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A sociedade das incertezas...

por Zulmiro Sarmento, em 07.02.12

Todos sabem que Eduardo Lourenço, um dos grandes pensadores do nosso tempo e um dos melhores expoentes da nossa cultura, foi galardoado recentemente com o “Prémio Pessoa”. Não sendo propriamente um católico assumido, bem ao contrário, ouvi-o há tempos afirmar numa rádio, assumidamente, a seguinte mensagem que me permito redigir ao meu jeito: Até ao protestantismo do século XVI e ao racionalismo do século XIX, havia regras de vida, certezas de pensamento, esperança no futuro, consolação nas tristezas e força nas dificuldades. Tudo tinha sentido. Tudo estava explicado. Nesses tempos, os portugueses tiveram força para ir pelo mundo levar a Fé e construíram igrejas por todo o lado. O homem vivia mais sereno e mais feliz: tinha consigo as certezas da Fé… as verdades da religião…e a esperança da eternidade. Quando o racionalismo pôs em causa essas verdades, contestou esses dogmas e fez ruir essas certezas, retirou às pessoas as referências fundamentais e lançou a humanidade numa era de dúvida, de incerteza e de vazio. Pensando bem, que nos deram eles em troca? Nada! Agora, não há certezas…não há verdades…não há Deus…não há nada de verdadeiramente seguro e certo. Estamos condenados ao vazio, mergulhados na incerteza, e somos herdeiros da desesperança. A confirmar estas afirmações, veio um estudo recente dizer-nos que cerca de 25% dos portugueses, incluídos muitos que católicos praticantes, já não acreditam na vida para além da morte. À dúvida metódica dos filósofos, sucedeu depois a dúvida existencial do homem da cátedra e da pessoa da rua. A verdade porém é que, se nos falta esta visão do futuro e esta perspetiva do amanhã, ficamos sem horizonte no viver e sem esperança no morrer. Se perdemos a fé em Deus, Criador, Pai, Amigo e Redentor, e desprezamos a Sua Mensagem e a Sua presença em nossas vidas, ficamos à mercê das opiniões dos filósofos, vamos a reboque dos nossos efémeros instintos, e caminhamos na obediência às nossas pobres veleidades. Se entretanto falharmos na vida e precisarmos de alento e de perdão, quem nos virá ajudar? E quando a nossa saúde se esvair, as nossas vaidades se diluírem, e os nossos anos se aproximarem do fim, o que vai esperar cada um de nós? Uma personagem de Hemingway, perplexa, perguntava a um dado momento: “Agora que não há Deus, quem nos perdoará? Agora que não há Deus, quem nos vai salvar e acolher”? Nós que temos a graça de acreditar em Deus e nas verdades eternas, sabemos de quem viemos, para onde nos dirigimos e por onde devemos caminhar. Nós, os que continuamos a crer e a adorar, sabemos que Deus existe, que Deus nos vê, que Deus nos ama, que Deus nos ajuda, que Deus nos perdoa, que Deus nos espera, e que Deus nos irá acolher um dia como um Pai acolhe um filho que regressa a sua casa. Como nos sentimos bem assim! Para mim, as opiniões dos filósofos não passam de opiniões: só as acompanho por curiosidade intelectual. Ao contrário, as verdades da Fé são a minha certeza profunda, o meu arrimo reconfortante, e o penhor seguro do meu presente pleno de sentido, e do meu futuro cheio de esperança. Dou graças a Deus! E sinto-me bem assim!

Resende, 2 de Fevereiro de 2012

J. Correia Duarte

ECCLESIA

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