco está em segurança em todos os aspectos e que não vencerá a besta que pretensamente deseja puxar para trás o impulso renovador da acção do Espírito de Deus. Rezemos pelo Papa Francisco insistentemente…