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XXIII DOMINTO TEMPO COMUM - CORRECÇÃO FRATERNA, UM ACTO DE AMOR
Quando as pessoas se encontram e conversam entre si é frequente falar-se dos outros. Chama-se então, maledicência, quando se vê apenas o lado negativo de qualquer um. O Evangelho, reconhecendo que os humanos são sempre capazes de fazer coisas menos boas, pede uma atitude completamente diferente. De facto, deve ir ter-se com a pessoa que errou admoestando-a e pedindo para mudar de atitude. É a isto que se chama habitualmente, correcção fraterna. S. Mateus comentando esta atitude e vendo nela um acto de amor, propõe 4 etapas: falar a sós com a pessoa que erra; chamar duas ou três pessoas para ajudar melhor este pedido de conversão, tornando-o eficaz; e pedindo à comunidade inteira que se mobilize para ajudar o que erra a converter-se completamente. A última etapa é no entanto uma atitude de abandono perante a impenitência daquele que não quer mudar as suas atitudes.
Quem continua a ler S. Mateus, sente que o evangelista ao indicar a posição dos que seguem Cristo, exclui o abandono daquele que parece não converter-se. Sente-se a comunidade inteira movida para, através da oração, ajudar todos a descobrirem Jesus. É uma certeza, que quando dois ou três se reúnem em nome do Senhor, Ele está no meio deles. Assim sendo, a oração é sempre eficaz, e aquele que erra facilmente se reconcilia com Deus e com a comunidade. correcção fraterna aparece então aliada à oração que, por vontade de um Deus que perdoa, é sempre eficaz.
Para seguir o caminho de Jesus, S. Paulo di-lo aos Romanos, basta pôr o amor em primeiro lugar. Todos os mandamentos se resumem a dois: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a nós mesmos. A caridade é a síntese perfeita da lei de Deus.
Nos três textos da liturgia deste domingo, aparece sempre o diálogo entre “o justo e o ímpio”. Esta linguagem de Ezequiel continua de grande actualidade no tempo de hoje. O cristão que segue Jesus Cristo deve ser sentinela estando atento aos grandes valores necessários à construção do mundo. Como há, porém, muitos que não seguem estes valores, a acção do cristão é essencial. Se ele se mantiver indiferente ao que se passa à sua volta e não intervier com a proposta do amor (o amor que muda todas as coisas), ele próprio se torna culpado por não ter tido a iniciativa de ser apóstolo.
Monsenhor Vítor Feytor Pinto (in Revista LiturgiaDiária, ed. Paulus)