por Zulmiro Sarmento, em 31.10.09
Popularmente diz-se: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro.'
O correcto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.'
'Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.''
Enquanto o correcto é: 'Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'
'Cor de burro quando foge.'
O correcto é: 'Corro de burro quando foge!'
Outro, que todos dizem de uma maneira errada: 'Quem tem boca vai a Roma.'
O correcto é: 'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar)
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correcto é: 'Esculpido em Carrara.' (tipo de mármore)
Mais um famoso...: 'Quem não tem cão, caça com gato.'
O correcto é: 'Quem não tem cão, caça como gato'.. ou seja, sozinho!
Dizia correctamente algum desses ditados?
EU NÃO SABIA. E VOCÊ?
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por Zulmiro Sarmento, em 30.10.09
Entrevista ao Jornal “Ilha Maior” que saíu hoje
Qual a análise que faz neste momento à Igreja no Pico?
Como dizia o nosso Bispo na primeira visita pastoral realizada a esta ilha no ano 2001 “a Ilha do Pico é um vulcão adormecido também do ponto de vista religioso”.
A Igreja que está no Pico está como que um pouco adormecida, embora existem claros sinais de vitalidade. Há muita gente comprometida com as suas paróquias e que generosamente dão o seu melhor, mas também há muitos cristãos que poderiam estar mais comprometidos e que infelizmente se fecham no seu “casulo” e não se abrem à comunidade.
A nossa religiosidade vive-se muito por tradição, as festas, as procissões, e muitas vezes ficamos somente nos aparatos exteriores faltando o compromisso e a entrega pessoal nas situações concretas da vida. Em muitas situações os cristãos esquecem-se de ser “Sal da terra e Luz do mundo”, como nos recomenda o Mestre.
No entanto podemos deslumbrar sinais de esperança e de confiança, com uma equipa sacerdotal cada vez mais unida, fruto da unificação da ilha numa única Ouvidoria, sendo desta forma mais fácil elaborar e realizar um plano pastoral de conjunto, com a distribuição dos vários sectores da pastoral por diferentes sacerdotes que constituem o seu grupo de trabalho e são responsáveis por esse sector ao nível da Ouvidoria, o que leva a um trabalho sério de formação dos vários agentes pastorais das nossas comunidades.
A Igreja do Pico tem dado passos de solidificação mas muito mais há a fazer e que só será possível com o empenho de todos, sacerdotes e leigos.
Quais os principais problemas que a Igreja atravessa, se é que eles existem.
A Igreja é santa e pecadora. Santa porque fundada por Jesus Cristo e assistida pelo Espírito Santo e pecadora porque constituída por homens e mulheres. Assim sendo o principal problema da Igreja são as limitações humanas dos seus membros, o seu pecado, que põe em causa a verdadeira vivência da Igreja.
Julgo que nos deve preocupar a situação da família que perde as suas bases e raízes cristãs, tal como a forma como acolhemos as novas famílias que provêm de segundas núpcias.
Outra dificuldade são os ritmos das nossas comunidades. Se a alguns anos atrás a vivência eclesial das várias paróquias do Pico era muito equilibrada, hoje por vezes notamos um grande desfasamento de paróquia para paróquia, o que exige um trabalho pastoral diferenciado, o que nem sempre é fácil de concretizar.
A catequese não leva à vida e à vivência da fé, a juventude afasta-se da Igreja e muitos cristãos começam a procurar a Igreja como uma “estação de serviço” de sacramentos e de festas, celebrando os sacramentos unicamente como eventos sociais, deturpando deste modo o seu verdadeiro sentido, o que demonstra um grande défice na formação cristã. A catequese não está a formar cristãos. Continua-se a ser cristão por tradição e não por convicção.
Quais os desafios que se colocam à Igreja no Pico e nos Açores?
Falta à Igreja do Pico uma formação de base, ou seja, uma catequese para todos os cristãos, para que sejamos cristãos esclarecidos, convictos e actuantes na Igreja e na sociedade.
Precisamos urgentemente de promover a todos os níveis da Igreja a tão apregoada “Nova Evangelização” de que falava o Papa João Paulo II.
Para que tal seja uma realidade não basta a boa vontade de alguns. Todos aqueles que querem ser Igreja têm que se comprometer por esta “Nova Evangelização”, começando na família, a “Igreja Doméstica” de que fala o Concílio Vaticano II, através de um testemunho coerente da vivência da fé, entendendo-se depois à participação nos diversos movimentos de apostolado, onde através de uma formação adequada e permanente, em todas as etapas da vida de cada cristão, se solidifica naturalmente a vivência cristã e eclesial, tal como Jesus nos propõe nos evangelhos.
Para que possamos acolher e viver a proposta de Jesus, temos que conhecê-la não na superficialidade, mas sim na sua profundidade. Não podemos acolher e viver aquilo que desconhecemos. É aqui que entra a “Nova Evangelização” para a qual todos os cristãos se devem predispor. Urge conhecer a proposta de Jesus na sua profundidade, para seremos cristãos mais esclarecidos, mais comprometidos, mais dinâmicos e mais actuantes, construtores de uma Igreja viva ao jeito de Jesus.
Gostaria de completar a noticia esclarecendo os leitores sobre a substituição do padre José Carlos na reitoria do Santuário de São Mateus.
Confirma-se a substituição?
Com a devida autorização do Senhor Bispo, informo que se confirma a substituição.
Quais as razões da substituição?
Os párocos são colocados numa paróquia por uma provisão de seis anos. Terminado esse tempo o Bispo Diocesano pode renovar a provisão ou nomear o padre para outro oficio.
Neste caso concreto o pároco de São Mateus terminou em Setembro último a sua terceira provisão naquela paróquia. O Prelado Diocesano entendeu nomear outro pároco, por sugestão do Colégio de Consultores, que ajuda e aconselha o Bispo no governo da Diocese, nomeadamente nas colocações dos sacerdotes.
Por tal motivo é que o pároco de São Mateus foi recentemente nomeado Administrador Paroquial, conduzindo a paróquia até à nomeação do novo pároco. Segundo o Código de Direito Canónico, cânone 539, o Administrador Paroquial é o sacerdote nomeado pelo Bispo, na falta ou impedimento do pároco, para governo Pastoral da Paróquia.
Quem o vai substituir?
Conforme me informou o Senhor Bispo, e que me autorizou a revelar, serei nomeado como pároco de São Mateus e Reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus Milagroso, acumulando a paroquiação na paróquia Matriz de Santa Maria Madalena. Por tal motivo deixarei as paróquias da Criação Velha e da Candelária, que serão entregues ao Diácono André Resendes, que desde Setembro último me foi dado como meu auxiliar nas referidas paróquias e que depois de ordenado presbítero, em Dezembro próximo, tomará posse como pároco das mesmas.
In «Ilha Maior»
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por Zulmiro Sarmento, em 29.10.09
Por Vasco Pulido Valente
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O problema com o furor que provocaram os comentários de Saramago sobre
a Bíblia (mais precisamente sobre o Antigo Testamento) é que não devia
ter existido furor algum. Saramago não disse mais do que se dizia nas
folhas anticlericais do século XIX ou nas tabernas republicanas no
tempo de Afonso Costa. São ideias de trolha ou de tipógrafo
semianalfabeto, zangado com os padres por razões de política e de
inveja. Já não vêm a propósito. Claro que Saramago tem 80 e tal anos,
coisa que não costuma acompanhar uma cabeça clara, e que, ainda por
cima, não estudou o que devia estudar, muito provavelmente contra a
vontade dele. Mas, se há desculpa para Saramago, não há desculpa para
o país, que se resolveu escandalizar inutilmente com meia dúzia de
patetices.
Claro que Saramago ganhou o Prémio Nobel, como vários "camaradas" que
não valiam nada, e vendeu milhões de livros, como muita gente acéfala
e feliz que não sabia, ou sabe, distinguir a mão esquerda da mão
direita. E claro que a saloiice portuguesa delirou com a façanha. Só
que daí não se segue que seja obrigatório levar a criatura a sério.
Não assiste a Saramago a mais remota autoridade para dar a sua opinião
sobre a Bíblia ou sobre qualquer outro assunto, excepto sobre os
produtos que ele fabrica, à maneira latino-americana, de acordo com o
tradição epigonal indígena. Depois do que fez no PREC, Saramago está
mesmo entre as pessoas que nenhum indivíduo inteligente em princípio
ouve.
O regime de liberdade, aliás relativa, em que vivemos permite ao
primeiro transeunte evacuar o espírito de toda a espécie de tralha. É
um privilégio que devemos intransigentemente defender. O Estado
autoriza Saramago a contribuir para o dislate nacional, mas não
encomendou a ninguém? principalmente a dignatários da Igreja como o
bispo do Porto - a tarefa de honrar o dislate com a sua preocupação e
a sua crítica. Nem por caridade cristã. D. Manuel Clemente conhece com
certeza a dificuldade de explicar a mediocridade a um medíocre e a
impossibilidade prática de suprir, sobre o tarde, certos dotes de
nascença e de educação. O que, finalmente, espanta neste ridículo
episódio não é Saramago, de quem - suponho - não se esperava melhor. É
a extraordinária importância que lhe deram criaturas com bom senso e a
escolaridade obrigatória.
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