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Família em crise, mas não em vias de extinção

por Zulmiro Sarmento, em 23.10.09

Responsáveis da Pastoral Familiar aceitam uniões entre pessoas do mesmo sexo mas repudiam-nas por não serem naturais nem formadoras das gerações futuras

Os cristãos não devem ter medo das opções de vida em comum que existem na sociedade, mesmo que essas alternativas, como o casamento de pessoas do mesmo sexo, impliquem “uma destruição da família”, declarou o Vogal da Comissão Episcopal Laicado e Família, D. Ilídio Leandro.
A família, ao constatar que sociedade tende a opor-se ao que defende, “sente-se um pouco em crise” e passa “por momentos muito difíceis”.
Em entrevista concedida à ECCLESIA durante as Jornadas da Pastoral Familiar, que decorreram em Fátima desde Sexta-feira até Domingo, o prelado afirmou que “a família deve fortalecer-se nos seus valores humanos e cristãos, não se refugiando como se fosse uma minoria em vias de extinção”. “Acredito na importância e no valor da família, e por isso estas crises são passageiras”, acrescentou o bispo de Viseu.
 
União entre pessoas do mesmo sexo: aceitação e repúdio
“A Igreja respeita a liberdade individual e abre os braços a todas as pessoas, amando-as e ajudando-as, mas não pode chamar ‘família’ a coisas que não estão de acordo com os seus critérios, explicou a coordenadora do Departamento Nacional da Pastoral Familiar. “Isto não significa que hostilize ou marginalize as pessoas”, referiu.
Segundo Graça Mira Delgado, a “família original” está definida nos dois primeiros capítulos do livro do Génesis: “Deus criou o homem e a mulher, e disse-lhes para crescerem, multiplicarem-se e dominarem a terra”.
As uniões entre pessoas do mesmo sexo “não são casamentos de facto”, mas antes formas de vida que, “democraticamente aceitamos, embora as repudiemos” por não serem uma situação “natural”, “desejável” e “formadora”, afirmou Bernardo Mira Delgado, que também coordena aquele departamento da Conferência Episcopal Portuguesa. “Não consideramos que esses tipos de convivência sejam portadores de fundamentos em que possam assentar a vida e os valores das gerações futuras”.
 
Futuro da sociedade depende da família
A relação entre sociedade e comunidade familiar foi também mencionada pelo P. Vítor Feytor Pinto, que durante o encontro falou sobre “os valores e a cultura actual”.
“Pôr a família em questão é algo extremamente grave”, afirmou, explicitando: “Se a família, que tem a primeira responsabilidade da educação, não puder desempenhar essa tarefa porque a cultura ambiente quase a destrói, podemos perguntar qual será o futuro da sociedade”.
Depois de, na segunda metade do século XX, o mundo ocidental ter assistido à emergência do “homem anárquico”, que coloca acima de tudo a sua liberdade e, por isso, exclui as referências ideológicas, políticas e religiosas, é necessário que as famílias cristãs descubram o “homem-síntese”, que se centra nos grandes valores humanos, como a verdade, a justiça, a liberdade e o amor, afirmou o sacerdote.
O P. Vítor Feytor Pinto referiu-se também à necessidade de acolher e respeitar as diferenças, que muitas vezes são origem de divórcio, mas que podem contribuir para a felicidade dos membros da família.
Por outro lado, é preciso saber comunicar: “Não há nada pior que os silêncios na família, porque excluem a relação e o processo educacional”, explicou o coordenador nacional da Pastoral da Saúde.
 
Pedagogia da coerência
“È a coerência de vida que educa, muito mais do que os discursos, os castigos e as zangas. É importante que as crianças percebam que há harmonia e compreensão entre o casal. É este o grande apelo que se tem de fazer às famílias”, aconselhou Graça Mira Delgado.
Se os pais sentem que os seus valores são diferentes daqueles que estão a ser transmitidos pela cultura dominante, há que lhes dizer para não hesitarem em educarem os seus filhos de acordo com as suas ideias, pois têm esse direito e esse dever”, adiantou a responsável.
É preciso que pais e filhos percebam que “não estão sozinhos no mundo”. Neste sentido, é fundamental contar com a família alargada e com as redes familiares”, concluiu.
 
Agência ECCLESIA

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