O Portal Cristo Jovem conversou com a Claudine Pinheiro no dia seguinte ao seu concerto do Festival Jota. Partilhamos aqui contigo essa conversa para que possas conhecer um pouco melhor a voz do livro /cd “Água Viva”.
Portal CJ: Em primeiro lugar, quem é a Claudine Pinheiro?
Claudine Pinheiro: Eu tenho 29 anos, trabalho nas Edições Salesianas, pertenço ao Movimento Juvenil Salesiano e sou animadora de grupos de jovens no Colégio Salesiano do Porto.
Portal CJ: Como é que começou o projecto “Água Viva”?
C.P.: Tudo começou com o facto da minha irmã ter feito Erasmus em Espanha, em Sevilha. Lá conheceu os CD’s da irmã Glenda. No regresso trouxe-me um de presente, o “A solas com Dios”. Eu gostei muitas das músicas e fui partilhando com algumas pessoas do centro de catequese do qual eu faço parte. Num baptismo cantamos o tema “Tu és a Água Viva”, e a recepção da comunidade foi muito bom e muito caloroso. Todos se deixaram tocar tanto pelas músicas da Ir. Glenda que comecei a pensar em gravar um disco em português com aqueles temas. Achei que era interessante levar mais longe estas músicas.
Falei com o Pe. Rui Alberto, que tinha entrado na altura para a direcção de produção das Edições Salesianas e propus-lhe a edição do CD. Contactámos a editora espanhola “Produções de La RAIZ”, gravei uma demo da canção “Tu és a Água Viva” com um colega meu, o João Paulo, e enviamos. Eles gostaram e começou todo o processo de escolha das músicas e gravação do CD.
Portal CJ: E isso foi em que ano?
C.P.: Isto tudo começou em 2002 quando a minha irmã me ofereceu o CD. A gravação começou no final desse ano e demorou cerca de dois anos a ser gravado. Acabou por ser editado em Junho de 2004.
Portal CJ: Este não é um “CD Normal”, uma vez que a acompanhar o CD está um livro que é vendido em conjunto. Como surgiu essa ideia?
C.P.: A ideia surgiu da parte do Pe. Rui Alberto, em conversações com a editora espanhola. Numa das reedições do CD “A Solas con Dios”, este incluía um extra com algumas propostas pastorais que a Ir. Glenda tinha elaborado, para cada um dos temas. Nós achámos este projecto muito interessante. Além disso pensamos que seria importante para o mercado, para os nossos agentes pastorais, um subsídio deste tipo, com propostas para rezarem as músicas individualmente ou em comunidade. Lançar “apenas” o CD deixar-nos-ia a todos mais pobres.
Portal CJ: A quem destina este projecto?
C.P.: Eu contava que o CD fossem maioritariamente absorvido por um público acima dos 25 anos, mas tenho-me apercebido que tem sido usado em todas as faixas etárias, a partir do 7º, 8º anos. Todas as músicas, sobretudo “Tu és a Água Viva”, são muito bem recebidas e há muitos temas que são usados em diversos contextos de oração e em retiros. Já encontrei grupos de adultos que adoptaram o livro /CD “Água Viva” como itinerário de um ano de catequese. Já encontrei seminaristas, Convivas que fizeram retiros com a ajuda das músicas e das propostas que estão no livro. Portanto, acabou por ser útil a muitas pessoas, o que é óptimo!
Portal CJ: O concerto que deste no Festival Jota teve algumas alterações em relações aos outros que tens dado até aqui. Como surgiram os concertos “Água Viva” e como foram evoluindo?
C.P.: Os concertos sugiram naturalmente... Quando gravei o CD nunca foi meu objectivo iniciar os concertos de oração, até porque, pessoalmente, desconhecia que se fizessem este tipo de encontros. Organizei um concerto de apresentação e lançamento, que foi feito na Feira do Livro do Porto. Passados 15 dias ligaram-me de Mangualde para saber se eu poderia ir lá cantar as músicas. Um pouco surpreendida aceitei.... Comecei os concertos com o Miguel Vilela (guitarra), que me continua a acompanhar até hoje, e pelo João Paulo ( baixo acústico e teclas), que entretanto teve de abandonar o projecto. Depois de Mangualde foram surgindo mais convites de pessoas que escutavam o CD ou que ouviam falar dos concertos.
Quantos às “alterações” de que falavas, a principal diferença esteve na produção do concerto, sobretudo no facto de, pela primeira vez ter um coro pela Ana Manuela e pelo João Pedro. A sua presença tornou o concerto mais emotivo, deu mais força e qualidade às músicas. O esforço de produção e um empenho extra deveu-se à “exigência” e empenho que implicavam uma presença no Festival Jota.
Portal CJ: No concerto de ontem, conseguiste criar na capela do Santuário um ambiente totalmente diferente do que se viveu no resto do Festival. Como é que te sentiste ao ver uma capela cheia de pessoas que, à uma hora da manhã, estavam ali dispostas para te ouvir a ti e à mensagem que transmites?
C.P.: Antes de dizer o que senti vou pegar nalgumas coisas que disseste... Acho que a decisão de fazer o concerto na capela foi uma decisão acertada da minha parte, seriamente discutida com a organização do Festival. As músicas da Ir. Glenda pedem uma outra intimidade que se perderia no palco e noutro ambiente mais “solto”, mais exterior. O facto de estarmos dentro da igreja ajudou a tranquilizar e acalmar as pessoas, deixando-as mais receptivas à música e à ambientação do santuário estava muito bem preparada pela organização. Além disso tivemos (Edições Salesianas) a oportunidade de investir numa iluminação cuidada. O resto, sinceramente, eu acho que é tudo Graça de Deus. Há ali um momento em que não sou eu, em que não são as pessoas, é toda uma oração que se cria através das músicas e que têm o mérito todo deste projecto. A Ir. Glenda tem a capacidade de musicar de forma muito simples passagens da bíblia, mas com uma intensidade muito grande. O que eu sinto é um profundo agradecimento a Deus, sinto-me abençoada por ter a oportunidade de poder proporcionar estes concertos.
Portal CJ: Ontem foi um ponto especial para o projecto “Água Viva”?
C.P.: Para mim foi sem dúvida, porque foi a primeira vez que estive integrada num grande festival de música católica. Já tinha actuado no primeiro Mulifestival David, hoje Multifestival Gaudeo, mas os contornos e objectivos da actividade são diferentes. Aqui pude estar ao pé de nomes como a Banda Jota, que tem um nome há vários anos... Esta presença foi sinal que o percurso que eu tenho feito já tem alguma “validade” e algum reconhecimento por parte do publico. O facto de ter sido uma proposta diferente dentro do Rock e do Pop, stilo que compôs a maioria do cartaz, foi para mim importante!
Portal CJ: Achas que se inicia uma nova fase no projecto “Água Viva”?
C.P.: O que eu gostava mesmo era que se iniciasse um novo projecto! Este já tem três anos e, como disse, nunca tinha tido a intenção de ter assim um projecto musical, de fazer concertos de oração com o livro /Cd “Água Viva”. Mas agora sinto-me impelida a fazer um segundo projecto dentro desta linha, porque as pessoas vão pedindo, e eu sinto que as pessoas precisam de música nesta área de oração. Os concertos de oração são importantes para as comunidades onde eles se realizam, por isso mais do que uma “nova fase”, pode ser um ponto de partida e motivação para eu tentar ir mais longe...
Portal CJ: Esse novo projecto será também com músicas da Ir.Glenda?
C.P.: Não. A ideia, para já, é editar músicas originais... Talvez, quem sabe, algumas versões de temas de outros grupos, como os Brotes de Olivo, grupo espanhol de quem gosto muito. Mas estou a procurar que as músicas sejam originais.
Portal CJ: As Edições Salesianas têm sido pioneiras e até mesmo únicas a fazer este tipo de concertos de oração. Como surgiu esse projecto?
C.P.: Como editora católica, creio que somos a única que está a promover, de forma tão organizada e “sistemática”, os concertos de oração, formação e animação. Para além do “Água Viva”, as Edições Salesianas têm o projecto “N’Ele” e “Músicas para a catequese” que passam pela interpretação ao vivo das canções dos cd’s com o mesmo nome. Com os concertos que fui fazendo, a editora, na pessoa do Pe. Rui Alberto, foi detectando que na área da pastoral há pessoas que precisam de ajuda e formação. Assim, passamos a aliar a esses momentos de formação, novas formas de evangelizar e catequizar através da música!
Portal CJ: E a aceitação tem sido boa?
C.P.: Sim! A prova disso é que são sempre as pessoas que nos pedem os concertos, porque ouviram falar ou porque estiveram num concerto e querem organiza-lo na sua ou noutra comunidade.
Portal CJ: Enquanto artista e colaboradora das Edições Salesianas, sentes que a música, esta nova fase da música cristã que se está a viver em Portugal, pode ajudar a aproximar os jovens da Igreja?
C.P.: Eu penso que sim! A música pode ser um bom instrumento, mas não chega! Quem a escreve e interpreta tem de ser autêntico e acreditar naquilo que está a cantar. A música pode ser uma forma de os chamar, e aqui no festival foi de facto uma forma de chamar e de convocar jovens. Mas não bastou só chamar os jovens para estarem nos concertos. Os jovens não são tontos e não se deixam manipular de forma fácil. A música pode ser importante para os atrair, mas depois é preciso que a proposta seja coerente e seja também apelativa.
Portal CJ: Há quem diga que a Igreja está desactualizada, no entanto penso que será mais a forma de comunicação da Igreja que está a ter dificuldades em se adaptar a esta nova sociedade. Consideras que a Igreja está a ter dificuldades em comunicar com os jovens de hoje?
C.P.: A questão da comunicação e da juventude são duas áreas que me são muitas queridas, justamente porque tenho formação em Comunicação e estou ligada à Família Salesiana, cuja vocação é a educação dos jovens.
Eu creio que a Igreja não está assim tão desactualizada quanto isso. Tem havido actividades muito interessantes, só que, se calhar, continuamos a privilegiar os sectores mais conservadores em vez de estarmos a apoiar estas novas iniciativas. Há muitas propostas, como é o caso do Portal Cristo Jovem e de duas rádios católicas na Internet. Há também grupos católicos na área do Pop e do Funk que começam a nascer... Aqui no Festival Jota, tivemos “O teu palco” que esteve sempre com gente disponível a tocar e a cantar. As coisas estão a acontecer e a nascer, talvez seja tempo das pessoas mudarem os clichés, e deixarem de usar sempre a mesma conversa, os mesmos argumentos. Se há tempo em que a mensagem de Jesus Cristo está actual é hoje, porque as propostas lançadas aos jovens em nada diferem da essência da mensagem de Jesus Cristo, que apelava à autenticidade, à fidelidade, ao amor...Portanto mais actuais do que isto não poderíamos ser!
Portal CJ: Estamos a terminar esta entrevista, queres dizer alguma coisa em jeito de remate?
C.P.: Quero dar os parabéns ao Portal Cristo Jovem, agradecer a oportunidade de partilhar o meu projecto e desejar-lhe as maiores felicidades.
Portal CJ: Em primeiro lugar, quem é a Claudine Pinheiro?
Claudine Pinheiro: Eu tenho 29 anos, trabalho nas Edições Salesianas, pertenço ao Movimento Juvenil Salesiano e sou animadora de grupos de jovens no Colégio Salesiano do Porto.
Portal CJ: Como é que começou o projecto “Água Viva”?
C.P.: Tudo começou com o facto da minha irmã ter feito Erasmus em Espanha, em Sevilha. Lá conheceu os CD’s da irmã Glenda. No regresso trouxe-me um de presente, o “A solas com Dios”. Eu gostei muitas das músicas e fui partilhando com algumas pessoas do centro de catequese do qual eu faço parte. Num baptismo cantamos o tema “Tu és a Água Viva”, e a recepção da comunidade foi muito bom e muito caloroso. Todos se deixaram tocar tanto pelas músicas da Ir. Glenda que comecei a pensar em gravar um disco em português com aqueles temas. Achei que era interessante levar mais longe estas músicas.
Falei com o Pe. Rui Alberto, que tinha entrado na altura para a direcção de produção das Edições Salesianas e propus-lhe a edição do CD. Contactámos a editora espanhola “Produções de La RAIZ”, gravei uma demo da canção “Tu és a Água Viva” com um colega meu, o João Paulo, e enviamos. Eles gostaram e começou todo o processo de escolha das músicas e gravação do CD.
Portal CJ: E isso foi em que ano?
C.P.: Isto tudo começou em 2002 quando a minha irmã me ofereceu o CD. A gravação começou no final desse ano e demorou cerca de dois anos a ser gravado. Acabou por ser editado em Junho de 2004.
Portal CJ: Este não é um “CD Normal”, uma vez que a acompanhar o CD está um livro que é vendido em conjunto. Como surgiu essa ideia?
C.P.: A ideia surgiu da parte do Pe. Rui Alberto, em conversações com a editora espanhola. Numa das reedições do CD “A Solas con Dios”, este incluía um extra com algumas propostas pastorais que a Ir. Glenda tinha elaborado, para cada um dos temas. Nós achámos este projecto muito interessante. Além disso pensamos que seria importante para o mercado, para os nossos agentes pastorais, um subsídio deste tipo, com propostas para rezarem as músicas individualmente ou em comunidade. Lançar “apenas” o CD deixar-nos-ia a todos mais pobres.
Portal CJ: A quem destina este projecto?
C.P.: Eu contava que o CD fossem maioritariamente absorvido por um público acima dos 25 anos, mas tenho-me apercebido que tem sido usado em todas as faixas etárias, a partir do 7º, 8º anos. Todas as músicas, sobretudo “Tu és a Água Viva”, são muito bem recebidas e há muitos temas que são usados em diversos contextos de oração e em retiros. Já encontrei grupos de adultos que adoptaram o livro /CD “Água Viva” como itinerário de um ano de catequese. Já encontrei seminaristas, Convivas que fizeram retiros com a ajuda das músicas e das propostas que estão no livro. Portanto, acabou por ser útil a muitas pessoas, o que é óptimo!
Portal CJ: O concerto que deste no Festival Jota teve algumas alterações em relações aos outros que tens dado até aqui. Como surgiram os concertos “Água Viva” e como foram evoluindo?
C.P.: Os concertos sugiram naturalmente... Quando gravei o CD nunca foi meu objectivo iniciar os concertos de oração, até porque, pessoalmente, desconhecia que se fizessem este tipo de encontros. Organizei um concerto de apresentação e lançamento, que foi feito na Feira do Livro do Porto. Passados 15 dias ligaram-me de Mangualde para saber se eu poderia ir lá cantar as músicas. Um pouco surpreendida aceitei.... Comecei os concertos com o Miguel Vilela (guitarra), que me continua a acompanhar até hoje, e pelo João Paulo ( baixo acústico e teclas), que entretanto teve de abandonar o projecto. Depois de Mangualde foram surgindo mais convites de pessoas que escutavam o CD ou que ouviam falar dos concertos.
Quantos às “alterações” de que falavas, a principal diferença esteve na produção do concerto, sobretudo no facto de, pela primeira vez ter um coro pela Ana Manuela e pelo João Pedro. A sua presença tornou o concerto mais emotivo, deu mais força e qualidade às músicas. O esforço de produção e um empenho extra deveu-se à “exigência” e empenho que implicavam uma presença no Festival Jota.
Portal CJ: No concerto de ontem, conseguiste criar na capela do Santuário um ambiente totalmente diferente do que se viveu no resto do Festival. Como é que te sentiste ao ver uma capela cheia de pessoas que, à uma hora da manhã, estavam ali dispostas para te ouvir a ti e à mensagem que transmites?
C.P.: Antes de dizer o que senti vou pegar nalgumas coisas que disseste... Acho que a decisão de fazer o concerto na capela foi uma decisão acertada da minha parte, seriamente discutida com a organização do Festival. As músicas da Ir. Glenda pedem uma outra intimidade que se perderia no palco e noutro ambiente mais “solto”, mais exterior. O facto de estarmos dentro da igreja ajudou a tranquilizar e acalmar as pessoas, deixando-as mais receptivas à música e à ambientação do santuário estava muito bem preparada pela organização. Além disso tivemos (Edições Salesianas) a oportunidade de investir numa iluminação cuidada. O resto, sinceramente, eu acho que é tudo Graça de Deus. Há ali um momento em que não sou eu, em que não são as pessoas, é toda uma oração que se cria através das músicas e que têm o mérito todo deste projecto. A Ir. Glenda tem a capacidade de musicar de forma muito simples passagens da bíblia, mas com uma intensidade muito grande. O que eu sinto é um profundo agradecimento a Deus, sinto-me abençoada por ter a oportunidade de poder proporcionar estes concertos.
Portal CJ: Ontem foi um ponto especial para o projecto “Água Viva”?
C.P.: Para mim foi sem dúvida, porque foi a primeira vez que estive integrada num grande festival de música católica. Já tinha actuado no primeiro Mulifestival David, hoje Multifestival Gaudeo, mas os contornos e objectivos da actividade são diferentes. Aqui pude estar ao pé de nomes como a Banda Jota, que tem um nome há vários anos... Esta presença foi sinal que o percurso que eu tenho feito já tem alguma “validade” e algum reconhecimento por parte do publico. O facto de ter sido uma proposta diferente dentro do Rock e do Pop, stilo que compôs a maioria do cartaz, foi para mim importante!
Portal CJ: Achas que se inicia uma nova fase no projecto “Água Viva”?
C.P.: O que eu gostava mesmo era que se iniciasse um novo projecto! Este já tem três anos e, como disse, nunca tinha tido a intenção de ter assim um projecto musical, de fazer concertos de oração com o livro /Cd “Água Viva”. Mas agora sinto-me impelida a fazer um segundo projecto dentro desta linha, porque as pessoas vão pedindo, e eu sinto que as pessoas precisam de música nesta área de oração. Os concertos de oração são importantes para as comunidades onde eles se realizam, por isso mais do que uma “nova fase”, pode ser um ponto de partida e motivação para eu tentar ir mais longe...
Portal CJ: Esse novo projecto será também com músicas da Ir.Glenda?
C.P.: Não. A ideia, para já, é editar músicas originais... Talvez, quem sabe, algumas versões de temas de outros grupos, como os Brotes de Olivo, grupo espanhol de quem gosto muito. Mas estou a procurar que as músicas sejam originais.
Portal CJ: As Edições Salesianas têm sido pioneiras e até mesmo únicas a fazer este tipo de concertos de oração. Como surgiu esse projecto?
C.P.: Como editora católica, creio que somos a única que está a promover, de forma tão organizada e “sistemática”, os concertos de oração, formação e animação. Para além do “Água Viva”, as Edições Salesianas têm o projecto “N’Ele” e “Músicas para a catequese” que passam pela interpretação ao vivo das canções dos cd’s com o mesmo nome. Com os concertos que fui fazendo, a editora, na pessoa do Pe. Rui Alberto, foi detectando que na área da pastoral há pessoas que precisam de ajuda e formação. Assim, passamos a aliar a esses momentos de formação, novas formas de evangelizar e catequizar através da música!
Portal CJ: E a aceitação tem sido boa?
C.P.: Sim! A prova disso é que são sempre as pessoas que nos pedem os concertos, porque ouviram falar ou porque estiveram num concerto e querem organiza-lo na sua ou noutra comunidade.
Portal CJ: Enquanto artista e colaboradora das Edições Salesianas, sentes que a música, esta nova fase da música cristã que se está a viver em Portugal, pode ajudar a aproximar os jovens da Igreja?
C.P.: Eu penso que sim! A música pode ser um bom instrumento, mas não chega! Quem a escreve e interpreta tem de ser autêntico e acreditar naquilo que está a cantar. A música pode ser uma forma de os chamar, e aqui no festival foi de facto uma forma de chamar e de convocar jovens. Mas não bastou só chamar os jovens para estarem nos concertos. Os jovens não são tontos e não se deixam manipular de forma fácil. A música pode ser importante para os atrair, mas depois é preciso que a proposta seja coerente e seja também apelativa.
Portal CJ: Há quem diga que a Igreja está desactualizada, no entanto penso que será mais a forma de comunicação da Igreja que está a ter dificuldades em se adaptar a esta nova sociedade. Consideras que a Igreja está a ter dificuldades em comunicar com os jovens de hoje?
C.P.: A questão da comunicação e da juventude são duas áreas que me são muitas queridas, justamente porque tenho formação em Comunicação e estou ligada à Família Salesiana, cuja vocação é a educação dos jovens.
Eu creio que a Igreja não está assim tão desactualizada quanto isso. Tem havido actividades muito interessantes, só que, se calhar, continuamos a privilegiar os sectores mais conservadores em vez de estarmos a apoiar estas novas iniciativas. Há muitas propostas, como é o caso do Portal Cristo Jovem e de duas rádios católicas na Internet. Há também grupos católicos na área do Pop e do Funk que começam a nascer... Aqui no Festival Jota, tivemos “O teu palco” que esteve sempre com gente disponível a tocar e a cantar. As coisas estão a acontecer e a nascer, talvez seja tempo das pessoas mudarem os clichés, e deixarem de usar sempre a mesma conversa, os mesmos argumentos. Se há tempo em que a mensagem de Jesus Cristo está actual é hoje, porque as propostas lançadas aos jovens em nada diferem da essência da mensagem de Jesus Cristo, que apelava à autenticidade, à fidelidade, ao amor...Portanto mais actuais do que isto não poderíamos ser!
Portal CJ: Estamos a terminar esta entrevista, queres dizer alguma coisa em jeito de remate?
C.P.: Quero dar os parabéns ao Portal Cristo Jovem, agradecer a oportunidade de partilhar o meu projecto e desejar-lhe as maiores felicidades.