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O Natal é a única celebração do calendário litúrgico da Igreja Católica que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia. A escolha do dia 25 prende-se com uma convenção da Igreja, uma vez que não é possível determinar a data precisa do nascimento de Cristo. O dia 25 era considerado pelos pagãos como o dia do Sol (pela proximidade com o solstício de Inverno) e para os católicos Deus é a luz do mundo, daí a associação a este dia. Celebrada à meia-noite, a missa do galo, «in galli cantu», passou a ser a primeira da sequência litúrgica. Seguia-se-lhe a da «aurora» ou missa de alva (introduzida no século VI) e a missa própria do dia, que no século IV fora a primitiva celebração da festa religiosa do Natal. A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da lenda ancestral que aponta ter sido a única vez que um galo cantou. Uma outra lenda, de origem espanhola, conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte. A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim, o seu Natal melhorado. Era costume em algumas aldeias espanholas e portuguesas, levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas. O termo “consoada”, que significa pequena refeição, surgiu no Séc. XVII, mas só se divulgou quando a classe mais rica começou a realizar uma pequena refeição após a missa da vigília do Natal. Nas últimas décadas do séc. XIX e primeiras do séc. XX, a pobreza no meio rural era muito grande, e para boa parte da população era uma noite igual às outras. A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam beijar o menino. Nalgumas Igrejas, o presépio estava tapado até à altura do cântico.
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