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Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor!

por Zulmiro Sarmento, em 30.06.10

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publicado às 14:00

Aconteceu

por Zulmiro Sarmento, em 29.06.10

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publicado às 11:37

AUTOABALIAÇÃO

por Zulmiro Sarmento, em 28.06.10

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publicado às 06:41

ANO C - Tema do 13º Domingo do Tempo Comum

por Zulmiro Sarmento, em 27.06.10

 


A liturgia de hoje sugere que Deus conta connosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e com radicalidade, no dom total de nós mesmos às exigências do “Reino”.
A primeira leitura apresenta-nos um Deus que, para actuar no mundo e na história, pede a ajuda dos homens; Eliseu (discípulo de Elias) é o homem que escuta o chamamento de Deus, corta radicalmente com o passado e parte generosamente ao encontro dos projectos que Deus tem para ele.
O Evangelho apresenta o “caminho do discípulo” como um caminho de exigência, de radicalidade, de entrega total e irrevogável ao “Reino”. Sugere, também, que esse “caminho” deve ser percorrido no amor e na entrega, mas sem fanatismos nem fundamentalismos, no respeito absoluto pelas opções dos outros.
A segunda leitura diz ao “discípulo” que o caminho do amor, da entrega, do dom da vida, é um caminho de libertação. Responder ao chamamento de Cristo, identificar-se com Ele e aceitar dar-se por amor, é nascer para a vida nova da liberdade.

 

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publicado às 06:55

FÉRIAS DOS PORTUGUESES EM 2010... 2011... 2012...

por Zulmiro Sarmento, em 26.06.10

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publicado às 06:13

Portugal e o futuro

por Zulmiro Sarmento, em 25.06.10

DN 20100621JOÃO CÉSAR DAS NEVES

Acaba de ser divulgado o último relatório da Fundação Richard Zwentzerg, instituto internacional dedicado aos estudos lusitanos. Como sempre, o texto só é acessível através do DN e não deve ser procurado por outros meios. Desta vez, o tema é o grau de sustentabilidade do desenvolvimento português. Seguem-se extractos relevantes do texto.

"Uma questão inicial que alguns espíritos mesquinhos colocam é a de saber como pode analisar-se o grau de sustentabilidade do desenvolvimento de um país que não está em desenvolvimento. A maioria dos analistas não liga a este pormenor, mas em nome do rigor devemos então dizer que o relatório considera a sustentabilidade do desenvolvimento que Portugal teria se estivesse em desenvolvimento.

"Uma outra questão prévia tem a ver com o facto de, dado o número de óbitos ser maior que o de nascimentos, o país não só não está em desenvolvimento como se encontra em vias de extinção. Durante uns anos, isto foi disfarçado pela forte imigração, mas ultimamente o fenómeno inverteu-se, e não só a atracção de estrangeiros se esfumou como começou uma intensa e acelerada emigração. Dado a taxa de fertilidade ser a mais baixa da Europa Ocidental e das mais baixa do mundo, um dos nossos especialistas afirmou mesmo que, em vez de um relatório de sustentabilidade, o que Portugal precisa é de uma comissão liquidatária.

"Isto seria suficiente para criar enorme preocupação, ou até depressão e pânico na maior parte dos países civilizados. O mais curioso é que a sociedade portuguesa se mantém alheia a estas questões decisivas, que não preocupam minimamente os indígenas. Estes encontram-se envolvidos em enormes debates acerca de comboios, escutas, futebol e homossexuais. Pode dizer-se que o melhor factor de sustentabilidade em Portugal é a inconsciência.

"Passando à análise concretas das políticas de sustentabilidade, os nossos peritos constataram com surpresa e prazer a profusão, profundidade e qualidade dessas intervenções em Portugal. O país tem regulamentos, portarias, decretos e requisitos que condicionam, promovem e orientam todas as dimensões de sustentabilidade que constam dos nossos manuais do tema, e até algumas em que nem tínhamos pensado. Além disso, cada um desses articulados dispõe de um pequeno exército de fiscais que inspecciona, espiolha, julga e pune os cidadãos, com vigor e exuberância. Pode não haver desenvolvimento, mas há uma imposição esmagadora das regras de sustentabilidade.

"Claro que, no meio de tanta actividade, não pode pedir-se coerência entre essas medidas. É verdade que as exigências de equilíbrio ambiental chocam com os direitos dos trabalhadores, a defesa do consumidor impede a emancipação da mulher e a biodiversidade, a eficiência energética perturba a promoção da produtividade e da justiça social, o desenvolvimento da cultura e a defesa do património bloqueiam o combate à obesidade, tabagismo, desertificação e absentismo. Com tantas restrições e exigências, é fácil de ver que a única hipótese que a sustentabilidade permite é o desenvolvimento nulo. E tem sido precisamente no sentido desse vácuo que a política nacional se tem orientado nos últimos anos.

"Os sinais de contradição são miríade. Portugal é campeão de energias renováveis mas os custos, mesmos disfarçados, mostram porque é que mais ninguém quer tê-las. Multa-se o corte de sobreiros, mas subsidiam-se os abortos. Dificultam-se os despedimentos e facilita-se o divórcio. Perseguem--se fumadores e excesso de velocidade, mas promove-se pornografia e promiscuidade. Profissionais, com formação que custou milhões e ainda mais 20 anos de vida útil, reformam-se no pleno das capacidades. Os portugueses têm muito cuidado com o que metem nos pulmões e no estômago, mas não ligam ao que metem no cérebro.

"Este relatório dá nota máxima a Portugal em todos os requisitos de sustentabilidade. Não pode exigir-se mais de um país que até dá lições a outros mais ricos. Seguindo este caminho, Portugal não tem futuro. Mas, enquanto existir, é exemplo para o mundo."

naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

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publicado às 06:05

José Saramago: foi-se o homem... ficaram os livros

por Zulmiro Sarmento, em 24.06.10

 

Eram 12,45 do dia 18 de Junho, quando Saramago se finou para este mundo e fechou os olhos e a boca para sempre.
Por todo o país e por todo o orbe, se ergueram logo diversas vozes a elogiar o falecido, enaltecendo a sua vida, a sua obra e o seu carácter.

Acorreram os nossos comentadores e políticos a “beatificar” o senhor e a pô-lo no “altar” da pátria, como se fosse um ilustre benemérito do povo, um notável educador da juventude ou um grande herói da nação. E estão no seu direito, reconheça-se, pese embora o oportunismo de alguns e a hipocrisia de muitos.

Correndo o risco de ser a única voz desafinada e até de ser mal interpretado, mas sem querer ofender alguém ou tirar a razão aos outros (quem sou eu?), permito-me entretanto dar a minha opinião sobre o escritor e discordar de muito do que se diz e se faz. É também um direito meu, que ninguém me irá negar certamente.

Não me afecta qualquer ressentimento pessoal a seu respeito (nunca o vi nem ele me fez qualquer mal alguma vez), nem nutro qualquer sentimento fundamentalista em relação às suas ideias ou ao seu modo de estar na vida. Ele, eu e os meus leitores temos todos igual direito.

Para dizer a verdade, logo que ouvi a notícia do seu passamento, rezei a Deus pelo senhor e pedi-Lhe perdão para as suas faltas, caso ele esteja na disposição de o aceitar.

Porém, com o mesmo direito que os outros têm de o idolatrar e exaltar, ouso eu perguntar a quem tiver a amabilidade de me ler: que fez o homem pelo país e que herança deixou ele à nação?

Ganhou uma medalha de valor internacional? Sem dúvida, e isso foi muito importante para o nosso país. Consta-me porém, desde há muito, que quem ficou de parabéns foi o Partido Comunista Português e os seus congéneres da Europa: pelo que se diz, através da sua poderosíssima máquina editorial, impuseram-no no mundo inteiro publicando as suas obras em diversas línguas, com traduções incomparavelmente melhores do que o próprio texto original. Conhecendo, como conheço, outros homens e mulheres de vulto na literatura portuguesa contemporânea que, em minha humilde opinião, escreveram e escrevem muito melhor do que ele, que valor posso eu reconhecer à medalha que lhe deram?

Deixou uma volumosa obra na literatura portuguesa? É verdade. Mas, de que tipo são as suas obras, que contributo deram à língua portuguesa e que influência positiva tiveram na mentalidade e nas atitudes dos nossos concidadãos?

Dir-me-ão que não se esperava de Saramago uma nova “Cartilha Maternal” como a de João de Deus… Certamente, até porque o homem era ateu, por credo, e controverso e resmungão, por natureza. Mas também, sendo assim um escritor tão excelente, tão excepcional, não precisava, para se impor, de falsear, macaquear e ridicularizar o grande património universal da literatura e da fé dos crentes que é a Bíblia. Não precisava de ofender a moral pública, usando como usava nos seus livros uma linguagem soez, baixa, pornográfica algumas vezes. Não precisava de inventar devassidões e vícios para conspurcar os personagens reais e históricos dos seus romances com quem não simpatizava ou que detestava de todo, como os reis, os padres e ou as freiras. Não precisava de desrespeitar as regras elementares da escrita e da gramática portuguesa.

Se calhar, foi tudo isso o que o tornou tão famoso! Provavelmente, no tipo de sociedade que temos… são esses os condimentos do caldo que mais se aprecia e mais se gosta!

Não me levem a mal, mas, sinceramente, eu não gosto da sua escrita.
Também nunca consegui entender, e continuo a não entender agora, o que levou o nosso Ministério da Educação a pôr como livro de texto obrigatório, nas escolas do país, “O Memorial do Convento”.

Terá sido pela qualidade da escrita? Que rica escrita os nossos estudantes aprendem no livro! Assim (sem pontuação, sem parágrafos, com períodos que enchem páginas inteiras e nos fazem perder o sentido do texto, sem distinção entre o discurso directo e indirecto….etc. etc.) toda a gente sabe escrever. Não é preciso chegar ao 12º ano! Isso é quase escrita de telemóvel! Isso é o que a nossa juventude sabe fazer melhor! É com exemplos desses que se desenvolve a Língua Portuguesa? A escrever cada um como lhe apetece… sem regras… sem normas… sem princípios?
Terá sido por causa das boas normas de educação que os nossos jovens aí podem receber e aprender? Como diria a minha saudosa mãe, “abrenúncio”!

Terá sido pelas saudáveis e correctas orientações morais e éticas com que o escritor procura influenciar os seus leitores? Onde estão elas? Não as consigo lobrigar!
Tirando uma imaginação inovadora e fecunda que é talvez o melhor dom que o adorna, e uma ou outra imagem estilística interessante, considero a sua escrita extremamente negativa e até prejudicial em toda a linha.

Seguramente, não é a sua escrita que contribuirá para o bom uso da língua portuguesa, nem os seus textos para educar correctamente a nossa juventude, nem os seus livros para elevar a moral e as atitudes da nossa população. E é por isso também que não gostei nada que o senhor presidente da República, no seu texto de pesar, recomendasse a leitura dos seus livros ás futuras gerações. Na minha óptica, uma estranha recomendação da parte do maior representante da nação.

Que Deus perdoe ao escritor… e que ele me perdoe a mim…
…se não estiver de acordo com o que acabo de escrever.

Resende, 19 de Junho de 2010
J. CORREIA DUARTE

in ECCLESIA

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publicado às 06:47

Profetas sem mordaça

por Zulmiro Sarmento, em 23.06.10

A vida nunca foi fácil para os profetas. Perseguidos, amordaçados, calados, apedrejados, eles remam sempre contra a maré. A consciência da responsabilidade nunca os deixou sucumbir ante as dificuldades. Proibidos de falar, respondem, convictos e decididos: “Não podemos é ficar calados”.

Ser profeta não é vida para os ambiciosos de poder, os obcecados por carreiras vistosas, para os que só se ouvi a si próprios. Só para os que cultivam um ideal elevado, têm uma personalidade forte, estão marcados pelo sentido do dever, são humildes e corajosos.
Os profetas incomodam sempre o poder, tanto o civil, como o religioso. Jogam fora do sistema. Não o canonizam, nem o favorecem. Os guardiães do sistema não gostam de quem levanta problemas, denuncia mazelas, aponta caminhos novos A gente do sistema quer ficar na história, sonha e prepara o pedestal da sua estátua. Os profetas olham o futuro dos outros, sonham uma sociedade mais justa e fraterna, resistem ao tempo.
Ao sistema, qualquer que ele seja, agradam mais os trauliteiros que se tornam coroa de defesa de senhores intocáveis, os acomodados com pruridos de uma cultura que não têm, os incapazes de contrariar quem manda ou preside e de quem esperam favores.
Os favores, recebidos ou esperados, são mordaças que tornam o profetismo impossível.
O tempo que tudo relativiza e banaliza, e em que só se sonha com êxitos e interesses pessoais, é tempo sem futuro. O presente fica vazio de ideal, cresce nele a selva dos parasitas, proliferam os videirinhos só úteis aos senhores da corte, sem um futuro procurado e desejado com a gratuidade de quem só quer o bem dos outros.
O sonho de uma Europa unida foi sonho de profetas, como Adenauer, Schumann, De Gasperi, Jean Monet. O carvão e o aço não eram um fim, mas o primeiro passo dos interesses comuns num continente que ainda sangrava de guerras, para se poder caminhar para novos rumos, humanos, morais e sociais Chegaram depois os que secaram a alma da Europa. Entrou em campo a burocracia do cifrão, dos prestígios e das disputas. Aí está o resultado: uma Europa asfixiada por leis e por crises económicas.
Em tempos que ficam na história, não faltaram profetas como Gandhi, Luther King, Nelson Mandela, Oscar Romero, Hélder Câmara. Homens para os outros. Esquecidos, presos ou mortos, eles continuam vivos e a ser ouvidos por quem está atento à vida.
A Igreja é um povo de profetas. Uns activos, outros anestesiados. O papel dos activos não se esgota no religioso. Passa às fronteiras do humano, onde a vida, riqueza e projecto, é muitas vezes amarfanhada e impedida de ser vida. A Doutrina Social da Igreja é assim, para os tempos que correm, Evangelho traduzido em propostas de vida é linguagem de profetas insistentes e incómodos. O mesmo para os Direitos Humanos
Bento XVI, na alocução aos bispos portugueses, em Fátima, deixa esta recomendação:
“Mantende viva a dimensão profética sem mordaças, no cenário do mundo actual, porque a Palavra de Deus não pode ser acorrentada” (2 Tim2,9) E acrescentou, como condição para um profetismo útil e fiel à Palavra, “conhecer e compreender os diversos sectores sociais e culturais, avaliar as carências espirituais e programar eficazmente os recursos pastorais…”
É verdade que, no contexto actual em que os valores morais e éticos se esfumam depressa e as instituições fundamentais da sociedade são denegadas, se os profetas se calam, a destruição aumenta e os problemas, como os falsos profetas, multiplicam-se.
Os profetas cristãos, quando o são de verdade, nada têm a temer, porque não esperam mais que a consciência pacificada pelo dever cumprido e o bem a que todos têm direito.
O maior profeta da história foi Jesus Cristo. Não o foi no templo, mas frente à vida dos mais pobres e excluídos sociais. Nenhum poder humano conseguiu calar a sua voz. Levado à morte pelo mais escandaloso processo histórico, como jamais houve outro. Também, dentro na comunidade cristã, não é fácil a vida dos profetas. Os perseguidos antes do Concílio, foram nele os mestres mais ouvidos. É preciso ser semente disposta a morrer para dar fruto. Na Igreja de hoje, como na sociedade, os profetas são necessários. Quem inova e comanda a vida com futuro é o sonho dos profetas, não o dinheiro.
Multiplicam-se os problemas sociais, os pobres tornam-se mais pobres, disparam as injustiças e os escândalos da corrupção, as comunidades perdem horizontes largos e vontade de ir mais além.
Profetas sem as mordaças! O que já se recebeu ou que ainda se espera, é sempre mordaça num mundo de intocáveis e poderosos.
Os verdadeiros profetas da história, porque assim entenderam, nunca as aceitaram.

António Marcelino

in ECCLESIA

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publicado às 06:42

Morreu um homem amargo e mau, incapaz de sorrir (Um artigo duro e forte que me chegou por e.mail)

por Zulmiro Sarmento, em 22.06.10
José Saramago: Na morte de um homem mau

Morreu um homem amargo e mau, incapaz de sorrir, que se esforçava por tornar a sua Pátria amarga, como ele.

José Saramago, era de facto um homem mau. Provava-o a sua cara vincada incapaz de exprimir um sorriso, prova-o a sua escrita prenhe de ódio e crítica aos valores mais normais e caros à civilização que o viu nascer, valores esses que ele, com as suas ideias, suas declarações e sua obra,  renegou em Lanzarote. Será que no fundo, Saramago, para além do seu marcado azedume e soberba, tinha valores? Nunca o saberemos.

Repito, José Saramago era um homem mau. Que o digam os seus colegas, que em pleno período revolucionário foram vítimas de saneamentos selvagens. O homem, nessa época, tinha o “estribo nos dentes”, e era imparável algoz como sub-director do Diário de Notícias. Tinha por desporto arruinar a vida de quem não era comunista como ele.

Foram 87 anos de infecundidade, travestida de um aparente sucesso, revelado pelos livros que vendeu, e pela matreira estratégia de marketing que o conduziu ao Prémio Nobel, em detrimento de outros escritores Lusos, genuinamente com mais categoria e menos maldade crónica do que ele. Penso, por exemplo, no insuspeito Torga.

Tentei ler dois livros dessa personagem, para com honestidade poder dizer que, para além de não gostar dele como pessoa, o não considerava como um bom escritor, e que ofendia na sua essência a cultura Cristã da nossa Grei. Consegui apenas ler um, e o início de outro. A sua escrita, para além de ser incorrecta, era amarga como as cascas dos limões mais amargos. A sua originalidade era, afinal, o sinistro das suas ideias; o que, convenhamos, é pouco original. É mais fácil ser sinistro, provocador e mau, do que ter categoria, e valor. Saramago optou pelo mau caminho, como sempre, o mais fácil. E teve aparentemente sorte, na Terra, que a eternidade pouco lhe reservará.

Fiquei contente quando ameaçou (apenas ameaçou, porque na realidade a sua vaidade não lho permitia praticar), nunca mais pisar solo Pátrio. Uma figura como ele, é melhor estar longe da Pátria que em má hora o viu nascer. Afinal de que serve a este Portugal destroçado, um Iberistra convicto, ainda para mais, estalinista? Teria ficado bem por essas ilhas perdidas de Espanha, não fosse uma série de lacaios da cultura dominante “chorarem” por ele, por aqui por terras lusas, alimentando-lhe a sua profunda soberba.

Para além da sua obra escrita, de qualidade duvidosa e brilhantemente catapultada por apuradas técnicas comerciais  que lhe conseguiram um Prémio Nobel da Literatura, (prémio com cada vez menos prestígio devido à carga política que contém), nada deixou em herança, para além de certamente muito dinheiro, o que é um contrasenso para um qualquer estalinista como ele. Mas a sua existência foi um perfeito logro. Foi uma existência desnecessária.

Saramago afastou-se da Pátria, e estou certo de que a Pátria, no seu todo mais puro, que não no folclore da "inteligentzia", não teve saudades dele. Foi uma bandeira da esquerda ortodoxa, e também da esquerda ambígua, essa do Primeiro-Ministro que nos desgoverna. Dessa mesma esquerda que decidiu usar o nosso dinheiro, para trazer em avião da Força Aérea Portuguesa, os seus restos inanimados para Portugal, a expensas de todos nós, e infamemente coberto com a Bandeira Nacional. Um Iberista, coberto com a Bandeira Nacional, que Saramago ofendeu vezes incontáveis, na essência da sua obra, e no veneno das suas declarações públicas. Era um relapso. Um indesejável.

Um homem que voluntariamente se afastou da sua Pátria, comentando-a de uma forma negativa no Estrangeiro, não é digno de nela entrar cadáver, coberto com a sua Bandeira. A bandeira de Saramago, era a do ódio, da arrogância, e da maldade praticada.

Mas os símbolos Nacionais estão hoje nas mãos de quem estão, e a representação das “vontades” Nacionais, está subordinada a quem está: à esquerda, tão sinistra como foi Saramago. Assim sendo, as homenagens que lhe fazem, incluindo os exagerados e ilegítimos dois dias de Luto Nacional, valem o que valem, e são apenas um acto de pura “camaradagem”, na verdadeira acepção da palavra. Quem nos desgoverna, pode cometer as maiores atrocidades, que ao povo profundo só resta pagar, e calar. Até ver.

Amanhã, Sarmago mergulhará pela terceira vez nas chamas. A primeira, terá sido quando nasceu, e ao longo de toda a sua vida, retrato que foi de ódio e maldade pela sua imagem espelhados e espalhados; a segunda, terá sido quando o seu corpo ficou irremediavelmente inanimado, e estou certo de que entrou no Inferno, a confraternizar com o seu amigo Satanás; a terceira, amanhã, será quando o seu corpo inerte e sem alma, entrar para ser definitivamente destruído, no Crematório do Alto de S. João.

Será um maravilhoso e completo Auto de Fé. O Homem e a sua obra venenosa, serão queimados definitivamente nas chamas da terra, que nas da eternidade já o foram no dia em que morreu.

De Saramago recordaremos um homem que não sabia rir, que gostava certamente muito de dinheiro, e que o terá ganho, que era mau e vaidoso, e que o provou ao longo da sua vida, que quis viver longe da sua Pátria por a ela não saber ter amor, e que foi homenageado por meia dúzia de palhaços esquerdistas, “compagnons de route” coniventes com um dos últimos fósseis estalinistas, que ilustrava uma forma de estar na vida e na política sem alma, amoral, e que globalmente contribuiu para a destruição de toda uma Pátria, e suas tradições.

 Ocorreu ontem, quando soube que este cavalheiro de triste figura tinha morrido, que estaria por certo  no inferno, sentado com Rosa Coutinho, também lá entrado há poucos dias, à espera de Mário Soares e Almeida Santos, para os quatro juntos jogarem uma animada e bem “quente” partida de sueca...

O País está mais limpo. Um dos maiores expoentes do ódio e da maldade, desapareceu da superfície da Terra. Espero que a Casa dos Bicos, um dia possa ter melhor função, do que albergar a memória de tão pérfida personagem. As suas letras, estou certo de que cairão no esquecimento, ao contrário das de Camões, Torga ou Pessoa, entre muitos outros.

Apesar de tudo, e porque sou Católico (e porque a raiva não é pecado), que Deus tenha compaixão de tão grande pobreza, mas que se lembre fundamentalmente de nós , de todos os Portugueses íntegros que tentamos sobreviver com dificulade, neste Portugal governado pelos amigalhaços do extinto, que apesar do luto em que fingem estar, mas que na verdade não sabem viver, continuam a todo o custo a viver o enorme bacanal que arruina Portugal...

No fundo, no fundo, e porque as palavras as leva o vento, que Deus tenha piedade de tão grande pobreza! Cabe-nos perdoar. Mas não temos que esquecer!

António de Oliveira Martins - Lisboa

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publicado às 06:29

Ano sacerdotal - Critérios para um renovado ministério dos padres (vale a pena ler)

por Zulmiro Sarmento, em 21.06.10

 

Durante um ano – desde 19 de Junho de 2009 até 11 de Junho de 2010 – a Igreja católica tentou reflectir sobre a vocação, o ministério e a compreensão sócio/eclesial do ser padre... hoje.

Houve muitas iniciativas, algumas delas saídas do âmbito eclesiástico, com um certo sabor a auto-promoção, outras com teor de defesa e outras ainda com intenções saudosistas de um certo modelo de padre... com a colaboração de alguns clérigos e de uns tantos leigos.
Agora que está prestes a terminar o ‘ano sacerdotal’ como que nos surgem várias inquietações, tanto sobre o futuro – sobretudo na temática que há-de dinamizar a Igreja universal – como sobre as consequências que nos ficaram deste ano mais ou menos intenso da Igreja católica.
Sobre o primeiro aspecto – o do futuro – ousamos sugerir que o Papa possa lançar um ‘ano de São João’, pois, à semelhança de São Paulo, aquele eminente apóstolo e evangelista anda um pouco desconhecido da teologia, da reflexão e da espiritualidade dos nossos cristãos e mesmo dos responsáveis da Igreja. Seria muito útil e necessário dedicarmos um ano a estudar São João, tanto na versão do evangelho como na dimensão do apocalipse e cartas.
Relativamente àquilo que nos fica do ‘ano sacerdotal’ – para além de alguns lugares comuns, que pouco mais serviram do que para acirrar um certo clericalismo de acção e de intenção – fomos sentindo que falta interesse em abordar, de verdade, aspectos que atingem os actuais padres e aqueles que se sentem chamados ao serviço de Deus, na Igreja, pelo ministério sacerdotal.
Eis breves perguntas, que, posteriormente, tentaremos responder:
* Como é cuidado o acompanhamento humano, psicológico e espiritual dos padres no exercício das suas funções, sobretudo, paroquiais?
* Teremos comunidades cristãs onde o padre se sinta homem de Deus mais do que gestor de coisas humanas (talvez mais mundanas) que podiam ser exercidas por não-clérigos?
* Temos sabido fazer surgir condições mínimas nas paróquias ou nos outros sectores da vida pastoral para que os padres se sintam estimados mais do que tolerados pela necessidade sacramentalista de cariz social?
* Mesmo na dimensão económica, com especificidade evangélica, teremos encontrado desafios de partilha ou ter-nos-emos acomodado a sistemas de pagamento de serviços mais ou menos concordantes com a compreensão de cada lugar ou tempo?
Passaremos, agora, a esmiuçar cada um destes itens.

= Acompanhamento dos padres em funções paroquiais
De facto, um padre, sobretudo, em funções paroquiais é um celibatário solitário. Já lá vai o tempo, como dizia Camilo Castelo Branco, em que uma irmã se casava com o celibato do irmão padre. Hoje é, normal, vermos um padre sozinho que cuida desde a alimentação (comprar, cozinhar e comer... a sós) até às mais elementares regras da gestão de uma casa, como se fosse um ‘dono de casa’. Ora, digo por mim, o Seminário não deu noções de gestão doméstica. Temos de aprender ou, então, andamos a reboque de que quem seja mais ou menos generoso e nos faça algo de boa vontade ou a baixo preço.
O pior é a solidão com que tantas vezes nos temos de confrontar dentro das paredes de uma casa paroquial. Tristemente o dizemos: muitos e muitas dos que nos rodeiam não são gente de grande confiança, tanto ao nível humano (a cultura e a instrução deixa um pouco a desejar), como na dimensão espiritual (muitos e muitas abeiram-se do padre com múltiplas intenções... sobretudo para se promoverem diante dos outros paroquianos) e, por vezes, se nos damos com alguém, outros e outras ficam na retranca, na maledicência e, desgraçadamente, na coscuvilhice...
Sugerimos, por isso, que seja incentivado, desde a educação dos padres e, posteriormente, na vida pastoral, a que possa haver, ao menos, um casal – sensato, equilibrado, de boa formação humana, intelectual e espiritual – que possa enquadrar a vida do padre, dentro ou fora do espaço paroquial, mas com quem ele possa desabafar – há coisas que nos ocupam interiormente porque não temos com quem as partilhar! – e até vivenciar uma simples refeição, onde o comer não é razão mas oportunidade de sentir-se aconchegado e acompanhado.
Basta de heróis secos e de solteiros rezingões. Basta de padres tristes e amargurados. Basta de padres anódinos de afectos e em busca de compensações afectivo/emocionais. Basta de tanto desinteresse, pois se os padres não forem felizes (por dentro) não ajudarão os outros (por fora) a viverem na fidelidade a Deus... na Igreja.

= Gestão de coisas mundanas ou força espiritual?
No actual contexto de gestão paroquial – onde o ónus do trabalho e da responsabilidade cai, essencialmente, sobre o pároco (seja qual for a capacidade de desenvolvimento dos projectos) duma forma exigente e moralmente atroz – torna-se fundamental que sejam avaliadas as possibilidades de centrar o padre na sua função de mestre (pai ou irmão) espiritual, libertando-o das tarefas administrativas e organizando os serviços com pessoas capazes dentro da qualidade humana, técnica e, sobretudo, espiritual/cristã.
Sabemos que estes desideratos não são fáceis nem, muitas vezes, exequíveis a curto e a médio prazo. Mas temos de investir na promoção de pessoas adultas na idade e na fé, pois com certos aduladores/as não sairemos da gestão de conveniências mais ou menos controladas! Torna-se, por isso, urgente que saibamos gerar, mais do que gerir, novos cristãos convertidos à Pessoa de Jesus... continuamente.

= Dinâmica de evangelização pelo compromisso com os valores do Evangelho
Muitos dos actos do padre são mais questões de carácter social do que situações de vivência em favor dos outros, pelos outros e para os outros. Muitos/as daqueles/as que se aproximam da Igreja – paroquial ou menos formal – vêm em busca da solução de problemas imediatos, mais do que em razão de quererem crescer na caminhada da fé. Raramente quem procura o padre é para aprofundar – activamente ou pondo-se ao serviço dos outros – as razões da sua fé. Enquanto estivermos (como que) reduzidos a sermos uma espécie de estação de conveniência pouco ou nada faremos pela evangelização séria e consistente.
Urge que tenhamos bons cristãos para termos melhores padres. Urge que saibamos promover a família com dignidade para poderem surgir padres bem alicerçados no Evangelho.
O caminho tem de ser feito connosco e para aqueles a quem Deus nos enviar.

A. Sílvio Couto


in ECCLESIA, 07.06.2010

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publicado às 06:35

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