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Um caso em tempo de Sínodo

por Zulmiro Sarmento, em 07.10.14

nulidade do matrimónio

 

 

Tenho um amigo que andou quase dez anos a tentar anular um casamento que deveras nunca lhe existiu. Eu disse de propósito a palavra “anular” porque era assim que ele pensava antes de se dar conta que “anular” era dizer que queria acabar com algo que existira. Afinal não existira. Por isso passou a pedir a “nulidade” do seu casamento. A sua vida tinha sido um embuste. Entretanto, descobrira a fé e Deus. Queria começar tudo de novo. Queria participar com todas as letras nos sacramentos, mormente no que o fazia ser parte de uma comunidade concreta e viva, a Eucaristia. Não podia. Durante anos, em tribunais eclesiásticos, juntou forças com desânimos, vontades com paciências. Pedia a nulidade do matrimónio. Era um sacramento que nunca fora. Um casamento que nunca fora. Tem filhos desse tempo. Não se arrepende. Da vida nunca nos devemos arrepender. Mas queria a verdade. Sobretudo a verdade da fé. A Verdade que descobrira em Deus. A verdade que lhe era vedada por uma lei que até fazia o seu sentido. Sim, ele sabia que fazia sentido. Só não sabia que o sentido de uma lei estava acima da vida e da fé. Hoje, num autêntico casamento, é feliz e aproveita o tempo e a voz que possui para dizer que agora não só tem um casamento autêntico como tem uma fé preenchida. Conheço mais casos de gente que a meio do seu percurso de vida e de fé se acharam, muitas vezes sem culpa medida, com um Deus que lhes é próximo mas que lhes pede uma certa distância. Sinceramente, como padre, como pastor, como pároco, como amigo, como crente, eu acho que devemos dizer sempre que o melhor caminho para fazer o caminho é aquele que não tem buracos na estrada, que tem um asfalto de topo, que não tem portagens. Mas quem percebe de carros sabe que nem sempre o carro está como novo. E quem percebe de condução sabe que nem sempre o condutor está em condições. Há cansaços, há sonos, há adrenalinas, há distrações. E assim os caminhos para chegar ao outro lado nem sempre são os que vêm no GPS. Como fazer? Fazemos um stop forçado na estrada para impedir que se chegue ao destino, ou ajudamos a pessoa que se enganou no caminho a voltar ao caminho?

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publicado às 11:42

O Sínodo da Família

por Zulmiro Sarmento, em 07.10.14

Papa inaugura sessões de trabalho com cardeais, bispos, religiosos, peritos e casais que convidou a «falar claro» e «escutar com humildade»

 

O Papa inaugurou hoje as sessões de trabalho da a terceira assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada às questões da família, convidando os participantes a "falar claro".
"Que ninguém diga: 'isto não se pode dizer, vão pensar de mim isto ou aquilo'. É preciso dizer tudo o que se sente com ousadia", declarou, num breve discurso.
Francisco destacou a importância desta reunião para ouvir a "voz" das várias Igrejas particulares e revelou que após o consistório que decorreu em fevereiro deste ano recebeu uma carta de um dos cardeais presentes que se lamentava por outros "não tenham tido coragem de dizer algumas coisas, por respeito ao Papa, julgando que o Papa pensava de forma diferente".
"Isto não está bem, isto não é sinodalidade. É preciso dizer tudo o que, no Senhor, sentimos obrigação de dizer", observou.
O Papa convidou a "escutar com humildade" e acolher com "coração aberto" o que dizem os irmãos, com "paz e tranquilidade".
Francisco concluiu com uma observação de cariz teológico, sublinhando que o Sínodo decorre sempre com a presença e sob a presidência do Papa (cum Petro et sub Petro), "garantia para todos e custódia da fé".
253 pessoas, entre cardeais, bispos, religiosos, peritos, casais e representantes de outras Igrejas, marcam presença a partir de hoje na sala do Sínodo, para duas semanas de debate que, segundo o Papa, têm a "responsabilidade de trazer as realidades e problemáticas" das comunidades para ajudar a Igreja a seguir o "Evangelho da Família".
A lista integra 114 presidentes de conferências episcopais, como D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, e os chefes dos 13 sínodos de bispos das Igrejas Orientais Católicas, para além de 25 presidentes dos dicastérios da Cúria Romana e 26 cardeais, bispos e padres selecionados pelo Papa, que aprova ainda a escolha de peritos (‘adiutores secretarii specialis’) e ouvintes (‘auditores’), grupo que inclui 24 leigas e uma religiosa.
Os chamados ‘padres sinodais’, com direito a voto, são 191, vindos dos cinco continentes: 78 da Europa, 42 da África, 38 da América, 29 da Ásia e quatro da Oceânia.
O elenco inclui 62 cardeais, sete patriarcas, um arcebispo-maior, 67 arcebispos, 48 bispos, um sacerdote prelado e seis religiosos.
Participam por direito próprio os membros do XIII Conselho Ordinário do Sínodo, que tiveram a missão de preparar a assembleia extraordinária, a que se somam três membros eleitos, religiosos que representam a União de Superiores Gerais.
Aos padres sinodais juntam-se 16 peritos, que colaboram com o secretário-especial (D. Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, Itália), 38 ouvintes e oito delegados de Igrejas cristãs.
Segundo o secretário-geral do Sínodo, cardeal Lorenzo Baldisseri, por causa do tema em debate a Santa Sé quis “dar particular relevo aos casais, pais e chefes de família”.
Neste sentido, a lista de participantes inclui 14 casais: um no grupo de peritos e 13 nos ouvintes.
“Cada casal terá 4 minutos para intervir, à semelhança dos cardeais que desejem tomar a palavra”, informou, em conferência de imprensa.
Fonte: aqui

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publicado às 08:47


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