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Oração para o Dia de Natal

por Zulmiro Sarmento, em 25.12.11
  

Eu queria um Deus resplandecente e forte,
que se impusesse aos poderosos
e que mudasse radicalmente o mundo,
e ele apareceu na fragilidade de um bebé,
dependente e indefeso,
nascido numa gruta de pastores
e deitado numa mangedoira de animais;

Eu queria um Deus que miraculosamente acabasse
com a injustiça e a hipocrisia,
que fizesse chover do céu a ordem,
o bem estar, a segurança
e ele apareceu na figura de uma criança
que os grandes rejeitaram
e que só os pobres, os simples,
os marginalizados acolheram;

Eu queria um Deus cujo poder atingisse
cada canto da terra,
que se impusesse aos projectos maquiavélicos
dos senhores do mundo,
que transformasse a história humana
com a força do seu braço
e ele nasceu numa pequena cidade sem história,
no seio de um povo pequeno e insignificante,
cuja voz nunca foi escutada
nos grandes areópagos
onde se discute o destino do mundo;

Eu queria um Deus exigente,
que não deixasse cada um fazer o que quisesse
e encontrei um Pai universal, paciente e bondoso,
com coração e com sentimentos,
capaz de compreender e desculpar
as falhas e as debilidades dos homens,
que nem castiga nem se vinga, mas perdoa sempre;

Eu queria um Deus que se impusesse,
que não nos deixasse fazer asneiras
nem conduzir o mundo
por caminhos de egoísmo e de sofrimento
e encontrei um Pai que sabe respeitar
as decisões de cada homem ou mulher,
que promove até ao fim a liberdade humana
e a respectiva responsabilidade;

Eu queria um Deus
que fosse solução eficiente e rápida
para todos os problemas e dúvidas
que inquietam o meu coração
e encontrei um Deus que não me dá respostas feitas,
mas me ensina a procurar,
no diálogo com os meus irmãos,
o caminho a percorrer;

Eu queria um Deus racional,
que eu entendesse à luz da minha lógica
e encontrei um Deus desconcertante,
com uma lógica estranha,
que parece privilegiar certos valores
que os homens desprezam
e desprezar certos valores que os homens amam;

Foi esse Deus, frágil, discreto,
desconcertante, cheio de amor
que, há cerca de dois mil anos, nasceu em Belém
e que hoje continua a querer nascer
no coração de cada homem ou mulher.

 

Padres dehonianos

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