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Não tente!

por Zulmiro Sarmento, em 31.12.10

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publicado às 00:29

Enfim!

por Zulmiro Sarmento, em 30.12.10

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publicado às 00:21

«Reveillon cristão» é cada vez mais uma opção

por Zulmiro Sarmento, em 29.12.10

Na Maia, perto de 40 jovens vão passar de ano com a Congregação dos Missionários Combonianos

 

Celebrar a passagem de ano “de forma útil e solidária” é a proposta dos Missionários Combonianos, que esta Quarta-feira dão início ao seu Reveillon XL, juntando várias dezenas de jovens.

Entre 29 de Dezembro e 1 de Janeiro, a congregação missionária católica promove, nas suas instalações da Maia, distrito do Porto, um programa de convívio, oração, caminhada, jogos e reflexão, tendo como tema a crise económica que afecta o país.

“Queremos que os jovens se interroguem sobre como podem viver a solidariedade e, como cristãos, de que forma podem enfrentar esta crise” explica o padre Leonel Claro, em declarações à Agência ECCLESIA.

De ano para ano, “são cada vez mais os jovens que optam por passar o final do ano integrados em iniciativas ligadas à Igreja”, destaca o responsável pela Pastoral Vocacional Juvenil dos Missionários Combonianos.

Seja através de grupos ou movimentos paroquiais ou a partir de instituições religiosas, “o importante é que a Igreja proponha novas iniciativas, aproveitando os momentos que a sociedade civil nos dá, para os transformar e dar-lhes um cunho cristão” acrescenta.

O acolhimento aos jovens será feito esta noite, a partir das 19 e 30, seguindo-se um período de conhecimento mútuo e convívio.

“Muitos já sabem o estilo daquilo que vamos viver, com momentos que não se encontram em outros lugares, com uma partilha de fé que enriquece cada jovem” conclui o padre Leonel Claro.

A manhã de dia 30 será reservada a um workshop dedicado à “crise económica e a solidariedade”.

O programa para os quatro dias de Reveillon XL contempla ainda acções de paz pela solidariedade e reconciliação; um “sarau pela paz” na cidade da Maia; reflexões sobre o carisma dos missionários combonianos e a celebração da eucaristia, para além de muitos momentos de festa.

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publicado às 18:55

Jesus curioso

por Zulmiro Sarmento, em 28.12.10

 

Já foi moda colocar um pai Natal pendurado das janelas. Mas, felizmente, no ano passado, começou a aparecer a bela imagem do Menino Jesus, o verdadeiro Rei das Festas do Natal. Apresenta-se sobre fundo vermelho, olhando em frente, de braços abertos, como quem espera por um abraço, pelo nosso abraço. Alguém, mais atrevido, entendeu que lhe pedia colo: agarrou-o, aconchegou-o a si e…o Bebé fez-lhe festas na barba, deixando-lhe o coração ainda mais enternecido.

Assisti à cena, através da minha imaginação, e vi o desconhecido levá-lo para casa. Tentou deitá-lo na cama do filho, mas Jesus apontava para a janela e para a janela o levaram, divertidos. Jesus olhava com atenção e espreitava para cada casa. Sorria encantado sempre que descobria um novo estandarte com a Sua imagem e abençoava aquele lar. Mesmo em frente, por uma janela de sacada, viu uma família reunida entre caixas e figuras. Estavam a montar um Presépio e Jesus rejubilava. Ergueu a mãozita e abençoou-os todos. Pouco depois, pela janela aberta, ouvia-se cantar. Tinham-se reunido à volta do Presépio para cantar ao Menino. E Jesus ouvia, do outro lado da rua. Uma rapariga tocava viola e entoava a segunda voz, um pequenito tocava guizos ao ritmo suave da melodia, o pai tinha um acordeão sobre os joelhos e acompanhava o coro infantil com a sua voz de barítono bem afinada, a mãe, entre duas filhas, aguentava as primeiras vozes daquele Adeste Fideles encantador. Alguns peões paravam em baixo para escutar. E Jesus abençoava uns e outros, debruçando-se mais para melhor ver e ouvir.

Mais para a esquerda, outra janela permitia ver um quarto de cama com uma velhinha deitada. Sobre a mesa-de-cabeceira, já alguém colocara um pequeno presépio de barro pintado em tons sépia. A doente olhava-o enternecida e parecia rezar. Jesus, sempre ao colo, esticava-se: parecia querer ouvir aquela avó tão débil. Sim, queria fazer-lhe todas as vontades. E abençoava-a, e às pessoas por quem ela pedia.

Tive então uma ideia: fui visitar os meus tios, que moram mesmo defronte da varanda onde Jesus estava e postei-me na varanda para me mostrar. Disse-lhe adeus, atirei-lhe beijos e…o Menino não me abençoava. Fiquei triste e desapontado. Não havia bênção para mim? Sentei-me então com o meu computador portátil e comecei a escrever sobre o meu Menino à janela, que não parava de espreitar, mas não me via a mim. De repente, deu um salto para o meu colo, afastou a minha gravata, abriu-me a camisa e espreitou para o meu coração. Assustei-me com a cara que fez. Pareceu-me que ia chorar, com o beicinho a tremer. Não resisti ao impulso: “Não chores, meu Menino. Gosto tanto de Ti. Se quiseres, vou já ter contigo, primeiro no confessionário, para que me perdoes, e depois no Sacrário onde Te escondes tão bem”. Parou logo de chorar e abençoou-me! Sim! Abençoou-me, finalmente! E deu um salto para a janela, à tua procura, meu caro leitor. Quer ver-te bem mais perto de Si, neste Natal.

Isabel Vasco Costa
in ECCLESIA

 

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publicado às 01:18

Uma lufada de ar...

por Zulmiro Sarmento, em 27.12.10

Começou esta semana a ser distribuído em várias línguas o livro-entrevista Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos, constituído por um conjunto de conversas entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald.

Os média fixaram-se no preservativo. Mas o livro é muito mais abrangente. O seu fio condutor é: "o cristianismo dá alegria, alarga os horizontes. Em última análise, uma existência vivida sempre e só 'contra' seria insuportável". Mas uma coisa é o cristianismo e outra a Igreja. Por isso, o Papa confessa que foi "um choque enorme" a constatação da pedofilia do clero, sobretudo pelas suas dimensões. Admite que o caso terrível de Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, "foi encoberto" por responsáveis do Vaticano. Lamenta não ter tido informação sobre o bispo negacionista R. Williamson, a quem levantou a excomunhão.

No quadro da actual crise mundial, "é absolutamente inevitável um exame de consciência global". O progresso pode ser também destruidor; por isso, "devemos reflectir sobre critérios a adoptar para que seja verdadeiramente progresso". A droga "destrói os jovens, destrói as famílias, leva à violência e ameaça o futuro de nações inteiras". É necessário "olhar para as coisas últimas", mesmo se os novíssimos são "pão duro para os pessoas de hoje". É urgente continuar o diálogo com os judeus e os muçulmanos. Põe a hipótese de renunciar ao cargo, se não estiver em "condições físicas, psíquicas e mentais" para continuar.

E lá vem também a sexualidade, sublinhando a necessidade de uma educação para a sua humanização. De facto, não vale tudo. Mas o pronunciamento papal sobre a legitimidade do uso do preservativo em "casos pontuais, justificados", foi histórico, aliás, saudado como positivo por muitos Governos, pela directora da OMS e pelo secretário-geral da ONU. Afinal, Bento XVI apenas pôs em prática o Evangelho: "O Homem não é para o Sábado, mas o Sábado para o Homem."

Precisamente por isso, penso que será necessário perguntar se a Igreja não terá de rever outras questões. Se, por exemplo, a paternidade e a maternidade responsáveis não implicam a abertura aos anticonceptivos "artificiais", superando uma concepção biologista da natureza. Se não se deverá colocar termo à lei do celibato, pois não é bom impor como lei o que Jesus entregou à liberdade. Se não se deverá tirar as devidas consequências da afirmação papal: os homossexuais "merecem respeito" e "não devem ser rejeitados por causa disso". Se não é necessário repensar a proibição da comunhão aos divorciados que voltaram a casar. Se as mulheres, a partir do comportamento de Jesus, que levou à declaração paulina: "já não há judeu nem grego, nem senhor nem escravo, nem homem nem mulher, pois todos são um só em Cristo", não devem ser tratadas na Igreja sem discriminação, por exemplo, no acesso à presidência na celebração da Eucaristia.

Mais tarde ou mais cedo - é preferível mais cedo -, a Igreja deverá ter um pronunciamento lúcido e claro sobre estas matérias. Para não dar a impressão de que ela lá vai indo, mas aos empurrões, e quando, entretanto, muitos a foram abandonando.

Não foi por acaso que a revelação sobre o uso do preservativo apareceu no mesmo dia em que o Papa impôs o barrete a mais 24 cardeais. No dia seguinte, lembrou-lhes que devem estar sempre junto de Cristo na cruz. Mas cá está! No meio de todo aquele aparato do Vaticano, há aqui uma contradição entre a pompa e a cruz. Há aquele texto do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard, que diz mais ou menos assim: vai Sua Excelência Reverendíssima o Bispo de Copenhaga, revestido de paramentos com filamentos de ouro e um báculo e uma mitra debruados de pedras preciosas, com todo o seu séquito em esplendor, senta-se num cadeirão de prata e dá início à sua homilia sobre a pobreza. E ninguém se ri !...

A alguém que se sentisse irritado com estas perguntas lembro um texto de Joseph Ratzinger, no qual escreveu que, se hoje se critica menos a Igreja do que na Idade Média, não é porque se tem mais amor à Igreja, mas a si e à carreira.

 

Professor catedrático e padre, Anselmo Borges

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publicado às 06:31

JESUS, MARIA E JOSÉ (de Nazaré)

por Zulmiro Sarmento, em 26.12.10

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publicado às 00:50

O presépio somos nós

por Zulmiro Sarmento, em 25.12.10

Um poema de José Tolentino Mendonça

 

O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce

Dentro destes gestos que em igual medida

a esperança e a sombra revestem

Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo

Dentro do riso e da hesitação

Dentro do dom e da demora

Dentro do redemoinho e da prece

Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

 

O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce

Dentro de cada idade e estação

Dentro de cada encontro e de cada perda

Dentro do que cresce e do que se derruba

Dentro da pedra e do voo

Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo

Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

 

O Presépio somos nós

É dentro de nós que Jesus nasce

Dentro da alegria e da nudez do tempo

Dentro do calor da casa e do relento imprevisto

Dentro do declive e da planura

Dentro da lâmpada e do grito

Dentro da sede e da fonte

Dentro do agora e dentro do eterno

 

José Tolentino Mendonça

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publicado às 00:22

Missas de Natal

por Zulmiro Sarmento, em 24.12.10

Única celebração do calendário litúrgico que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia

O Natal é a única celebração do calendário litúrgico da Igreja Católica que contempla três eucaristias: a da noite, a da aurora e a do dia.

A missa foi introduzida nas celebrações do Natal pelos católicos no ano 400, dado que até ali a única celebração da Igreja era a Páscoa. Esta celebração terá começado na basílica erigida no monte Esquilino, dedicada a Nossa Senhora.

A escolha do dia 25 prende-se com uma convenção da Igreja, uma vez que não é possível determinar a data precisa do nascimento de Cristo. O dia 25 era considerado pelos pagãos como o dia do Sol (pela proximidade com o solstício de Inverno) e para os católicos Deus é a luz do mundo, daí a associação a este dia.

Celebrada à meia-noite, a missa do galo, «in galli cantu», passou a ser a primeira da sequência litúrgica. Seguia-se-lhe a da «aurora» ou missa de alva (introduzida no século VI) e a missa própria do dia, que no século IV fora a primitiva celebração da festa religiosa do Natal.

A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da lenda ancestral que aponta ter sido a única vez que um galo cantou. Uma outra lenda, de origem espanhola, conta que antes de baterem as 12 badaladas da meia noite de 24 de Dezembro, cada lavrador da província de Toledo, em Espanha, matava um galo, em memória daquele que cantou três vezes quando Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte.

A ave era depois levada para a Igreja a fim de ser oferecida aos pobres, que viam assim, o seu Natal melhorado. Era costume em algumas aldeias espanholas e portuguesas, levar o galo para a Igreja para este cantar durante a missa, significando isto um prenúncio de boas colheitas.

Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis reuniam-se na Igreja e passavam a noite a rezar e a cantar. A Igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e com tochas. A iluminar a Palavra de Deus havia círios e tochas junto do altar, enquanto que as paredes eram revestidas de panos e tapetes. O templo era perfumado com alecrim, rosmaninho e murta. Em alguns locais mais frios, era costume deitar palha no chão para aquecer o ambiente.

O jejum da vigília conduzia ao desprendimento e contemplação do mistério religioso. Quando se aboliu o jejum, o povo continuou a chamar consoada à ceia de Natal, embora fosse mais abundante. Como era costume comer peixe, esta tradição continuou.

O termo “consoada”, que significa pequena refeição, surgiu no Séc. XVII, mas só se divulgou quando a classe mais rica começou a realizar uma pequena refeição após a missa da vigília do Natal. Nas últimas décadas do séc. XIX e primeiras do séc. XX, a pobreza no meio rural era muito grande, e para boa parte da população era uma noite igual às outras.

A vigília de Natal começava com uma oração, com a leitura de Palavra de Deus, pregação e com um canto. Após a missa seguia-se a representação de um auto de Natal, dentro da Igreja. Antes do sol nascer, rezava-se a missa do galo ou da aurora. A meio da manhã do dia 25, celebrava-se a missa da festa. Ao entrar na Igreja, a grande curiosidade era o presépio.

A missa de Natal começava com um cântico natalício. No momento do “Gloria in excelsis Deo”, as campainhas tocavam para assinalar o nascimento do Redentor. No fim da missa, todos iam beijar o menino. Nalgumas Igrejas, o presépio estava tapado até à altura do cântico.

 

in ECCLESIA

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publicado às 12:02

ASSIM VAMOS LÁ!... ASSIM TEMOS FUTURO! ASSIM HÁ NATAL!

por Zulmiro Sarmento, em 24.12.10

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publicado às 06:45

Aprofundar...

por Zulmiro Sarmento, em 23.12.10

Em tempo de Natal tentemos aprofundar aquilo que somos mais do que satisfazer aquilo que desejamos.

Sílvio Couto

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publicado às 06:54

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